Palavras de Putin minam planos da UE de escalar conflito na Ucrânia, diz analista estadunidense

© Sputnik / Sergei Bobylev
A declaração do presidente russo Vladimir Putin de que a Rússia não tenciona atacar ninguém frustrou os planos da União Europeia (UE) de prolongar o conflito na Ucrânia, afirmou o tenente-coronel aposentado do Exército dos EUA Daniel Davis.
Davis salientou que os europeus estão dispostos a permitir que a Ucrânia seja destruída e que a sua própria economia entre em colapso, na tentativa de salvar Kiev.
"No entanto, Putin lembrou habilmente que a responsabilidade está do lado do Ocidente e que a Rússia sempre esteve aberta a negociações", ressaltou.
Dessa forma, continuou, a Europa deve ouvir as palavras do líder russo sobre as causas profundas do conflito na Ucrânia.
Além disso, o especialista apontou que a UE deve abster-se de confiscar ilegalmente os ativos russos congelados.
Neste contexto, ele opinou que Moscou envia aos europeus o sinal de que o lado russo está disposto a respeitar os europeus, desde que esse respeito seja recíproco.
Assim, finalizou Davis, há outra ideia simples: a Rússia, na verdade, não aspira provocar uma guerra direta com a UE.
Na sexta-feira (19), Putin, ao responder a uma pergunta sobre as perspectivas das relações entre a Rússia e os países europeus, afirmou que os políticos ocidentais continuam a agravar a situação ao falarem sobre a preparação para uma guerra com a Rússia.
O presidente russo salientou que a responsabilidade pela resolução da questão ucraniana está nas mãos dos oponentes ocidentais da Rússia, nomeadamente Kiev e os seus patrocinadores ocidentais .feita à Rússia uma proposta para que fizesse concessões em relação à Ucrânia, tendo a Rússia manifestado disponibilidade para as aceitar.
Reino Unido conclui preparativos para envio de tropas à Ucrânia, revela mídia
17:52 17.12.2025 (atualizado: 22:04 17.12.2025)

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O governo britânico conclui a preparação para o deslocamento de um contingente à Ucrânia em caso de cessar-fogo, informou o portal i Paper, citando fontes do Ministério da Defesa do Reino Unido nesta quarta-feira (17).
"Londres acelera os preparativos para enviar forças de paz à Ucrânia, adquire equipamentos e finaliza os planos de desdobramento. Autoridades acreditam que um acordo de paz parece mais próximo do que nunca, à medida que negociadores dos Estados Unidos se preparam para apresentar ao Kremlin uma proposta apoiada pela Ucrânia", revelou o veículo.
Segundo o portal, o Ministério da Defesa britânico tenta, neste momento, definir o prazo necessário para a mobilização do contingente e avalia possíveis locais de posicionamento das tropas.
"A 'Coalizão dos Dispostos' trabalha nesses planos há bastante tempo. O ritmo se intensificou e os planos ficaram mais concretos, já que surgiu uma perspectiva real de cessar-fogo", afirmou uma das fontes.
De acordo com as informações, Londres dificilmente deslocará para a Ucrânia forças já posicionadas em outros países, como a Estônia. A tendência é enviar soldados diretamente do território britânico.
Caso seja necessária uma mobilização rápida, a 16ª Brigada de Assalto Aéreo, que inclui forças de pronta resposta do Exército britânico, seria enviada à Ucrânia. A unidade já participou das evacuações de Cabul, em agosto de 2022, e do Sudão, em abril de 2023.
Ainda conforme os planos, a chamada "coalizão dos dispostos" provavelmente não distribuirá tropas ao longo de toda a linha de contato, devido à falta de efetivo, destaca a publicação. Em vez disso, o contingente deve ser relativamente concentrado, com deslocamentos pontuais conforme a necessidade.
Se a Rússia não concordar, no âmbito de um acordo de paz, com a presença de forças estrangeiras na Ucrânia, o contingente poderá ser posicionado em países vizinhos, como a Polônia, segundo o portal.
Negociações para a paz avançam
Entre 14 e 15 de dezembro, Berlim sediou negociações sobre a resolução do conflito ucraniano, com a participação do enviado especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, do genro do presidente norte-americano, Jared Kushner, e de Vladimir Zelensky.
Após o encontro, líderes da União Europeia divulgaram uma declaração com propostas de garantias à Ucrânia e medidas para o acordo, incluindo o envio de forças multinacionais e a manutenção das Forças Armadas ucranianas com efetivo não inferior a 800 mil militares.
A administração dos Estados Unidos já havia anunciado a elaboração de um plano para a resolução do conflito. O Kremlin, por sua vez, afirmou que a Rússia segue aberta às negociações e mantém a plataforma de diálogo em Anchorage.
No dia 2 de dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, recebeu Witkoff e Kushner no Kremlin. A visita esteve relacionada às discussões sobre o plano de paz norte-americano para a Ucrânia.
Jornal britânico indica 3 razões de derrotas contínuas das forças ucranianas no front
08:57 18.12.2025 (atualizado: 08:59 18.12.2025)

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A Rússia tem superioridade numérica e de armamento, forçando o Exército ucraniano a recuar mais rapidamente do que em qualquer outra fase do conflito desde o seu início, escreve o jornal The Economist.
O jornal destaca que o lado ucraniano está sofrendo derrotas na zona de combate devido a três razões.
"A primeira é a sua dificuldade bem documentada com o recrutamento e o material. A Rússia, por outro lado, conta com um contingente muito maior e enfrenta poucas dificuldades para encontrar recrutas", ressalta a publicação.
O material especifica que, segundo uma fonte do Estado-Maior da Ucrânia, durante o primeiro semestre de 2025, o Exército russo aumentou em média entre 8.000 e 9.000 soldados por mês, enquanto a Ucrânia lutava para substituir as suas próprias baixas.
Neste contexto, o artigo aponta que os russos estão excedendo suas metas de recrutamento de 20% a 30%.
O segundo fator, continua o jornal, é a crescente competência da Rússia no domínio da guerra com uso de drones.
"Novas unidades de drones bem financiadas [...] vêm atacando a logística ucraniana bem atrás da linha de frente. Em algumas áreas, eles têm muito mais drones que podem operar a distâncias maiores, o que significa que podem localizar e eliminar os operadores de drones ucranianos primeiro", sublinha a matéria.
Observa-se que as baixas entre os operadores de drones ucranianos e outros na retaguarda agora superam as da infantaria na linha de frente, marcando uma inversão notável em relação ao início das hostilidades na Ucrânia.
Ao mesmo tempo, a publicação menciona o terceiro fator que cria graves problemas para os ucranianos: condições locais.
O material salienta que, na direção de Krasnoarmeisk (Pokrovsk, na denominação ucraniana), o comando ucraniano há muito tempo enfrenta problemas de coordenação.
Assim, finaliza o jornal, os êxitos russos no front estão acontecendo em meio ao processo de conversas sobre o encerramento do conflito ucraniano, o que gera mais confiança para a posição negociadora de Moscou.
Na quarta-feira (17), o ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belousov, afirmou que o colapso da defesa das Forças Armadas da Ucrânia é inevitável, o que finalmente foi compreendido pelos curadores ocidentais de Kiev.





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