Participação do Ministro da Defesa mostra que Bolsonaro conta com apoio militar contra Lula
Carlos Newton
Quem duvidava que o presidente Jair Bolsonaro pudesse ter o apoio das Formas Armada, de forma incondicional, agora constata a que ponto chegamos. Ao aceitar fazer a principal apresentação aos embaixadores, na reunião desta segunda-feira, o ministro da Paulo Sérgio Nogueira está dando uma demonstração internacional de que realmente comprou a briga de Bolsonaro contra o Tribunal Superior Eleitoral.
É grave a crise institucional? Não, é gravíssima e nunca se viu nada igual, porque a agravamento se deve à reprovável postura do ministro Edson Fachin, que até 16 de agosto estará à frente do TSE, quando assume o novo presidente Alexandre de Moraes.
PROPOSTAS MILITARES – Como todos sabem, em 2021 o então presidente Luís Roberto Barroso, em nome do TSE, convidou a as Forças Armadas e mais 14 instituições para integrarem a Comissão da Transparência Eleitoral.
Os militares aceitaram o convite, fizeram 88 questionamentos e depois apresentaram 15 propostas efetivas para melhorar a segurança da votação eletrônica, das quais três foram logo acolhidas, outras três aprovadas parcialmente, duas ainda estão em estudos e as restantes não foram aceitas.
Nada mal, hein? O fato inquestionável é que os militares apresentaram propostas viáveis e a maioria delas foi considerada procedente.
INTRANSIGÊNCIA – O ministro de Defesa então pediu ao TSE uma nova reunião técnica, mas Fachin decidiu que a análise dos propostas estava concluída e somente seria retomada na eleição seguinte. O ministro insistiu em 10 de junho, argumentou que as Forças Armadas se sentiam “desprestigiadas”.
Depois, pediu a reunião técnica pela terceira vez, e mesmo assim o intransigente Fachin nem respondeu a esta solicitação do general Paulo Sérgio Nogueira.
O resultado é a crise institucional, com o ministro da Defesa insistindo em apresentar novas propostas. mas Fachin continuava irredutível.
PERGUNTAS NO AR – Se as propostas fossem da Polícia Federal, da OAB ou de qualquer outra entidade, como se comportaria Fachin?
Além disso, por que se recusou a fazer as reuniões técnicas, se o TSE tem o direito de recusar qualquer proposta indevida? Fachin não percebe que sua intransigência ameaça o relacionamento entre os três Poderes da República? Não vê que dá a entender que estaria agindo politicamente, para levantar a opinião pública contra Bolsonaro a qualquer custo?
Por fim, o que pretende Fachin?
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P.S. – Como dizia Ary Barroso, a intransigência e os dissabores de Fachin estão nos levando por caminhos tristonhos, quando a eleição deveria sempre ser uma festa cívica, alegre e efusiva. Bem, logo mais, no final da tarde, saberemos em que pé estão as coisas, bastando observar o clima do pronunciamento do ministro da Defesa. (C.N.)
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