quarta-feira, 10 de agosto de 2022

 

Maioria silenciosa precisa ser pragmática e escolher logo entre Ciro e Simone

2 de Julho: Ciro Gomes e Simone Tebet se encontram e se abraçam em Salvador - Jornal Correio

Simone e Ciro são bons candidatos. Então, escolha um deles

Carlos Newton

Trata-se de um quadro eleitoral mais do que definido na polarização entre Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Mas ainda há espaço para crescimento de uma terceira candidatura e somente Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) podem ser considerados alternativas. Se tivessem unido forças na mesma chapa, a realidade eleitoral hoje seria bem diferente.

Mas não se deve chorar sobre o leite derramado, dizia Ibrahim Sued. Quem não aceita votar em Lula e Bolsonaro (algo em torno de 27% dos eleitores, que formam a chamada maioria silenciosa, segundo pesquisa do PT) deve escolher logo entre Ciro Gomes e Simone Tebet.

IMPOSSÍVEL? – O exemplo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro em 1982 mostra que não é impossível ocorrer uma virada política de tal envergadura. Na época, Brizola tinha 2% e estava em quarto lugar, atrás de Sandra Cavalcanti, Moreira Franco e Miro Teixeira. Mas acabou chegando na frente,

Simone Tebet está hoje na mesma situação de Brizola, na quarta colocação, e pode até sonhar, mas a situação atual é muito diferente.

Em 1982, as candidaturas de Sandra, Moreira e Miro eram autofágicas, porque os três eram de direita em pleno regime militar, enquanto Brizola representava a esquerda praticamente sozinho, pois o outro candidato oposicionista, Lysaneas Maciel, era do recém-criado PT e teve apenas 3% dos votos.

ESCOLHER LOGO – No quadro atual, a maioria silenciosa não pode ficar inerte, precisa escolher logo se prefere Ciro Gomes ou Simone Tebet, para que reste um fio de esperança contra a polarização entre dois presidentes que decididamente não souberam governar.

Assim, quem estiver atrás nas pesquisas deve renunciar em favor do terceiro colocado. Somente assim, unindo forças, a terceira via pode ter chance.

Se os eleitores da terceira via abraçarem logo uma das candidaturas alternativas, toca-se o barco, como dizia Ricardo Boechat. Caso contrário, teremos de votar tampando o nariz, como os comunistas faziam na ditadura de Vargas, quando ainda havia eleições.

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P.S. – Como defensor da terceira via, vou-me adiantar e digo que votarei em Ciro Gomes, defendendo a tese de que Simone Tebet seja a chefe da Casa Civil caso eles vençam a eleição. (C.N.)

Bolsonarismo é o fim da Nova República, para nascer um novo país – não custa nada sonhar

Charge do Zé Dassilva: Refugiados daqui | NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Pedro Dória
O Globo

Na segunda-feira, o grupo Derrubando Muros — de que faço parte — lançou um e-book gratuito que leva o título “Uma agenda inadiável”. É uma proposta de caminhos para o Brasil. Perante um presidente da República golpista, a defesa da democracia se torna prioritária nesta eleição.

 Só que isso afasta das conversas durante a campanha um tema também fundamental: o país está num buraco, com inúmeras crises brotando. É preciso ter um projeto, e é a isso que o DM se propôs.

PRINCIPAIS TEMAS – O grupo é apartidário, dele faz parte gente com inclinações políticas diversas, que votará em nomes distintos para a Presidência dentre os candidatos democratas. Pelo menos três dos temas interessam diretamente ao Brasil que se preocupa com o futuro digital.

Quem assina cada capítulo é um time de especialistas, pessoas realmente entre os melhores em suas áreas. Segurança ficou a cargo de Ilona Szabó, Melina Risso e Joana Monteiro, do Igarapé. Horácio Lafer Piva se debruça sobre a indústria do futuro. Pedro Hallal, Eduardo Jorge, Robson Capasso e Miguel Lago pensam a Saúde.

Silvio Meira, criador do Porto Digital em Pernambuco, nos desafia a imaginar o mundo “figital” que se aproxima — quando o digital sai do virtual para se misturar com o real. Físico.

FICANDO PARA TRÁS – O Estado brasileiro ainda não é digital, apesar das ilhas de excelência. Estamos ficando para trás. Para Silvio Meira, os investimentos urgentes são três. Formar mais e mais gente nas áreas técnicas. Fazer com que essa estratégia de desenvolvimento de pessoas seja também uma estratégia de combate à desigualdade. E envolver o setor privado, fomentando investimento em inovação e empreendedorismo.

Pois é, empreendedorismo é chave para que o país pegue as diversas ondas de transformação por que o mundo passa. Fersen Lambranho, CEO da GP Investments, e Juliano Seabra, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, são os responsáveis por esse capítulo.

A palavra ainda soa, a alguns, como algo a combater, como se nas periferias brasileiras não estivesse já brotando uma rica cultura de criação de negócios originais.

BAIXO CRESCIMENTO – Apenas 1% das empresas que empregam consegue crescer mais de 20% ao ano por três anos seguidos. É pouco demais, e isso está ligado ao drama do baixo crescimento brasileiro. Para essa pauta andar, uma reforma tributária que favoreça quem está começando um negócio é fundamental.

