segunda-feira, 8 de agosto de 2022

 

Grande piadista, Ciro Nogueira diz que Bolsonaro passa Lula no primeiro turno

Ciro Nogueira: últimas notícias na Jovem Pan

Ciro Nogueira deu uma entrevista delirante ao Correio

Vicente Limongi Netto

Para o otimista franciscano chefe da Casa Civil da Presidência da República, senador Cid Nogueira (Correio Braziliense – 7/08) Bolsonaro vai chegar com tudo no pleito de outubro. Admite que Lula é o adversário mais forte do atual chefe da nação, mas garante que Bolsonaro chegará na frente no primeiro turno.

O paladino Ciro Nogueira botou tudo para fora, nas duas páginas que mereceu do jornal. Espremeu adversários e colocou Bolsonaro no altar máximo da honradez, pois cada um dá o que tem.

CPI DA COVID – Foi duro com as conclusões do relatório da CPI da Covid, elaborado pelo senador Renan Calheiros. Para o falante Ciro Nogueira, o texto é uma peça política que deve ir para a lata do lixo.

Nessa linha, milhões de brasileiros discordam do chefe da Casa Civil. Acreditam que o governo demorou a comprar vacinas, que poderiam ter salvado milhares de vidas. 

Na verdade, milhões de cidadãos cansados das patetices do patrão do senador Ciro, sustentarão, nas urnas, com imenso prazer, que quem deve ir para a lata do lixo é Bolsonaro.

ESCOLHA ACERTADA – Na disputa presidencial, no final das contas, a meu ver, quem melhor escolheu candidata a vice foi Ciro Gomes. Ana Paula Matos é uma baiana letrada, fala com firmeza, mostra convicções, enquanto Braga Neto só é conhecido por causa de Bolsonaro. Cara amarrada, não é bem-vindo pelos políticos. Tem restrições inclusive nas Forças Armadas.

Geraldo Alckmin, vice de Lula, embora tenha sido governador de São Paulo e candidato à Presidência da República, perdeu muita credibilidade junto aos eleitores depois que se bandeou a Lula, por quem foi derrotado, debaixo de violentos insultos.  Não transmite energia nem confiança. Não é a toa que ganhou o apelido de “Picolé de Chuchu”.

Simone Tebet e Mara Gabrieli não empolgam. Já são chamadas de alegre dupla sertaneja. Chapa da inanição.  Muito lero-lero e pouco pirão com rapadura. Unidas nos 2% das pesquisas. Cada uma carrega 1%.

POR FIM – Nesta eleição, urubu está voando de costas em Alagoas, diria o genial humorista Sérgio Porto. Ventos bravios na terra de Teotônio Vilela. O arranca rabo entre Renan Calheiros e Arthur Lira vai continuar rendendo, até o final desta eleição.

 

 

 

 

Ala do PL defende o general Braga Netto como ministro, se Bolsonaro for eleito

Braga Netto

Braga Netto assumiu a redação do programa de governo

Igor Gadelha e Gustavo Zucchi
Metrópoles

Uma ala do PL passou a defender, nos bastidores, que o general Braga Netto assuma um ministério, caso a chapa do presidente Jair Bolsonaro, com o militar de vice, seja eleita este ano. Esses integrantes do partido defendem que o general assuma o Ministério do Planejamento, pasta que o presidente já sinalizou que pretende recriar, caso seja reeleito.

No primeiro governo Bolsonaro, a pasta foi extinta e anexada à estrutura do Ministério da Economia, juntamente ao também extinto Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

A avaliação dessa ala do PL é que de Braga Netto tem experiência para o cargo. Candidato a vice-presidente, o militar é o responsável por elaborar o plano de governo de Bolsonaro.

Resta saber se outros integrantes do Centrão, que apoiam o atual presidente toparão. Parlamentares do grupo sempre cobiçaram o comando da pasta, por ela ter o controle do Orçamento da União.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Esses boatos são espalhados pela própria equipe de Braga Netto. O general já entrou em atrito com outros membros da campanha, por ter assumido na marra a organização do programa de governo. O filho Zero Dois de Bolsonaro, Carluxo, não gostou e já resolveu atuar sozinho, liderando o gabinete do ódio, que é comandado pelo assessor presidencial Tércio Arnaud, especialista em informática e redes sociais. Eles acham que é mais importante atrair eleitores na web, como fizeram na campanha de 2018, com êxito total(C.N.)  

