Sem mandato, Simone Tebet ficará fora da política e do sonho de chegar à Presidência
Vicente Limongi Netto
Passadas as eleições, Simone Tebet vai ter que pensar na vida. Mandato dela termina em fevereiro. Perdeu o mel e a cabaça. Perdeu, também, a liderança que apregoava ter, em Mato Grosso do Sul, para a ex-ministra da Agricultura e virtual senadora eleita, Thereza Cristina.
Com apoio do agronegócio, Simone Tebet, sim, tem café no bule para voos políticos maiores. Para não ficar chupando o dedo, com o habitual ar de sabidona, poderá ser candidata, em 2024, a prefeita ou a vereadora.
A FILA ANDA – Bobagem se encher de vento e cultivar ilusões e pretensões presidenciais, novamente em 2026. A fila anda. Em política, mais ainda. Pode tirar a onça ou o cavalo da chuva porque, neste caso, embora estejamos longe, não terá novamente o apoio do MDB. Simone que arrume a trouxa e vá cantar noutro partido.
Também não sonhe com algum cargo no próximo governo. Lula ou Bolsonaro querem vê-la pelas costas, embora seus apaniguados já estejam animados nas plantações de notas, para ver se cola. Até 2026, admitindo que seja prefeita, não terá mais a visibilidade que teve, nas atuais eleições, porque não empolgou, não teve votos suficientes para decolar nem competência para aproveitar.
Nessa linha, nome dentro do MDB que não pode ser desprezado, nas próximas eleições, é o do jovem governador do Pará, Helder Barbalho, recordista no país todo em votos suficientes para reeleger-se governador, no primeiro turno. Números indicam que Helder tem 72% das intenções de votos.
DUPLA SERTANEJA – Mostre desapego e autocrítica, senadora, espelhe-se em Helder. Filho e cria do pai, ex-governador, ex-ministro, ex-presidente do senado e atual senador Jader Barbalho. Do grupo dos experientes caciques do MDB, que Simone tratou mal, achando-se rainha da cocada.
Mas se nada der certo na política, para Tebet as más línguas sugerem que forme com a senadora Soraya Thronicke, a dupla sertaneja Simone e Soraya. Mostraram na campanha que têm gogó e talento musical para substituir as irmãs Simone e Simaria.
“Boa idéia”, exclamam admiradores da música sertaneja, com alusão a famosa cachaça, já que Simone empacou nos 5% nas pesquisas e Soraya, por sua vez, atolou dos 1%. Juntando as duas, deu 51!
CENTRÃO SE ADAPTA – O colunista Luiz Carlos Azedo (Correio Braziliense – 29/09) afirma que o “Centrão sai de fininho da campanha de Bolsonaro”. Para mim não é novidade. Sobre os fariseus do Centrão, recordo o que enfatizei aqui na Tribuna da Internet, em abril de 2021: São leais enquanto ganham tudo que exigem do governo. São diabos gulosos fantasiados de núcleo político. Com eles a lua-de-mel tem prazo de validade.
Por fim, cumprimentos à TV-Globo pela extraordinária e histórica série “Brasil em Constituição”. Trabalho jornalístico exaustivo e completo. Elaborado com esmero e riqueza de detalhes. As reportagens da série traduziram, relataram e enfatizaram a importância da Carta Magna nos anseios e na vida dos brasileiros. Ela garante e protege direitos. Moderna e pioneira, precisa ser respeitada e preservada.
No próximo dia 5 a Constituição completa 34 anos de promulgação. Tive o prazer de compartilhar episódios da série com o emocionado ex-deputado, ex-senador e ex-ministro da Justiça, Bernardo Cabral. Hoje com 90 anos de idade, Cabral teve papel de destaque na Constituinte. Como relator-geral, foi responsável pela redação definitiva da “Constituição Cidadã”, como definiu Ulysses Guimarães.
Charge do Duke (O Tempo)
TV Globo considera a novela Pantanal mais importante do que o debate antes da eleição
Carlos Newton
Desde o início da República, jamais se viu uma eleição como essa, com uma campanha totalmente polarizada desde 15 de abril de 2021, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu “interpretar” a legislação para aprovar, por 8 votos a 3, o cancelamento das condenações de Lula da Silva e o remanejamento de seus processos para a Justiça Federal do Distrito Federal, onde ele morava quando montou o maior esquema de corrupção já visto no mundo.
Esse argumento de que o endereço da Vara Criminal estava equivocado e a Justiça Federal de Curitiba não tinha poderes para processar Lula vai entrar na História e nos livros de Direito como o mais vexaminoso erro judiciário já cometido no Brasil, porque foi proposital, coletivo e irreparável.
ARAS SE OMITIU – A única autoridade com direito a recorrer desta manobra era o procurador-geral Augusto Aras, mas se amedrontou, se acovardou e se amordaçou, esquecido de sua obrigação de agir como fiscal do cumprimento das leis.
Não foi coincidência, trata-se de uma decisão política, cuidadosamente deliberada e planejada, que mancha para sempre a imagem da Suprema Corte.
Se os ministros do STF não concordavam com o comportamento do presidente da República, isso não significa que tivessem direito de jogar no lixo as condenações proferidas unanimemente por dez magistrados – dois juízes na primeira instância, três desembargadores na segunda e cinco ministros na terceira instância, e todos ele já haviam examinado, julgado e rejeitado a arguição da incompetência da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba.
