Publicado em 14 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet
Pesquisa Atlas indica que diferença entre Lula e Bolsonaro pode ter caído para apenas 2,8%
Marcelo Sapio
CNN
Pesquisa Atlas sobre a eleição presidencial, divulgada nesta quinta-feira (13), traz o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente, com 52,4% dos votos válidos no segundo turno, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 47,6%. Quando considerada a margem de erro, a diferença entre os dois candidatos pode ter caído para 2,8%, segundo pesquisa.
A votação está marcada para o dia 30 de outubro. Os votos válidos, que excluem os votos em branco e nulos, determinam o resultado das eleições.
PELA INTERNET – A pesquisa entrevistou 4.500 pessoas via online entre 8 e 12 de outubro. A margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-06012/2022.
Em relação aos votos totais, Lula tem 51,1% dos votos, contra 46,5% de Bolsonaro. A parcela da população que não sabe, ou que vota nulo e branco soma 2,4%.
Assim, no segundo turno, em termos de votos válidos, que decidem a eleição por maioria absoluta (metade mais um), Lula (PT) teria 52,4% e Bolsonaro, 47,6%
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – As pesquisas eleitorais estão tão desprestigiadas que a CNN publica a seguinte nota, para fazer a seguinte ressalva: “Pesquisas eleitorais mostram uma tendência e, não necessariamente, correspondem ao resultado das urnas. Não é uma ciência exata e as amostragens são limitadas. A CNN Brasil divulga os dados de 11 institutos tradicionais por entender que as pesquisas são uma ferramenta importante para análise do eleitor”. No entanto, tem gente que acredita nas pesquisas como se fossem o Oráculo de Delfos, no templo de Apolo, na Grécia Antiga. De qualquer forma, é bom se ligar nas pesquisas Atlas. Conforme já informações aqui, têm sido as que chegam mais próximo ao acerto. (C.N.)
“Um erro que já cometeram comigo”, diz Lula, consolando Dantas, afastado por corrupção
Victor Correia
Correio Braziliense
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) “é um erro que já cometeram comigo”, citando sua prisão na Operação Lava-Jato em 2018. O petista disse ainda que deve haver em Alagoas “um esquema” que não gosta do governo progressista.
“Isso cheira à minha condenação. Por que eu fui condenado? Exatamente para evitar que eu fosse candidato em 2018. Quem é que tem interesse em evitar que você seja candidato? Alguém. Eu não vou dizer o nome. A verdade é que você deve ter um esquema nesse Estado que não gosta do governo progressista”, disse Lula a Dantas em Maceió, capital alagoana, após percorrer as ruas da cidade em um carro aberto nesta quinta (13/10) .
DISSE LULA – “Que você seja julgado, investigado decentemente. Quando você for julgado e tiverem encontrado alguma prova, aí podem te condenar. Condenar para que você não seja candidato é um erro que já cometeram comigo”, reforçou o candidato. Lula expôs ainda que alguns aliados o orientaram a não ir ao Estado, mas que jamais deixaria “um companheiro no meio do caminho”.
Além de Dantas, o petista estava acompanhado pelos senadores Renan Calheiros (MDB) e Renan Filho (MDB), pelo deputado federal Paulão (PT) e por sua esposa, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja.
Dantas foi afastado do cargo por 180 dias pelo STJ após operação da Polícia Federal que investiga um esquema de rachadinhas e contratação de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa de Alagoas e em prefeituras do estado.
VERSÃO DE LULA – Em seu discurso, Lula também criticou a operação que resultou em sua prisão. “Resolveram inventar a história da Lava-Jato para vender a Petrobras e destruir as empresas de engenharia. A história vai ser contada, e ela não vai ser contada de uma só vez. O Estado deixou de arrecadar R$ 58 bilhões em impostos, e R$ 270 bilhões deixaram de ser investidos para favorecer a sandice de alguns canalhas nesse pais”, disse o petista.
