sexta-feira, 1 de agosto de 2025

 

Ação de Trump transforma julgamento de Bolsonaro em reação por soberania

por: @ultralafa03 SOBERANIA NACIONAL. #PutzGrilah #hospíciobrasil  #lobotomiadigital #charge #cartoon #lesapátria #brasil #br #gado  #patriotários #soberanianacional #brasilsoberano

Charge do Lafa (Arquivo Google)

Cézar Feitoza e Ana Pompeu
Folha

A tentativa de interferência de Donald Trump nos rumos do processo da trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal) que mira Jair Bolsonaro (PL) deve ter efeito reverso e dar ainda mais evidência para o julgamento. A expectativa é que os ministros da Primeira Turma do STF, responsável pelo caso, incluam em seus votos manifestos em defesa da soberania nacional e da independência do Supremo.

Os ministros da corte refutam a possibilidade de suavizar o julgamento e eventuais penas dos réus diante da ofensiva do governo dos Estados Unidos contra o Brasil e magistrados do tribunal, segundo quatro integrantes do Supremo ouvidos pela Folha.

OUTRO PROCESSO – Eles destacam ainda que a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, para conquistar apoio do governo Trump para a aplicação de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e outros integrantes do tribunal será analisada em outro processo.

Eduardo é alvo de inquérito da Polícia Federal por suspeita de obstrução de Justiça e coação. Agentes da PF têm mantido publicações dele nas redes sociais sob custódia, por entender que o próprio deputado produz provas contra si.

A investigação contra o deputado não deve se prolongar por muito tempo. A expectativa no Supremo é preparar o recebimento de eventual denúncia contra o deputado após o término do processo sobre a tentativa de golpe de Estado.

NA RETA FINAL – O julgamento contra o núcleo central da trama golpista deve ocorrer em setembro. O processo está na fase de alegações finais, e as defesas dos réus têm até 13 de agosto para se manifestar pela última vez antes do ato final no Supremo.

Quatro advogados de réus afirmaram à Folha considerar inócua a ação de Trump. Eles destacam que o Supremo não vai recuar do processo sobre a trama golpista. Uma das defesas avalia até que a situação jurídica de Bolsonaro pode ficar pior, com possível aumento na contagem das penas —até agora, não houve qualquer recuo de Moraes no caso.

Um dos representantes dos réus do processo diz acreditar que a ofensiva crescente de Trump contra Moraes e o STF reduz as chances de ponderações nas penas ou indulto.

CORPORATIVISMO – O movimento dos EUA ainda reanima um espírito de corporativismo entre os ministros, especialmente entre os da Primeira Turma, composta por Moraes, Cristiano Zanin (presidente da Turma), Flávio Dino e Luiz Fux, único até o momento a apresentar alguma divergência em relação ao relator —ele foi contra as medidas impostas a Bolsonaro.

As reações do Supremo às interferências dos EUA no processo contra Bolsonaro tiveram estágios diferentes. A primeira ação do tribunal foi autorizar uma investigação contra Eduardo Bolsonaro quando o deputado anunciou que ficaria nos Estados Unidos para buscar apoio da Casa Branca por sanções contra ministros do Supremo.

Quando as críticas de Trump eram por meio de redes sociais, os ministros minimizaram o movimento e avaliaram que as declarações eram parte de uma narrativa política e, assim, não mereciam reação institucional da corte. Pouco depois de Trump anunciar a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, que foi efetivada nesta quarta (30), Moraes decretou medidas cautelares contra Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica e restrições para sair de Brasília.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A sorte do Supremo foi Trump ter confundido as coisas, misturando as “caças às bruxas bolsonarianas” e os erros judiciais de Moraes no inquérito do fim do mundo e em muitos outros. O lamentável mix dos assuntos desfaz o foco preciso sobre as trapalhadas de Moraes no caso das big techs, que incluem empresas de Elon Musk e do próprio Trump, perseguindo estrelas nascentes do bolsonarismo, que surgiram devido à putrefação do PT, faz parte da democracia a alternância do poder. Agora a sujeirada dos desmandos de Moraes está sendo varrida para debaixo do tapete do nacionalismo nauseabundo, e Moraes não mais será perseguido pela cadeia que presenteou à terrorista que passou batom na pedra fria da estátua. E neste verão em Albion, o grandioso Samuel Johnson está se revirando na Abadia de Westminster, repetindo que eles não entenderam nada… Descanse em paz, mestre, todos entenderam. À exceção dos canalhas, é claro, que sempre encontram um refúgio… (C.N.)

Na verdade, Moraes não tem como se defender das acusações do governo Trump

Secretário de Estado da Casa Branca, Marco Rubio, durante evento na Casa Branca

Marco Rubio citou as acusações que são feitas a Moraes

Deu em O Globo

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, publicou nota para apresentar as alegações do governo americano na aplicação da lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O republicano justificou a medida com o que chamou de “graves abusos de direitos humanos, incluindo detenções arbitrárias”, além de “violações da liberdade de expressão”.

“O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Departamento do Tesouro, sancionaram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do programa de sanções Global Magnitsky por graves violações de direitos humanos. Que este seja um aviso para aqueles que atropelam os direitos fundamentais de seus compatriotas — as togas judiciais não podem protegê-los”, escreveu Rubio no X.

