quarta-feira, 5 de outubro de 2022

 

Militares não ligam se será Lula ou Bolsonaro, porque nada mudará para as Forças Armadas

Altamiro Borges: Bolsonaro faz novos agrados aos militares - PCdoB

Charge do Nani (nanihumor.com)

Carlos Newton

A principal revelação desse primeiro turno das eleições presidenciais é constatar que o povo brasileiro foi cuidadosamente manipulado para cair na armadilha de uma polarização sinistra e equivocada. Ao contrário do que está acontecendo em outros países importantes, onde existe real ameaça de consolidação dos extremismos, essa situação no Brasil é irreal e forçada.

Nas outras nações que vivem verdadeiramente o fenômeno de ressurreição do nazifascismo, que consequentemente provoca a formação do extremismo de esquerda, o fator principal é a imigração de africanos, orientais e latino-americanos.

NACIONALISMO EM ALTA – Por sua localização geográfica, o Brasil ainda não sente verdadeiramente o efeito da imigração e tem suportado e assimilado as levas de moradores de países vizinhos e de refugiados de áreas em conflito da África e da Ásia.

Nos outros países a imigração desenfreada é um problema que chega a ser insuportável, fazendo reviver negativamente o nacionalismo radical, que o genial pensador inglês Samuel Johnson (!709- 1784) definiu como “é o último refúgio do canalhas”. Johnson cultivava raciocínios duros e pragmáticos. Dizia, por exemplo, que “não importa como uma pessoa morre, mas sim como ela vive”.

Johnson achava que no futuro da civilização haveria abertura de fronteiras e o patriotismo tenderia a esmaecer, mas isso ainda não está acontecendo. Ao contrário, a radicalização aumenta e o Primeiro Mundo destinou aos imigrantes os trabalhos mais sórdidos e de pior remuneração.

GUETOS NAS CIDADES – Os imigrantes vivem em guetos nas cidades ocidentais, onde não existe o fenômeno da acelerada miscigenação racial que caracteriza o Brasil. A situação chega a tal ponto que a Polícia sueca pede que os moradores de Estocolmo não entrem em determinados bairros onde não há presença dos policiais, porque foram banidos pelos moradores.

No Brasil essa situação é comum, em muitos bairros a Polícia só entra à força, mas não existe conotação política. A questão é apenas social, pois o Brasil tenta conviver miséria absoluta e riqueza total, é claro que isso jamais dará certo, a violência tende a se perpetuar.

Mesmo assim, o radicalismo da polarização no Brasil é artificial e vem sendo cultivado politicamente para eleger Lula ou Bolsonaro, que são duas faces da mesma moeda.

SEM AMEAÇAS – A meu ver, nenhum dos dois ameaça à democracia, porque Lula nem é de esquerda e Bolsonaro é de uma direita inofensiva. As Forças Armadas jamais levaram a sério seus delírios ditatoriais, apenas dão apoio ao presidente que lhes garante as regalias e privilégios. Se o nome dele é Lula ou Bolsonaro, para os militares não faz a menor diferença.

Assim, confesso que a política às vezes me dá um certo enfado. No caso atual, por exemplo, a imensa maioria dos brasileiros prefere Lula ou Bolsonaro. Portanto, os dois são considerados os melhores, e é preciso respeitar a vontade do povo.

Pessoalmente, não tenha mais nada a ver com essa disputa, sequer participarei do segundo turno. A quem votou em Lula e Bolsonaro, desejo bom proveito. Ficarei observando de longe, guardando meu título de eleitor para melhor oportunidade.