“Foi no meu governo que a gente descobriu o pré-sal, a maior jazida de petróleo do século XXI. E diziam que a gente não poderia explorar, porque era muito caro”, acrescentou o candidato.
“Nós não vamos privatizar a Petrobras. Não vamos privatizar os Correios. Não vamos privatizar a Caixa, o Banco do Brasil”, disse ainda.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Quando discursou, dando sua mentirosa e delirante versão da Lava Jato, Lula não sabia que o STJ já tinha corroborado todas as sanções impostas a Paulo Dantas, como busca e apreensão, bloqueio de bens e quebra de sigilos bancários, fiscais e telemáticos. Com a decisão, Dantas segue afastado do cargo de governador, mas poderá manter a campanha pela reeleição, que disputa como favorito contra o senador Rodrigo Cunha, do União Brasil. No Brasil, os corruptos são sempre favoritos. (C.N.)
Em 30 anos, nenhuma denúncia no Marajó mencionou as práticas citadas por Damares
Gil Sóter e Taymã Carneiro
g1 Pará
Nenhuma das denúncias recebidas pelo Ministério Público Federal (MPF), nos últimos 30 anos, a respeito da situação de crianças e adolescentes no Marajó, no Pará, menciona nada semelhante às torturas citadas pela ex-ministra Damares Alves no último dia 9. As informações foram enviadas nesta quinta-feira (13), pelo MPF, à reportagem do g1.
A denúncia de supostos crimes sexuais cometidos contra crianças no Marajó foi feita pela ex-ministra durante fala em um culto na Assembleia de Deus, em Goiânia (GO), neste último domingo (9).
DESMENTIDO OFICIAL – Damares alegou que crianças do Marajó são traficadas para o exterior e submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais. Ela afirmou, também, que “explodiu o número de estupros de recém-nascidos”, assinalando que no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) há imagens de crianças de 8 dias de vida sendo estupradas e que um vídeo de estupro de crianças é vendido por preços entre R$ 50 e R$ 100 mil.
Em nota, o órgão informa que “nos últimos 30 anos, nenhuma denúncia ao MPF sobre tráfico de crianças no Marajó mencionou torturas citadas por Damares”.
“O MPF atuou, de 2006 a 2015, em três inquéritos civis e um inquérito policial instaurados a partir de denúncias sobre supostos casos de tráfico internacional de crianças que teriam ocorrido desde 1992 no arquipélago do Marajó. Nenhuma das denúncias mencionou nada semelhante às torturas citadas pela ex-ministra Damares Alves”, afirma em nota.
SEM PROVAS – Em entrevista à rádio Bandeirantes de São Paulo, nesta quinta-feira (13), Damares Alves, eleita senadora por Brasília, disse ter ouvido “nas ruas” relatos sobre estupro e tráfico de crianças no Marajó. Ela não apresentou provas das denúncias.
Na última terça-feira (11), o Ministério Público Federal do Pará deu um prazo de três dias para a senadora detalhar as denúncias, e informou que até o momento, aguarda informações da secretária executiva do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Tatiana Barbosa de Alvarenga, sobre os supostos crimes citados pela ex-titular da pasta.
Em relação a denúncias recebidas pelo MPF que não tratavam de tráfico internacional de crianças ou de outro crime que deve ser julgado pela Justiça Federal, as denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). Na quarta-feira (12), o MPPA divulgou nota informando que até agora também não recebeu denúncia formal ou prova do que a ex-ministra relatou.
TUDO MENTIRA – Segundo Damares, crianças do Marajó são traficadas para o exterior e são submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais. Ela afirmou, ainda, que “explodiu o número de estupros de recém-nascidos”, que no Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos há imagens de crianças de oito dias de vida sendo estupradas e que um vídeo de estupro de crianças é vendido por preços entre R$ 50 e R$ 100 mil.
Membros do MPF no Pará, membros do MPPA e a PFDC pedem ao Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos que apresente os supostos casos descobertos, indicando todos os detalhes que a pasta possua, para que sejam tomadas as providências cabíveis.
Procuradores e procuradoras da República no Pará também pedem que a Secretaria Executiva do MMFDH informe quais providências tomou ao descobrir os casos e se houve representação (denúncia) ao Ministério Público ou à Polícia.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Damares Alves é uma vergonha para a Igreja Evangélica, para o governo Bolsonaro, para o Senado Federal e para o país. Precisa ser cassada com a máxima urgência, não tem dignidade para assumir mandato parlamentar. (C.N.)
Sem acordo das lideranças, é adiada a votação do projeto que pune os instituto de pesquisas
Lauriberto Pompeu
Estadão
A base do governo na Câmara não conseguiu votar o projeto de lei que criminaliza erros nas pesquisas eleitorais e prevê penas de até dez anos de prisão. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a anunciar que o texto seria votado até terça-feira, dia 11, mas a iniciativa fracassou por falta de acordo. Não há data marcada para nova votação.
Líderes de partidos disseram a Lira que votar um projeto tão polêmico como esse, às vésperas das eleições, daria margem para acusações de casuísmo. Até mesmo aliados do presidente Jair Bolsonaro avaliaram que não era hora de discutir o assunto e pediram adiamento.
MOMENTO INADEQUADO – “Todos entendem a necessidade, mas há divergências sobre o momento”, disse ao Estadão o deputado Vinicius Carvalho (SP), que representa a bancada do Republicanos. “Um projeto desses não deve ser votado de forma açodada. Temos que avaliar o impacto que tal medida causará e se é isso o que o Parlamento vai querer.”
Lira tem negado que o objetivo seja criminalizar as pesquisas de intenção de voto. Diz, porém, que é preciso cobrar algum tipo de ressarcimento de institutos que ”induzem” o eleitor a erro. Uma das punições seria proibir a participação do instituto em outras eleições.
De autoria do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), o projeto foi protocolado na Casa na semana passada, poucos dias após o primeiro turno das eleições.
CULPA DO ESTATÍSTICO – Segundo o texto que tramita na Câmara, serão punidos os institutos que publicarem “nos 15 dias anteriores à data da eleição, pesquisas com dados que divirjam, além da margem de erro, do resultado apurado nas urnas”. Quem responde pelo erro é o “estatístico responsável pela pesquisa divulgada, o responsável legal do instituto de pesquisa e o representante legal da empresa contratante da pesquisa”.
O líder do governo também destacou que, caso queiram publicar algum levantamento, os veículos de imprensa devem divulgar todas as pesquisas registradas na Justiça Eleitoral de uma só vez, incluindo até mesmo as da véspera.
Pela proposta, quem descumprir a norma terá de pagar multa de mil salários mínimos, o equivalente a R$ 1,2 milhão.
FALTA ACORDO – De acordo com Barros, o projeto não foi votado nesta terça-feira, 11, porque ainda não há acordo sobre qual seria o texto ideal sobre o tema. Uma parte dos deputados também discorda da pena de prisão. Para o líder do governo, o ideal é que haja “cadeia” para quem errar o resultado, mas seus colegas entenderam que ele pode concordar em substituir prisão por “multas pesadas”.
Barros afirmou que o deputado Paulo Martins (PL-PR), integrante da base de Bolsonaro, deve ser o relator do texto. Para acelerar a tramitação, o presidente da Câmara juntou o texto de Barros com outros dois projetos de autoria dos deputados Bibo Nunes (PL-RS) e Rubens Bueno (Cidadania-PR).
O projeto de Bueno já está pronto para ser analisado pelo plenário e a união com a iniciativa de Barros dispensa a exigência de análise pelas comissões ou uma votação de urgência.
PACHECO RESISTE – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já manifestou resistência à iniciativa, porque haja que as penas precisam ser discutidas com mais critério.
“Não me parece razoável estabelecer que a simples diferença entre o que está na pesquisa e o resultado eleitoral possa constituir crime de pena de quatro a dez anos”, afirmou Pacheco.