Com aumento da taxa Selic, Brasil mantém a liderança do ranking global de juros reais

TRIBUNA DA INTERNET

Charge do Gilmar (Arquivo Google)

Rosana Hessel
Correio Braziliense

Com a alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica da economia (Selic) determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na quarta-feira (03/08), o Brasil mantém a liderança do ranking global dos maiores juros reais (descontada a inflação).

A partir de agora, a taxa Selic passa de 13,25% para 13,75% ao ano. A decisão foi unânime e o colegiado sinalizou que “avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”

TOPO DO RANKING – De acordo com levantamento feito por Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset Management, o Brasil se consolida na 1ª colocação do ranking mundial dos juros reais, com taxa de juro real de 8,52% ao ano — acima de países vizinhos como México, Colômbia, Chile e Indonésia.

O índice é calculado com uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, com base nos dados do boletim Focus do Banco Central, de 4,81% e a taxa de juros DI a mercado dos próximos 12 meses com vencimento mais líquido de agosto de 2023.

Em termos nominais, o país continua na 3ª colocação, abaixo de Argentina e da Turquia e acima de Hungria, Chile e Colômbia.

AJUSTES LENTOS – “Os programas de aperto quantitativo continuam lentos e o movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities”, destacou Vieira no relatório enviado aos clientes. Ele considerava uma probabilidade de 55% de alta de 0,50 ponto percentual.

No computo geral, considerando uma listagem de 167 países, 45,51% mantiveram os juros, 50,90% elevaram e 3,59% cortaram. No ranking da Infinity, de 40 países, 15% mantiveram, enquanto 82,50% elevaram as taxas e 2,50% cortaram.

Candidatos da esquerda encenam teatro cínico apenas nos anos em que há eleição

Resgatar a bandeira é bom sinal de brasilidade, mas não para quem tem o PT  como religião | Jovem Pan

PT esconde a bandeira brasileira e somente usa na eleição

Rodrigo Constantino
Gazeta do Povo

“A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude”, disse o duque de La Rochefoucauld. O moralista francês resumiu com perfeição quando alguém tenta sinalizar uma falsa virtude, lembrando que ele, ao menos, sabe o que é a virtude em questão. Daí a hipocrisia, o cinismo, o fingimento.

A esquerda em geral é toda cínica, fingida, e o motivo é simples: ela precisa ocultar sua real agenda radical e revolucionária, pois sabe que se expor tudo de forma transparente, jamais vence uma eleição.

PAI NOSSO – O presidente Bolsonaro comentou sobre os recentes esforços petistas de enganar os desatentos: “Soube que o PT agora reza o Pai Nosso e usa bandeiras do Brasil em seus eventos. É um bom começo. Só falta parar de defender aborto, drogas, ideologia de gênero, desencarceramento, controle da mídia/internet, ladrões de celular, financiamento de ditaduras e diálogos cabulosos”. No alvo!

Petistas aparecem em missas de quatro em quatro anos, sempre às vésperas da eleição. A cor da bandeira que costumam empunhar é vermelha, mas o tom começa a desbotar para o amarelo perto de pedir votos.

Se a esquerda fosse sincera, ela deixaria bem claro que despreza o patriotismo, visto como um sentimento “pequeno burguês” ou mesmo fascista.

POLÍCIA E BANDIDO – Se fosse transparente, a esquerda diria que odeia a polícia, que prefere os bandidos, lembrando que sempre age para abrandar punições aos marginais, enquanto demoniza a atuação policial e sua “letalidade”.

Mas detonar a polícia e enaltecer os bandidos não rende muitos votos, e a esquerda sabe disso. Por isso muda seu discurso em época eleitoral.

