quinta-feira, 18 de agosto de 2022

 

Lula e Bolsonaro têm o mesmo objetivo: aumentar os gastos públicos sem controle

Bolsonaro cresce 4,8 pontos em um mês e passa Lula numericamente em SP, diz  pesquisa

As metas dos dois candidatos são altamente irresponsáveis

William Waack
Estadão

Jair Bolsonaro e Lula não querem briga com elites. Especialmente as mais destacadas no mundo financeiro, empresarial e da agroindústria. Esforçam-se por dizer a elas o que acham que gostariam de ouvir – o que explica a inconsistência entre promessas e realidade.

A disputa eleitoral entre Jair e Lula traz às mesmas elites uma grande certeza que é, porém, o sinal de uma grande incerteza. A certeza é a de que dois personagens políticos decidiram pelo fim do teto de gastos. Por razões distintas, mas convergentes.

TETO DERRUBADO – Sob Bolsonaro a regra para limitar o crescimento de gastos foi desmoralizada. E enterrada pela sucessão de PECs para sustentar bondades sociais/eleitorais.

O próprio Ministério da Economia reconhece a desmoralização ao discutir mecanismo alternativo (a relação dívida/PIB) para limitar gastos.

Lula repetiu na Fiesp nesta semana que não precisa de teto de gastos pois ele, Lula, é a garantia pessoal de responsabilidade fiscal. Trata-se de reinvenção do passado para atender a imperativos eleitorais do presente, algo tão velho como a própria política. Implícita está a noção de que a economia cresce com o Estado gastando.

CHAVE DO COFRE – O problema do teto de gastos não é a regra, mas o motivo de ela ter sido inventada. Nas últimas décadas, não importa o governo, estabeleceu-se como verdadeiro consenso social o crescimento constante dos gastos públicos, sem que nosso espaço econômico tenha condições de sustentar esse aumento.

Pode-se afirmar que a essência da disputa política brasileira hoje é o fato de cofres públicos não conseguirem mais acomodar interesses segmentados e regionais.

Manobras das correntes políticas se dão em torno de migalhas de um orçamento engessado e comprometido com despesas obrigatórias. Situação agravada de maneira formidável pela instituição do nosso paraíso das emendas parlamentares (e orçamento secreto).

GRANDE INCERTEZA – Com o que chegamos à grande incerteza gerada pela certeza de que Jair e Lula não querem mais teto de gastos. Qual será a regra, então, para limitar o crescimento de gastos de um Estado que notoriamente não cabe no PIB? Embora pareça questão técnica, sua natureza é essencialmente política.

No cerne do problema dos gastos está a “concertación” ampla jamais obtida para reforma administrativa (pagamento do funcionalismo), tributária (pacto federativo) e de sistema de governo (grave desequilíbrio entre os Poderes, com avanços do Legislativo e STF). Grupos dirigentes e pensantes brasileiros no sentido mais amplo estão profundamente divididos e demonstram notável incapacidade de atuação conjunta.

Não é surpresa que Jair e Lula tenham uma ideia apenas do que não querem.

Não haverá desfile no Rio e Bolsonaro diz que nem vai discursar. Dá para acreditar?

Eduardo Paes  — Foto: Reprodução

Não haverá desfile em Copacabana ou no Centro, diz Pàes

Rayanderson Guerra
Estadão

Após insistir em levar as comemorações do 7 de setembro da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio de Janeiro, para a orla de Copacabana, o presidente Jair Bolsonaro  já afirma que o desfile militar em celebração ao bicentenário da Independência será em Brasília.

Na estreia oficial da campanha, o chefe do Executivo disse que as comemorações serão restritas a “palanques” na zona sul da cidade, com demonstrações da Marinha e da Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea, na orla.

DESFILE CANCELADO – “Teremos um ato cívico. É impossível a tropa desfilar. Não haverá desfile da tropa dia 7 no Rio de Janeiro. Será tudo concentrado em Brasília. Terão palanques, teremos lá um movimento da Marinha na praia, nossa Força Aérea com a Esquadrilha da Fumaça. A artilharia nossa atirando”, disse o presidente, em Juiz de Fora (MG), que visitou como candidato do PL à reeleição.

