É uma eleição atípica e a maioria silenciosa continua aguardando, sem definir o voto
Carlos Newton
Aqui na Tribuna da Internet todos estão cansados de saber que o editor do blog tem pouquíssimo interesse nas pesquisas estimuladas, em que o eleitor recebe a lista de candidatos para escolher seu preferido. É muito mais recomendável consultar as pesquisas espontâneas, em que não há possibilidade de indução ou manipulação, pois a primeira pergunta a ser feita é simples assim: “Em quem você vai votar para presidente?”.
E o resultado é muito mais confiável, porque exibe os índices de preferência de cada candidato naquele momento, indicando com maior precisão também quantos eleitores estão indecisos ou pretendem votar banco e nulo.
UMA DIFICULDADE – Esse tipo de pesquisa é importantíssimo, mas é difícil encontrá-lo na mídia, porque os tais institutos preferem divulgar com destaque as pesquisas estimuladas, que podemos chamar também de direcionadas.
Mesma com a ajuda do Google e outros servidores de busca, não é nada fácil encontrar as pesquisas espontâneas. Parece que há uma intenção proposital de não dar destaque a esse tipo de levantamento, embora seja o mais importante, sem a menor dúvida.
Mas vale a pena insistir e assim acabei encontrando a pesquisa espontânea da Quaest, que aponta o número de indecisos entre 27% e 31%, na margem de erro. Se adicionarmos os que pretendem votar banco ou nulo e os que nem pretendem ir à seção eleitoral, constata-se que mais de um terço dos eleitores não são atingidos pelas chamadas pesquisas estimuladas.
DADOS INÚTEIS – Bem, se mais de 33% respondem, de cara, que ainda não escolheram ou nem pretendem fazê-lo, qualquer resultado de pesquisa estimulada vai para o espaço, passa a não existir o autoproclamado grau de possibilidade de 95% e a margem de erro torna-se uma enorme piada. Mas a pesquisa espontânea – esta, sim – deve ser considerada e analisada.
Portanto, esse um terço de indecisos integra sem dúvida a maioria silenciosa que define eleição, como dizia o presidente americano Richard Nixon.
O mais importante é ficar demonstrado que esta é uma eleição atípica e destrambelhada. Faltando poucos dias para o voto, comprova-se que os candidatos enfrentam uma dificuldade enorme para conquistar a maioria silenciosa. Juntamente por isso, é bom esperar surpresas, como ocorreu em Minas, com Romeu Zema, e no Rio, com Wilson Witzel, que eram dois ilustres desconhecidos em 2018, digamos assim.
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P.S. – Procurem conferir as pesquisas espontâneas e façam comparações com as estimuladas. Não custa nada e pode valer muito, para você e para o país. (C.N.)
Charge do Duke ( domtotal.charges)
O dia em que apertei a mão da rainha Elizabeth II, quando ela esteve no Brasil em 1968
Arnaldo Niskier
O Globo
Uma das alegrias que tive como secretário de Ciência e Tecnologia da antiga Guanabara foi ter apertado a mão da rainha Elizabeth II, na sua única visita ao Brasil, em 1968. Ela foi recebida no Museu de Arte Moderna, num simpaticíssimo almoço. Esperei pela soberana do Reino Unido ao lado do colunista Ibrahim Sued, com quem treinei o clássico “Nice to meet you”.
Ela nos cumprimentou na entrada do restaurante, sempre sorridente. Da recepção fazia parte o governador Negrão de Lima, que, como embaixador, tinha todo o traquejo diplomático exigido para aquelas ocasiões.
AGENDA LOTADA – Acompanhada do príncipe Philip, a rainha Elizabeth II tinha uma agenda lotada, em que se incluíam uma visita ao presidente Costa e Silva e a presença em locais históricos, como o Monumento do Ipiranga, em São Paulo, e o Mercado Modelo, em Salvador.
Não deixou de afirmar que “os nossos dois povos estão voltados aos conceitos básicos de justiça, liberdade e tolerância”.
Em São Paulo, presidiu a cerimônia de inauguração do Museu de Arte de São Paulo (Masp). No Rio, esteve no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro, e prestigiou a Igreja Anglicana, em Botafogo.
COM O REI PELÉ – Ainda no Rio, visitou o Morro Dona Marta, fez um passeio de Rolls-Royce pela cidade e compareceu ao Maracanã para assistir ao amistoso Rio-São Paulo, em que afirmou se sentir muito feliz por cumprimentar o nosso craque Pelé. No dia seguinte, partiu para a Argentina.
O novo rei inglês é conhecido pelo seu amor ao meio ambiente. Afirma-se que não é seu propósito ficar muito tempo no posto, mas isso ainda é uma dúvida. A imagem do rei Charles III substituirá a imagem da sua mãe nos selos reais e nas notas do Banco da Inglaterra.
As palavras dentro dos passaportes britânicos serão atualizadas para “sua majestade” no masculino (em inglês, a expressão tem gênero e será mudada de “her majesty” para “his majesty”). E o trecho do Hino Nacional que diz “Deus salve a rainha” será mudado para “Deus salve o rei”.
DEIXARÁ SAUDADES – O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que Elizabeth II manteve a unidade da nação britânica por mais de 70 anos, superando os limites até da célebre rainha Vitória.
A nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, disse que ela foi a rocha sobre a qual a nação foi erguida. Apesar das crises internas da família real, Elizabeth II resistiu até os 96 anos. Em 8 de setembro de 2022, a rainha morreu no Castelo de Balmoral, na Escócia, numa residência de férias.
