Lula é tão danoso quanto Bolsonaro, diz D’Avila, que defende voto nulo no segundo turno

Felipe D'Avila diz que prioridade é fazer economia voltar a crescer |  Política: Diario de Pernambuco

Felipe D’Avila critica as elites que exploram o país

Joelmir Tavares e Mariana Zylberkan
Folha

Presidenciável do Novo, Luiz Felipe D’Avila, 59 anos, diz que anulará o voto caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrente no segundo turno o presidente Jair Bolsonaro (PL), ambos classificados por eles como populistas e igualmente danosos à democracia.

“Lula será mais do mesmo, o PT será mais do mesmo no poder, vai sabotar as reformas de uma organização do Estado, vai criar outros mensalões, como hoje tem o orçamento secreto”, afirma.

Presidenciável com maior patrimônio declarado (R$ 24,6 milhões), o cientista político não poupa críticas à elite a qual pertence. Atribui a ela uma série de atrasos e chama de centrão empresarial “essa turma da elite econômica que é puxa-saco de presidente da República não importa quem seja”.

O sr. é parte da elite, mas a critica. Seu programa prega a abertura da economia como indutora de pressão por reformas que tornariam o país mais competitivo. Não é contrassenso esperar que as elites financeira e política ajam automaticamente assim?
Essa elite não quer mudança. Eles preferem ir a Brasília e ganhar mais uma reservinha de mercado a competir no mercado internacional. Já descobriram como se dar bem nesse sistema. O Brasil que dá certo, do agronegócio, da digitalização da economia, da tecnologia, quer se inserir no comércio global. Tudo tem que ser feito de forma gradual, com um cronograma de abertura que vai criar um senso de urgência no setor privado e ajudar a tirar as reformas estruturantes do papel.

Seu partido, que votou em boa parte com as propostas de Bolsonaro, vai sair de situação para oposição, caso Lula vença?
O Novo votou com o governo nas reformas do Estado. Nas matérias importantes para o Brasil, vamos votar não importa se é o PT ou o Bolsonaro. E fomos radicalmente contra as matérias que envolvem o corporativismo da política e corroem a credibilidade das instituições.

O sr. classifica o Estado assistencial como algo que cria “viciados em governo”. Sua gestão aboliria qualquer projeto de transferência de renda?
Não, sou muito a favor dos programas de transferência de renda, mas com critério de focalização naqueles realmente mais necessitados. Aumentar [a distribuição] de dinheiro e gasto público, sem foco, não ajuda a resolver nada, está comprando voto.

O sr. é a favor de privatizações amplas, gerais e irrestritas?
Me fale um setor que precise estar sob a guarda do Estado que presta serviço de qualidade para a população. Privatização é aumento de concorrência, o que sempre faz o preço cair e a qualidade melhorar.

O governo Bolsonaro prestou algum serviço ao liberalismo?
As reformas que o Partido Novo votou a favor no Congresso são exemplos de que prestou serviço, sim. Mas o principal das promessas do posto Ipiranga, que virou frentista do corporativismo [ministro Paulo Guedes], não andou nada: cadê as privatizações? A abertura comercial? A descentralização do poder?

Diante das ameaças de Bolsonaro de não respeitar o resultado, acredita que o processo eleitoral vai terminar a contento? Espero que esta eleição termine com respeito ao resultado. Confio plenamente no sistema eleitoral brasileiro e nas urnas eletrônicas. O ataque às urnas é preocupante porque é um ataque à legitimidade às eleições democráticas. Isso não pode existir.

Como o sr. se posiciona caso se confirme Lula x Bolsonaro no segundo turno? A primeira coisa é passar pelo primeiro turno. Evidentemente, com essa postura nossa de votar as pautas do país, não vamos apoiar o populismo. As duas opções não representam o Brasil que o Partido Novo quer.

O sr. mantém a defesa de voto nulo?
Sim, essa é a minha postura pessoal. Não voto de jeito nenhum em populista. Sei o desastre que o populismo é para o Brasil, e para mim não importa se é de direita ou de esquerda. Com certeza, o partido vai estar neutro no segundo turno.

