Ao retirar Moraes e dona Vivi da Magnitsky, Trump abandona Jair Bolsonaro
A aventura de Eduardo Bolsonaro nos EUA acabou e revela que a tramoia do deputado federal deu completamente errada

A decisão do governo dos Estados Unidos de retirar o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky, representa o completo abandono do governo Donald Trump aos interesses nada republicanos de todo o clã Bolsonaro.
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Em julho, quando Moraes tornou-se alvo da Lei Magnitsky, Eduardo Bolsonaro comemorou comendo um chocolate. Em setembro, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou que as sanções também incluíam Viviane e o Lex. Uma nova vitória do bolsonarismo.
Depois veio o julgamento de Jair Bolsonaro e a turma de Eduardo bradava, aos quatro ventos, que todos os ministros do STF seriam sancionados por meio da Magnitsky durante o julgamento de Jair Bolsonaro. Seria uma sanção em tempo real. Voto a voto. Condenação a condenação.
Os votos vieram; as sanções, não. A condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses também veio. E nada de Magnitsky. Eis ali o primeiro sinal de que havia algo errado. Errado do ponto de vista da suposta mega influência de Eduardo e Paul Figueiredo junto ao governo dos Estados Unidos.
O bolsonarismo – no melhor estilo Donald Trump – nunca admita a derrota, por pior que ela seja – manteve a narrativa de que outras sanções viriam. O tempo passou, Lula e o Itamaraty se aproximaram; há aproximadamente duas semanas Lula discutiu as sanções com Trump e, ao menos nesse primeiro momento, elas caíram.
Mas antes que o povo do PT solte rojões ou estoure espumantes de quinta categoria, essa derrota do bolsonarismo deve ser lida como uma vitória do trumpismo, não como um golaço do Itamaraty. Hoje, sexta-feira 12 de dezembro, ficou absolutamente claro que o governo Trump apenas – e somente – utilizou Eduardo Bolsonaro como um boi de piranha para garimpar espaço junto ao governo Lula e – principalmente – negociar acesso às reservas de terras raras brasileiras.
A aventura de Eduardo Bolsonaro nos EUA acabou: Jair Bolsonaro está preso, antes mesmo da declaração do trânsito em julgado; o parlamentar deve perder o mandato na próxima semana ou, no máximo, início de 2026; ele não poderá mais voltar ao Brasil e, para piorar, Eduardo ainda conseguiu fazer com que Lula estancasse a queda de sua popularidade.
Resumindo: o plano do Bananinha deu errado.

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