Pelo Twitter, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), disse na tarde desta quarta-feira que foi informado pelo comandante militar do leste que o ato do Exército no 7 de setembro vai se concentrar “em um pequeno trecho na Avenida Atlântica, próximo ao Forte de Copacabana, sem arquibancada ou desfile”.

 “Como já havia sido veiculado por alguns órgãos de imprensa, deverão acontecer apresentações da Marinha e da Aeronáutica no mar e no espaço aéreo, sem qualquer tipo de interferência nas pistas da avenida atlântica. Ao longo dos próximos dias teremos reuniões com as forças armadas para a organização de detalhes. Repito: a parada militar não será na Presidente Vargas nem em Copacabana. Essa é a solicitação que recebi do Exército Brasileiro”, afirmou Paes.

GENTE NA PRAIA – De acordo com o presidente, o desfile não ocorrerá porque há previsão de “muita gente na praia”. “Teríamos dificuldades para a tropa se organizar para o desfile. Haverá um palanque, é um movimento cívico. Não pretendo fazer uso da palavra lá”, afirmou Bolsonaro.

O Ministério da Defesa e o Comando Militar do Leste não confirmam qual será a programação das Forças Armadas na capital fluminense. O Esquadrão de Demonstração Aérea, responsável pela Esquadrilha da Fumaça, diz que ainda não há apresentações previstas para o Rio de Janeiro no dia 7 de setembro.

”Por enquanto só temos confirmação de presença no 7 de setembro em Brasília como parte das atrações na Esplanada dos Ministérios”, diz em nota o Esquadrão de Demonstração Aérea.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como sempre, reina a esculhambação. As informações são desconcentradas. Pela declaração clara do prefeito Eduardo Paes, o desfile está cancelado no Rio, seja no Centro ou em Copacabana. Mas o Comando Militar do Leste diz que haverá um ato do Exército perto do Forte de Copacabana. E Bolsonaro anuncia que haverá um “movimento cívico” com um palanque em Copacabana, embora não pretenda discursar. Bem, se não há desfile, para que serve o palanque. Ora, só pode servir para Bolsonaro discursar, isso é mais do que óbvio, em meio à confusão. (C.N.)

Proposta que homenageia Suplicy não é provocação ao PT, esclarece Ciro Gomes

Ciro Gomes durante ato de campanha em Santana de Parnaíba — Foto: Reprodução/YouTube Ciro Gomes

Ciro afirma que o PT jamais deu o devido valor a Suplicy

Deu no g1

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse nesta quarta-feira (17) que a proposta Renda Mínima Universal Eduardo Suplicy, prevista em seu plano de governo, é uma “homenagem” ao ex-senador petista. Ele fez a afirmação ao ser questionado se o nome escolhido para batizar a ideia era uma provocação ao PT.

A declaração foi dada durante ato de campanha na cidade de Santana de Paranaíba (SP). A proposta citada por Ciro e batizada com o nome de Suplicy prevê a distribuição de até R$ 1 mil por domicílio vulnerável no Brasil.

LEI NÃO PEGOU – Eduardo Suplicy, que atualmente é vereador na cidade de São Paulo, tem como principal bandeira da sua trajetória política a instituição de um programa de renda básica para a população. A ideia defendida pelo petista chegou a virar lei, em 2004, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas nunca foi efetivamente implementada.

Em junho, durante apresentação de uma prévia do plano de governo do PT, Suplicy causou constrangimento na cúpula petista ao interromper o evento para falar da proposta e dizer que não havia sido convidado para a reunião pelo coordenador do programa de governo petista, o ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante.

Para Ciro, o PT “nunca deu bola” para Suplicy e Lula, que é o candidato da sigla ao Palácio do Planalto, considera o ex-senador “uma pessoa meio que desprezível”.

