quarta-feira, 24 de agosto de 2022

 

Ministro da Defesa reúne-se com Moraes e sugere a Bolsonaro uma trégua com o TSE

O general se movimenta - ISTOÉ Independente

Moraes se saiu bem na reunião com ministro da Defesa

Jussara Soares
O Globo

Numa reunião de cerca de uma hora e meia, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio de Oliveira, trataram das propostas das Forças Armadas para alterar o método de testagem das urnas eletrônicas e ficaram de agendar um novo encontro na semana que vem.

Nogueira relatou a interlocutores que, ao deixar a Corte, conversou com o presidente Jair Bolsonaro e pediu que ele não elevasse o tom contra o Judiciário.

OPERAÇÃO DE BUSCA – O ministro da Defesa foi recebido por Moraes horas depois de a Polícia Federal deflagrar uma operação contra empresários que apoiam o governo. A ação, determinada pelo próprio Moraes, irritou Bolsonaro.

Aliados do presidente passaram a temer que ele reagisse à investida contra os empresários e fizesse novos ataques ao presidente do TSE, com quem vinha passando um período de armistício.

De acordo com interlocutores da Presidência, Nogueira relatou não ter mencionado a operação com Moraes para não misturar os dois temas — a ação da PF e as propostas de mudança na fiscalização das urnas. O encontro entre os dois não contou com a presença de assessores.

TOM CORDIAL – O GLOBO apurou que a reunião no TSE transcorreu em tom cordial e que Moraes sinalizou que ouviria a equipe técnica do tribunal a respeito das sugestões feitas pelos militares. O ministro da Defesa tem afirmado que ainda é possível que o TSE acate as mudanças no processo eleitoral, apesar de faltarem apenas 40 dias para o primeiro turno das eleições deste ano, marcadas para o dia 2 de outubro.

CANAL DE DIÁLOGO – Paulo Sérgio Nogueira, em relatos reservados, afirmou que a conversa com Moraes foi positiva e serviu para abrir um canal de diálogo com a Corte. O ministro da Defesa vem insistindo para que haja uma reunião entre técnicos do TSE e militares.

Após sair da Corte Eleitoral, Nogueira esteve no Palácio do Planalto e acompanhou a cerimônia para recepção do coração de Dom Pedro I, que faz parte da celebração dos 200 anos de Independência do Brasil. Ao chegar ao Planalto, ele foi abordado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, que quis saber detalhes da conversa com Moraes.

Gesticulando, o ministro da Defesa sinalizou que o encontrou havia sido positivo. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Célio Faria, também conversou com o general.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 Conforme havíamos advertido aqui na Tribuna, o ministro Edson Fachin, com seu comportamento intransigente, estava impedindo um entendimento entre as Forças Armadas e o TSE. Foi só ele sair e o clima logo de desanuviou. Melhor assim, porque a possibilidade de golpe fica mais distante. (C.N.)

Na segunda entrevista da TV Globo, já ficou claro que o Brasil precisa eleger Ciro Gomes

Ciro Gomes no Jornal Nacional: pedetista promete recorrer a plebiscitos e abrir mão de reeleição para governar

Ciro Gomes conseguiu falar e expôs excelentes propostas

Carlos Newton

Depois do fracasso na tentativa de liquidar com as pretensões eleitorais do presidente Jair Bolsonaro, os apresentadores do Jornal Nacional se defrontaram nesta terça-feira com outra realidade, ao enfrentar um político de rara experiência e grande preparo intelectual. Falamos em enfrentar, porque é assim que William Bonner e Renata Vasconcelos procedem, ao buscar um enfrentamento com os entrevistados.

Para o eleitor brasileiro que realmente se preocupa com o país e não se deixa levar por ultrapassados fanatismos entre direita e esquerda, foi uma entrevista luminosa, porque mostrou que existe uma luz no fim do túnel e nem tudo está perdido.