Hoje, o sistema em essência pune o empresário que consegue crescer logo que começa a levantar voo. Mas não basta — será preciso, também, educação empreendedora e apoio do BNDES para empresas que demonstram alta performance.

A ambição aumenta se quisermos que o Brasil se torne realmente capaz de inovar. Nesse capítulo, inovação, Fersen se junta a Roberto Alvarez (Federação Global de Conselhos de Competitividade), Juan Carlos Castillo-Rubio (Adestech) e Robson Capasso (Stanford).

APOSTAS LEGÍTIMAS – Um dos passos é internacionalizar as universidades brasileiras — trazer mais estrangeiros para elas. Reduzir riscos para empreendedores, incluindo aí os trabalhistas. Reduzir riscos, também, para quem está na gestão pública.

Para inovar, alguns dos investimentos darão errado, e isso é natural. Uma nova cultura terá de ser pactuada com os tribunais de contas: separar apostas legítimas dos desvios por corrupção.

De certa forma, o bolsonarismo representa o fim da Nova República. Nos próximos anos, um novo Brasil nascerá. Não custa sonhar alto.

Deltan e Janot rebatem TCU e irão recorrer em processo que pode torná-los inelegíveis

Deltan leva na brincadeira a perseguição movida pelo TCU

Constança Rezende
Folha

O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, e o advogado do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disseram que irão recorrer da decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) que condenou integrantes do grupo a ressarcir em R$ 2,8 milhões os cofres públicos por gastos com diárias e passagens considerados indevidos pelo órgão.

A decisão foi tomada de forma unânime pela Segunda Câmara do tribunal, que acolheu os argumentos de uma representação feita pelo Ministério Público junto ao TCU, do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado.

GEROU PREJUÍZOS – Os ministros concluíram que o modelo adotado pela operação “foi antieconômico e gerou prejuízos aos cofres públicos”.

Segundo o órgão, foi constatado que os procuradores deslocados para atuar em Curitiba receberam diárias e passagens durante anos, além de terem sido selecionados mediante critérios não impessoais.

Segundo a decisão, os valores deverão ser ressarcidos solidariamente por Janot, Deltan e pelo procurador-chefe da Procuradoria da República no Paraná, João Vicente Beraldo Romão. Os três também terão que pagar multas individuais de R$ 200 mil.

CABE RECURSO – Deltan, que pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, afirmou, em sua conta no Twitter, que a decisão específica não o torna inelegível, já que ainda cabe recurso no tribunal. O mesmo vale para Janot, que, assim como o chefe da força-tarefa, também se filiou recentemente ao Podemos.

Se forem condenados por conta de irregularidades em decisão irrecorrível, porém, eles deverão ser enquadrados na Lei da Ficha Limpa e ficarão inelegíveis por oito anos, a não ser que consigam reverter a situação nos tribunais superiores.

ALA DA CORRUPÇÃO – Deltan disse que foi condenado por combater a corrupção e acusou ministros do TCU de terem sido escolhidos por políticos investigados e condenados “que se protegem por meio do foro privilegiado e do aparelhamento dos tribunais”.

“Os ministros-políticos-delatados atropelaram 14 manifestações técnicas de cinco instituições que falaram que tudo foi regular e, ainda que fosse irregular, não seria da minha responsabilidade. E não, a condenação não me torna inelegível. Mas a verdade para velha política não importa”, escreveu.

Ele também divulgou, em seu perfil no Instagram, um vídeo irônico em que aparece comendo pipoca assistindo supostamente ao julgamento do TCU, com expressões faciais de surpresa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A perseguição à equipe da Lava Jato é canina, absurda e abominável, enquanto os verdadeiros ladrões do dinheiro público dão gargalhadas e abrem garrafas de champanhe (francês, é claro). Nessas horas tristes, dá uma vergonha enorme de ser brasileiro, reconheçamos(C.N.)

PT em desespero, porque o que parecia fácil caminha agora para um final tenso e difícil

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Charge do Amarildo (A Gazeta)

Carlos Marchi

Desde o começo, Lula sentou-se em cima da grande vantagem nas pesquisas e esnobou a conquista de novos eleitores. Para angariar novos eleitores, ele teria de abrandar o discurso e incorporar novas ideias a seu programa de governo.

Mas novas ideias não é uma coisa que o PT, em sua desmiolada soberba, consiga engolir.

REGRA DO PT – Para o PT, a única regra aceitável é: quem quiser votar em Lula terá de votar como ele é. Votar no que ele representa.

Ou seja, sem concessões programáticas, sem divisão de poder, a não ser a anódina presença de Geraldo Alckmin como vice.

Mas agora, na reta final, tudo indica que Jair Bolsonaro vai encostar nas pesquisas. Vai chegar a poucos pontos do até aqui invencível Lula.

VOTO ÚTIL – Aí vai pintar horror. A campanha de Lula vai virar um apelo desesperado pelo voto útil.

Quanto a mim, continuo firme – só voto em Lula se houver uma ampla negociação nacional para derrotar Bolsonaro.

E isso passa por um programa de união nacional.

Votar em Lula sem esse programa, NEM PENSAR.

(Artigo enviado por José Carlos Werneck)

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