UM GRANDE QUADRO – “É uma homenagem que eu quero prestar a um cidadão que combateu esse combate a vida inteira. Se você olhar, fica quase exótico. E, assim, o PT nunca deu bola pra ele. O Lula considera o Suplicy, sabe, uma pessoa meio que desprezível. E eu penso o oposto do Suplicy. Suplicy é um grande quadro. Pouco me importa qual partido que ele é filiado”, afirmou Ciro Gomes.

Em Santana de Parnaíba, Ciro caminhou com apoiadores em uma comunidade local. Ele estava acompanhado de Elvis Cezar, ex-prefeito da cidade e candidato do PDT ao governo de São Paulo.

Em discurso, voltou a dizer que, se eleito, vai criar um programa para limpar o nome de brasileiros endividados e classificou as altas taxas de juros para inadimplentes como “nova escravidão”.

JURO ALTO DEMAIS – “Estamos aqui pra acabar com a nova escravidão. A nova escravidão é o juro alto. É a dívida das famílias. É o colapso da escola pública, que não prepara o filho do trabalhador para essa economia de computador, de digital. E nós estamos propondo isso. Isso é uma tarefa pra quem, como vocês, tem o sentido de justiça no coração”, declarou.

Ciro também reiterou que em um eventual governo tentará mudar a política de preços da Petrobras, para reduzir o custo dos combustíveis aos consumidores.

“A primeira providência, no primeiro momento do governo é mudar a política de preços da Petrobras, que vocês estão vendo: o gás de cozinha não dá mais pra pagar. Claro, passou três anos e meio subindo, quando chega na véspera da eleição eles tão diminuindo, eles acham que nós todos somos abestalhados aqui embaixo”, disse o pedetista.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Suplicy realmente é uma das melhores figuras do PT. Embora a cúpula do partido sempre tente menosprezá-lo, ele segue em frente, com um político honrado e coerente, coisa muito rara no Brasil de hoje. (C.N.)

Se nos EUA tantos creem que Trump é santo, Terra é plana e vacina mata, imaginem aqui…

A VITÓRIA DA BOÇALIDADE – Contra o Vento

Charge do Duke (O Tempo)

Eliane Cantanhêde
Estadão

Antes, “a economia, estúpido!”. Agora, “a narrativa, estúpido!”. O Planalto e a campanha do presidente Jair Bolsonaro (unidos pelo “gabinete do ódio e das fake news”) misturaram as duas coisas, economia e narrativa, botaram no liquidificador do marketing e criaram uma campanha altamente profissional – que produz resultados.

Na economia, danem-se teto de gastos, responsabilidade fiscal, lei eleitoral, e vale intervir em estatais, preços e impostos. O beneficiário de hoje é o maior prejudicado de amanhã, mas, para os estrategistas políticos, o que vale é gasolina, diesel, gás, inflação e desemprego caindo na marra e compra de votos na veia.

TUDO AO CONTRÁRIO – No marketing, até em peças em francês, inglês e espanhol, a narrativa invertida que transforma fake news em realidade, realidade em fake news e Bolsonaro no “mito” de Deus, Pátria e família.

O “patriota” é quem destrói a imagem do Brasil, disse a dezenas de embaixadores estrangeiros e ao mundo que o Brasil é uma porcaria, as eleições são fraudadas, instituições e ministros do Supremo, desprezíveis? E bate de frente com todos os nossos principais parceiros na Ásia, Europa, América do Norte, América do Sul?

Família? Deus? Com culto às armas, fuzis na sala de jantar, tiros na festinha do bebê, bolo “tresoitão”, rachadinhas, mansões, apartamentos, dinheiro vivo? E tentam trazer Deus para a arena política, numa guerra entre cultos, crenças, religiões. Isso é cristão?

OS VILÕES DA VEZ – Na narrativa paralela, ministros do STF, governadores e prefeitos foram os vilões na pandemia. Eles é que faziam atos golpistas e sem máscara, atrasaram as vacinas, não se vacinaram e não vacinaram os filhos, empurraram a cloroquina contra a covid, trabalharam contra o isolamento social?

