Ex-diretor do Estadão ataca o “nazismo” do Supremo/TSE e pede uma “enxurrada de votos” contra Lula
Carlos Newton
O sempre atento jornalista e advogado José Carlos Werneck nos envia uma importante reportagem de Diógenes Freire, do site Brasil Sem Medo, que reproduz um vídeo postado em redes sociais por Fernão Lara Mesquita, diretor do Estadão, em que se manifesta contra a escalada autoritária dos ministros das Cortes Supremas que defendem a candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT)
“É proibido chamar o Lula de corrupto ou de ladrão, mas é por civilidade ou é por notícia falsa? Não tem mais argumentos, agora é só força bruta. Censuram até ex-ministro do Supremo Tribunal”, diz Mesquita, acrescentando: “Ninguém tem mais desculpa, gente. Cada um vai ter que se assumir. Nazista é quem censura e não quem é censurado”.
Mesquita também alertou para os riscos de ter Lula de volta à presidência com o atual Poder Judiciário aparelhado pela esquerda. “É preciso afogar tudo isso numa enxurrada de votos para evitar que vire uma enxurrada de lágrimas ou até de sangue. Ou então, se acovarde. Responda à patrulha e não à história. Traia sua raça, traia o futuro do Brasil, saia à caça dos resistentes, junte-se aos linchadores ou anule o seu voto, em vez de varrer essa gente sinistra que mente na sua cara olhando você nos olhos e durma com isso pelo resto da sua vida”, alerta o diretor do Estadão.
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NÃO SE ACOVARDE, AGORA É GUERRA
Fernando Lara Mesquita
Gente, eu volto de dois dias de folga com não sei quantas bocas caladas mais, um canal de televisão inteiro ameaçado de fechamento e 225 a 225 minutos de propaganda dos candidatos à presidência convertidos em 395 para o Lula e 55 para o Bolsonaro num seis a zero feito só de gols do juiz.
É proibido chamar o Lula de corrupto ou de ladrão, mas é por civilidade ou é por notícia falsa? Não tem mais argumentos, agora é só força bruta. Censuram até ex-ministro do Supremo Tribunal.
Eles estão chamando 230 milhões de brasileiros de imbecis e um monte deles, para além da turminha da teta, está gostando disso. Eu estou fora. Isso é só o começo, gente. Não vão parar por aí. Eles vão ter de ser parados.
HERÓIS DA RESISTÊNCIA – Foi Jesus Cristo e não Barrabás que foi censurado, preso e crucificado. Foi o Tiradentes e não o Joaquim Silvério dos Reis que foi enforcado e esquartejado pela inquisição. Foram os heróis da resistência e não a Gestapo que foram torturados nos porões. Foi o Alexander Soljenítsin e não a KGB que foi mandado para morrer na SIbéria.
O meu bisavó assaltava fazendas à noite para soltar escravos das senzalas e conduzi-los para os quilombos. Depois, ele fundou um jornal abolicionista e republicano em plena São Paulo dos barões do café e do tempo do Império. O filho dele foi preso 17 vezes e exilado duas pelo Alexandre de Moraes do seu tempo. E o meu pai liderou a conspiração para o contragolpe de 64 contra essa mesma gente que com mentiras e força bruta quer plantar na marra o império da mentira que não conseguiu nos impor naquela altura.
E eu, junto com meu pai, trabalhei 30 anos em redação para dar fuga, para libertar e para garantir a liberdade de palavras aos meus adversários ideológicos.
FALTA-LHES RAZÃO – Neste momento de país no contrapé, a Gestapinho do nosso Führer tem poder para calar bocas aqui e ali, mas não para convencer. Para convencer é preciso persuadir, como dizia Unamuno no seu famoso discurso, e para persuadir falta-lhes a razão, o direito e a legitimidade nessa luta.
Eles não passarão. Não conseguirão calar um país inteiro na era da internet. Ninguém tem mais desculpa, gente. Cada um vai ter que se assumir. Nazista é quem censura e não quem é censurado.
É com Jesus Cristo, com Tiradentes, com os heróis da resistência e não com Barrabás, com a inquisição e a Gestapo que eu permaneço.
DO LADO CERTO – Jornalistas, blogueiros, políticos e cidadãos que foram perseguidos, penduram a perseguições dos capas pretas, do nosso ditadorzinho bandalho como medalhas de honra ao mérito no seu peito. Elas vão ser as provas eternas de que vocês estiveram do lado certo neste momento errado da história do Brasil.
É preciso afogar tudo isso numa enxurrada de votos para evitar que vire uma enxurrada de lágrimas ou até de sangue. Ou então, se acovarde. Responda à patrulha e não à história.