Na data da morte, o comunicado feito por meio das redes sociais do Palácio de Buckingham diz: “A rainha morreu em paz”. Preservou com brilho a confiança na monarquia. É claro que deixará saudades.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Belíssimo artigo de nosso amigo Arnaldo Niskier, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras. Reparem o importante detalhe: sem nenhum segurança em volta, a rainha está tranquila, no meio do povo. Vivíamos uma era muito mais civilizada do que agora. Éramos felizes e não sabíamos. Hoje, uma cena igual a esta seria impossível, no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. (C.N.)
Proibir imagem do 7 de setembro combina com o “controle da mídia” que Lula almeja
J.R. Guzzo
Estadão
A eliminação do 7 de Setembro é puro Lula – combina com a sua promessa de ‘controle social da mídia’
As classes que mandam no Brasil estão preocupadíssimas com os perigos que a democracia estaria correndo e com a necessidade de medidas extremas para se salvar as “instituições”, a Constituição e o “estado de direito”. Soltam a polícia em cima de um grupo de empresários que, segundo o STF, poderiam estar querendo dar um golpe de Estado pelo WhatsApp.
Um dos seus ministros chefia há mais de três anos um inquérito perpétuo, ilegal e sem freios contra o que declara “atos antidemocráticos” – ou aquilo que lhe desagrada.
SALVAR O BRASIL? – Bombardeiam os cidadãos com bloqueios de contas, quebras de sigilo, assédio policial, operações de busca e apreensão, penas de prisão, prisões sem pena, censura nas redes sociais, “desmonetização”.
Tudo isso, asseguram os atuais vigilantes da democracia, para salvar o Brasil do “autoritarismo”, do “populismo”, do “direitismo” e de outras doenças fatais.
É esquisito, nessas condições, que um dos candidatos à Presidência da República nas próximas eleições seja claramente autorizado, e incentivado pelos marechais de campo do “campo democrático”, a buscar a implantação de um regime totalitário no Brasil.
LULA DITATORIAL – É isso, ou algo o mais próximo possível disso, que o ex-presidente Lula diz que quer fazer se ganhar a eleição – e não poderia haver demonstração mais clara do que ele está planejando para o País do que sua postura pública na campanha eleitoral, suas exigências e suas promessas de governo.
Um fato, mais talvez que qualquer outro, tira qualquer dúvida sobre o assunto: Lula exigiu, e foi prontamente atendido pelo TSE, o braço eleitoral do STF, que fosse proibida a divulgação das imagens das maciças manifestações populares em favor do seu adversário no dia 7 de setembro. Não havia ali nenhuma ofensa pessoal a ele.
Não era, obviamente, uma “fake news”, dessas que assombram o STF, a suprema esquerda e as “agências de checagem”. Era, pura e simplesmente, a imagem da realidade. Lula proibiu sua exibição para os eleitores brasileiros. É essa a estima que tem pela liberdade de informação.
EXEMPLO CONCRETO – É difícil, quando se deixam de lado a hipocrisia e a trapaça mental, identificar um exemplo concreto de totalitarismo tão potente quanto esse – impedir que o povo veja com os seus próprios olhos o que acontece na rua. É coisa de ditador.
Era assim que se fazia na ditadura comunista da antiga Rússia: as imagens proibidas pelos chefões eram raspadas, à força, de fotos e filmes.
A eliminação do 7 de Setembro, na verdade, é puro Lula – combina, com perfeição, com a sua promessa de criar o “controle social da mídia”, nome de fantasia para a censura. É uma amostra do Brasil que ele quer.
Figura mais importante da comitiva é Silas Malafaia, o único que esteve no velório da rainha
Deu em O Globo
O presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve neste domingo na câmara ardente da abadia de Westminster, onde ocorre o velório da rainha Elizabeth II. O chefe do Executivo brasileiro estava acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e do pastor Silas Malafaia.
Este foi o primeiro compromisso oficial de Bolsonaro no funeral da monarca. Depois ele e Michelle foram assinar o livro de condolências, prestando homenagem à rainha. Em seguida, então, os dois foram rapidamente serão recepcionados pela família real britânica às 17h do horário local (13h pelo horário de Brasília).
MUITOS ACOMPANHANTES – Bolsonaro chegou a Londres acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro; do deputado federal Eduardo Bolsonaro; do coordenador de comunicação da campanha à reeleição, Fábio Wajngarten; do pastor Silas Malafaia; do padre Paulo Antônio de Araújo e de um tradutor oficial do presidente.
A presença de representantes religiosos foi tida como surpresa porque o Palácio do Planalto, até a noite deste sábado, não sabia informar quem integraria a comitiva presidencial a Londres.
Há outros acompanhantes, como o assessor internacional Filipe Martins e o maquiador e influenciador digital Agustin Fernandez, um dos melhores amigos da primeira-dama, que já postou nas redes sociais registros com Michelle e do casal, em Londres. Ele teria participado da montagem da roupa e da maquiagem da primeira-dama para o velório da rainha.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A relação oficial de integrantes da comitiva não foi divulgada pelo Palácio do Planalto ou pelo Itamaraty, mas o Planalto informa que apenas Bolsonaro e a primeira-dama participarão de eventos oficiais. Ou seja, os demais foram a passeio, digamos assim. Mas fica claro que o convidado mais importante é o notório Silas Malafaia, mais prestigiado do que qualquer integrante do governo, a ponto de ter sido o único a acompanhar o casal no velório. Gente fina é outra coisa…, dizia Ibrahim Sued. (C.N.)
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