BALANÇO DE SETEMBRO – Como sempre fazemos, vamos publicar agora o balanço das contribuições feitas ao blog pelos amigos que partilham a utopia de existir um espaço verdadeiramente livre, em termos políticos ideológicos. De início, os depósitos na Caixa Econômica Federal:

DIA   REGISTRO   OPERAÇÃO           VALOR
02     021043        DP DIN LOT……….200,00

06     061511        DP DIN LOT…………50,00
12     120942        DP DIN LOT……….100,00
19     191717        CRED TEV……………30,00
27     300001        DOC ELET……………30,00
30     301256        DP DIN LOT……….230,00

Agora, vamos às contribuições no Banco Itaú/Unibanco:

06    TED 001.3097HENRIQUEAC….150,00
13    TBI 8624.18877-0LIBER………..100,51
15    TED 001.4416MARIOACRO…..250,00
30    TED 033.3591ROBERSNA……..200,00
30    PIXTRANSF PAULOR…………….100,00             

Agradecendo muitíssimo a todos os que participam deste sonho de manter um blog verdadeiramente livre, vamos em frente, sempre juntos, nesta utopia.   

Moscou não acredita em lágrimas e por isso Vladimir Putin não pretende retroceder

Nord Stream 1 encerrado indefinidamente

O inverno se aproxima e os europeus não pode ficar sem gás

LUIZ RECENA GRASSI
Correio Braziliense  

Chefe da diplomacia russa acusa a União Europeia de fomentar “russofobia grotesca” contra o país e o governo de Vladimir Putin. Serguei Lavrov não lembra, coisa antiga, é que na política do Kremlin não há espaço para situações emotivas. “Moscou não acredita em lágrimas” é clássico do cinema, de Vladimir Menshov e lançado há mais de 40 anos.

Desde séculos, o racional ganha quase todas do emocional, guerra perdida entre corações moles e cabeças frias. Vitória quase permanente do segundo grupo. Exceções para música, dança, literatura, teatro. Ganham espaço quando os racionais descansam.

AMEAÇAS E RESPOSTAS – O chanceler Lavrov sabe o que ocorre, está camuflado. Não crer em lágrimas é pensar diferente, surrupiando o pranto alheio. Anunciados os referendos e depois anexações com bênçãos de votos, foi a vez de União Europeia, Estados Unidos e Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) tentarem, mas não deu choro.

Igual à convocação de novos e jovens soldados, 300 mil para iniciar o carteado. A resposta boa dos adversários foram mais, dólares de apoio a manifestações ou fugas.

Prováveis problemas no horizonte; garantidos sofrimentos no tempo e distância. Moscou confirmou com garganta seca e olhos vidrados. Nem uma lágrima ou crédito aos inimigos. O carteado cresceu os personagens e aumentou o cacife de fichas altas. Só parou quando a Nord Stream (rede de gasodutos russos) pediu cadeira e vaga para sentar e jogar.

VAZAMENTOS NA GUERRA – A guerra respirava quando surgiram furos, vazamentos. Primeiro dois, depois um terceiro. Semana terminou com quarto vazamento. Quadro geral mais complicado. E a Rússia a apanhar. Otan, EUA, UE e outros aliados menores e de ocasião estiveram próximos de convencer o mundo sobre a culpa do Kremlin, que não verteu lágrima.

Não deu por um triz: Moscou lembrou e provou que EUA, Suécia, Finlândia velejam armados em águas do Báltico, a perturbar a enxaqueca da Praça Vermelha. Bola devolvida para o lado ianque. Acusação dura de sabotagem. Ranger de dentes no máximo.

Chovem dólares na Ucrânia; euros, nem tanto, com a crise na Europa. Ucrânia a defender na contraofensiva até aqui lenta, com sucesso porém, a ideia de vencer Putin. Russos simulam vergonha e cantam na Praça a anexação vinda com muitos votos.

LUTO PELO FIM DA URSS –  No mais, miudeza se em guerra existe: dois bombardeios pra cá, dois pra lá. Vodka com Cola. Ucrânia avança, Rússia defende posições antigas e ataca novas. Amigos de Moscou antecipam queda de Putin antes de o inverno acabar. Profissionais da guerra negam tudo. Tempo de espera substitui época de plantio.

Eu estava lá. No meio da música, momento pueril, hilário, que pode ser lido de dois ângulos: cínicas preocupações europeias, dos EUA, sobre a situação, o futuro da Rússia. Despreparo dos soldados, por exemplo, e atraso tecnológico do país pela guerra.

