Explicação de O Globo para as disparidades nas pesquisas é ingênua e altamente suspeita
Carlos Newton
Sob o título “É natural haver divergência entre pesquisas eleitorais”, o jornalão O Globo publicou há três dias um curioso editorial, com o maior destaque, e que serviu de manchete para a Editoria de Opinião. E tem como base a afirmação de que “a campanha eleitoral foi tomada nos últimos dias por intenso debate a respeito da discrepância no resultado de pesquisas de opinião”.
Como editor da Tribuna da Internet, leio todos os jornais, revistas e portais de política. Por isso, tenho certeza de que não havia “intenso debate a respeito”. Apenas Bolsonaro e seu entorno criticam as pesquisas, como sempre fazem. E, com toda certeza, na mídia houve apenas um artigo contestando as pesquisas, e saiu justamente aqui na TI, no dia 16, sob o título “Escolha sua pesquisa! Lula lidera com 15%, empate técnico ou Bolsonaro à frente com 13 pontos”. Dois dias depois, veio a réplica de O Globo, que desconheceu as pesquisas favoráveis a Bolsonaro (Paraná e Brasmarket).
DAVID E GOLIAS – Deve ser coincidência. Não parece viável que a direção de O Globo tenha saído de seus cuidados para contestar a Tribuna, único órgão da mídia nacional que faz cobertura do inquérito que investiga os herdeiros de Roberto Marinho, acusados de crimes fiscais, lavagem de dinheiro e outros delitos graves.
Diz o editorial do jornalão: “Na corrida presidencial, a distância entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro foi de 15 pontos percentuais no Datafolha, 12 no Ipec e oito no Quaest. Na disputa pelo governo mineiro, a diferença entre o líder Romeu Zema e o desafiante Alexandre Kalil é de 28 no Datafolha, 18 no Quaest e 16 no Ipec. No Rio, o governador Cláudio Castro livra 15 pontos sobre Marcelo Freixo no Ipec, dez no Quaest e apenas quatro no Datafolha (na prática, um empate). São números desconcertantes para quem quer conhecer os fatos”, admite o editorial.
JUSTIFICATIVA – A seguir, vem a argumentação de O Globo, que torce por Lula com a mesma intensidade que eu torço por Ciro Gomes.
Após reconhecer que “os resultados despertaram incredulidade”, alega o editorial. “A discrepância entre as pesquisas presidenciais pode ser facilmente explicada pelo percentual de eleitores de baixa renda que os institutos entrevistaram em suas amostras: 57% no Ipec, 50% no Datafolha e 38% no Quaest. Apenas este último trata os dados para que correspondam às informações disponíveis sobre renda, embora os demais façam outros ajustes”, diz, acrescentando:
“Pelas últimas sondagens do IBGE, os brasileiros de baixa renda são estimados em 44% da população, mas, como o último Censo foi feito há 12 anos, ninguém sabe com precisão. Isso dá aos institutos certa latitude para tratar suas amostras de acordo com o que consideram mais fidedigno diante do cenário atual. É esse tipo de escolha que pode abrir espaço a diferenças nos resultados que ultrapassem a margem de erro”.
Caramba, amigas e amigos! Será que O Globo acredita mesmo nisso?
DIZ O ESPECIALISTA – Para contrapor esse argumento pueril de O Globo, vamos lembrar recente entrevista do cientista político Andrei Roman, criador do instituto AtlasIntel, que mais acertou resultados nas eleições presidenciais americanas em 2020 e teve a maior aproximação, entre todas as pesquisas, nos resultados apurados nas eleições de capitais brasileiras naquele ano.
Na opinião do especialista, ao contrário do que afirma O Globo, o atraso no Censo do IBGE em nada prejudica as pesquisas:
“Eu confio mais na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) para me dizer qual é a distribuição de renda da população do que no Datafolha. A PNAD, do IBGE, tem uma amostra de centenas de milhares de domicílios, é uma pesquisa muito confiável a partir de uma metodologia científica altamente precisa e que basicamente serve para a criação de todas as políticas públicas em relação à pobreza no Brasil. Existe sim uma flutuação, mas ainda assim a PNAD é uma âncora”, salienta Andrei Roman.
