Piada do Ano! Lula distribui panfletos para evangélicos dizendo que “defende a família”

Lula diz que tem “jeitão de pastor” e reafirma desejo de se aproximar de evangélicos

Lula agora vive rezando e diz que tem um “jeitão de pastor”…

Bernardo Mello e Jan Niklas
O Globo

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou a distribuir, nesta quinta-feira, um panfleto voltado para eleitores evangélicos, grupo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem seu melhor desempenho em pesquisas eleitorais divulgadas até agora. O material, que faz parte da ofensiva de Lula pelo voto evangélico, é assinado pela página “Restitui Brasil”, assumida pela campanha do petista em ofício enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 20.

O panfleto, aberto com a frase “o que os evangélicos realmente querem para o Brasil”, traz propostas e o histórico de atuação de Lula em áreas como educação, saúde e emprego.

EM NOME DE DEUS – Cada tópico é acompanhado por um versículo bíblico. Também há referências a “cuidar da criação de Deus”, ao citar a preservação do meio ambiente, e à “defesa da família”, além de críticas à expansão das armas de fogo, uma das bandeiras do governo Bolsonaro que mais teve resistências entre evangélicos.

“A preocupação com os valores da família é central para Lula e Alckmin”, diz um trecho do panfleto, cuja divulgação provocou reação de lideranças evangélicas aliadas de Bolsonaro.

O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, gravou um vídeo afirmando que a campanha de Lula tenta “enganar o povo evangélico” e criticando posicionamentos anteriores do petista, como uma declaração, dada em abril, de que “todo mundo” deveria ter direito ao aborto.

RASGAR O PANFLETO – Malafaia também sugeriu a fiéis que “rasguem” o panfleto caso seja distribuído próximo a igrejas.  “Ou rasga a Bíblia e fica com panfleto mentiroso de época de eleição, ou rasga o panfleto e fica com a palavra de Deus’ — disse.

A manifestação de Malafaia foi criticada por pastores ligados ao PT que participaram da elaboração do panfleto. Cesário Silva, presbítero da Assembleia de Deus do Belém (SP) em Jundiaí, e que atua no Comitê Evangélico Unificado (CEU) do PT, afirmou que foi uma “crítica odiosa” ao panfleto.

— O pastor Silas Malafaia não perde tempo em destilar seu ódio, sua estupidez e sua falta de educação, apresentando suas narrativas espetaculosas ao povo evangélico, pensando que o povo de Deus é boiada dele ou de Bolsonaro — declarou.

NOVA ESTRATÉGIA – Após hesitar em acenos religiosos, a campanha de Lula reviu a estratégia e passou a planejar conteúdos voltados especialmente para eleitores evangélicos.

Além da página “Restitui Brasil”, que apresenta vinculação mais discreta com o ex-presidente, misturando pedidos de voto com mensagens bíblicas, outro grupo de perfis criados pela campanha, sob o mote “Evangélicos com Lula”, tem divulgado conteúdos refutando notícias falsas de que o PT “fecharia igrejas” e citando leis sancionadas em governos petistas que beneficiaram diferentes religiões.

O PT também prepara uma “carta de apoio” que será assinada por evangélicos e entregue a Lula em um evento com pastores no próximo dia 9, em São Gonçalo (RJ). Uma primeira versão da carta, que já vem sendo compartilhada em busca de assinaturas, afirma que “evangélicas e evangélicos de várias denominações” tiveram “total liberdade para pregar a palavra do Senhor” nos governos Lula, e argumenta que o ex-presidente “se preocupa de fato com o povo, com as famílias e com a vida”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Ver Lula e Bolsonaro defendendo Deus e a família é Piada do Ano e soa como um deboche aos fieis de qualquer religião. Nenhum dos dois jamais frequentou igrejas ou templos. Bolsonaro já se casou três vezes, sempre com mulheres mais jovens. Quanto a Lula, teve uma filha fora do casamento, quando eleito presidente logo de cara contratou a amante para trabalhar como chefe de seu gabinete e viajar com ele para cima e para baixo, às custas do governo, e acha que isso é normal… Parodiando Ataulfo Alves, podemos dizer que a desfaçatez dessa gente é uma arte. (C.N.)

