segunda-feira, 18 de julho de 2022

 

Há uma possibilidade de solucionar o embate entre Bolsonaro, o TSE  e as Forças Armadas

Charges do dia

Charge do Thiagão (Diário do Nordeste)

Carlos Newton

O articulista Roberto Nascimento já lamentou aqui na Tribuna da Internet que não haja possibilidade de diálogo entre o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin. E o pior é que nesta segunda-feira a disputa de forças se acirra, devido à reunião que o presidente Jair Bolsonaro convocou no Planalto com cerca de 50 embaixadores estrangeiros.

O objetivo de Bolsonaro é continuar levantando dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas, devido à intransigência de Fachin, que proibiu os técnicos do TSE de examinar as mais recentes propostas dos militares para criar novas salvaguardas ao sistema de votação e apuração.

APURAÇÃO PARALELA – A última proposta dos especialistas das Forças Armadas, que agravou a crise, diz respeito à possibilidade de se fazer uma apuração paralela. Na audiência pública do Senado que tratou da atuação das Forças Armadas na fiscalização do sistema eletrônico, e foi realizada pela Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle, o representante das Forças Armadas, coronel Marcelo Nogueira, explicou a proposta.

A sugestão é de que houvesse duas votações  na urna eletrônica e depois na urna de cédulas de papel, para que depois os dois boletins sejam conferidos e cotejados.

A ideia é complicada, porque essa votação em cédula de papel seria feita ou por servidores da Justiça eleitoral ou mesmo por eleitores convidados no dia da eleição. Ou seja, os próprios militares não sabem ao certo como proceder.

É PRECISO SIMPLIFICAR – A proposta, em si, não é ruim, e pode ser viabilizada de uma maneira mais prática. Basta que sejam selecionadas, digamos, cem urnas para teste, e nelas acopladas impressoras, que, ao final da votação, imprimiriam os votos de cada eleitor. A listagem então seria lacrada e enviada ao respectivo Tribunal Regional Eleitoral, para possibilitar o cotejo e a análise detalhada da votação naquela urna. 

Sem qualquer dúvida, este teste eliminaria qualquer possibilidade de fraude na votação, sem afetar o voto secreto, pois não seria revelada a ordem de votação.

Quanto à possibilidade de fraude na apuração, como os militares ainda não conseguiram apontar nenhuma falha no sistema, a polêmica então estaria inteiramente superada e poderíamos ir em frente, respeitando o resultado das eleições, não importa o vencedor.

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P.S. –
 Quando se faz uma eleição e o resultado das urnas não sofre contestação, o grande vencedor é sempre o regime democrático, que paira acima de eventuais eleitos, pois eles logo passarão, como diria o poeta Mário Quintana, mas a democracia seguirá seu curso. É isso que interessa. (C.N)

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