sábado, 17 de junho de 2023

 

Moraes determina que Bolsonaro deponha à Polícia Federal sobre o plano golpista

Alexandre de Moraes retira sigilo do inquérito dos atos antidemocráticos

Moraes diz que chegou a hora de Bolsonaro ser ouvido

Renato Souza
Correio Braziliense

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preste novo depoimento à Polícia Federal (PF). Agora, no âmbito da investigação sobre tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro foi citado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), em fevereiro deste ano.

De acordo com o congressista, em uma reunião realizada no Palácio do Planalto, o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) sugeriu um golpe de Estado. Do Val afirmou que Bolsonaro estava presente e ouviu as declarações de Silveira.

DO VAL DENUNCIOU – Em uma transmissão pelas redes sociais, ele afirmou que Bolsonaro tentou convencê-lo a impedir a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Eu ficava p*** quando me chamavam de bolsonarista. […] E vocês esperem. Na sexta-feira, vai sair na [revista] Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele. Só para vocês terem uma ideia. E é lógico que eu denunciei.”, disse ele.

De acordo com a publicação da revista, Bolsonaro e Silveira tentaram convencer o senador a gravar o ministro Alexandre de Moraes, para tentar comprometer o magistrado e anular o resultado das eleições. No entanto, Do Val enviou uma mensagem a Moraes pedindo para se encontrar com o ministro.

VOLTOU ATRÁS – Em seguida, o parlamentar capixaba realmente se encontrou com o ministro do Supremo, mas de acordo com Moraes, Marcos do Val não aceitou formalizar a denúncia.

 “Eu indaguei ao senador se ele reafirmaria isso e colocaria no papel, que eu tomaria imediatamente o depoimento dele. O senador me disse que isso era uma questão de inteligência e que infelizmente não poderia confirmar. Então eu levantei, me despedi do senador, agradeci a presença, até porque o que não é oficial, para mim não existe”, disse o ministro, em palestra realizada em fevereiro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O fato é que o senador Marcos do Val se enrolou completamente. Fez a denúncia, depois voltou atrás. E agora, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, no realístico dizer de Oduvaldo Viana Filho e Ferreira Gullar. Quanto a Bolsonaro, vai dizer que não viu nada, não fez nada nem sabe de nada. (C.N.)

 

 

“Que responda perante a Polícia e a Justiça”, afirma Flávio Dino sobre Marcos do Val

Flávio Dino diz que nome da lista tríplice na PGR depende de diálogo | Metrópoles

Dino diz que busca e apreensão contra Do Val era esperada

Manuel Marçal
O Tempo

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou, nesta sexta-feira (16), a investigação da Polícia Federal (PF) contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre suposto plano de golpe de Estado e postagens nas redes sociais que atentaram contra democracia. 

Dino não chegou a mencionar o nome do parlamentar, mas pontuou que ele e demais envolvidos vão responder “perante a polícia e a Justiça”.

EMBOSCADA – O senador chegou a alegar que a operação da PF seria uma “emboscada”. A declaração do parlamentar foi rebatida por Flávio Dino. O ministro da Justiça e Segurança Pública disse que há inquéritos dos atos do dia 8 de janeiro conduzidos pelo poder Judiciário e, diante disso, vê com “normalidade” a operação e tentou dar um ar de isonomia. 

“Temos um Poder Judiciário independente, temos uma Polícia Federal que cumpre as ordens judiciais e realiza as investigações que a lei manda independente de quem seja a pessoa investigada”, afirmou Dino após deixar uma agenda em Palmas (TO). 

A PF realizou na última quinta-feira (15), data que o senador completaria 52 anos, mandado de busca e apreensão em endereços do parlamentar. A determinação foi feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

CELULAR APREENDIDO – Marcos do Val foi alvo de busca e apreensão em seu gabinete e no imóvel funcional onde mora, em Brasília. Além disso, teve redes sociais bloqueadas e celular apreendido.

As buscas ocorrem no âmbito da investigação sobre atos de 8 de janeiro, quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Do Val é suspeito de ter ligação com os atos e de obstrução do inquérito do caso. 

“Os problemas de polícia, esse senhor e outras pessoas que sejam investigadas que respondam perante a polícia, que respondam perante a Justiça”, pontuou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Um dos problemas da rejeição ao PT que ocorreu em 2018 foi a eleição de um número de parlamentares em a menor vocação para cargos públicos, confirmando o ditado de que a emenda pode ser pior do que o soneto(C.N.)