Mesmo que seja aprovado pela Câmara, o texto necessita do aval dos senadores e também da sanção pelo presidente da República.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Rodrigo Pacheco tem razão. Punir com 10 anos de cadeia o estatístico responsável pela pesquisa é um bocado de exagero, como se diz no interior. (C.N.)
Lula vence com 54% de votos válidos contra 46% de Bolsonaro, indica a pesquisa Quaest
Correio Braziliense
Segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (13/10), se o segundo turno da eleição fosse hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria com 54% da preferência contra 46% do presidente Jair Bolsonaro (PL), quando calculados os votos válidos.
No estudo, o petista tem 49% das intenções totais contra 41% de Bolsonaro. O estudo aponta uma estabilidade do presidente no índice em comparação com a pesquisa anterior, já Lula oscilou positivamente 1 ponto percentual, ainda dentro da margem de erro da pesquisa.
POR REGIÕES – O resultado positivo de Lula se deveria principalmente ao seu crescimento no Nordeste, onde subiu 6 pontos percentuais. Na região, o candidato oscila entre 66% e 70% das intenções de voto na corrida ao Planalto. Já na região Sudeste, os candidatos saíram do empate técnico com o crescimento do presidente Bolsonaro em 5 pontos percentuais nas intenções de voto.
No estudo, a rejeição também indica números favoráveis ao petista. Apenas 42% dizem que não votariam em Lula em hipótese alguma. Para Bolsonaro, esse número chega a 50%, o que indica manutenção dos índices.
Com 94% dos eleitores de Bolsonaro e 93% dos eleitores de Lula afirmando estarem já decididos quanto ao voto em 30 de outubro, sobra pouca margem de alteração nas intenções. Isso significa que, sem nenhuma novidade externa ao processo eleitoral, há uma tendência de estabilidade nos números.
TRANSFERÊNCIA – Lula, que recebeu o apoio incisivo da candidata Simone Tebet (MDB) e o apoio tímido do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), até o momento capturou um percentual ainda pequeno desses eleitores, de acordo com a pesquisa.
Entre os eleitores de Ciro, 54% escolhem Lula no segundo turno, e 21%, Bolsonaro. Já entre os eleitores que dizem ter escolhido Tebet no primeiro turno, 28% dizem que votarão em Bolsonaro, 25% em Lula e 31% dizem que pretendem não votar, anular ou votar em branco.
Esse estudo incorporou também uma modelagem de dados para compreender os possíveis efeitos da abstenção sobre os resultados, construído a partir de dados do comparecimento real no 1º turno da eleição de 2022 e as pesquisas anteriores de intenção.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Pelo menos este instituto não fez pesquisa espontânea. Pessoalmente, não acredito nesses números. Acho que a diferença entre os candidatos não será tão grande assim. Ao que parece, calcular vantagem de oito pontos é um pouco de exagero. Posso estar errado, mas… (C.N.)
Nesta eleição, Bolsonaro quer misturar religião com política, experiência que jamais deu certo
Roberto Nascimento
Misturar religião com política nunca deu certo em nenhum país do mundo. Mas o Brasil resolveu correr o risco de entrar numa guerra santa, que significaria um absurdo retrocesso civilizatório. O brasileiro sempre foi cordial e ecumênico, e aqui os ateus convivem em paz e harmonia com fieis de todas as crenças – católicos, protestantes, espíritas, israelitas, umbandistas, muçulmanos, budistas, agnósticos etc.
É isso que se espera de um Estado que tenta ser laico e vem caminhando nessa direção. Não podemos perder essa característica altamente civilizada, pois a cidadania brasileira, forjada pela miscigenação de raças e nacionalidades, é exemplo para o resto do mundo.
RETROCESSO – Nestas eleições, a mistura entre religião e política vem acompanhada pelo propósito de tomar de assalto o Poder Judiciário, conforme o presidente Jair Bolsonaro expôs em entrevista à Veja. E reparem a cronologia dos fatos. Após a declaração presidencial, o vice-presidente Hamilton Mourão, já na condição de senador eleito, pronunciou-se favorável à proposta de aumentar o número de ministros, como ocorreu no início do golpe de 1964, e ainda criticou o ativismo judicial.