Como avalia o apoio a Lula por figuras reformistas e simpáticas ao liberalismo, como Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles? Eu não participo de autoengano, entendo como as coisas são. Lula será mais do mesmo, o PT será mais do mesmo no poder, vai sabotar as reformas de uma organização do Estado, vai criar outros mensalões, como hoje tem o orçamento secreto. Essa turma não vai trabalhar para o setor privado brasileiro avançar, eles não conseguem fazer isso.

O que é mais danoso, esse governo Lula que o senhor traça ou a continuidade de Bolsonaro?
É por isso que eu sou candidato a presidente da República: porque rechaço o populismo de direita e de esquerda. Os dois são um desastre para o Brasil.

Igualmente danosos, mesmo com todos os ataques às instituições e à democracia promovidos por Bolsonaro?
Lógico. Bolsonaro ataca as instituições, mas o Lula é a saúva, ele vai devagarzinho. [Faz] o mensalão, o petrolão, e o aparelhamento do Estado vai [sendo construído] devagar. Não adianta nos iludirmos. O eleitor brasileiro não pode cair no autoengano de achar que esses mesmos [candidatos] que nos conduziram ao buraco são capazes de nos tirar desse buraco do baixo crescimento econômico, do aumento da miséria. Não vai acontecer. Nós vamos ter quatro anos muito difíceis.

Como vê as campanhas apelando ao voto útil? Minha questão é: voto útil para quem? Para eles, os candidatos. Não é para o eleitor. Voto útil para o eleitor é fazer a economia voltar a crescer e gerar renda e emprego. Mesmo para essa turma da direita, que acha que tem que tirar o Lula de qualquer jeito, o voto útil é a aposta errada.

Que erros o sr. aponta na tentativa de construção de uma terceira via unificada, que fracassou?
O insucesso tem uma razão: fundo eleitoral. Conversei naquele tempo com o [Sergio] Moro, a Simone [Tebet], dizendo que precisávamos fazer rodadas de conversas sobre propostas, senão essa conversa seria sequestrada pelos presidentes de partidos, e aí acabou a terceira via. Os presidentes só pensam em quantos deputados vão eleger, por causa do fundo eleitoral e do tempo de TV. Para garantir o quinhão. O fundo eleitoral vem pervertendo a política brasileira. Está mantendo as oligarquias políticas no poder.

O que o sr. aprendeu na campanha?
Estou muito otimista que essa nova geração vai acabar com o reinado da minha, que foi um desastre total na política. Essa meninada dos 20 aos 35 anos quer um Brasil aberto, liberal, com igualdade de oportunidades. Ninguém quer viver em reserva de mercado. Daqui a pouco o representante dessa geração será o presidente de alguma grande empresa e vai tirar do poder o centrão empresarial, essa turma da elite econômica que é puxa-saco de presidente da República, não importa quem seja. É uma vergonha. Nossa elite não tem senso de dever, de espírito público. É imediatista e pensa em estar bem com quem está no poder. Isso atrasou a maturidade democrática e a abertura econômica do Brasil.

Pérsio Arida lamenta que os candidatos não tenham programas para reativar a economia

Brasil virou pária do investimento internacional', diz Persio Arida - Seu  Dinheiro

Arida aproveita para “elogiar” a ex-mulher, Elena Landau

Deu em O Globo

Em entrevista ao podcast 2+1, Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central e do BNDES, lamentou a falta de programas de governo dos candidatos a 10 dias do primeiro turno das eleições. No ‘corre-corre’ da campanha do PT para o voto útil e dos demais candidatos para manter o eleitorado, o tema economia, considerado pelo economista o mais grave no momento, ficou esquecido.

“Ter um mês a mais para discutir programas seria uma ótima ideia, mas dificilmente haverá qualquer discussão de programas. O único programa elaborado, que tem uma consistência interna e tem propostas mais específicas, que é de longe o melhor programa, é o da Simone Tebet. Os demais são programas indicativos, claramente de candidatos que não finalizaram os seus planos’, criticou.