Gil e Torquato Neto louvavam quem bem merece, deixando o que é ruim de lado

Biografia de Torquato Neto - eBiografia

Torquato Neto e Gilberto Gil, grandes amigos e parceiros

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cineasta, ator, jornalista, poeta e compositor piauiense Torquato Pereira de Araújo Neto (1944-1972) é considerado um dos principais letristas do movimento Tropicalista, embora a letra de “Louvação” seja pré-tropicalista e tenha um tratamento épico/romântico e, principalmente, ideológico face à ditadura militar instaurada no país em 1964. A música foi gravada pelo parceiro Gilberto Gil no LP Louvação, 1967, pela Philips Records.

LOUVAÇÃO
Gilberto Gil e Torquato Neto

Vou fazer a louvação
Louvação, louvação
Do que deve ser louvado
Ser louvado, ser louvado
Meu povo, preste atenção
Atenção, atenção
Repare se estou errado
Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado

E louvo, pra começar
Da vida o que é bem maior
Louvo a esperança da gente
Na vida, pra ser melhor
Quem espera sempre alcança
Três vezes salve a esperança!
Louvo quem espera sabendo
Que pra melhor esperar
Procede bem quem não pára
De sempre mais trabalhar
Que só espera sentado
Quem se acha conformado

Vou fazendo a louvação
Louvação, louvação
Do que deve ser louvado
Ser louvado, ser louvado
Quem tiver me escutando
Atenção, atenção
Que me escute com cuidado
Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado

Louvo agora e louvo sempre
O que grande sempre é
Louvo a força do homem
E a beleza da mulher
Louvo a paz pra haver na terra
Louvo o amor que espanta a guerra
Louvo a amizade do amigo
Que comigo há de morrer
Louvo a vida merecida
De quem morre pra viver
Louvo a luta repetida
A vida pra não morrer

Vou fazendo a louvação
Louvação, louvação
Do que deve ser louvado
Ser louvado, ser louvado
De todos peço atenção
Atenção, atenção
Falo de peito lavado
Louvando o que bem merece
Deixo o que é ruim de lado

Louvo a casa onde se mora
De junto da companheira
Louvo o jardim que se planta
Pra ver crescer a roseira
Louvo a canção que se canta
Pra chamar a primavera
Louvo quem canta e não canta
Porque não sabe cantar
Mas que cantará na certa
Quando enfim se apresentar
O dia certo e preciso
De toda a gente cantar

E assim fiz a louvação
Louvação, louvação
Do que vi pra ser louvado
Ser louvado, ser louvado
Se me ouviram com atenção
Atenção, atenção
Saberão se estive errado
Louvando o que bem merece
Deixando o ruim de lado

Só falta o Supremo proibir o direito de ir e vir, o resto o ministro Moraes já proibiu…

Arquivo para Charges - Página 62 de 135 - Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região

Charge do Bier (Arquivo Google)

J.R. Guzzo
Revista Oeste

A opinião deixou de ser um direito básico do brasileiro. A “democracia”, nome que o ministro Alexandre de Moraes, a esquerda nacional e o seu candidato à presidência da República deram ao sistema de poder absolutista, ilegal e pervertido que o alto judiciário criou para governar a sociedade deste país, tornou-se mais importante que a vida de cada cidadão — mais que os seus direitos individuais, as suas preferências políticas e a sua liberdade.

A proteção por escrito que a Constituição Federal lhe assegura não vale mais. Foram anuladas, para todos os efeitos práticos, as garantias que a lei fornece para a sua palavra, o seu direito de reunião e o seu voto nas eleições para a Presidência da República.

SEM OPÇÃO – Democracia no Brasil, hoje, é o que querem o ministro Moraes, as elites que o apoiam e o consórcio nacional contra a liberdade que se formou para apoiar a volta ao governo do ex-presidente Lula. Não existe outra opção. Ou você aceita isso — ou é condenado por ser “contra o regime democrático”, “a favor da ditadura” e outros crimes políticos hediondos.

