Lavrov: se F-16 voarem sobre a Ucrânia e criarem ameaça à Rússia, haverá resposta técnico-militar
12:45 16.06.2023 (atualizado: 14:41 16.06.2023)
© Sputnik / Ministério das Relações Exteriores da Rússia
Em entrevista à RT no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPEIF, na sigla em inglês), o ministro das Relações Exteriores da Rússia comentou a situação relativamente à Ucrânia.
A Rússia, como parte integrante do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cujos Estados-membros possuem armas nucleares, expressou um forte protesto aos EUA sobre os planos de fornecer à Ucrânia caças F-16, capazes de transportar cargas nucleares, disse na sexta-feira (16) Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia.
"Agora se fala em F-16, que podem de fato ser equipados para transportar armas nucleares, já dissemos isso publicamente. Além disso, dentro da estrutura dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, existe um tal 'quinteto nuclear', onde especialistas se reúnem periodicamente. Expressamos lá um protesto muito sério nesse sentido", contou Lavrov em uma entrevista à RT.
"Os norte-americanos tentaram negar e dizer 'vocês realmente acham que daremos à Ucrânia aviões que transportarão armas nucleares'. E nós lhes respondemos que nem sequer pensamos nisso. Nossos sistemas que monitorarão esses aviões não serão capazes de distinguir uma aeronave que não esteja equipada com armas nucleares de uma que carregue armas nucleares", advertiu Lavrov à margem do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPEIF, na sigla em inglês).
Segundo o chanceler russo, "a resposta depende dos militares, eles sabem o que fazer. O F-16 é um produto técnico-militar, portanto, se percebermos que esses aviões sobrevoaram a Ucrânia e representam uma ameaça para nós, é claro que também haverá uma resposta técnico-militar".
O ministro das Relações Exteriores da Rússia deixou claro que ela será obrigada a garantir sua própria segurança.
Ele disse que "a própria guerra desencadeada contra nós é uma guerra geopolítica". Para ele, "o desfecho dessa situação só pode ser em vista do fato de que se trata de um conflito geopolítico", então resolvê-lo significará, entre outras coisas, "a necessidade de resolver o problema das garantias de segurança".
"Não estaremos prontos para criar essas garantias com base em mais uma promessa ou mesmo em alguns documentos que o Ocidente possa oferecer. Nós mesmos devemos garantir nossa própria segurança", sublinhou Sergei Lavrov.
Ele também se pronunciou sobre a pressão dos países ocidentais contra os Estados do golfo Pérsico sobre a Rússia.
"Há pressão, mas o fato de que praticamente nenhum Estado da maioria mundial do Sul Global aderiu às sanções mostra que as tentativas de pressão não estão funcionando", respondeu Lavrov a uma pergunta se ele notava exemplos de pressão dos EUA e do Ocidente sobre os países do golfo Pérsico quanto à questão.
O SPEIF decorre de quarta-feira (14) a sábado (17).1
Reação da economia mundial e criação de moeda única alavancam Rússia e afundam EUA, diz especialista
04:00 15.06.2023 (atualizado: 04:19 15.06.2023)
© iStock.com
Em entrevista à Sputnik durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, o economista russo, Ilias Zaripov, destacou as ações da Rússia para contornar as sanções ocidentais e a busca de Moscou por novas estratégias e novos parceiros econômicos.
O economista destaca que as medidas tomadas pela Rússia estão alavancando o sistema financeiro nacional e seus setores, como os instrumentos para atrair investidores internos e externos.
Zaripov também falou sobre a ideia da criação de uma moeda única como alternativa ao dólar, destacando a importância de um novo sistema financeiro para os países do Oriente Médio, algo que foi citado em muitas outras ocasiões, contudo a ideia foi combatida pelos EUA, que sabiam das consequências para o dólar no mercado mundial.
Ele também destaca que a atual situação é diferente, e que a criação de uma moeda única no Oriente Médio é algo real.
O analista observa que a economia mundial atualmente vive um momento de pré-crise, e é por isso que os Estados Unidos estão enfrentando dificuldades, vivendo em uma crise bancária permanente.
Contudo, enquanto os norte-americanos tentam escapar da crise e enquanto essa possibilidade existe, a economia mundial já saiu da zona turbulenta, fazendo com que os investidores visem novos mercados que ofereçam condições melhores e estabilidade.
Com a instabilidade da economia americana, que está cada vez mais próxima de um colapso e com o dólar sendo usado como um instrumento de pressão pelo Ocidente, a economia mundial passa a ter uma nova visão da situação, abrindo novas portas e oportunidades entre os países que buscam o fim de um mundo unipolar com doutrinas impostas por países que tentam manter sua soberania a todo custo, segundo o especialista.
Esse cenário também alavanca a economia russa, que passa a contar com novos investidores e mercados no Oriente Médio, Ásia, América Latina e África, regiões que sempre estiveram à mercê da "soberania norte-americana" e seus aliados ocidentais.
Enquanto isso, os EUA seguem perdendo seu domínio, aproximando-se de um colapso econômico e vendo o fim da hegemonia do dólar cada vez mais próximo.
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