ABUSOS SEGUIDOS – Em nota publicada no site da Departamento de Estado, Rubio acrescenta que Moraes cometeu abuso de autoridade ao agir nos processos judiciais de forma “politicamente motivada” e com objetivo de silenciar críticos.

O comunicado também menciona que “ordens secretas” do magistrado brasileiro “obrigavam plataformas online, incluindo empresas de mídia social dos EUA, a banir as contas de indivíduos que postassem discursos protegidos” (pela primeira emenda da constituição americana).

“Moraes abusou ainda mais de sua posição ao autorizar prisões preventivas injustas e minar a liberdade de expressão”, prossegue o texto. A nota finaliza com a afirmação de que os EUA vão usar “todos os instrumentos diplomáticos, políticos e legais” para proteger “a liberdade de expressão dos americanos de atores estrangeiros malignos como Moraes”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 O ministro Moraes se apressou a distribuir a informação de que não possui bens nem contas bancárias nos Estados Unidos, como se estivesse a proclamar que as punições não o atingem. Na verdade, as sanções acertam em cheio no que os magistrados precisam ter de mais sagrado – a dignidade, a imparcialidade e a isenção. Sua situação é grotesca e ele nem tenta se defender, porque seus erros judiciais realmente não têm explicação. (C.N)

Abusos cometidos no Supremo já passaram a ser notícias no mundo inteiro

O WSJ publicou duas matérias denunciando Moraes

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

 
Documentários e textos jornalísticos estão divulgando no exterior os arbítrios cometidos pelo STF. A política brasileira, incluindo as “extravagâncias” do Judiciário, como qualificou o ministro aposentado do Supremo Marco Aurélio Mello, já ultrapassou os limites da Praça dos Três Poderes e ganha o mundo. Além do futebol e carnaval, temos as “extravagâncias”.

O editorial da edição de domingo de The Wall Street Journal confirma essa expansão para o mundo. É o diário de maior reputação nos Estados Unidos, sendo conhecido como The Journal. Ou seja, é “o jornal”, publicado pelos produtores do índice Dow Jones, e tem a idade da nossa república.
VAREJO DO STF– Pois o editorial entrou no varejo do Supremo, com o caso Filipe Martins, instando Donald Trump a investigar com transparência a falsificação da entrada de Martins nos Estados Unidos.
Na Europa, será lançado em agosto um documentário com cerca de duas horas sobre o Supremo brasileiro, produzido pelo jornalista português que ficou detido quando veio participar de manifestação na Paulista.
Volta e meia o Washington Post dá opinião criticando a suprema corte brasileira. E Trump dá ao Brasil um tratamento especialmente duro, deixando claro que é por causa da “caça às bruxas”, uma perseguição à direita brasileira, e por falta de transparência na apuração de eleições.

LEI MAGNITSKY 
– Estamos às vésperas de vigorar a tarifa de 50% sobre as importações americanas do Brasil e, além disso, paira sobre algumas cabeças como espada de Dâmocles a Lei Magnitsky – nome que todo jornalista já pronuncia com familiaridade.
Por aqui, vamos ajudando a inflar esse noticiário estrangeiro. O presidente, todos os dias, desafia, debocha, provoca o presidente dos Estados Unidos. Parece desejar ter uma desculpa para todos os males provocados pela administração Lula, desde a falta de picanha até os juros, a dívida gigantesca e os déficits.

No Supremo, o ministro Alexandre de Moraes recrudesce a cada dia. Até nos detalhes, como não admitir militar fardado em audiência. Se a intenção do deputado Helio Lopes, ao acampar na Praça dos Três Poderes, era jogar uma isca para ver se Moraes a abocanharia, funcionou: o ministro a mordeu e arrastou a Constituição.
RIGOR ILEGAL – Moraes não deu a mínima para os pétreos direitos de reunião, manifestação, de ir e vir, e mandou o governador tirar de lá o deputado, ainda que tivesse de tirá-lo da cama, como aconteceu. Não foi inédito; esses direitos já haviam sido infringidos na pandemia – e por prefeitos.

A retirada do deputado Hélio Lopes das proximidades da Câmara Federal passou a fazer parte do inquérito das “fake news”, de 2019. Profético, o ministro Marco Aurélio Mello o chamou de “inquérito do fim do mundo”.
As inconstitucionalidades são conhecidas há meia dúzia de anos; conhecidas da mídia, da OAB, dos juristas, dos professores – mas são escondidas nas consciências.

PELO MUNDO
 – Vergonha nossa estarem nos principais jornais norte-americanos e europeus, mas não nos nossos, com a veemência com que devem ser tratadas infrações graves a direitos fundamentais. Vergonha nossa estarem na boca do secretário de Estado e do presidente norte-americano, mas não na boca do presidente da OAB nacional ou do presidente de um Senado omisso.

Alguns senadores foram pedir socorro a Trump. Alegamos que Trump ataca nossa soberania, mas não mostramos soberania suficiente para defender nossa própria Constituição, a maior das leis, a que limita o poder do Estado para que a nação seja livre para pensar, debater, criticar, fiscalizar, eleger.

Agora temos uma extravagância histórica: um chefe de Estado estrangeiro defendendo nossa Constituição sem ter jurado defendê-la – como jurou Lula.
(Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

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