É democrata? Quem ataca Supremo, TSE, seus ministros, o sistema eleitoral, a mídia e só não ataca o Congresso porque o Centrão está no comando?

Também é democrata quem aparece em lives com um exemplar da Carta, depois de usar o 7 de Setembro para ameaçar descumprir ordem judicial e incendiar o País? E quem defende “eleições limpas”?

E MAIS AINDA – É democrata o presidente que se elegeu deputado várias vezes e chegou ao Planalto pelas urnas eletrônicas e diz ao Brasil e ao mundo que as urnas são fraudadas? E que, para isso, jogou as Forças Armadas do Brasil no seu pior período desde a redemocratização, passando vexame?

Como alguém cai nessa narrativa? Bolsonaro democrata, pela Pátria, família e Deus, pela Constituição, por “eleições limpas”, impecável na “gripezinha”?

Pois é. Se nos EUA, uma das maiores democracias do mundo, tantos acreditam que a Terra é plana, Donald Trump é santo e a vacina da covid é coisa do diabo, imaginem aqui…

Pesquisa indica que haveria poucos indecisos nos Estados que decidem – SP, MG e RJ

Charge O Tempo 19/10 | O TEMPO

Charge do Duke (O Tempo)

Bruno Boghossian
Folha

As últimas rodadas de pesquisas no Sudeste indicam que existe um estoque limitado de votos disponíveis no principal campo de batalha da disputa deste ano. Os números mostram que eleitores de São Paulo, Minas Gerais e Rio reproduzem a lógica nacional ao escolher cedo seus candidatos a presidente, o que reduz a margem para que esses estados mudem a situação da corrida.

Lula, Jair Bolsonaro e Ciro Gomes definiram a região como prioridade para as atividades de campanha. É um investimento com retorno incerto. Segundo o Ipec, só 5% dos eleitores paulistas, mineiros e fluminenses se dizem indecisos, enquanto 86% já apontam um candidato, e 9% declaram voto em branco ou nulo.

2% DO ELEITORADO – Os brasileiros que continuam em busca de um presidente nesse trio de estados representam só 2% do eleitorado do país. Isso significa que qualquer movimento significativo na disputa nacional a partir da região só virá se um candidato tirar votos de outro. Se este é o caso, Bolsonaro tem uma montanha para escalar.

O presidente está dez pontos atrás de Lula no triângulo SP-MG-RJ, com um desempenho muito inferior ao da última eleição: ele marca 32%, ante 48% do primeiro turno de 2018.

Para voltar ao patamar da disputa passada, Bolsonaro precisaria conquistar todos os indecisos e ainda roubar 7 milhões de votos de outros candidatos nesses estados.

PEC KAMIKAZE – Os torpedos disparados pelo Planalto na economia devem ajudar o presidente a cobrir parte do caminho, mas os eleitores do Sudeste não parecem tão sensíveis a esse tipo de pacote. Números recentes do Datafolha mostraram que 63% dos moradores da região dizem que medidas recentes do governo só têm o objetivo de ganhar votos para Bolsonaro.

O cenário apresenta à campanha de Lula o desafio de segurar o apoio que ele já conquistou na região até agora.

Com 42% das intenções de voto em São Paulo, Minas e Rio, o petista deve trabalhar para evitar uma fuga de eleitores de baixa renda e conter os apelos de Bolsonaro a grupos como os evangélicos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Com todo o respeito e sem querer comprar briga com ninguém, a pesquisa do Ipec (antigo Ibope) bate de frente contra o levantamento encomendado pelo PT, que indicou haver 27% de eleitores indecisos. Achar que este número cai para 2% em São Paulo, Minas e Rio parece ser um número extremamente escorregadio, se é que vocês me entendem, como dizia o colunista Maneco Müller, o Jacinto de Thormes(C.N.)

Toffoli espera informações ao governo sobre convocação de PMs pelas Forças Armadas

Charge do Zé Dassilva: Fora das quatro linhas | NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Deu em O Tempo

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu informações do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), sobre a possibilidade de convocação de polícias militares pelo Governo ou pelas Forças Armadas.

