Fachin intervém no caso Master e altera a “acareação” de Toffoli

Fachin decidiu botar o STF em ordem e desautorizou Toffoli
Carlos Newton
Embora determinados ministros do Supremo se julguem acima da lei e da ordem, tudo tem limites e nesta segunda-feira, dia 29, o presidente Edson Fachin alterou a decisão de Dias Toffoli, que tinha determinado uma acareação entre o controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, o presidente afastado do Banco Regional de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa (os dois investigados por fraude), e o diretor de fiscalização do BC, Ailton de Aquino Santos.
Ao invés de acareação, que tinha sido uma tremenda mancada de Toffoli, a sessão passou a ser de depoimentos sobre as irregularidades cometidas, que levaram à liquidação do Master, em defesa da economia popular, segundo justificou o Banco Central.
CONCORDÂNCIA – Convocar uma acareação foi uma surpresa, porque esse tipo de providência só é tomado quando existe discordância entre depoimentos. No caso dos convocados por Toffoli, nem existiam depoimentos e, muito menos, controvérsias.
O que havia eram concordâncias, porque os três foram a favor da venda irregular e ruinosa do Master para o estatal BRB.
Justamente por isso, Vorcaro e Costa estão sendo investigados criminalmente, e Aquino está sob suspeita, porque todos demais os diretores do Banco Central foram a favor da liquidação e somente no final ele mesmo viria a apoiar, para haver unanimidade na decisão.
GONET CONTRA – O procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foram contrários à acareação irregular, mas Toffoli manteve a decisão.
A intransigência de Toffoli levantou suspeitas de que estaria interessado em desfazer a liquidação extrajudicial do Master, que vai dar prejuízo de R$ 19 bilhões ao Fundo Garantidor de Crédito.
Esse Fundo é particular e foi criado pelo sistema bancário para evitar graves crises financeiras e prejuízos aos pequenos investidores até R$ 250 mil em CDBs e Poupança.
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P.S. – No caso do Master, há investidores que terão altos prejuízos, como o RioPrevidência, fundo de pensão dos servidores do Estado do Rio. E agora, além do ministro Alexandre de Moraes, também Dias Toffoli fica sob suspeita de favorecimento ao banqueiro fraudador Daniel Vorcaro. Comprem pipocas que o Ano Novo vem aí. (C.N.)
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