sábado, 30 de abril de 2022

 

Brasil deve dispensar contagem de votos pelas Forças Armadas nas eleições, sugere Human Rights Watch

Logotipo da Human Rights Watch - Sputnik Brasil, 1920, 29.04.2022
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Em uma nota divulgada em três idiomas nesta sexta-feira (29), a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) recomendou que as Forças Armadas brasileiras não façam uma contagem paralela de votos das eleições presidenciais de 2022.
recomendação vem após sucessivos questionamentos por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL) que, na última quarta-feira (27), pôs em xeque a contagem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Sem provas, ele alegou que havia uma sala secreta que, supostamente, decidiria o vencedor do pleito. Bolsonaro disse, ainda, que era o "chefe" das Forças Armadas.
"O presidente Bolsonaro questionou o sistema de contagem de votos do Tribunal Superior Eleitoral sem fornecer nenhuma evidência de irregularidade e atacou o ex-presidente do tribunal, o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso", diz o documento.
A ONG acrescentou que gerir um sistema eleitoral paralelo não é missão, nem competência das Forças Armadas. "Em uma democracia, o sistema eleitoral deve ser administrado e os votos devem ser contados por autoridades civis independentes, e não pelas Forças Armadas, que o próprio presidente Bolsonaro enfatizou estar sob seu comando", pontua o texto.
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Maria Laura Canineu, diretora brasileira da ONG que atua em diversos países, observou que Bolsonaro criou uma "campanha de desinformação imprudente e perigosa" contra as eleições e os métodos de apuração dos votos - mesmo com eles tendo sido submetidos a um teste acompanhado pelas próprias Forças Armadas, e que concluiu, em fevereiro deste ano, não ter encontrado qualquer tipo de irregularidade.
“O presidente Bolsonaro continua com sua campanha de desinformação imprudente e perigosa contra o sistema eleitoral brasileiro, repetindo alegações infundadas de fraude eleitoral e atacando autoridades eleitorais e judiciais independentes. Ao lançar dúvidas infundadas sobre o sistema eleitoral e propor um sistema alternativo de contagem sob seu controle, o presidente Bolsonaro parece estar preparando as bases para contestar a vontade da população caso não seja reeleito ou até mesmo tentar cancelar a votação. A comunidade internacional deve enviar uma forte mensagem ao presidente Bolsonaro de que qualquer tentativa de subverter o sistema democrático e o Estado de Direito é inaceitável", declarou Canineu.

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