Faltam nove dias para serem destruídas as chances de uma chapa da terceira via
Carlos Newton
Diante da decisão do ministro Edson Fachin, que recusou a ação impetrada no Supremo para adiar a convenção nacional do MDB, marcada para esta quarta-feira, o senador Renan Calheiros, que lidera a ala “lulista” do partido, desistiu de lutar na Justiça, mas fez questão de anunciar que prosseguirá na tentativa de sepultar a candidatura da senadora Simone Tebet, que já conta com adesão de PSDB e Cidadania.
Renan promete redobrar os esforços para levar o partido a apoiar Lula ainda no primeiro turno. E agora seu principal objetivo é evitar que Ciro Gomes e Simone Tebet formem uma chapa para enfrentar a polarização entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
DISSE SIMONE – Em relação à intransigência de Renan Calheiros e de outras antigas lideranças do MDB, que querem apoiar Lula, a senadora Simone Tebet disse que essas controvérsias “não atrapalham” sua campanha, assinalando que as divergências entre alas do seu partido serão resolvidas internamente.
Como se vê, embora já tenha reclamado do “cheiro de naftalina” desses veteranos líderes do MDB, a pré-candidata prefere uma posição conciliadora. Na realidade, os dissidentes estão atrapalhando muito e até a chamada undécima hora eles pretendem tumultuar a campanha do partido .
Muito bem, tudo bonito e formoso, como dizia Mãe Menininha do Gantois, mas não adianta sonhar. O fato concreto é que faltam apenas nove dias para estourar o prazo do TSE e Ciro Gomes e Simone Tebet ainda nem sentaram para iniciar a negociação.
FIM DE PAPO – Embora possam as candidaturas ser registradas até 15 de agosto, o prazo para realizar as convenções e fechar a coligação entre PDT e a federação MDB, PSDB e Cidadania termina em 5 de agosto. E fim de papo.
Não é possível que Ciro Gomes e Simone Tebet acreditem que possam vencer candidaturas já estruturadas, como as de Lula e Bolsonaro. Se PDT e MDB não formarem uma chapa só, com Ciro e Simone concorrendo separadamente, será a crônica de mortes mais anunciadas do que na obra genial de Gabriel García Marquez.
Faltam apenas nove dias, num suspense de matar o Hitchcock, como dizia o jornalista e compositor Miguel Gustavo, sempre avisando: “Cuidado, Moreira!”.
Charge do Duke (O Tempo)
Candidato a deputado estadual pelo PTB, Queiroz faltou à convenção de Bolsonaro
Bruna Lima
Metrópoles
Ex-assessor e faz-tudo de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz não foi à convenção do PL, neste domingo (24/7), para evitar comentários na imprensa que desviassem a atenção do evento que confirmou a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição.
Candidato a deputado estadual pelo PTB, Queiroz convocou apoiadores para se reunirem em frente ao Maracanãzinho, local onde ocorreu a convenção. Mas, enquanto isso, o ex-assessor estava em uma agenda na Zona Oeste do Rio de Janeiro, não compareceu ao evento festivo.
UM FAZ-TUDO – Fabrício José Carlos de Queiroz, é ex-policial militar e ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, o filho 01 do presidente da República. Amigo do clã Bolsonaro desde 1980, o ex-policial também foi motorista e segurança da família. Além dele, sua mulher Márcia Oliveira de Aguiar e as duas filhas de Fabrício já trabalharam para Flávio Bolsonaro;
Após ser acusado de suposto envolvimento em esquema de rachadinha quando ainda assessorava o filho mais velho de Bolsonaro, Queiroz foi afastado do convívio da família do presidente
A investigação realizada dentro do gabinete de Flávio Bolsonaro teve início no fim de 2018, quando a Polícia Federal apurava casos de corrupção dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Relatórios apontaram movimentações suspeitas de parlamentares e servidores da Casa legislativa. Um deles era Queiroz.
MUITOS DEPÓSITOS – O Ministério Público do Rio de Janeiro descobriu, por meio de quebra de sigilo, que Fabrício movimentou milhões em depósitos feitos por assessores empregados no gabinete do filho mais velho do presidente. Com isso, Queiroz e Flávio passaram a ser suspeitos de organizar um esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual.
As investigações apontaram ainda repasse no valor de R$ 88 mil do ex-policial em cheques para a primeira-dama Michele Bolsonaro. À época o presidente afirmou que foi pagamento de um empréstimo.
Fabrício e a esposa chegaram a ser presos preventivamente após mandado de prisão e de busca e apreensão, mas tiveram a prisão revogada pelo STJ em 2021.
É CANDIDATÍSSIMO – Recentemente, surgiram informações de que Queiroz estaria interessado em se candidatar para as eleições de 2022. Ele, inclusive, afirmou ter recebido convites de filiação de quatro partidos Reprodução/ Redes sociais
A pessoas próximas a ele, Queiroz se queixou de que não poderia subir no palco com o presidente na convenção, mas reconheceu que sua presença poderia causar certo mal-estar. Segundo ele, a família Bolsonaro não fez nenhum movimento contra ou a favor de sua participação.
Nem seria necessário, aliás. Os Bolsonaro já deixaram claro que não concordam com sua candidatura, embora não planejem fazer nada para impedi-la.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É uma maldade o tratamento que hoje dão ao Queiroz, que tanto fez pela família, inclusive enturmando-a com os milicianos, além de operar o esquema das rachadinhas, que alavancou com dinheiro vivo os negócios imobiliários que levam a marca Bolsonaro. (C.N.)
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