sábado, 22 de outubro de 2022

 

Ministro do TSE suspende vídeos da campanha de Lula em que Simone Tebet aparece sozinha

Tebet estreia na propaganda de Lula: 'O Brasil não aguenta mais Bolsonaro'  | VEJA

Tebet conseguiu tirar a cor vermelha da propaganda do PT

Márcio Falcão e Fernanda Vivas
TV Globo — Brasília

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Paulo de Tarso Sanseverino suspendeu nesta sexta-feira (21) inserções da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) protagonizadas pela senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Tebet foi candidata à presidência e ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 4,16% dos votos válidos. Na semana seguinte, a senadora anunciou apoio à candidatura de Lula — que disputa o segundo turno contra o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

FORA DA LEI – Na decisão, Sanseverino diz que a participação da senadora é irregular porque ultrapassa o limite previsto em lei, segundo o qual apoiadores podem aparecer em até 25% do tempo da peça eleitoral.

“Verifica-se […] que a apoiadora Simone Tebet protagonizou a propaganda eleitoral da representada durante 100% do tempo disponível, ou seja, durante os 30 segundos de inserção”, diz a decisão.

O despacho também define multa de R$ 25 mil caso a campanha de Lula descumpra a determinação após ser notificada.

DIZ TEBET – No material apresentado como prova e agora com divulgação suspensa, a senadora Simone Tebet diz que “em quatro anos de Bolsonaro, a vida piorou”.

“Deboche com a pandemia, descaso com meio ambiente, desastre na economia, 33 milhões de brasileiros passam fome, quase 80% das famílias estão endividadas. O Brasil não aguenta mais Bolsonaro. Agora podemos mudar. Por isso, estou com Lula. Apesar das diferenças, o que nos une e muito maior: a democracia e o futuro do nosso país. Vamos com Lula, pelo Brasil”, diz o vídeo gravado pela candidato do MDB.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Antes da votação do primeiro turno, já tinha pintado um clima e a senadora revelou que apoiaria Lula no segundo turno. Então, não foi surpresa que tenha confirmado o apoio após a primeira fase da eleição. O que não se esperar é essa dedicação exclusiva, esse furor patriótico, com a senadora acompanhando Lula pelo Brasil e entrando na propaganda eleitoral como se estivesse na sua praia política. Assim, virou logo a musa do PT, levando Lula e os petistas a revogar a cor vermelha, vejam a que ponto chegamos. E hoje os trabalhadores nem lembram mais que Tebet estava decidida a privatizar a Petrobras, se fosse eleita. Em tradução simultânea, a política brasileira é uma esculhambação. (C.N.)

Sai a primeira pesquisa com Bolsonaro à frente, tendo 50,5% dos votos válidos e Lula, 49,5%

Bolsonaro não será indenizado por charge que o associa a atentado contra  público LGBT | Jovem Pan

O próprio Bolsonaro ficou surpreso com essa nova pesquisa

Deu no Exame

Para o segundo turno da eleição presidencial, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 50,5% dos votos válidos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 49,5%, de acordo com pesquisa Futura Inteligência, encomendada pelo banco Modal e divulgada nesta sexta-feira, 21.

Para os votos válidos, são desconsiderados brancos, nulos e as pessoas que dizem que não sabem. É desta forma que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) faz a contagem oficial da eleição.

Pela margem de erro da pesquisa, que é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, há margem para empate técnico entre os candidatos. Na última pesquisa divulgada pelo mesmo instituto, na semana passada, Lula aparecia à frente de Bolsonaro, também dentro da margem de erro.

OSCILAÇÕES – Desde a última pesquisa do mesmo instituto, na semana passada, Lula oscilou um ponto para baixo e Bolsonaro oscilou 0,4 para cima nos votos totais, incluindo brancos e nulos ou quem não soube responder. Bolsonaro (PL): 46,9% (alta de +0,4 ponto ante pesquisa anterior); Lula (PT): 45,9% (queda de -1 ponto); Não sabe, não respondeu ou indeciso: 3,3%, Branco/nulo: 3,8%.

Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados e os entrevistados precisam responder por conta própria, Bolsonaro também está à frente, com 46,3% (alta de +0,5 ponto), enquanto Lula cai para 45,0% (queda de -1 ponto); Não sabe, não respondeu ou indeciso: 4,4%; Branco/nulo: 4,2%.

Para a pesquisa, foram ouvidas 2.000 pessoas entre os dias 17 a 19 de outubro, usando a abordagem CATI (entrevista telefônica assistida por computador). O nível de confiança é de 95%.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Uma final espetacular do Grande Prêmio Brasil, versão política, com dois neandertais disputando cabeça a cabeça, com empate técnico a ser decidido no photochart, que os turfistas chamam de olho mecânico. Haja coração! (C.N.)  

Bolsonaro deu sorte no sorteio: vai abrir e encerrar o debate da Globo na quinta-feira

Leia a transcrição do debate entre Lula e Bolsonaro na "Band"

Sem Lula nos debates, SBT e Record entrevistam Bolsonaro

Edoardo Ghirotto
Metrópoles

A campanha de Jair Bolsonaro avaliou que o sorteio que definiu a ordem das perguntas no debate da Globo foi favorável para o presidente. Ficou definido que Bolsonaro será o primeiro a perguntar no bloco de abertura, nesta quinta-feira. E o presidente também fará a última fala nas considerações finais.

O primeiro bloco é considerado o mais importante, por ter a maior audiência do público. A avaliação é que o sorteio deu a oportunidade a Bolsonaro de conduzir a discussão para as suas áreas de interesse. Os aliados de Lula consideram o debate da emissora como o momento decisivo do segundo turno.

DUAS SABATINAS – Antes do embate na Globo, contudo, Bolsonaro terá duas sabatinas de aproximadamente uma hora cada no SBT (nesta sexta-feira, e na Record (neste domingo). As entrevistas na televisão aberta foram marcadas porque Lula não quis ir aos debates nas emissoras.

A campanha quer usar as sabatinas para o presidente falar aos eleitores de menor renda e, assim, focar em propostas para um segundo mandato. Os ataques a Lula devem ficar em segundo plano nessas entrevistas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
  –  Com a mulher Janja assumindo ao controle da comunicação social da campanha, Lula preocupa cada vez o partido. O excelente jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, revela que nenhuma decisão da comunicação da campanha do petista é tomada sem passar pelo crivo de Janja:

”Oficialmente responsáveis pela comunicação, os petistas Edinho Silva e Rui Falcão têm poder, mas é ela quem dá a palavra final se devem ou não ser levadas à frente as propostas de marqueteiros, youtubers, especialistas em internet e artistas para melhorar a performance de Lula nas redes sociais e na campanha em mídias tradicionais”, afirma Amado. “Marqueteiros que têm se voluntariado para ajudar Lula têm tido ideias vetadas, bem como influenciadores e artistas com milhões de seguidores e expertise em trabalhar com internet. Se Janja não topa, não adianta”. Como diz o Romário, a mulher de Lula mal entrou no ônibus e já quer sentar na janela. Isso não vai dar certo, podem ter certeza. (C.N.)  

Com ataques a Lula e corrupção no PT, Moro estreia na propaganda eleitoral de Bolsonaro 

Sergio Moro em propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro na TV - Foto: Divulgação PL

“É preciso ficar claro que roubar é errado”, diz Moro sobre Lula

Lucyenne Landim
O Tempo

O senador eleito Sergio Moro (União-PR) apareceu na propaganda do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, exibida na cadeia de rádio e televisão nesta sexta-feira (21). A estreia do ex-juiz e ex-ministro da Justiça na peça publicitária acontece em meio à reconciliação entre os dois.