INQUISIDORES – Para não perder o hábito, William Bonner e Renata Vasconcelos até tentaram constranger Ciro Gomes, o presidenciável do PDT. Mas ele escapou das armadilhas e seguiu em frente para utilizar sua grande arma – um programa de governo minucioso e racional, que abrange todos os principais problemas do país.

Depois do início irritante, os apresentadores tiveram de se curvar à superioridade intelectual do candidato do trabalhismo, uma corrente política genuinamente nacional, criada pelo nacionalismo e pela genialidade do advogado, professor, sociólogo e político gaúcho Alberto Pasqualini, senador pelo PTB, e que foi colocada em prática por Getúlio Vargas e depois por Leonel Brizola.

Sob a bandeira do trabalhismo, Vargas criou a Consolidação das Leis Trabalhistas, iniciou a industrialização do país e modernizou as instituições. Quase oitenta anos depois, o Brasil agora se vê numa fase de retrocesso que parece inexpugnável, e novamente necessita do trabalhismo para se reerguer, desta vez sob a liderança de Ciro Gomes.

BELÍSSIMA ENTREVISTA – Esta situação ficou absolutamente clara nesta entrevista do Jornal Nacional, que os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcelos não conseguiram atrapalhar, digamos assim.

Bem ou mal, em 40 minutos o presidenciável do PDT conseguiu transmitir seus pensamentos sobre os principais problemas brasileiros. Com impressionante precisão, expôs as soluções que imagina para procurar mitigá-los. Ficou absolutamente claro que se trata de propostas altamente factíveis, sem promessas vãs ou mirabolantes, não foi uma conversa fiada de político.

E Ciro Gomes nem chegou a falar de todas as sugestões. Por exemplo, não tocou na transformação da Petrobras numa macroempresa de energia, uma proposta realmente inédita, poderosa e revolucionária.

SEM POLARIZAÇÃO –  No final, o político cearense teve um minuto para se despedir dos eleitores, e ele soube aproveitar o tempo. Dirigindo-se aos que ainda estão indecisos ou não aceitam votar em Lula da Silva ou Jair Bolsonaro, que representam metade dos votantes, pediu-lhes que esquecessem a polarização e dessem uma oportunidade a uma terceira candidatura.

Encerrada a entrevista, no silêncio daquele estúdio vazio, deveriam estar sendo ouvidas as palmas, muitas palmas, para homenagear um político verdadeiramente preparado e que jamais deveria ser levado a pedir votos. Os eleitores é que teriam de agradecer a oportunidade de votar num candidato como ele. Mas quem se interessa?

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P.S.
 – Bem, os indecisos já têm em quem votar. E se as próximas pesquisas não registrarem avanço significativo de Ciro Gomes, é melhor passar a tranca nos tais “institutos” e levar todo mundo em cana, por crime de lesa-pátria. (C.N.)

Mourão diz que operação contra empresários é ‘arbitrária’ e institui ‘crime de pensamento’

Declaração de Barroso foi indevida', diz Mourão - Notícias - R7 Brasília

Mourão defende impeachment de ministros do Supremo

Lauriberto Pompeu
Estadão

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), candidato ao Senado, criticou nesta terça-feira, 23, a operação contra empresários bolsonaristas que escreveram mensagens golpistas. “A meu ver, uma atitude arbitrária e que institui o crime de pensamento. A defesa da Democracia não pode significar a morte da mesma”, afirmou o general ao Estadão.

A operação foi realizada nesta terça-feira, 23, pela Polícia Federal e cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a oito empresários.

MORAES DETERMINOU – A ordem partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito dos atos antidemocráticos. Além das buscas, o ministro também determinou a quebra dos sigilos bancários e o bloqueio das contas bancárias dos alvos.

A mensagens, reveladas pela coluna do jornalista Guilherme Amado, no site Metrópoles, foram feitas em um grupo de WhatsApp. Um dos empresários chegou a falar que preferia um “golpe” em vez da volta do PT ao governo.