PROGRAMAS SOCIAIS – Para Arida, diante da eleição polarizada e o contexto pós-pandemia, os programas sociais são a grande peça de campanha dos candidatos, como a disputa entre Lula e Bolsonaro por quem concederá o maior valor do Auxílio Brasil. Ele destaca a dificuldade com a inflação em 2023 com as promessas, mas pondera possibilidades com o investimento estrangeiro.

‘Nós vamos ter uma política fiscal expansionista, vai ter uma gastança maior no ano que vem com certeza, o que complica o combate inflacionário. (…) Mas a competição entre países emergentes diminuiu. Ninguém mais investe na China, na Rússia, a Índia é complicada do ponto de vista da entrada de capitais estrangeiros. O Brasil se sobressai nesse quadro em termos comparativos. O único passível de receber investimento estrangeiros é o Brasil’, apontou.

MAIS INVESTIMENTOS – Pérsio aposta que a transformação enérgica é um dos fatores determinantes para o investimento estrangeiro no país e, consequentemente, para impulsionar o desenvolvimento da economia.

“Como o Brasil fez uma política ambiental ruim e tem um autocrata no poder, acabou se tornando um párea. Ele saiu do cenário de investidor estrangeiro. Gestores de ações, que antigamente as tinham no Brasil, hoje, não têm mais. Eles deixaram de acompanhar o Brasil. Uma boa agenda ambiental e de energia pode atrair o volume de capitais”, afirmou.

Sobre o teto de gastos, Arida defendeu a manutenção da política de controle das despesas.

HERANÇA MALDITA – Ele admitiu a necessidade de se gastar mais diante do cenário pós-pandemia, mas cobrou efetividade dos gastos. Pérsio lembrou o termo “herança maldita” usado por Lula nas eleições de 2002.

‘Hoje, de fato, há uma herança maldita, no sentido de contas públicas desarrumadas, inflação alta. (…) Nós precisamos limitar essa licença para gastar. Algum aumento de teto haverá no ano que vem, sem dúvidas, mas é importante que seja pequeno e bem gasto. Usar o dinheiro para fazer políticas desenvolvimentistas à lá década de 1950 é o caminho errado. (…) O presidente em 2023 vai precisar discutir um novo teto de gastos’, apontou o economista, que criticou os subsídios do governo federal à gasolina!”, disse o economista.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Persio Arida é um farsante. Pouco do que diz se aproveita. Tem coragem de proclamar que nenhum candidato tem programa econômico, mesmo sabendo que Ciro Gomes tem um plano muito bem estruturado, escreveu e publicou até um livro a respeito. No entanto, com a maior desfaçatez, Arida diz que apenas Simone Tebet teria programa para a economia. Com isso, tenta valorizar a ex-mulher Elena Landau, chefe da equipe econômica de Tebet, que não apresentou nenhum programa consistente, pois Tebet nem fala na campanha sobre economia. Sinceramente, é desanimador. (C.N.)

Joaquim Barbosa grava vídeos declarando voto em Lula e atacando Bolsonaro

Barbosa foi nomeado para o Supremo por Lula em 2003

Igor Gadelha
Metrópoles

O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa gravou vídeos declarando voto no ex-presidente Lula (PT) nas eleições ao Palácio do Planalto deste ano. O material foi gravado de Paris, onde Barbosa passa uma temporada, e encaminhado nesse domingo (26/9) ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa de Lula.

Os vídeos estão sendo editados pelo marketing da campanha do petista, que os reunirá numa só peça a ser divulgada nos próximos dias por aliados do ex-presidente.

CRÍTICAS DURAS – Segundo apurou a coluna, além de declarar voto em Lula, Joaquim Barbosa faz dura críticas nos vídeos ao presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.

Como a coluna noticiou na sexta-feira (23/9), petistas tinham deflagrado uma ofensiva para convencer o ex-ministro do Supremo a declarar voto em Lula.