O despacho dá cinco dias para Bolsonaro se manifestar em ação que pede a declaração de inconstitucionalidade de qualquer convocação direta de policiais dos estados pelo governo federal ou pelas Forças Armadas “para fins de pretensa manutenção ou contenção da ordem pública”.

REGRAS DA DITADURA – A ação foi apresentada no Supremo por seis partidos de oposição. As legendas sustentam que há normas vigentes incompatíveis com a Constituição, como o Decreto-Lei 667/1969, editado com fundamento no Ato Institucional 5 (AI-5), e o Decreto 88.540/1983, que regulamentou as hipóteses de convocação das polícias militares.

De acordo com a ação, as normas deram poderes amplos de controle e ingerência do governo federal e das Forças Armadas sobre as PM estaduais.

A Advocacia-Geral da União (AGU) e Procuradoria-Geral da República (PGR) também terão cinco dias para manifestar na ação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Os partidos de oposição tomaram uma medida preventiva, porque as regras atuais são mesmo ditatoriais. O certo é haver o contrário (Artigo 142), para que as Forças Armadas auxiliem as forças de segurança a manterem a lei e a ordem. Tudo dentro das quatro linhas, é claro. (C.N.)

Marco Aurélio critica o discurso “agressivo” de Moraes, diante do “convidado” Bolsonaro

Marco Aurélio Mello: Balanço sem culpas | VEJA

“Foi um nefasto acontecimento”, afirma Marco Aurélio Mello

Vera Magalhães
O Globo

O cordão de ministros atuais e aposentados do Supremo Tribunal Federal em apoio à defesa contundente das urnas eletrônicas feita por Alexandre de Moraes encontrou uma voz dissonante.

Presente ao auditório do TSE para a solenidade, o ministro aposentado Marco Aurélio Mello, que deixou o Supremo no ano passado, lamentou a agressividade na fala de Moraes, que chamou ao blog de “nefasto acontecimento”.

FORA DA PRAXIS – “É costume o anfitrião receber com tapete vermelho os convidados, especialmente o dirigente maior do País. O discurso do empossado foi agressivo, em nada contribuindo para o almejado entendimento”, disse o ex-decano do STF.

A crítica ao ex-colega de Supremo vem menos de uma semana depois de Mello dizer em entrevista que, entre Lula e Jair Bolsonaro, votará no presidente.

“Perderam as duas Instituições, o Tribunal Superior Eleitoral e a Presidência da República, perdeu esta sofrida República, perdeu o Brasil. Que tristeza. E fui, com muita dor, testemunha do nefasto acontecimento”, concluiu o ex-ministro.

CONTRA A CORRENTE – A tendência a nadar contra a corrente majoritária marcou a longa passagem de Marco Aurélio pelo Supremo. A frequência acima da média na corte em que ficava “vencido”, ou seja, dava um voto contra a maioria do colegiado de 11 integrantes, era bem acima da média da corte.

Ele também nunca se furtou a expressar suas opiniões abertamente, avesso ao costume das declarações em “off”, preferido pela maioria dos ministros nos contatos com a imprensa.

As ressalvas feitas por ele à postura de Moraes contrastam com o apoio que vem sendo dado publicamente por antigos integrantes do STF, como Celso de Mello, Joaquim Barbosa e Ayres Britto, à reação institucional aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Marco Aurélio Mello está certíssimo ao criticar o discurso do novo presidente do TSE, que foi pessoalmente ao Planalto convidar Bolsonaro para a cerimõnia em que seria submetido a esse constrangimento. Não interessa se Moraes está dizendo a verdade ou não sobre as urnas eletrônicas. Foi uma tremenda falta de educação e de respeito, como Marco Aurélio Mello apontou. Aliás, é bom lembrar que nos dois julgamento que anularam inconstitucionalmente as condenações de Lula, apenas Marco Aurélio Mello e Luiz Fux votaram contra, nas duas oportunidades. E vida que segue, diria nosso amigo João Saldanha. (C.N.)

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