Por vaidade e egoísmo, a terceira via perdeu a chance de renovar a política brasileira
Carlos Newton
Enfim, chegamos a mais paradoxal e insana eleição desde que foi proclamada a República. Nenhum dos candidatos hoje favoritos é do agrado da maioria dos eleitores brasileiros, mas Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) acabaram se tornando os preferidos por via das circunstâncias, como diria o genial pensador espanhol José Ortega y Gasset.
Seria de se esperar uma polarização entre os radicalismo de esquerda e direita, como de hábito. O que não se esperava era a inabilidade dos representantes das políticas de centro, que infantilmente se deixaram enredar nas teias dessa armadilha polarizada, digamos assim. E não foi por falta de aviso.
TENTATIVA DE UNIÃO – Quando começaram as articulações para escolher os candidatos destinados a enfrentar Lula e Bolsonaro, ainda no ano passado, houve uma importante tentativa de unir as correntes de centro, iniciada por Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, que se lançara pré-candidato pelo DEM.
Em debates e reuniões com outros pré-candidatos do chamado centro democrático, Mandetta plantou a ideia da união da terceira via e ganhou três importantes adeptos, o cientista político Felipe d’Ávila, do Novo, e os então governadores tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), que também eram pré-candidatos.
Era um farol enorme iluminando no fim do túnel, para tirar das trevas a política brasileira, mas o esforço desses quatro presidenciáveis foi em vão. Outros pré-candidatos já lançados, como Ciro Gomes (PDT) e Sérgio Moro (Podemos) simplesmente voltaram as costas para união da terceira via. E depois Simone Tebet (MDB) entrou na mesma balada egoísta, da campanha do eu sozinho.
Assim, quando a apresentadora Fátima Bernardes lamenta ter cansado de esperar a terceira via, está personificando o mesmo sentimento de milhões de brasileiros que formam a maioria silenciosa e ficaram decepcionados com a falta de união, de solidariedade e de amadurecimento dos candidatos da terceira via.
Concorrendo separadamente, eles não representam nada, absolutamente nada. Tornaram-se patéticos e desprezíveis. Movidos pela vaidade e pelo egoísmo, traíram o povo brasileiro e entregaram a eleição de mão beijada, como se dizia antigamente. O pior é que pensam que pode concorrer novamente daqui a quatro anos, com mais chances de vitória, mas é ilusão à toa, diria o cantor Johnny Alf, acrescentando que em política, dificilmente o inesperado consegue nos fazer uma surpresa.
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P.S. – Sintetizando, pode-se dizer que esta é a inútil eleição do voto útil, na qual a grande maioria dos brasileiros votou tapando o nariz, devido à podridão generalizada. (C.N.)
Charge do Duke (O Tempo)
Michelle Bolsonaro prestigia Damares Alves e diz que “as portas do inferno não prevalecerão”
Deu em O Tempo
A primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou neste sábado (1), em evento político em Brasília, que “as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja do senhor”. A declaração foi dada em evento ao lado da ex-ministro da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves, sua candidata ao senado pelo Distrito Federal.
Oficialmente, o marido de Michelle, presidente Jair Bolsonaro, está apoiando Flavia Arruda (PL), também ex-ministra e casada com o ex-governador José Roberto Arruda, que foi cassado por corrupção.
DISSE A PRIMEIRA-DAMA – “As portas do inferno não prevalecerão contra a igreja do senhor. Não prevalecerão contra as nossas famílias. A porta do inferno não prevalecerá contra a nossa nação brasileira”, afirmou a primeira-dama no evento, antes de enfatizar a importância da votação de amanhã.
“Este domingo é o momento em que nós daremos a resposta nas urnas, de que o bem vai prevalecer, em nome de Jesus, porque os ataques não são contra mim, não são contra o presidente, não são contra os ministros, não são contra os princípios e valores de Deus”, completou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A primeira-dama tem todo o direito de defender a candidatura da amiga, mas fica muito feio, é realmente patético e deplorável que insista em misturar política com religião, quebrando um dos dez mandamentos, pois não se pode usar o nome de Deus em vão. Como é uma pessoa de pouca cultura e escassos neurônios, virou uma espécie de Ofélia presidencial, ao interpretar aquela personagem idiotizada e que só abre a boca quando tem certeza… (C.N.)
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