Em seguida, o deputado federal Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, entrevistado no Estúdio I, também apoiou o predomínio do Executivo no Supremo , inconformado com os inquéritos contra ele que tramitam na Corte Constitucional.
E agora, na terça-feira, foi a vez do senador Carlos Portinho (PSD-RJ), suplente que assumiu com a morte do senador Arolde de Oliveira. Também no Estúdio I, na qualidade de líder do governo, Portinho defendeu o aumento do número de ministros e o fim das decisões monocráticas. Aproveitou o embalo e pediu maior empenho do Senado para decidir impeachments de ministros do STF.
MUITA APREENSÃO – Em consequência desses ataques bolsonaristas, criou–se o receio de transformarem o Brasil numa república bolivariana, no que tange ao controle do Poder Judiciário.
Precisou o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), vir a público declarar que o assunto de aumento do número de ministros do STF não está na pauta. Também o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rechaçou de pronto a ideia, com argumento de que a iniciativa acarretaria um aumento brutal de despesas, em uma economia decadente e que não suporta mais tantos cambalachos para o povo pagar a conta.
Por fim, esse sonho de Bolsonaro é de difícil execução, porque necessita do apoio de três quintos dos congressistas. E antes disso ele precisa ganhar a eleição, é claro, e não está nada fácil.
Marco Aurélio Mello apoia Bolsonaro, apesar do plano para controlar a maioria do STF
Igor Gadelha
Metrópoles
Marco Aurélio Mello, ministro aposentado do Supremo, é crítico da proposta bolsonarista de aumentar o número de integrantes da Corte, mas não pretende deixar de votar em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, por causa disso.
Bolsonaro e seus aliados, como o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), eleito senador pelo Rio Grande do Sul, levantaram a hipótese de propor, via emenda constitucional, aumentar de 11 para 16 o número de ministros do STF.
Caso aprovada, a alteração permitiria que, num novo mandato Bolsonaro. nomeasse sete novos ministros na Corte, ganhando assim maioria no Supremo Tribunal Federal.
MANTÉM O VOTO – À coluna Marco Aurélio disse que a proposição dos aliados do presidente remonta à ditadura militar, quando o Ato Institucional número 2, o AI-2, aumentou o número de integrantes do Supremo para 16 ministros.
“Se não me falha a memória, com o AI-2, houve o aumento para 16 cadeiras. A razão acabou, mais tarde, por prevalecer, retornando-se às 11 cadeiras. O móvel veiculado agora merece a excomunhão maior. Não podia ser pior. De qualquer forma, a alteração pressupõe aprovação de Emenda Constitucional, com discussão e votação no Congresso Nacional, em dois turnos, sendo o quórum para aprovação de três quintos dos votos dos integrantes. Não creio haja vontade política parlamentar para isso. Tempos estranhos. Quem viver verá!”, afirmou.
Questionado pela coluna se a ideia poderia lhe fazer mudar de voto no segundo turno das eleições presidenciais, o ministro aposentado foi taxativo: “De forma alguma. Votarei nele (Bolsonaro)”, disse.
Acredite se quiser! Paraná Pesquisas agora aponta empate técnico entre Lula e Bolsonaro
Mariana Albuquerque
Correio Braziliense
Levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta quinta-feira (13/10), aponta empate técnico no segundo turno entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). O resultado se estabelece nos votos válidos e nos cenários espontâneo e estimulado. Na pesquisa, o petista tem 51,9% dos votos válidos contra 48,1% do atual presidente.
A pesquisa divulgada entrevistou 2020 pessoas, entre os dias 8 e 12 de outubro. O resultado em votos válidos inclui apenas os votos certos para um presidenciável, excluindo-se os votos brancos e nulos, assim como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga o resultado das eleições.
