sexta-feira, 15 de novembro de 2024

 

Disposto a cessar-fogo, Hamas pede para Trump ‘pressionar’ Israel

Could a reelected Trump push Israel's Netanyahu on peace? - CSMonitor.com

Poderá Trump convencer Netanyahu a negociar a paz?

Do UOL

Um integrante do Hamas afirmou nesta sexta-feira (15) que o grupo islamista palestino está “disposto” a uma trégua na Faixa de Gaza e pediu ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que pressione Israel a interromper as operações militares.

Movimento aguarda proposta que seja “respeitada” por governo israelense. “O Hamas está disposto a alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, caso uma proposta seja apresentada e com a condição de que (Israel) a respeite”, disse um diretor do escritório político do movimento, Basem Naim à agência de notícias AFP.

PEDIDO A TRUMP – Naim também pediu a Trump que pressione Israel “para que interrompa a agressão” em Gaza. Durante toda a campanha eleitoral, o republicano prometeu acabar com as guerras em Gaza e no Líbano, sem informar detalhes de como faria isso.

Primeiro-ministro israelense apoia presidente eleito. Não demorou muito para que Benjamin Netanyahu saudasse a reeleição de Trump no início de novembro, descrevendo-a como “o maior retorno da história”.

Seus ministros de extrema direita da coalizão, Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir, também expressaram seu entusiasmo pelas redes sociais antes mesmo de o resultado oficial da eleição ser anunciado.

CONVERSA CALOROSA – Netanyahu foi “um dos primeiros a telefonar” para Trump, disse gabinete do israelense. “A conversa foi calorosa e cordial” e os dois “concordaram em trabalhar juntos pela segurança de Israel e também discutiram a ameaça iraniana”, informou o órgão em comunicado.

Vitória de republicano ocorreu poucas horas após Netanyahu demitir então ministro da Defesa. Yoav Gallant era visto como um ponto-chave de contato com o governo de Joe Biden no governo israelense.

Políticas do primeiro mandato de Trump foram favoráveis a Israel. Durante sua primeira gestão presidencial, o republicano tomou medidas políticas controversas em apoio a Israel. Em 2017, por exemplo, ele reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e transferiu a embaixada dos EUA de Tel Aviv para lá, revertendo décadas de política americana e opinião internacional sobre o assunto. Trump reconheceu ainda a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã ocupadas, que o Estado israelense capturou da Síria durante a guerra de 1967 e anexou ilegalmente em 1981.

ACORDOS DE ABRAÃO – Trump também é considerado arquiteto dos “Acordos de Abraão”. Trata-se de uma série de acordos que normalizaram as relações com alguns países árabes, mas ignoraram os palestinos e qualquer solução para o conflito palestino-israelense.

Analistas avaliam, porém, que primeiro-ministro israelense tem relação complexa com próximo presidente norte-americano.

“Acho que ele [Netanyahu] tem um pouco de medo de Trump. Ele acha que Trump pode manipulá-lo, mas tem medo de que, se Trump estiver de olho nele, Trump possa ficar muito irritado, ao contrário de Biden, que, por algum motivo, nunca o pressionou, nunca reagiu a suas manipulações”, disse à Deutsche Welle Alon Pinkas, ex-diplomata israelense em Nova York.

ACABAR COM GUERRAS – Situação no Oriente Médio exigirá atenção do próximo governo dos EUA. Até aqui, Trump não apresentou nenhum grande plano para a região, apenas afirmou que acabaria com as guerras em Gaza e no Líbano, sem discorrer sobre como ele se diferenciaria do governo Biden.

Críticos acusaram Netanyahu de jogar com o tempo para esperar novo presidente dos EUA. Apesar do total apoio militar e político do governo Biden ao governo israelense durante a guerra, Netanyahu está feliz com Trump, afirmou Pinkas, porque acredita que o próximo presidente não vai pressioná-lo de forma alguma sobre a questão palestina”.

(Com AFP e Deutsche Welle)

Malafaia atribui atentado a “problemas mentais” e ataca Moraes

Silas Malafaia chama Marçal de 'psicopata' após post com suposto laudo  médico de Boulos

Malafaia volta a esculhambar Alexandre de Moraes

Arthur Guimarães
Folha

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reagiu ao atentado em Brasília afirmando que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), acirrou os ânimos com suas decisões sobre o 8 de janeiro e agora tenta jogar uma cortina de fumaça sobre atos ilegais.

Na última quarta-feira (13), um homem se explodiu em frente à sede do STF após a detonação de bombas em dois locais da praça dos Três Poderes.

DISSE MALAFAIA – O autor do atentado foi Francisco Wanderley Luiz, 59, candidato a vereador pelo PL de Bolsonaro em 2020, que esteve no acampamento golpista na capital federal para reivindicar que o ex-presidente continuasse no poder mesmo após perder a eleição de 2022.

No vídeo, Malafaia atribuiu o ato a “problemas mentais e emocionais” de Francisco, em linha com a narrativa bolsonarista de tratar o episódio como resultado da ação de um “lobo solitário”.

“Não vou deixar passar o ditador da toga, Alexandre de Moraes, com uma narrativa para tentar tirar proveito, para jogar uma cortina de fumaça nos seus atos ilegais, injustos, sobre a questão do homem com problemas mentais e emocionais que explodiu bombas em Brasília”, afirma Malafaia na publicação.

DISCURSO DO ÓDIO – Pela manhã, Moraes declarou que o atentado não é um ato isolado, mas se insere em um contexto de “discurso de ódio”, e que a “impunidade vai gerar mais agressividade”.

A investigação da Polícia Federal sobre o ataque já foi enviada ao ministro após a corte julgar que há conexão do ocorrido com os ataques golpistas de 8 de janeiro.

No vídeo, Malafaia diz que são as “atitudes de ódio” do magistrado, “de perseguição política, que vão gerar mais agressividade”. O pastor cita caso no qual integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) tentaram invadir, em 2014, o tribunal. “Ninguém chamou esses caras de golpistas, terroristas ou subversivos. Foram chamados de manifestantes.”

OUTRO VANDALISMO – Menciona também episódio de 2017 em que sindicalistas depredaram ministérios. “Nenhum ministro do STF chamou de golpista, ninguém foi preso, ninguém foi condenado”, afirmou o líder evangélico.

Malafaia compara com os eventos de 8 de janeiro em Brasília, quando um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiu e depredou as sedes dos três Poderes.

Ele diz que as pessoas foram classificadas “golpistas e terroristas” e que houve uma “verdadeira perseguição política promovida por Alexandre Moraes, com o objetivo de atingir Bolsonaro”.

DITADOR MORAES – “Quem tem trazido instabilidade e acirrado ânimos são as injustiças do ditador da toga Alexandre de Moraes”, que, segundo o pastor, “se diz vítima de um complô desses pseudogolpistas para matá-lo”.

“Chamaram essa gente de baderneira, de golpistas e subversivos para [os acusados] serem julgados no STF e não terem direito a recorrer a outra instância. Isso é uma vergonha!”

“Isso, sim, provoca ódio, essas injustiças”, afirma Malafaia. “O senhor não tem moral para tentar tirar proveito de algo onde o senhor é participante e promotor de verdadeiras injustiças.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como dizia Orson Welles, tomando um uísque com Grande Otelo no Copacabana Palace, “é tudo verdade”. Realmente, tudo o que Malafaia disse é rigorosamente verdadeiro, e Moraes tem de engolir calado. (C.N.)

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