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P.S. – Diante dessa situação, volto a expor meu argumento. Não haveria maiores polêmicas se os institutos divulgassem apenas a pesquisa espontânea, na qual a primeira pergunta é: “Em quem você vai votar”. Simples assim. Todos os eleitores então saberiam que ainda há 30% de indecisos, brancos e nulos. Com isso, haveria uma eleição muito mais limpa e menos direcionada do que essa sinistra polarização entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro, dois candidatos que o Brasil deveria esquecer. (C.N.)
Charge do Duke (O Tempo)
Lula afirma que Bolsonaro “está prevendo sua derrota” quando desacredita as urnas
Giordanna Neves e Gustavo Queiroz
Estadão
Em resposta ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que se ele não vencer a eleição no primeiro turno com mais de 60% dos votos, “algo de anormal” terá acontecido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que Bolsonaro ”já está prevendo a derrota”.
“O homem está dizendo que se não ganhar no primeiro turno com mais de 60% é que houve problema nas urnas. Ou seja, às vezes eu fico otimista porque ele já está prevendo a derrota dele. Ele já está prevendo porque eu acho que não há como que o povo não tenha precificado já a saída e a volta da democracia”, afirmou o petista, que se disse feliz com as declarações do adversário, durante encontro com setor do turismo nesta terça-feira, 20.
ROUQUIDÃO – Durante o evento, Lula se queixou da rouquidão que lhe incomoda desde o início da campanha. ”Eu nem deveria falar, vocês percebem que estou rouco. Eu ainda tenho oito comícios pela frente, tenho várias entrevistas e dois debates”, afirmou o petista.
No início de setembro, durante sua passagem por Belém (PA), o ex-presidente também reconheceu a necessidade de preservar a voz, que tem exigido cuidados.
“Vou ser curto porque toda hora que eu levanto, a Janja fala: ‘Economiza a voz, economiza a voz’. Eu preciso parar de falar por um mês para recuperar minha voz”, declarou o candidato à época.
DISSE BOLSONARO – A fala de Bolsonaro que Lula mencionou foi durante uma entrevista para o SBT em Londres. “Pelas minhas andanças pelo Brasil, em especial nos últimos dois meses, se nós não ganharmos no primeiro turno, algo de anormal aconteceu dentro do TSE”, afirmou na ocasião.
O presidente repetiu a tese ao deixar o hotel em que está hospedado, em Nova York, para se dirigir à 77ª Assembleia-Geral das Nações Unidas. Ao comentar sobre sua expectativa quanto ao primeiro turno da disputa, ressaltou que o que tem sentido é que o povo está ao seu lado, mas não respondeu a uma pergunta sobre se entregaria o cargo caso perdesse nas urnas.
“Essas pesquisas não valem de nada… Se você acredita em pesquisas, não vou falar contigo”, respondeu Bolsonaro, ao jornalista da BBC, Leandro Prazeres. “Não vou falar em hipóteses. Vamos ganhar no primeiro turno”, emendou, ao ser questionado sobre a possibilidade de ter de deixar o cargo caso perca as eleições.
A MESMA QUEIXA – A fala do presidente questiona a lisura do processo eleitoral mesmo após a Justiça Eleitoral ceder à pressão das Forças Armadas e concordar em fazer um teste de integridade de urnas com participação de eleitores no dia da votação.
A pesquisa Ipec divulgada ontem, dia 19, mostra Lula na liderança com 47% das intenções de voto e Bolsonaro, 31%.
Segundo o levantamento, o petista agora tem 52% dos votos válidos e tem possibilidade de vencer a disputa ainda no primeiro turno.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Quando políticos como Lula ou Bolsonaro perdem a voz, é uma alívio para os brasileiros, que se livram de continuar ouvindo um monte de sandices. Ambos são enriquecidos ilicitamente e desprovidos de caráter. Como se dizia antigamente, um pelo outro eu não quero troca. (C.N.)
Ex-mulher de Bolsonaro movimentou R$ 9,3 milhões entre 2019 e 2022, diz Polícia Federal
Márcio Falcão e Isabela Camargo
TV Globo e GloboNews
A Polícia Federal identificou que Ana Cristina Valle, segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, movimentou R$ 9,3 milhões em transações financeiras entre 2019 e 2022. A PF chegou a essa soma a partir de relatórios produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
A informação foi publicada inicialmente pelo jornal “O Globo”. A TV Globo também teve acesso aos números. A PF se baseou nos dados do Coaf para formular um pedido à Justiça para investigação de Ana Cristina Valle.
