sexta-feira, 29 de julho de 2022

 

Faltam apenas sete dias para a terceira via dar adeus às ilusões eleitorais

Terceira via para 2022

Charge do Duke (O Tempo)

Carlos Newton

Aqui na Tribuna da Internet, desde o início da campanha, quando ainda tínhamos Henrique Mandetta, Sérgio Moro, João Doria e Eduardo Leite na disputa, estamos advertindo para o fato de que uma candidatura alternativa de terceira via poderia ter chances de vitória. Poderia, mas daqui a pouco não pode mais, porque agora tudo indica que os 10 candidatos alternativos estão realmente fora da disputa – não terão o menor protagonismo, farão apenas figuração, como se diz nas produções de TV.

Essa realidade é palpável, porque, nem mesmo com a saída de Mandetta, Moro, Doria e Leite, as candidaturas de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) não conseguiram decolar, o que nos levou a indagar aonde foram parar os 10% de votos de Moro, já que seus eleitores, por óbvio, jamais aceitariam votar em Lula ou Bolsonaro e certamente iriam procurar algum outro candidato fora da polarização. 

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA –  Portanto, se os candidatos Ciro Gomes e Simone Tebet não conseguiram nem mesmo herdar os votos de Sérgio Moro, isso significa que, sozinhos, eles têm limitada capacidade de crescimento eleitoral. Assim, a alternativa restante seria a união dos dois, juntando forças para tentar chegar ao segundo turno.

Como dizia Nelson Rodrigues, há pessoas que não conseguem enxergar sequer o óbvio ululante. É exatamente o caso dos candidatos Ciro Gomes e Simone Tebet. Faltam apenas sete dias para o prazo fatal de apresentação de candidaturas, e com um final de semana no meio, mas até agora eles não tomaram a menor iniciativa para unir as candidaturas.

Como isso, Ciro e Simone levamo euforia e êxtase às campanhas de Lula e Bolsonaro, que já comemoram a passagem garantida para o segundo turno.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É um vexame que cheguemos a ponto de precisar escolher entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro, como se o Brasil não tivesse nenhum político decente em que se possa confiar e que enxergue pelo menos um palmo diante do nariz. (C.N.)

Edson Fachin se esforça para mostrar que não é imparcial, mas seus atos demonstram o contrário

Grupo Prerrogativas se reúne com Fachin para tratar da violência política -  Brasil 247

Edson Fachin se reuniu com o grupo de advogados lulistas

J.R. Guzzo
Estadão

O ministro Edson Fachin, do STF, ocupa neste momento o cargo de presidente do TSE, o serviço que controla as eleições e a contagem de votos no Brasil – uma função que exige a mais óbvia imparcialidade por parte de quem a exerce, sobretudo em momentos, como hoje, em que há uma discussão pública e esquentada sobre a segurança do sistema eleitoral brasileiro.

Não é suficiente, aí, a conduta correta: os eleitores terão de acreditar, com 100% de certeza, que ela é realmente correta, e que os árbitros do jogo não favorecem nem hostilizam nenhum dos lados que estão em campo.

Eis aí o começo, o meio e o fim do problema que existe com o ministro Fachin: ele faz, com os seus atos de função, o maior esforço possível para dar a impressão de que não é imparcial.

CURRÍCULO – Fachin foi advogado do MST, uma organização extremista de esquerda que defende abertamente a prática de crimes – invasão de propriedade, violência física contra pessoas, destruição de bens e outros tantos. Foi militante da campanha eleitoral de Dilma Rousseff, de quem recebeu sua cadeira no STF.

Tomou uma das mais extravagantes decisões da história da Justiça brasileira – ao anular, sem nenhuma menção a provas ou à culpa do réu, as quatro ações penais contra o ex-presidente Lula, inclusive a sua condenação pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove magistrados diferentes. Foi essa decisão, e unicamente ela, que tornou possível a candidatura de Lula nestas eleições.

Com uma folha corrida dessas, na verdade, Fachin deveria estar fazendo um duplo esforço par mostrar ao público que as suas inclinações políticas não terão nada a ver com a sua atuação nas eleições de outubro próximo. Mas ele está fazendo o exato contrário disso.

APOIANDO LULA – Fachin faz um duplo esforço, sim – só que esse esforço é para levar as pessoas a acreditarem que está apoiando Lula.

Seu último manifesto de campanha foi receber em seu gabinete membros do grupo de advogados “Prerrogativas”, que milita ativamente a favor da candidatura do ex-presidente, com declarações públicas e dinheiro.

Esses advogados já fizeram festa para Lula, e um dos seus integrantes mais destacados é o autor da doutrina segundo a qual não vale a pena punir crimes que “já foram” cometidos. Ele se referia, ao enunciar esse princípio, aos crimes de Lula.

NEGAR O NEGACIONISMO – O ministro, na fala que fez a receber os advogados lulistas, disse que o TSE não vai tolerar o “negacionismo eleitoral”.

Como o único negacionista que há no Brasil, segundo a pregação maciça dos seus adversários, é o presidente da República, ficou claro de que lado está o chefe atual do TSE na campanha pela presidência.

 Fachin disse que não se abala diante das “ameaças e intimidações” e declarou ser um “juiz”. Mas juízes de verdade não participam de comícios como a visita do grupo de advogados; só falam nos autos, e não se reúnem com uma das partes da causa que está sob a sua apreciação judicial. É o oposto do que o ministro está fazendo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário