Bolsonaristas exaltam atuação de Luiz Fux: “Desmontou a tentativa de golpe”

Luiz Fux questionou Cid sobre os múltiplos depoimentos
Luísa Marzullo
O Globo
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passaram a exaltar a atuação do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a audiência desta segunda-feira (9), na qual o ex-ajudante de ordens Mauro Cid prestou depoimento no inquérito que apura a tentativa de golpe.
Nas redes sociais, trechos das perguntas feitas por Fux durante o interrogatório passaram a circular entre aliados de Bolsonaro. Segundo eles, as inquirições do ministro comprovariam a suposta inocência do ex-presidente.
MINUTA E ACAMPAMENTO – Um dos vídeos mais compartilhados é o do senador Cleitinho (Republicanos-MG), que destaca o momento em que Cid afirma que a minuta do golpe nunca foi assinada por Bolsonaro. Ele também nega que o núcleo próximo ao ex-presidente tivesse relação com os acampamentos em frente a quartéis após as eleições.
— Se esse documento não foi assinado, quer dizer que não teve golpe ou tentativa de golpe — disse Cleitinho.
Na mesma linha, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado reproduziu o vídeo do senador e comentou: “Ministro Fux acabou com a narrativa de golpe!”.
PERGUNTA FATAL – Já o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) alegou que Cid estaria sendo ameaçado e apontou Fux como o responsável por fazer a pergunta que, segundo ele, “anularia o julgamento”, ao abordar a questão da minuta.
— Fazem uma delação baseada em um documento que ninguém viu, que, se existisse, ainda precisaria ser aprovado pelo Congresso — disse. — E mesmo assim, o Bolsonaro não assinou.
O movimento de exaltação a Fux rememora o “In Fux We Trust”, slogan que surgiu durante a Operação Lava-Jato, em um momento em que o ministro era tido como um bastião anticorrupção. A expressão, inspirada na frase norte-americana “In God We Trust”, passou a circular em camisetas, redes sociais e manifestações de apoio à força-tarefa de Curitiba.
MUITOS DEPOIMENTOS – O ministro Luiz Fux fez também um comentário irônico a respeita das múltiplas vezes em que Mauro Cid foi obrigado a depor perante o relator Alexandre de Moraes, depois de ter firmado o acordo de delação premiada.
Nesta segunda-feira, Mauro Cid foi o primeiro a depor no STF sobre os acontecimentos relacionados à suposta tentativa de golpe. Logo depois, foi a vez do delegado e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Os depoimentos seguirão ao longo da semana, em ordem alfabética.
Depois da censura ao humor, Moraes e Bolsonaro lançam um filme de terror

Parece mais um filme reprise, já exibido dezenas de vezes
Vicente Limongi Netto
Aguardada, com ansiedade por toda nação brasileira, a estreia, esta semana, do filme, “Inimigos Fidalgos”. Estrelado pelos notáveis e premiados atores Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro. Dupla de artistas experientes, com extensa trajetória de filmes inesquecíveis e premiados.
Os dois atores já participaram, juntos, de alguns curtas metragens, sem muito sucesso de público. Este longa colorido é diferente e empolgante. Recheado de fortes emoções. Diretores e produtores pretendiam, de início, transformar o filme numa série, para Neflix, Globoplay e para plataformas como X e Meta. Mas as conversas não avançaram.
Não está descartada a participação do filme no próximo festival de Cannes. Críticos acreditam que as trajetórias notáveis de Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro levarão grande público aos cinemas. O filme tem chance de vir a ser premiado. Nas categorias comédia, suspense e terror.
CENSURA AO HUMOR – O humorista Léo Lins foi punido, duramente, por piadas em show de teatro. Cuidado, cidadão trabalhador, evite contar piadas no boteco, no estádio de futebol, no trabalho, em casa, no motel, dentro do avião ou velejando.
A censura e a hipocrisia caminham juntas. Conte piada apenas para seu espelho. E olhe lá. Os inimigos do humor têm ouvidos apurados. Pode-se não gostar do Léo Lins, mas é preciso respeitar.
A liberdade de expressão cada vez mais encolhe no Brasil varonil. Governo e políticos, por sua vez, diariamente contam piadas infames que insultam a inteligência do cidadão e ninguém é punido. O próprio Brasil, do jeito que anda tropeçando nas pernas, é uma piada grotesca, de abissal mau gosto.
Exército apoiou os acampamentos golpistas após derrota de Bolsonaro
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Freire Gomes apoiava o golpe, se houvesse fraude eleitoral
Bernardo Mello Franco
O Globo
Em interrogatório no Supremo Tribunal Federal, Mauro Cid afirmou que os acampamentos de bolsonaristas que pediam golpe em frente aos quartéis “sempre tiveram apoio tácito do Exército”.
O tenente-coronel acrescentou que os acampamentos passaram a ter um “apoio mais formal” a partir de 11 de novembro de 2022. Naquela data, os três comandantes militares divulgaram nota oficial em defesa da “liberdade de reunião”.
RELAÇÃO AMBÍGUA – A fala de Cid expõe a relação ambígua do general Freire Gomes e da antiga cúpula do Exército com a trama golpista.
Excluído da denúncia da Procuradoria-Geral da República, o ex-comandante Freire Gomes tem buscado se apresentar como um oficial legalista, que sempre teria resistido a ideias de ruptura.
Mas o depoimento de Cid lembra que o então comandante permitiu, por ação ou omissão, que os acampamentos se multiplicasem pelo Brasil após a derrota de Jair Bolsonaro. O maior deles, em frente ao Quartel-General em Brasília, foi o ponto de partida para os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
TROCA DE COMANDO – Embora hoje seja mal visto pelos bolsonaristas mais radicais, Freire Gomes se recusou a esperar a posse do presidente Lula para participar da cerimônia de troca de comando do Exército.
No mês passado, ao ser ouvido pelo Supremo Tribunal Federal como testemunha, o general negou que tenha ameaçado prender Bolsonaro caso o plano golpista fosse levado adiante.
“A mídia até reportou aí que eu teria dado voz de prisão ao presidente. Não aconteceu isso de forma alguma”, afirmou.
Piada do Ano! Cid diz que presenciou o golpe, mas jura que não participou

Desta vez, Mauro Cid não chorou nem desmaiou ao depor…
Leticia Martins e Davi Vittorazzi
da CNN
O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, nesta segunda-feira (9), durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), disse que jamais participou do planejamento do golpe, pois presenciou tudo, mas não participou.
Sobre a reunião para melhorar a minuta do golpe, afirmou que aconteceu na Biblioteca do Alvorada. “Quando os comandantes foram chamados, foi apresentado somente os “considerandos”. Eu sei porque eu manipulava o computador. Nessa reunião estava os três comandantes das Forças e o Filipe Martins também estava presente. Bolsonaro estava presente. Reunião foi na Biblioteca do Palácio da Alvorada”, disse o tenente-coronel. Momentos antes, Cid confirmou que Bolsonaro teve acesso ao documento e “enxugou” a minuta.
SEM COAÇÃO – O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaronegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9) ter sido coagido ou pressionado a assinar o acordo de delação premiada no processo que apura suposto plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Em interrogatório, Moraes questionou o tenente-coronel sobre áudios divulgados pela revista Veja em que ele dizia ter sido pressionado a delatar. Cid diz que aquilo teria sido um momento de desabafo com amigo próximo e afirmou não saber como os áudios chegaram à imprensa.
“Foi um vazamento de áudio sem meu consentimento, um desabafo de um momento difícil que eu e minha família estávamos passando. Eu vendo minha carreira miliar desabando, minha vida financeira desabando, isso gerou uma crise psicológica muito grande e me levou a um certo desabafo a amigos, nada de maneira oficial ou acusatória”, afirmou.
É A QUINTA VERSÃO – Desde que assinou o acordo de delação premiada, em 2023, o militar Mauro Cid, que embasou parte das provas relatadas na investigação da Polícia Federal (PF) e na denúncia da PGR, já mudou pelo menos cinco vezes a versão sobre o plano de golpe.
Entre as contradições de Cid, está a menção ao ex-ministro Walter Braga Netto, que teria participado da reunião para promover o que chamou de “caos social” e o vazamento de áudios em que Cid sustenta estar sendo pressionado pela Polícia Federal para revelar “coisas que não aconteceram”.
A partir de agora, advogados dos outros réus também devem manter a linha de desqualificar os apontamentos de Cid.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Mauro Cid faz parte da escória das Forças Armadas. Ao dizer que presenciou, mas não participou, estava imitando Fernando Henrique Cardoso, aquele que fumou maconha mas não tragou… Este Cid é um militar covarde, que delata os companheiros para escapar e usufruir da fortuna que o pai e ele desviaram do Exército para montar a empresa Cid Trust nos Estados Unidos. Não aguenta pressão de forma alguma, chorou ao prestar o primeiro depoimento e desmaiou ao saber que ia ser preso. Já deveria ter sido expulso das Forças Armadas, mas isso não acontecerá, devido ao repugnante corporativismo que contamina os quartéis. (C.N.)
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