Russos podem mudar, afirmam os que conhecem o avesso do avesso. De chorar. Lembrei a chegada a Moscou: computadores modernos, aviões com segurança próxima dos cem por cento, o Cosmódromo Gagárin, show de eficiência e na Base Aérea de Kubinka avião supersônico decolava na vertical.

NÃO TINHAM DESIGN – Um detalhe costurava outros. Não tinham design, eram feios. Dois diplomatas curtiram o avião, mas saíram em choque pela falta de beleza e os parafusos aparentes. Não houve problema. Mais detalhe: o narrado refere-se a meios, máquinas, ambientes com mais de 30 anos.

Estavam lá quando cheguei. O cinismo ianque e europeu talvez tenham receios. Se ficar na indigência tecnológica, a Rússia poderá buscar outros parceiros. Sua preferência há três décadas: a China. Por isso muitos tremem. De medo.

Análises no exterior: Bolsonaro “perde, mas vence” e chega ao segundo turno com “mais impulsos”

Der Spiegel, na Alemanha, analisa a recuperação de Bolsonaro

Nelson de Sá
Folha

Bolsonaro “perde, mas vence” e agora tem “mais impulso”, apontam análises no exterior Na análise da alemã Der Spiegel, com dois enviados ao Brasil, “Bolsonaro perde — e ainda é o vencedor”. Ele passa a ser “mais forte no segundo turno contra Lula”.

Na análise da americana Bloomberg, ele “tem o impulso”, no momento, “antes do segundo turno”. Foi a expressão usada também pelas análises dos ingleses The Economist e Financial Times. Para este, “Bolsonaro pode ter terminado em segundo, mas seus 43,2% o levam para o segundo turno com novo impulso”.

CONTRAPOSIÇÕES – A Bloomberg noticia que os “ativos brasileiros disparam com a corrida chegando ao segundo turno”. Explica que “investidores aplaudiram a exibição de Bolsonaro e apostam que seu adversário de esquerda será forçado a moderar suas posições”. Mas o FT já contrapõe:

“Os investidores se animaram, acreditando que Lula terá que se deslocar mais ao centro. Alguns acreditam que uma vitória de Bolsonaro e políticas mais favoráveis ao mercado são agora possíveis. Mas quem espera o fim dos ataques e da quase total ausência de debate sobre políticas ficará desapontado. O segundo turno trará mais polarização e um maior risco de violência.”

De modo geral, as análises dizem que o bolsonarismo “veio para ficar”.

OUTROS JORNAIS – O francês Le Monde e o inglês The Guardian, jornais usualmente identificados com a centro-esquerda, salientam que “Lula decepciona” e o resultado “é decepcionante para a esquerda”, ainda que o ex-presidente continue “favorito”.

Já veículos identificados com a centro-direita, como o alemão Die Welt, avaliam “a espetacular volta de Bolsonaro” como risco para a Europa:

“Há muito em jogo. Berlim e Bruxelas apostaram tudo em Lula ao impedir a ratificação do acordo de livre comércio União Europeia-Mercosul, para punir Bolsonaro por sua política de desmatamento. Agora, os europeus precisam da América do Sul rica em recursos.”

POPULISMOS – Curiosamente, a colunista de América Latina do Wall Street Journal, Mary O’Grady, enviada a São Paulo, publica análise crítica de Lula, mas também de Bolsonaro, ambos tratados como “populismo”. Conservadora, ela vê esperança de moderação do presidente:

“Ele cometeu muitos erros. Seu estilo confrontador e muitas vezes vulgar, incluindo críticas ao Supremo, alimenta reações negativas. Ao questionar o sistema de votação, facilitou para os críticos — ofendidos por seus modos grosseiros e sua resistência ao ativismo ambiental — classificá-lo como ‘antidemocrático’. O dia 30 de outubro dará a ele uma segunda chance de conquistar o eleitorado.”

No agregador russo Zen, com agências RIA Novosti e Tass, o destaque de Brasil é a chegada a Santos do navio-tanque com 35 milhões de litros de diesel da Rússia, prometidos por Putin a Bolsonaro.

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