Traia sua raça, traia o futuro do Brasil, saia à caça dos resistentes, junte-se aos linchadores ou anule o seu voto, em vez de varrer essa gente sinistra que mente na sua cara olhando você nos olhos, e durma com isso pelo resto da sua vida.
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P.S. – Bem, amigos. Desde 2013 a família Mesquita já não controla o Estadão. O jornalista Fernando Lara Mesquita era o herdeiro da dinastia e teve de se afastar do jornal. Mas continua influente e participante na mídia tendo dado sucessivas entrevistas contra a volta de Lula ao poder, que tem apoio de praticamente toda a grande imprensa. Esta eleição é uma briga de cachorro grande. E o ex-diretor do Estadão segue a tradição familiar, ao demonstrar oposição à volta de Lula. (C.N.)
Charge do Duke (O Tempo)
Em vídeo, Michelle Bolsonaro afirma que Kelmon é “o padre mais amado do Brasil”
Ranier Bragon e Artur Rodrigues
Folha
Dois dias antes de Roberto Jefferson (PTB) atacar policiais e, depois, ser chamado de “bandido” por Jair Bolsonaro (PL), a primeira-dama Michelle Bolsonaro postou vídeo afirmando ter passado o dia na festa de aniversário de Kelmon Luis da Silva Souza (PTB), chamado por ela de “o padre mais amado do Brasil”.
Kelmon entrou na corrida pelo Palácio do Planalto após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negar por unanimidade o registro de candidatura de Roberto Jefferson, seu padrinho político, de quem seria candidato a vice.
ENTREGOU AS ARMAS – Coube ao autoproclamado padre, neste domingo (23), entregar as armas do ex-deputado federal à polícia.
O candidato ficou em sétimo lugar na disputa, com apenas 0,07% dos votos válidos, e teve como principal papel na eleição fazer uma dobradinha com Bolsonaro nos debates realizados pelas TVs Band e Globo.
Em vídeo em comemoração ao aniversário de Kelmon, Michelle No vídeo, Michelle e outras bolsonaristas que integram uma caravana pelo país em apoio ao presidente, entre as quais a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), cantam parabéns para Kelmon. “Parabéns, padre Kelmon, o padre mais amado do Brasil! Deus te abençoe, meu querido, viva o padre Kelmon”, diz Michelle no registro publicado na última sexta-feira (21).
RESISTIU À PRISÃO – Neste domingo, Jefferson, que cumpria prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, foi alvo de uma ação da Polícia Federal determinada por Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O político de extrema direita reagiu à abordagem e até atirou. De acordo com a PF, o ex-deputado também lançou uma bomba de gás lacrimogêneo na direção dos agentes. Dois policiais, atingidos por estilhaços, ficaram levemente feridos.
Um dia antes de dizer não ter nenhuma ligação com Jefferson, o que não é verdade, Bolsonaro levou ao palanque o presidenciável do PTB, Padre Kelmon.
Durante evento em Guarulhos no sábado (22), o presidente fez agradecimento especial a ele, citado como alguém que “fez a diferença” durante debate — em que ambos protagonizaram uma dobradinha. “Eu o chamo de padre que caiu do céu. Obrigado, Kelmon.”
Novas pesquisas agora indicam vitória fácil de Lula com 6 a 8 pontos de diferença
Saíram duas pesquisas nesta segunda-feira, dos institutos Ipec e Atlas – a primeira, patrocinada pela TV Globo; a segunda, bancada pela própria empresa pesquisadora. Os dois levantamento indicam vitória de Lula da Silva (PT). No caso do Ipec, a diferença continuaria sendo de 8 pontos, nos votos válidos, sem mudança em relação à pesquisa divulgada no dia 17 de outubro, antes do debate na Band.
No Atlas, a diferença entre eles cairia para 6 pontos percentuais, nos votos válidos, ou 4 pontos, na margem de erro.
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IPEC: LULA TERIA 54% A 46%
Pedro Grigori Correio Braziliense
A quarta rodada de pesquisas do Ipec durante o segundo turno, divulgada na noite desta segunda-feira (24/10), mostra o ex-presidente Lula da Silva (PT) na liderança da corrida pelo Palácio do Planalto, com 50% dos votos totais. O chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), marcou 43%.
Os dois candidatos continuariam com o mesmo percentual do último levantamento do instituto, divulgado no dia 17 de outubro. A diferença entre eles permaneceria sendo de 7 pontos percentuais.
OUTRAS OPÇÕES – A seis dias do segundo turno, 5% dos eleitores dizem que votarão em branco ou nulo, enquanto 2% ainda não sabem em quem votar, de acordo com o levantamento do Ipec.
Em relação aos votos válidos, Lula se manteve com 54%, enquanto Bolsonaro continuaria com 46% — a diferença entre os dois continua sendo de oito pontos percentuais. A métrica dos votos válidos é a mesma adotada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições, onde brancos e nulos são desconsiderados.