Na noite de segunda-feira, 22, antes de a PF realizar a operação, Mourão já havia criticado Moraes por causa da forma como ele conduz o inquérito.

DISSE MOURÃO – “O inquérito onde ele é o ofendido, ele é o investigador, ele é o denunciador e ele será o julgador. Ou seja, todo o devido processo legal está rasgado nisso aí. Não adianta alguém querer convencer a gente de que isso está correto”, afirmou o vice-presidente, durante live com o youtuber bolsonarista Paulo Moura.

“Qualquer aluno de primeiro ano em uma faculdade de Direito sabe que isso não está correto. E isso rasga, vamos dizer assim, a nossa Constituição”, completou.

O vice-presidente chegou a dizer que o Congresso deveria agir para barrar indicações ao Supremo e para pedir o impeachment de ministros da Corte.

FAZER IMPEACHMENT – “Você tem que construir a maioria, mostrar para aquela maioria que aquela indicação (para ministro do STF) não serve. Mas, por outro lado, você também tem que construir uma maioria para mostrar o seguinte: ‘Olha aí, pessoal, temos um ministro que está usurpando os poderes, nós precisamos retirá-lo. É o grande papel do Senado, é realmente convencer os outros”.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) já fez diversos ataques a Moraes e chegou a protocolar no Senado um pedido de impeachment do magistrado.

A solicitação foi fortemente repudiada pelo mundo político e arquivada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Bolsonaro também já chamou Moraes de “canalha” e chegou a dizer que não cumpriria decisões proferidas por ele.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Na entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta segunda-feira, Bolsonaro disse que o conflito com o ministro estava “superado”. Mas quem pode acreditar numa afirmação desse tipo, se ele continua a criticar as urnas eletrônicas e a dizer que as “Forças Armada” vão decidir? (C.N.)

Mudança da postura de Bolsonaro no Jornal Nacional chamou atenção da equipe de Lula

Bolsonaro ironiza sabatina no JN: "Pronunciamento de William Bonner"

Jair Bolsonaro não se alterou com as provocações de Bonner

Igor Gadelha
Metrópoles

A postura do presidente Jair Bolsonaro na entrevista ao Jornal Nacional, nessa segunda-feira (22/9), chamou a atenção de integrantes da campanha do ex-presidente Lula. Em caráter reservado, petistas avaliaram que Bolsonaro demonstrou uma “imagem mais equilibrada” do que a que costuma apresentar em entrevistas à imprensa.

Para integrantes da campanha petista, esse “equilíbrio” teria sido o “centro da estratégia” do presidente na sabatina feita pelos âncoras William Bonner e Renata Vasconcelos.

ZERO A ZERO – Sobre o resultado da entrevista na TV Globo, petistas próximos a Lula avaliam que Bolsonaro saiu no zero a zero. “Não perdeu, mas também não ganhou”, disse à coluna um dos coordenadores da campanha lulista.

Como noticiou a coluna, o chefe do Palácio do Planalto ficou na defensiva e manteve o controle emocional na maior parte dos 40 minutos da entrevista ao Jornal Nacional.

O presidente evitou insistir em temas da pauta ideológica, como em 2018. Também não fez ataques diretos a Lula, seu principal adversário nas eleições deste ano. Ao mesmo tempo, a avaliação da campanha de Bolsonaro é de que ele não conseguiu “furar sua bolha” e avançar sobre o eleitorado de centro que ainda está indeciso.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Realmente, mudou muito a postura de Bolsonaro, em comparação com a entrevista que deu ao Jornal Nacional em 2018. Está mais confiante e menos agressivo. Desta vez, nem usou a estratégia de atacar pessoalmente os âncoras William Bonner e Renata Vasconcelos. Quanto aos petistas acharem que Bolsonaro não teve ganhos com essa entrevista, realmente só pode ser Piada do Ano. Ele realmente se saiu bem. Vamos aguardar os demais. Daqui a pouco é a vez de Ciro Gomes, do PDT. (C.N.)

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