quinta-feira, 15 de junho de 2023

JCO

 OPINIÃO

Para ‘garantir’ Zanin, Alcolumbre faz barganha de olho na presidência do Congresso


A notícia de que o senador Davi Alcolumbre (União Brasil/AP) estaria apresentando uma exigência a Lula para ‘garantir o bom andamento’ na sabatina do  indicado à cadeira vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) foi publicada pelo jornal Estadão.

O texto, da jornalista Vera Rosa, colunista que acompanha os bastidores do Planalto e do Congresso, tem o seguinte título:

"O recado de Alcolumbre para Lula às vésperas da sabatina de Zanin; entenda. Senador cobra de presidente indicação de Pacheco para a segunda vaga na Corte, em outubro, de olho na cadeira do afilhado político". E traz, na sequência, detalhes da ‘barganha’ de Alcolumbre, que preside a CCJ, a comissão responsável pela sabatina de Cristiano Zanin.
"O apoio conquistado por Cristiano Zanin para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) conta com um padrinho importante, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Alcolumbre não só marcou a sabatina de Zanin para o próximo dia 21 como vê a aprovação do advogado de Lula como “favas contadas”. Não é só ele. “Um presidente nunca indica quem sabe que o Senado vai recusar”, disse o ministro do STF Alexandre de Moraes. Em 132 anos de tribunal, apenas cinco indicações do chefe do Executivo foram derrubadas, no governo de Floriano Peixoto."

A jornalista do Estadão prossegue e esclarece que o senador amapaense, para acelerar o processo e trabalhar por votos para o advogado pessoal de Lula, não exigiu apenas o direito a indicar cargos para poderosas repartições, como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Caixa e a Secretaria de Patrimônio da União, mas, principalmente, transformar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em ministro do STF no fim deste ano.

“Embora o PT pressione Lula a escolher uma mulher, Alcolumbre trabalha dia e noite para emplacar Pacheco. Não sem motivo: se Lula topar, ele terá de renunciar ao comando do Senado. Em casos assim, o regimento prevê nova eleição para a presidência da Casa. Não é difícil imaginar que Alcolumbre já se articula para retornar a esse posto. Sua meta é ficar no cargo por cinco anos e, se necessário, poderá até mesmo migrar para o PSD de Pacheco, hoje o partido com mais senadores".

E assim retornamos à ‘era PT’ onde tudo, absolutamente tudo se resume ao ‘poder’, o conhecimento técnico para exercer funções é algo que pode ser ignorado e a impessoalidade nas decisões e nas indicações, ah, essa passa bem longe.

São detalhes de uma relação nada republicana em que a distribuição de cargos e a troca de favores é o verdadeiro método de governo, garantindo que tudo seja devidamente aparelhado e a ‘roda dos poderosos siga girando no modo perpétuo’.

Fica cada vez mais fácil compreender o motivo para o ‘sistema’ ter se unido de maneira tão feroz para garantir que Jair Bolsonaro fosse ‘arrancado’ da cadeira da presidência e ainda luta de todas as formas para destruir sua reputação e impedir sua continuidade na política.

Como disse um certo magistrado para o povo brasileiro: “Perdeu Mané”!

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