O Ipec entrevistou, presencialmente, 3.008 eleitores acima de 16 anos, em 183 municípios, entre sábado (22/10) e segunda-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança do levantamento é de 95%. A pesquisa, encomendada pela Rede Globo, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-06043/2022.
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ATLAS: LULA TERIA 53% A 47%
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 53% dos votos válidos, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), 47%, segundo a pesquisa Atlas Intel, divulgada nesta segunda-feira, 24. Para os votos válidos, são desconsiderados brancos, nulos e as pessoas que dizem que não sabem.
Para a pesquisa, foram ouvidas 4.500 pessoas entre os dias 18 e 22 de outubro. A margem de erro é de um ponto percentual para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A sondagem foi registrada no TSE com o número BR-06415/2022. Veja o relatório completo.
Em uma pergunta estimulada, com os nomes apresentados em formato de lista aos entrevistados, Lula aparece com 52,0%, e Bolsonaro tem 46,2%. As pessoas que não sabem, brancos e nulos somados são 1,8%.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Agora passa a haver seis pesquisas pós-debate na Band: em quatro delas, empate técnico, com Lula liderando uma e Bolsonaro as outras três; nas outras duas, agora divulgadas, Lula teria entre 6 e 8 pontos de frente. E ainda falta divulgar outras seis pesquisas. Haja coração! (C.N.)
Criticado por colegas, o negociador da rendição de Jefferson tem sua atuação aprovada pela PF
Bela Megale
O Globo
As críticas feitas por integrantes da Polícia Federal ao agente Vinícius Segundo, sobre sua atuação na negociação com o ex-deputado Roberto Jefferson, não são compartilhadas por integrantes da cúpula do órgão no Rio de Janeiro e também membros de Brasília.
A avaliação do comando da corporação é que o trabalho desenvolvido pelo policial “foi bem-sucedido” e que ele “cumpriu o papel” de evitar que alguma tragédia acontecesse.
TROPA DE ELITE – Eles destacaram ainda que Vinícius Segundo foi treinado pelo Comando de Operações Táticas (COT), a tropa de elite da PF, e que integra o grupo tático da Superintendência do Rio, o chamado Grupo de Pronta Intervenção (GPI).
Vinícius Segundo passou a ser criticado por parte de seus colegas na PF após aparece em um vídeo negociando com Jefferson. No filme revelado pela colunista Malu Gaspar, o agente diz ao ex-deputado: “o que o senhor precisar, a gente vai fazer”.
O tratamento foi considerado “excessivamente amistoso” por parte de integrantes da corporação, que alegam que, naquele momento, a situação já estaria sob controle e que ele poderia ter tido uma atuação mais ostensiva contra o ex-parlamentar, que lançou bombas de gás lacrimogêneo e atirou contra os policiais.
SERIA ALGEMADO… – Delegados da PF relataram à coluna que o usual, depois de vencer as resistências do alvo, seria ter “algemado Jefferson e não desenvolver conversas com risinhos”.
Interlocutores da cúpula da PF, no entanto, afirmaram que o agente seguiu o protocolo que a situação pedia. O próprio Vinícius Segundo se explicou a colegas em um grupo de WhatsApp, como também informou Malu Gaspar, e disse que ”vestiu um personagem”.
Fontes da corporação relataram que, como a ação policial culminou em dois agentes feridos e um carro alvejado, será aberto um procedimento administrativo para apurar a “dinâmica dos fatos”. Neste contexto, a atuação de cada um dos seis policiais que participaram da prisão de Roberto Jefferson será analisada.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Roberto Jefferson é um ator, que primeiro fazia o papel de advogado e aprendeu a interpretar no programa “O Povo na TV”, dirigido por nosso amigo Wilton Franco, um diretor-comunicador genial, que às seis horas fazia uma oração à Virgem Maria em pleno palco.
De cima, Jefferson tinha o controle da situação. Lançou as três bombas de gás lacrimogêneo, mas não tinha intenção de atingir ninguém, o delegado e a agente foram feridos levemente por estilhaços. Ele contou ao negociador que foi o agente “magrinho” que fez o primeiro disparo. E disse que só disparou um tiro na viatura, porque sabia que havia ninguém lá. Depois, no depoimento, afirmou ter dado “uns 50 tiros”, uma mentira colossal, porque teria transformado o veículo numa peneira, e isso não aconteceu.
Podem agravar à vontade, dizer que Jefferson será acusado de “quádrupla tentativa de homicídio” e tudo o mais, como a Folha está fazendo. Porém, a verdade estaria com Moreira da Silva: “Vocês joguem terra nesse sangue, não é guerra, é brincadeira, vou desguiando na carreira…”. (C.N.)
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