A Polícia Federal, por ordem pessoal de Moraes, pode invadir sua casa ao nascer do dia e levar de lá o que bem entender. Suas comunicações pessoais podem ser violadas. Suas contas bancárias podem ser bloqueadas. Podem “desmonetizar” os rendimentos do seu trabalho.

Você pode ser interrogado pela polícia. Pode ser processado criminalmente. Podem lhe enfiar uma tornozeleira eletrônica. Podem lhe aplicar multas impossíveis de se pagar. Você pode ir para a cadeia; muitos já foram, inclusive um deputado federal em pleno exercício do seu mandato.

IMPOR O MEDO – Este é o mundo do ministro Moraes, do STF e de todos os que se uniram na guerra às liberdades públicas e aos direitos individuais. Ele funciona na base da perseguição policial, de uma lavagem cerebral agressiva contra o pensamento livre e do uso da máquina do Estado para impor o medo. Nega-se, basicamente, o direito de escolha — condição elementar para a existência de qualquer democracia.

A questão-chave, aí, é muito simples: o STF, as classes intelectuais, a mídia em peso e os grupos com interesses materiais feridos, a começar pelos que perderam o poder e estão exigindo esse poder de volta, querem proibir as pessoas de votarem em Jair Bolsonaro para presidente.

Não importa, minimamente, se ele fez um governo bom, ruim ou péssimo; isso mal chega a ser falado no meio da gritaria. A única coisa que interessa é que Bolsonaro seja destruído, e aí vale qualquer coisa — dizer que ele é genocida, impediu a população de tomar vacina, chefia “milícias” no Rio de Janeiro, é aliado do “centrão”, aumentou a fome e fez mais um monte de horrores cujo único traço em comum é a falta de nexo das acusações.

OUTRAS VERSÕES – Não se diz, é claro, que o governo federal comprou e pagou 500 milhões de doses de vacina, ou que o “centrão” é integralmente formado por deputados eleitos pelo voto popular, ou que o Brasil está entre os países do mundo que melhor resistiu aos desastres econômicos da Covid.

Nada disso é argumento na “democracia” ora em vigor no complexo STF-Lula-elites. Só valem o Tribunal de Inquisição do ministro Moraes e as suas fogueiras; é o ponto mais baixo a que chegaram as liberdades políticas do Brasil desde a imposição do Ato-5.

Trata-se de um jogo que só tem piores momentos, mas ainda assim há momentos piores que os outros. O pior de todos eles até agora, por tudo o que contém de palhaçada grotesca, velhaca e mal-intencionada, bem que poderia ser essa “operação” contra os “empresários golpistas” que o ministro Moraes, a mídia e advogados lulistas acabam de levar ao ar.

SÃO HISTÉRICOS – Pretendem ser heroicos; estão sendo apenas histéricos. Não há empresário golpista nenhum; há apenas um grupo de cidadãos que defende a candidatura de Bolsonaro para a Presidência da República. Não fizeram nada de mais.

Apenas trocaram mensagens entre si, falando de desejos pessoais, de coisas que gostariam de ter visto, e não aconteceram, e uma porção de outros assuntos que fazem parte do repertório habitual das conversas políticas entre amigos, numa mesa de botequim ou na hora do churrascão — e nas quais, até onde se saiba, a lei garante que cada um diga o que bem entender.

Não fizeram nenhum comício, não escreveram nada nas redes sociais, não produziram vídeos, nem áudios, nem cartazes — só conversaram entre si, num grupo fechado de WhatsApp cuja privacidade foi violada e teve o seu conteúdo publicado na imprensa. Só isso — o resto é pura conversa de polícia secreta em ditadura subdesenvolvida.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 Excelente artigo, enviado por Carlos Pereira. Como texto é muito longo, dividimos em duas partes e amanhã publicaremos a restante. (C.N.)