Em 2018, Joaquim Barbosa chegou a ensaiar candidatura à Presidência pelo PSB, mas não avançou. No segundo turno, ele declarou voto em Fernando Haddad (PT).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Atendendo a pedidos, Barbosa está declarando apoio a Lula, que o nomeou para o Supremo, por sugestão de Frei Betto, que conheceu Joaquim Barbosa no aeroporto e achou que ele preenchia os requisitos do então presidente Lula, que pretendia nomear um jurista negro. Se não fosse tão egoísta, Barbosa poderia ter chegado à Presidência da República, mas fraquejou quando teve oportunidade de ser candidato. Ou seja, a preguiça falou mais alto. (C.N.)

Alexandre Moraes é acusado de “abuso de autoridade” por 131 delegados federais

Ministro Alexandre de Moraes durante cerimônia de posse da ministra Rosa Weber para a Presidência do STF e Luís Roberto Barroso, assume a vice-presidência do supremo

Moraes não tem noção dos limites de suas atribuições

Mirelle Pinheiro e Carlos Carone
Metrópoles

Um grupo enorme de delegados da Polícia Federal protocolou, no Ministério Público Federal (MPF), notícia-crime contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o delegado Fábio Alvarez Shor, da Diretoria de Inteligência da PF.

Os 131 membros da PF pedem a instauração de inquérito policial para apurar possíveis crimes de abuso de autoridade durante a deflagração da operação contra oito empresários bolsonaristas que participavam de um grupo de WhatsApp em que foi defendido um golpe de Estado caso Lula saia vitorioso nas próximas eleições.

DEFESA DO GOLPE – A operação da PF ocorreu após publicação do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, denunciando a defesa explícita de um golpe, por parte de alguns empresários, no grupo de WhatsApp Empresários & Política, criado no ano passado. As trocas de mensagens foram acompanhadas ao longo de meses.

À época, Alexandre de Moraes determinou a tomada de depoimentos, a quebra de sigilo bancário e o bloqueio das contas bancárias dos empresários e dos perfis deles nas redes sociais.

Segundo a notícia-crime, endereçada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, são “inacreditáveis as fundamentações dos argumentos consignados pelo ministro Alexandre de Moraes para enquadrar os oito empresários como sendo líderes de organização criminosa”.

APENAS COGITAÇÃO – “Inaceitável o argumento, quando é sabido que tentar contra o Estado Democrático de Direito pressupõe violência ou grave ameaça (grifos), como prevê o artigo 359-M do Código Penal. Ora, inexistiu a violência! Quanto à grave ameaça, essa não saiu do campo da cogitação. Portanto, inexistente”, escrevem os delegados. Além disso, a representação dos 131 investigadores alega que há “nítido caráter político-partidário” nas ações de Alexandre de Moraes.

Em razão disso, “os requerentes, ainda, solicitam que essa Procuradoria-Geral da República adote as providências cabíveis, em face da possível suspeição do ministro Alexandre de Moraes para o exercício de suas funções na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por lhe faltar a imparcialidade necessária para o exercício das atribuições inerentes ao cargo”.

Os delegados também pedem a anulação da investigação contra os oito empresários. Sobre o delegado da PF Fábio Alvarez Shor, os policiais alegam que “é inadmissível desconhecer que os ‘investigados’ não possuem foro privilegiado”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Vejam a que ponto chegou a esculhambação institucional neste país. Os 131 delegados federais têm toda razão. O ministro Alexandre de Moraes (e o Supremo inteiro, aliás) se considera no direito de exercer poderes que não lhe são garantidos. Tratou os empresários como se fosse terroristas, numa atitude claramente ameaçadora aos direitos democráticos. Moraes e os demais ministros do Supremo precisam entender que podem muito, mas não podem tudo. É uma lição que parece fácil, mas eles resistem a entender. Exercendo o “direito” de interpretar leis, o Supremo já libertou um criminoso vulgar como Lula e depois lhe devolveu os direitos políticos. Bem, se puderam fazer essas barbaridades, é claro que os ministros do STF pensam (?) que seus poderes não têm limites. E assim transformaram o Brasil numa semidemocracia. 
(C.N.)