Filhos de Lira e de assessor alvo da PF intermediaram juntos negócios na Saúde

VEJA on Twitter: "Filhos saem em defesa de Arthur Lira e acusam a própria  mãe de tentar extorquir o deputado https://t.co/N9mNXIoHkg  https://t.co/2rqbJbyJiD" / Twitter

Filhos de Lira são os novos fenômenos como empresários

Mateus Vargas
Folha

Filhos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e de seu aliado Luciano Cavalcante, alvo de operação da Polícia Federal sobre desvios em contratos de kits de robótica, representam empresas de mídia que receberam cerca de R$ 6,5 milhões em campanhas publicitárias do Ministério da Saúde.

Arthur Lira Filho, 23, e Maria Cavalcante, 25, são sócios da Omnia 360, empresa que negocia com agências de publicidade contratadas pelo governo a distribuição de campanhas para veículos de mídia — por exemplo, outdoors ou internet.

A empresa do filho do presidente da Câmara recebe uma parcela do pagamento feito pelas agências contratadas pela pasta para essas empresas de mídia. O valor é discutido entre a Omnia e o veículo representado.

DISPUTA RENHIDA – O centrão, grupo liderado por Lira, quer que o presidente Lula (PT) mude a cúpula do Ministério da Saúde para abrigar integrantes de partidos como PP e União Brasil. Lula, segundo aliados, planeja blindar a ministra Nísia Trindade (essa, sem filiação partidária).

Articuladores políticos do governo, porém, admitem que ao menos secretarias da pasta devem ser negociadas. O centrão mira o controle da liberação de emendas e o orçamento bilionário da Saúde.

O presidente da Câmara tem buscado se desvincular tanto de alvos de suspeitas da PF pelos contratos de kit robótica como de interferências no governo. No começo do mês, afirmou que cada um é “responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”.

TRÊS SÓCIOS – Lira Filho e Maria Cavalcante abriram a Omnia em 2021. Eles têm uma terceira sócia, a publicitária Ana Magalhães. Em nota, a empresa disse que “é uma representação de veículos de mídia como dezenas que atuam no mercado publicitário em Brasília” e afirmou que nem Lira nem Luciano Cavalcante interferem nos negócios.

Os clientes da Omnia receberam R$ 3,09 milhões por campanhas publicitárias da Saúde em 2021 e mais R$ 3,24 milhões no ano seguinte.

Os mesmos veículos já ganharam R$ 235 mil em 2023, primeiro ano da gestão Lula. Os valores foram divulgados pelo Ministério da Saúde após pedido feito pela Folha via Lei de Acesso à Informação. A Folha levantou, também via Lei de Acesso, as reuniões no Ministério da Saúde em que o filho de Lira e sua sócia participaram.

MUITAS REUNIÕES – Lira Filho esteve presente em ao menos quatro reuniões para apresentar clientes ao setor de comunicação do Ministério da Saúde. Três das agendas foram realizadas em 2021. A última ocorreu em abril de 2023. Já Maria Cavalcante esteve ao menos oito vezes na Saúde desde 2021.

De acordo com o ministério, os pagamentos foram feitos a duas empresas representadas pela Omnia: a OPL Digital recebeu cerca de R$ 3,8 milhões, enquanto a RZK Digital ganhou R$ 2,74 milhões. Representantes de ambas também participaram de parte das reuniões na sede da Saúde.

A OPL veicula campanhas publicitárias em celulares, entre outros serviços. Ela disse que a Omnia recebe 15% dos valores líquidos negociados com as agências do governo, “porcentagem padrão para todos os nossos representantes pelo Brasil”. A empresa afirmou ainda que a Omnia foi selecionada “após uma escolha técnica”, “sem qualquer outra motivação”.

LIRA PROTESTA – Em nota, o presidente da Câmara disse que “não há nada de errado no desenvolvimento funcional da empresa do meu filho, e muito menos ingerência minha na sua atividade empresarial”. Lira afirmou ainda que nunca pediu a Lula troca no comando de ministérios.

“Esta Folha querer fazer associação sobre fato político inverídico, no caso solicitar ao Ministério da Saúde, com interesses pessoais, é especulativa, descabida, irresponsável e criminosa. E assim será tratada nas instâncias jurídicas, se for publicada com esse foco”, afirmou ainda o presidente da Câmara. Lira também disse que “as ilações feitas pela Folha de S.Paulo não são jornalismo”. “Aliás, isso é o antijornalismo.”

O fato concreto é que um dos auxiliares mais próximos do presidente da Câmara, Luciano Cavalcante, pai da sócia do filho de Lira, foi exonerado do cargo que ocupava na liderança do PP na Casa após ser alvo de operação da PF.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Arthur Lira é hoje um político poderoso, mas já se tornou alvo da imprensa, que logo lhe jogará no colo da Polícia Federal. Mas nada acontecerá, porque a impunidade é garantida neste Brasil novo normal(C.N.)

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