O manto da “democracia” é outra enorme farsa esquerdista. Assinam cartinhas sem qualquer coerência, uma vez que sempre defenderam ditaduras comunistas, e até hoje o PT de Lula apoia o tirano Maduro na Venezuela, isso sem falar da relação umbilical com Cuba.

JOGO DE APARÊNCIAS – Tudo na esquerda é jogo de aparências, é uma farsa calculada para enganar os trouxas. E como notamos essa mudança abrupta de discursos nas semanas que antecedem eleições, podemos concluir que a esquerda sabe muito bem o que são virtudes, mas prefere rejeitá-las por ideologia, oportunismo ou canalhice mesmo.

A tentativa da esquerda é ir comendo pelas beiradas, colocando aos poucos suas verdadeiras pautas, para a população ir se acostumando sem muito choque. É como a situação do sapo escaldado.

Se a esquerda apresentasse seu verdadeiro projeto de uma só vez, todos sairiam correndo, assustados. Ela sabe disso. E por isso vai cozinhando lentamente suas vítimas, insistindo em seu teatro, até que um dia os otários acordem na Venezuela: como foi que isso aconteceu?! 

Planalto “era consagrado a demônios” antes da chegada de “Jair Messias”, diz Michelle 

Bolsonaro chegou ao culto acompanhado da primeira-dama, Michele Bolsonaro e do pré-candidato ao governo de Minas Carlos Viana (PL)

Michelle roubou a cena e fez o ‘Senhor Jair Messias’ chorar

Franco Malheiro
O Tempo

Em discurso, durante culto evangélico na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, disse, neste domingo (7), que o Palácio do Planalto já foi “consagrado a demônios” antes de Jair Bolsonaro (PL) assumir a presidência.

“Vou continuar orando e intercedendo em todos os lugares, e sabe por que, irmãos? Porque por muitos anos, por muito tempo, aquele lugar foi um lugar consagrado a demônios. Cozinha consagrada a demônios, Planalto consagrado a demônios e hoje consagrado ao senhor Jesus. Ali, eu sempre falo e falo para ele (Bolsonaro), quando eu entro na sala dele e olho para ele: essa cadeira é do presidente maior, é do rei que governa essa nação”, disse ela no culto de comemoração aos 50 anos de ministério do pastor Márcio Valadão, fundador da Igreja Batista da Lagoinha.

BOLSONARO CHOROU – O discurso de Michele foi ao lado do marido que chorou enquanto ela falava. A primeira-dama assumiu o protagonismo da participação dos dois no culto. Ela chegou a dizer, se referindo ao processo eleitoral, que trata-se de “uma guerra do bem contra o mal”

“É uma renúncia estar do outro lado. Nós pagamos um alto preço. Até com a vida, como tentaram tirar do meu marido em 2018. Mas vamos lutar. Feliz é a nação onde Deus é o senhor. Essa nação tão amada, tão querida, é do Senhor Jesus. Podem me chamar de fanática, de louca, mas vou continuar louvando nosso Deus e vamos continuar orando e intercedendo em todos os lugares. Por muitos anos aquele lugar foi consagrado a demônios. E hoje é consagrado ao Senhor Jair Messias”, disse.

PARTICIPAÇÃO INTENSA – Michelle tem tido participação intensificada nos atos em favor do marido. A presença da primeira dama faz parte da estratégia de campanha de Bolsonaro para melhorar a imagem dele junto ao eleitorado feminino. Na convenção de lançamento da sua candidatura, há duas semanas, Michele também fez um longo discurso.

Antes da fala da primeira-dama, Bolsonaro falou rapidamente para os fiéis presentes no culto. O presidente apenas disse que seu cargo de presidente “é uma missão dada por Deus”.

“Muito obrigado a todos, sabemos o que está em jogo, sabemos o que queremos para o país e não podemos deixar de orar para saber o que é bom ou não é.”, disse Bolsonaro em curta fala.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Sempre se previu que os fanáticos evangélicos iriam dominar a política, porque se multiplicam como coelhos. É por essa vertente que caminha Bolsonaro, que a mulher já chama de “Rei” e de “Senhor Jair Messias”, que derrota os “demônios”. E ainda há quem pense que estamos num Estado laico. (C.N.)  

