quinta-feira, 24 de julho de 2025

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'Não haverá confronto armado em larga escala': analista avalia tensões entre Tailândia e Camboja

Povo tailandês vê os danos do hospital Phanom Dong Rak depois que o Camboja disparou projéteis de artilharia na província de Surin, Tailândia, quinta-feira, 24 de julho de 2025. - Sputnik Brasil, 1920, 24.07.2025
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O conflito fronteiriço entre Tailândia e Camboja dificilmente ultrapassará o confronto regional, disse à Sputnik Aleksandr Korolyov, vice-diretor do Centro de Estudos Europeus e Internacionais Integrados da Escola Superior de Economia da Rússia.
O analista destacou que o conflito entre esses países não durará muito e provavelmente será congelado.

"Esta não é a primeira vez, pelo menos nos últimos 20 anos, que confrontos armados eclodiram entre o Camboja e a Tailândia [...]. Eu não acho que seja longo, porque o cenário mais provável é apenas o congelamento. Ou seja, o congelamento do conflito nas condições atuais", opinou.

Segundo ele, a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e a Malásia, como presidente da organização em 2025, mostrarão destreza diplomática especial e tentarão aproximar os países.
Então, continuou, muito provavelmente, a ASEAN terá sucesso, por isso não haverá um confronto armado em larga escala.
O logotipo da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) exibido em um hotel onde ocorreu uma reunião de chanceleres da organização, em Langkawi. Malásia, 18 de janeiro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 21.03.2025
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Além disso, enfatizou, atores externos como os Estados Unidos, a União Europeia (UE), a China e a Rússia consideram esse conflito um confronto fronteiriço local que não lhes interessa.
Neste contexto, apontou, a escalada do conflito entre o Camboja e a Tailândia pioraria tensões diplomáticas, a estabilidade territorial e a unidade da ASEAN, dificultando seu papel como entidade e mediador, o que é crítico para a resiliência e a segurança da região.

"A questão de quem é o culpado é uma questão filosófica que não pode ser respondida, porque cada lado culpa o outro. O lado Tailandês acusa o Camboja de realizar ataques, em minar a integridade territorial. O Camboja diz o mesmo", ressaltou.

Assim, finalizou o analista, esta é uma questão complexa e histórica, não havendo resposta inequívoca.
A escalada do conflito fronteiriço entre a Tailândia e o Camboja entrou na fase armada na manhã desta quinta-feira (24). Após tiroteios, as partes trocaram ataques de artilharia, o Camboja usou sistemas de lançamento múltiplo de foguetes Grad contra alvos civis na Tailândia.
A Tailândia, por sua vez, respondeu com um ataque aéreo, há mortos e feridos, e as autoridades de quatro províncias fronteiriças da Tailândia anunciaram a evacuação de moradores.

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