quarta-feira, 26 de outubro de 2022

 

Incapaz de se defender, Lula está fugindo do tema “corrupção” como o diabo foge da cruz

TRIBUNA DA INTERNET | STF anulou as condenações, mas é patético ver Lula  alegar que foi declarado “inocente”

Charge do Duke (O Tempo)

J.R. Guzzo
Gazeta do Povo

Uma das vantagens dos debates entre os candidatos presidenciais nesta reta final das eleições, possivelmente a maior, é que o ex-presidente Lula se vê enfim obrigado a falar em público de corrupção. Lula foge desse assunto, há anos, como o diabo da cruz. Se dependesse dele, a palavra “corrupção” não existiria nos dicionários da língua portuguesa; com certeza é um tema que ele quer eliminar de toda e qualquer discussão política neste país.

Seu sonho, nesta campanha, seria passar o tempo propondo criar o Ministério do Sorriso, fazer um Brasil “feliz” e prometer que os pobres vão viajar de avião – além, é claro, de socar dinheiro público nas estatais, encher outra vez de funcionários a máquina estatal e conduzir a todos nós para o “socialismo”.

CORRUPÇÃO VIRTUAL – É como se corrupção fosse um fenômeno que nunca existiu no Brasil, como os terremotos e as tempestades de neve; um negócio que não faz parte das preocupações de ninguém e, portanto, não tem o menor interesse para o público.

Não falar nunca mais em corrupção? É um projeto de realização difícil. Lula não fala, mas os outros falam – e como poderiam não falar, com tudo o que aconteceu no país e que não pode ser apagado da realidade?

O TSE, em cumprimento a suas exigências, pode proibir que se toque na questão, mas isso não resolve realmente as coisas para o candidato do PT; quando chega o debate na televisão, nem o ministro Alexandre de Moraes consegue impedir que se fale na roubalheira frenética dos quase catorze anos de governo de Lula e Dilma – o período em que mais se roubou dinheiro público nos 522 anos de história do Brasil.

FAZER O QUÊ? – É impossível mudar o fato básico de que Lula foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes. É impossível pretender que diretores da Petrobras e empreiteiros de obras públicas não confessaram em juízo os seus crimes e devolveram montanhas de dinheiro roubado.

É impossível ignorar que os corruptos delataram publicamente uns aos outros – ou que houve na Justiça uma Operação Lava Jato, e que até ministros do STF, esses mesmos que hoje são os militantes mais excitados da candidatura de Lula, disseram na época que em sua passagem pela presidência o Brasil foi saqueado por uma ”cleptocracia” e governado por uma “organização criminosa”.

Quando chega o debate na televisão, nem o ministro Alexandre de Moraes consegue impedir que se fale na roubalheira frenética dos quase catorze anos de governo de Lula e Dilma – o período em que mais se roubou dinheiro público nos 522 anos de história do Brasil

FOI “ABSOLVIDO”? – Não podendo mais fingir que a corrupção nunca existiu, Lula também não tem conseguido se defender com um mínimo de respostas plausíveis. Como seria possível, na verdade, explicar o que não tem explicação?

Ele tenta passar adiante, basicamente, a história de que foi “absolvido” pelo Supremo. Não dá certo. Em primeiro lugar, dizer que esse STF que está aí ficou a seu favor não é recomendação de boa conduta para ninguém – ao contrário.

Além disso, é mentira que tenha sido “absolvido” na justiça, pois não recebeu absolvição nenhuma. O STF decidiu de repente que todas as suas condenações não valiam mais, só isso; não falou uma sílaba sobre suas culpas, ou sobre provas, ou sobre nada.

DISPARATE CÔMICO – Lula diz também que foi “absolvido na ONU” – o que é um disparate cômico, quando se leva em conta que a ONU não é uma vara de justiça, e não absolve e nem condena ninguém.

No resto do tempo, limita-se a fazer uns esforços moles, confusos, que não convencem ninguém, para acusar o seu adversário – “rachadinhas”, compras de imóveis em “moeda corrente” e outras bobagens. Tem sido uma resposta ruim.

O mundo ideal de Lula é o da “entrevista” que deu à Rede Globo, onde o apresentador já abriu os trabalhos dizendo que ele “não deve nada à justiça” – um insulto rasteiro aos fatos, já que, não tendo sido absolvido de nada, é devedor de tudo. Mas esse ambiente não se reproduziu mais ao longo da campanha. Para desgosto de Lula, corrupção é um assunto que vai estar aí até o fim.

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