Brasileiros invejam ascensão social e acham que sempre existe algo por trás do sucesso…

Charge do Glauco (Arquivo Google)

Roberto DaMatta
O Globo

Um amigo ganhou um prêmio de uma sociedade literária. O prêmio inclui uma quantia em dinheiro. Seus amigos e colegas viram como um reconhecimento, pois o premiado tem uma longa vida profissional como especialista em “ciências ocultas e letras apagadas”, como diz, citando o Millôr, quando se refere às disciplinas humanas.

Alguns mencionaram “a graninha boa”, reduzindo o prêmio ao dinheiro, e não ao reconhecimento de uma obra. Um parvo falou que ele recebia o prêmio porque escreveu sobre temas populares, esquecendo um detalhe capital: nas ciências humanas, o que conta não é bem do que se fala, mas como se fala. Pois o trivial é assumir o senso comum, e o extraordinário é lançar sobre o familiar um olhar que equilibra familiaridade e estranhamento.

Falar de futebol como um jogo é uma coisa. Falar dele como um ritual competitivo promotor de uma experiência de igualdade — de respeito a normas impessoais de todos conhecidas — é tentar entendê-lo por meio de uma visão não rotineira.

DIZIA TOM – Um conhecido lembrou a frase atribuída a Tom Jobim: “No Brasil, o sucesso é uma ofensa pessoal…”. Assim, discutir por que vemos o sucesso do outro como ofensa é importante para compreender o Brasil. Pois a reação negativa ao sucesso aponta uma visão em que o êxito é concebido como um bem limitado, tal como assinalou o antropólogo George M. Foster num ensaio nascido de pesquisas sobre as orientações culturais latino-americanas.

Nele, Foster chama a atenção para essa concepção em que o êxito de alguém inibe o dos outros, que deixam de ganhar, pois o bem seria limitado.

Trata-se, diria eu, ampliando o insight de Foster, de um óbvio sintoma de sociedades mais relacionais e hierárquicas que individualistas.

IMOBILIDADE SOCIAL – Sistemas conservadores e elitistas, que bloqueiam a ascensão social, pois cada qual deve ficar feliz em seu lugar, satisfazendo às diretrizes dos segmentos superiores. Nesses sistemas, há a ideia de que o lugar de cada um é fixo, de modo que os elos de todos com todos confirmam ou causam revolta quando um deles se destaca e, assim, alcança a faixa dos que “nascem feitos” ou dos “grandes” — os que tudo podem…

A ideia oculta de que o poder, o prêmio e a felicidade são limitados contrasta com o “fazer-se a si mesmo” comum e surpreendente em outros sistemas.

A busca de construir-se a si mesmo é certamente ofensiva nas sociedades em que “ficar rico”, ou “subir na vida”, é visto como ambição pecaminosa ou esperteza, pois normalmente cada qual deveria contentar-se com seu lugar. Se a ânsia por “subir na vida” é reprimida, o sucesso tem de vir de fora. Do elo com alguém poderoso, por sorte ou milagre.

DESCONFIANÇA, SEMPRE – A ascensão social promove desconfiança mesmo sendo merecida. Em sociedades como a nossa, conservadora e hierarquizada, surgem os malandros e os conspiradores, pois ninguém acredita que não exista algo por trás de um sucesso que ameaça o ideal reacionário de imobilidade.

Donde o populismo e seus irmãos: o salvacionismo e o negacionismo, tão nossos conhecidos. Neles há a suposição de que os integrantes do sistema contam pouco, e a presente crise é uma prova de que cada vez mais sabemos que os “salvadores da pátria” acabam salvando suas famílias e contas bancárias, pois quem pode nos salvar mudando o sistema somos nós mesmos — os cidadãos comuns que começam a deixar de crer que existe um bem limitado para engendrar um sistema aberto, em que todos são premiados por seus talentos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Roberto DaMatta, renomado antropólogo e escritor, recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra. Essa conquista inspirou o artigo, que tem o valor de um ensaio acuradíssimo. (C.N.)

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