APOIO DA MÍDIA – Tudo isso foi feito para evitar a reeleição do presidente Bolsonaro. E o mais incrível é que essa decisão de caráter exclusivamente político, sem base legal, ganhou imediatamente o apoio da grande mídia, saudosa da generosidade de Lula da Silva na distribuição de recursos públicos para comprar consciências editoriais.
A partir daí, tudo mudou. A mídia passou a execrar os brasileiros que integraram a força-tarefa da Lava Jato, enquanto tudo fazia para “inocentar” Lula da Silva, conforme o atestado de bons antecedentes que foi conferido ao ex-presidiário pelo jornalista William Bonner, ao vivo e a cores.
Agora, o mesmo Bonner, aquele que confessou fazer jornalismo para pessoas de poucos neurônios como o personagem Homer Simpson, foi o apresentador do último debate da eleição. E o que fez a poderosa TV Globo? Simplesmente marca o início do programa para as 22h30m horas, porque a novela Pantanal e o Jornal Nacional são mais importantes do que a escolha do próximo presidente da República.
SESSÃO CORUJA – E a Globo ainda tem a desfaçatez de anunciar que o debate não teria hora para acabar, poderia se estender até as 01h30m da madrugada de sexta-feira, como se fosse uma Sessão Coruja, para ser assistida por meia dúzia de telespectadores…
O que se conclui é que o debate foi programado para não ser visto, num comovente esforço da TV Globo para facilitar a volta do ex-presidiário Lula da Silva ao poder.
Com essa ação conjunta do Judiciário e da imprensa, que é considerada o Quarto Poder, houve uma flagrante intervenção no processo democrático do país, para alijar Jair Bolsonaro do poder, como se os brasileiros não tivessem competência para escolher algum outro candidato, sendo necessário “inocentar” um criminoso tão vulgar e imoral que chegou criar um valioso cargo público para sustentar a amante, mantê-la a seu lado e dispor de seus serviços com maiores facilidades.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Diante dessa situação, o ex-governador Francelino Pereira e o cantor Renato Russo certamente perguntariam: “Que país é esse?”. E a gente responderia: “Vocês não sabem o que estão perdendo…”. (C.N.)
Com votos firmes nos dois principais candidatos, não há previsão de guinadas nem surpresas, mas…
Eliane Cantanhêde
Estadão
Na reta final da campanha, cresce a expectativa de vitória do ex-presidente Lula, mas o mais importante é que aumentam as chances de uma decisão já no domingo. Com 52% dos votos válidos no Ipec, Lula pode ter entre 50% e 54%, no intervalo da margem de erro, ou seja, o suficiente para fechar a eleição no primeiro turno, sem necessidade de um segundo.
O recuo de Ciro Gomes, de 7% para 6%, é um indício de que o voto útil pró-Lula, deflagrado por artistas, líderes e tucanos, começou a decantar para o eleitorado e tende a ser decisivo na eleição. É por isso que Ciro, numa demonstração de fraqueza, saiu, nesta segunda-feira, 26, em defesa da própria candidatura. Ele sabe que Caetano Veloso não é o seu único eleitor a aderir ao voto útil…
VOTO ÚTIL OU ENVERGONHADO – Acabou o treino, chegamos ao “vamos ver”, quando o eleitor passa a pensar e a discutir a eleição dia e noite, preparando-se para depositar na urna eletrônica o voto melhor para ele e também para o País. Esse mergulho na reta final favorece o candidato que lidera as pesquisas, neste ano, Lula.
Alguns números impressionam na pesquisa Ipec de 26/9. Não mais pela estabilidade, marca da campanha, mas, por exemplo, pela coincidência entre os votos espontâneos (em que o eleitor cita o seu candidato) e estimulados (quando lhe apresentam os nomes). Lula tem 48% nas duas opções e Bolsonaro mantém 31% também em ambas. Leia-se: os votos estão consolidados e muito dificilmente, sem uma hecatombe, as intenções de voto deles sofrerão solavancos. E, no segundo turno, dá 54% a 35%.
Se houver surpresas a favor de Lula na última hora, serão pelo voto útil e pela atração natural do favorito. Se forem a favor de Bolsonaro, serão a confirmação do “voto envergonhado”, como setores bolsonaristas costumam anunciar, sem comprovar, e mudanças nos maiores eleitorados.
OUTRAS HIPÓTESES – Se essas surpresas forem contra Lula, serão por abstenção, já que seu eleitor é mulher, mais pobre, menos escolarizado e do Nordeste, os maiores eleitorados e os mais passíveis de não comparecimento, por causa de filhos, falta de dinheiro, longas distâncias, ou condições para enfrentar, por exemplo, uma forte chuva. No caso de Bolsonaro, não estão previstas más surpresas, além das que já tem.
Lula atingiu seu maior índice entre mulheres, católicos, quem ganha até dois salários mínimos, os que têm até o ensino médio e no Sudeste, fundamentais na eleição, enquanto Bolsonaro só teve seu pico de intenções de voto num único segmento: o dos evangélicos – 50%.
Só com evangélicos, ele não vai a lugar nenhum, até porque o Brasil continua sendo majoritariamente católico.
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