DIZ A PESQUISA – Lula tem 47,6% ante 44,1% de Bolsonaro, caso considere o total da amostragem. Brancos e nulos correspondem a 4,8%. Comparando com o primeiro turno, presidenciáveis obtiveram 48,43% e 43,20%, respectivamente.
No cenário espontâneo, o ex-presidente aparece 3,4 pontos à frente do adversário Bolsonaro, sendo que o petista soma 42,6% e o atual presidente da República tem 39,2%, configurando empate técnico. A pesquisa também apontou que os indecisos são 12,8% e os que afirmam não querer nenhuma das duas opções são 5,4%.
Em um cenário estimulado, o empate técnico se confirma e Lula mantém-se 3,5% pontos à frente, com 47,6%, contra 44,1% de Bolsonaro.
MARGEM DE ERRO – Segundo o Paraná Pesquisas, a margem de erro geral é de 2,2 pontos percentuais em um intervalo de confiança de 95%, e muda de região para região. No Sudeste é de 3,4 pontos percentuais, com 866 entrevistas; no Nordeste fica em 4,3 pontos percentuais, com 544 entrevistas; nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde foram realizadas 311 entrevistas, é de 5,7 pontos, e no Sul, com 299 entrevistas, de 5,8 pontos percentuais.
A pesquisa teve patrocínio financeiro e foi contratada pelo partido Progressistas por R$190.000,00, registrando-se o levantamento na Justiça Eleitoral sob o nº BR-08438/2022.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Realmente, não dá para levar a sério essas pesquisas. Parece piada, mas estão anunciando resultados diferentes em “pesquisa espontânea” e em “pesquisa incentivada”, algo incapaz de existir em segundo turno. Não há diferença em perguntar “Em quem você vai votar?” (espontânea) ou “Você vai votar em Lula ou Bolsonaro?” (incentivada). O mais interessante é que os resultados diferem. Vocês acreditas numa bobagem desse tipo? (C.N.)
Com a ajuda das Forças Armadas, Bolsonaro insiste em conspirar contra processo eleitoral
Míriam Leitão
O Globo
O presidente Bolsonaro continua escalando contra o processo eleitoral brasileiro, cada hora com uma nova ameaça. Ele queria dizer que houve fraude nas urnas no primeiro turno, mas como o relatório feito pelas Forças Armadas sobre as eleições não detectou nada anormal, isto não será divulgado.
Esta informação foi divulgada hoje no Jornal “O Globo”, em reportagem da colunista Malu Gaspar, Rafael Moraes Moura e Alice Cravo. Segundo relatos feitos por três generais (dois do alto comando), o presidente não autorizou a divulgação dos resultados porque não houve nenhum indício de fraude. Ele chegou a ir ao Ministério da Defesa, e eles aceitaram o comando para que o relatório não fosse divulgado.
SUBSERVIÊNCIA – Nunca vi as Forças Armadas tão subservientes, desrespeitando a sua própria missão. Antes das eleições, os militares fizeram tanta questão de mudar procedimentos, enviaram notas ameaçadoras ao TSE que pareciam comprar a tese de Bolsonaro de que é possível fraudar a eleição.
O tribunal cedeu a tudo o que era razoável. Agora, com este relatório em mãos, a obrigação das Forças Armadas era dar a informação ao país de que nada foi detectado na investigação. O presidente é o comandante-chefe, mas o compromisso dos militares é com o povo brasileiro. Não é um tutor nem fiscal do TSE.
Bolsonaro determinou que o relatório só seja divulgado só após o segundo turno. E ele já está colocando terror para o pleito do dia 30. Determinou que seus seguidores fiquem na seção eleitoral até o fim da apuração e façam pressão. Isto pode infringir o direito de voto, porque muita gente pode se sentir intimidado em votar. E também pode ser considerado boca de urna, o que é proibido pela legislação eleitoral. Esta convocação é mais uma forma de Bolsonaro ameaçar as instituições democráticas.
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