“Os governos do PT foram manchados por escândalos de corrupção. Eu quero poder chegar na minha casa e olhar nos olhos do meu filho e dizer para ele que roubar é errado. Não podemos permitir que o PT, com todos esses escândalos de corrupção, retorne ao poder. Por isso pense muito bem em quem você vai votar, que tipo de lição, que tipo de país você quer deixar para os seus filhos”, afirmou Moro na propaganda.

TINHA DADO UM CLIMA – Moro deixou o governo federal em abril de 2020 acusando Bolsonaro de interferência em investigações. Desde então, manteve tom de ataque ao mandatário e tentou se lançar candidato à Presidência pelo Podemos, mas viu o plano eleitoral ruir após trocar de partido e se filiar ao União Brasil.

Ainda na campanha ao Congresso Nacional, Moro demonstrou a possível aproximação a Bolsonaro ao não descartar um eventual apoio. Depois de eleito e da eleição presidencial ir para o segundo turno, o ex-juiz então foi convidado a assistir o debate na TV Globo e nos bastidores, diante da imprensa, declarou oficialmente voto em Bolsonaro e passou a acompanhar o presidente em agendas de campanha.

Na quarta-feira (19), Bolsonaro afirmou que as divergências entre os dois ficaram no passado e indicou contar com o apoio de Moro em pautas que defende e que estarão em debate no Congresso Nacional. A manifestação foi em podcast do portal O Antagonista. O segundo turno presidencial será disputado em 30 de outubro entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Há um ‘fogo amigo’ na campanha de Haddad, com lavagem de roupa suja no meio da guerra

Como foi o debate entre Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad na Band

Petistas querem culpar Haddad pelos problemas de Lula

Vera Rosa
Estadão

Uma bronca dada em dirigentes do PT pelo WhatsApp provocou mal-estar no comitê de Luiz Inácio Lula da Silva. Na mensagem, o deputado Emídio de Souza, coordenador da campanha de Fernando Haddad ao Palácio dos Bandeirantes, definiu a tentativa de culpar o ex-prefeito pelo desempenho de Lula em São Paulo como “miopia pura ou coisa pior”.

Em tom de desabafo, Emídio citou “o velho e nefasto ‘fogo amigo’” para pedir que a lavação de roupa suja não fosse feita “no meio da guerra”. O pito de 25 linhas foi enviado há duas semanas no grupo da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma de Lula e Haddad, majoritária no partido.

ALVO DA LABAREDAS – Haddad começou a ser alvo das labaredas vindas da equipe de Lula logo após o primeiro turno. Ao contrário do que indicavam as pesquisas, ele foi para a segunda rodada da disputa atrás do ex-ministro Tarcísio de Freitas, que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, Lula não obteve o resultado esperado em São Paulo, “a joia da coroa”. No maior colégio eleitoral do País, que reproduz o confronto nacional entre o PT e o PL, Bolsonaro saiu na frente.

Ao passar a descompostura nos companheiros, Emídio argumentou que a campanha de Lula e Haddad precisaria ser “totalmente colada”, como a de Tarcísio e Bolsonaro, e cobrou unidade. A estratégia está sendo posta em prática agora, mas o “fogo amigo” ainda não foi sepultado de vez.

OCUPAR AS RUAS – “Fiz um apelo à responsabilidade. Melhorou”, disse Emídio à coluna. “É preciso ter juízo.” Pelo WhatsApp, ele orientou os dirigentes a “ocupar as ruas” para virar o jogo.

“O bolsonarismo que vamos derrotar não pode ter no governo de SP um quartel de onde vão se reorganizar para nos atacar”, escreveu o deputado. “O neotucanismo de Doria e Rodrigo não pode sobreviver debaixo da batina de Tarcísio em SP. Parece óbvio, mas tem gente graúda entre nós que parece negar o óbvio”, completou, após mencionar o ex-governador João Doria e seu sucessor, Rodrigo Garcia.

Cristão novo no PSDB, Garcia protagonizou a maior derrota do partido, que comandava São Paulo há 28 anos e hoje vive sua pior crise. Logo em seguida, o governador se aliou a Bolsonaro e a Tarcísio.