COMPRA DA MANSÃO – A PF decidiu pedir a investigação porque, ao longo de uma apuração sobre o filho de Ana Cristina com Jair Bolsonaro, Jair Renan, se deparou com transações suspeitas na compra de uma mansão pela ex-mulher do presidente.
Ana Cristina e Jair Renan moram na mansão, em uma área nobre de Brasília, desde junho do ano passado. O imóvel é avaliado em apenas R$ 3,2 milhões.
Em um relatório de inteligência financeira, que cruza dados de transações bancárias com os rendimentos dos cidadãos, o Coaf classificou as movimentações da ex-mulher de Bolsonaro como atípicas. Isso porque o volume ultrapassa as quantias geralmente movimentadas por ela.
SALÁRIO BAIXO – No período, Ana Cristina Valle recebeu, como maior salário, o valor de R$ 8 mil, de assessora parlamentar na Câmara.
De acordo com o relatório, as movimentações foram: R$ 2,1 milhões de entrada e 2 milhões de saída no Banco do Brasil: junho de 2019 a junho de 2020; R$ 2,1 milhões de entrada e R$ 2,3 milhões de saída: junho de 2020 a junho de 2021, R$ 28 mil de entrada e R$ 32 mil de saída.
Ana Cristina Valle é candidata a deputada distrital pelo PP-DF. A “O Globo”, ela negou as movimentações. “Não existe nada do que alegaram. Nunca recebi estes milhões em minha conta e provo. Fui ao meu banco e descobri que não existiu nenhuma comunicação de movimentação financeira atípica para o Coaf. Criaram esta mentira apenas para iniciarem um inquérito na Polícia Federal contra mim sem justa causa com o objetivo de prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro”, afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Depois, dizem que as rachadinhas não dão lucro… E só faltou a ilustre candidata indagar: “Afinal, quem foi que botou esses milhões na minha conta?”. É muita desfaçatez. Aliás, dona Marisa Letícia também morreu milionária sem trabalhar. São milagres da enriquecedora política brasileira. (C.N.)
Tudo indica que a campanha de Bolsonaro tem um encontro marcado com o fracasso
Vicente Limongi Netto
Forte indício de que acabou a campanha de reeleição do presidente da República. Cidadão educado, respeitador e democrata, por onde passa deixa exemplos de bons modos, Bolsonaro daria cativante exemplo aos brasileiros e ao mundo, se reconhecesse a derrota e encaminhasse, sem delongas, o governo de transição para Lula.
Motivo da imensa tristeza que tomou conta da alma dos bolsonaristas de raiz, dos prendados filhos, da primeira-dama (da segunda e da terceira), do bispo Malafaia e do rei das rachadinhas, Fabricio Queiroz: o expressivo e tão esperado apoio do campeão nacional de votos, o respeitado educador e franciscano, Cristovam Buarque, ao candidato Lula.
LULA EMOCIONADO – O candidato petista emocionou-se com o apoio do seu ex-ministro da Educação, que foi demitiu pelo próprio Lula, na época, através de um simples telefonema.
Buarque, por sua vez, mostra grandeza espiritual e política, abrindo o coração para o ex-presidente que o humilhou. Escritor de obras esgotadas e traduzidas em diversos idiomas, Cristovam pode até começar a rascunhar livro sobre a campanha de Lula.
Com essa obra, ele sonha belo dia entrar na Academia Brasileira de Letras e depois retornar, triunfante, ao comando do Ministério da Educação.
GANSO REINA… – Show de futebol objetivo e lúcido do meia tricolor Paulo Henrique Ganso, na vitória do Fluminense com o Flamengo. O maracanã vibrou, com a exibição de alto nível do atleta. “Ganso desenrola”, saudou o narrador da TV Globo, Luiz Roberto. Ganso foi eleito o craque do jogo, com votos do narrador e do comentarista Junior.
Ganso joga muito. Está em excelente forma, física e técnica. Trata a bola com carinho e elegância. O cerebral futebol de Ganso é aplaudido inclusive por torcedores adversários. Merece uma chance do Técnico Tite. A propósito, no programa “Bem,amigos!” , de segunda-feira, o técnico Diniz traçou marcante e comovente perfil do Ganso. Para Diniz, Ganso é gênio, que transmite solidariedade e e
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