Bolsonaro enfrenta os inquisidores do Jornal Nacional e pode bater recorde de audiência

Um tema delicado para Bolsonaro no Jornal Nacional

Em 2018, Bolsonaro tinha carta na manga e se saiu muito bem

Carlos Newton

É hoje o dia. Os presidenciáveis favoritos não aceitam fazer debates, de forma alguma, porque sabem que pouco têm a dizer e muito a explicar. Desde a eleição de John Kennedy nos Estados Unidos, em 1960, os debates se transformaram no ponto principal das campanha eleitores, mas o Brasil tem a mania de fazer as coisas ao contrário.

Os programas de debates, que deveriam ter começado no último diz 5, pela CNN, seriam a grande oportunidade para Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) desfazerem a polarização e levar os eleitores a escolher o melhor candidato ao invés de optarem pelo menos pior, na forçada e prematura disputa entre Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) pelo chamada  voto útil.

JORNAL NACIONAL – Lula e Bolsonaro fugiram dos debates, mas não recusaram a oportunidade de se exibirem no Jornal Nacional em versão ampliada, com 40 minutos reservados à entrevista.

A estreia é nesta segunda-feira, com a participação de Jair Bolsonaro, que aceitou vir de Brasília para ser entrevistado no estúdio da TV Globo.

Na eleição de 2018,  quando Bolsonaro também não aceitou fazer debates, participou da entrevista na Globo, onde não houve trégua. Pelo contrário, os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcelos não atuaram como entrevistadores dos presidenciáveis, mas como implacáveis  inquisidores. Certamente se consideram mais importantes do que os entrevistados.

REAÇÃO VIGOROSA – Com Bolsonaro essa perseguição não deu certo e ele se saiu bem em 2018, porque virou o jogo e acusou os apresentadores de serem falsas pessoas jurídicas, para pagar menos Imposto de Renda. Bonner e Renata ficaram em péssima situação, não tinham como responder. 

Quatro anos depois, segundo a coluna Painel (Folha), Bolsonaro foi orientado a manter o discurso na cartilha defendida por seus conselheiros mais pragmáticos: melhora na economia, o Auxílio Brasil de R$ 600 e acenos ao eleitorado jovem e às mulheres, nos quais sua rejeição é maior.

Pela relevância do programa e pelo potencial de audiência, seus auxiliares apostam na presença do presidente como um marco para alavancar seu crescimento nas pesquisas. Há expectativa, inclusive, de alcançar a maior audiência da história do Jornal Nacional, segundo seus produtores.

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P.S. – 
 Sonhar ainda não é proibido nem paga imposto, mas os bolsonaristas deviam lembrar que. William Bonner e Renata Vasconcelos certamente  vão querer dar o troco, sem repetir o mico de 2018. Mas é claro que Bolsonaro estará com  algumas cartas na manga, para surpreender os entrevistadores/inquisidores. Nesse clima, a edição do JN é realmente imperdivel. (C.N.)