SEM RECEPTIIVIDADE – “Buscamos várias vezes aproximação para tentar estabelecer uma estratégia que levasse PT e PSDB para o segundo turno e não tivemos êxito”, afirmou Haddad em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira, 17.

Nos bastidores, porém, a campanha de Lula diz que a tática do ex-prefeito, ao atacar Garcia e poupar Tarcísio, acabou antecipando o voto útil contra o PT. “Eu fui obrigado a me defender e essa defesa soou mal, mas ningúem se lembrou de perguntar por que eles partiram para a agressão daquela maneira”, insistiu Haddad.

“Eu creio que havia ali um combinado (com Bolsonaro), que se revelou mais plausível pela pressa com que o que sobrou do PSDB aderiu à campanha do Tarcísio.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Então, fica combinado assim: se Lula perder esta eleição, a culpa será do Haddad, que é uma espécie de mordomo em roteiro policial. (C.N.)

Populistas extremos geralmente sucumbem quando tentam se tornar mais autoritários

Twitter 上的 Folha de S.Paulo:"Esta é a charge de João Montanaro publicada na  #folha nesta segunda (1°). Quer ver mais charges no jornal? Acesse  https://t.co/SYBMd91i4u #folha #fsp #folhadespaulo https://t.co/MqoCvKX1VX"  / Twitter

Charge do João Montanaro (Folha)

Carlos Pereira
Estadão

Receios de fragilização da democracia brasileira diante de um possível, mas cada vez menos provável, segundo mandato do presidente Bolsonaro parecem ter chegado a um patamar elevadíssimo. Mesmo sem evidências científicas sistemáticas que suportem tal expectativa, muitos acreditam que, se a democracia governada por um populista extremo não se fragilizar no primeiro mandato, certamente se fragilizará no segundo.

Preferem sempre acreditar mais em ameaças futuras do que na trajetória de evidências robustas de resistência institucional e social.

EMENDA DO STF – Tais receios foram catapultados a partir de um suposto plano de Bolsonaro para aumentar o número de ministros da Suprema Corte por meio de uma emenda constitucional a ser apresentada no início de 2023, caso seja reeleito.

O próprio presidente, em tom mais ameno, mas nem por isso menos ameaçador, disse que podia desistir da ideia, mas apenas se o Supremo baixasse a bola.

No artigo “How Populism Dies” (Como Morre o Populismo), o professor Kurt Weyland da Universidade do Texas, Austin, desafia a credibilidade de tais temores ao mostrar que apenas 24% dos líderes populistas tomam de fato iniciativas que geram retrocessos democráticos e que somente 1/3 deles seriam efetivos ao proporcionar alguma deterioração democrática.

HÁ EXCEÇÕES – Os casos sempre citados de Fujimori, Chávez, Orbán e Erdogan são, na realidade, uma exceção à regularidade estatística de que a grande maioria dos países governados por populistas extremos conseguem resistir às suas ameaças de retrocessos democráticos. Existiria, portanto, um erro de viés de seleção dos exemplos analisados (variável dependente).

Democracias frequentemente persistem a despeito de tentativas de líderes populistas de enfraquecê-las, mesmo quando enfrentam o infortúnio de reelegê-los.

Um dos elementos chave para entender o fracasso de populistas extremos está relacionado ao desenho institucional dos países, especialmente a capacidade do conjunto descentralizado de “pontos de veto” de resistir e de contra-atacar diante de iniciativas iliberais.

CONCENTRAÇÃO DE PODER – Não se deve apenas observar o papel de vetos institucionais e partidários sob a lente dos potenciais obstáculos e problemas que geram à governabilidade (deadlocks).

Também é preciso acompanhá-los sob a lente de prevenir mudanças institucionais que levem à concentração de poder e à deterioração democrática.

Kurt Weyland mostra que, ao invés de democracias morrerem, é mais fácil que líderes populistas se enfraqueçam politicamente e venham a “morrer” como consequência das suas tentativas de asfixiar a democracia.

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