sexta-feira, 12 de agosto de 2022

 

Bolsonaro desiste do desfile e promete fazer um “ato político patriótico” em Copacabana

Palanque de Bolsonaro é o único em que não subo", afirma Eduardo Paes

Recusa de Paes fez o Exército manter o desfile no Centro

Malu Gaspar e Rafael Moraes Moura
O Globo

Depois de anunciar que realizaria uma parada militar na praia de Copacabana no 7 de Setembro, com “muita gente”, tropas das Forças Armadas e agentes da Polícia Militar, Jair Bolsonaro recuou da ideia e aceitou que o tradicional desfile do feriado da Independência seja feito no local de sempre: a Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio.

Conforme revelou a coluna, a cúpula das Forças Armadas e o núcleo político da campanha do presidente à reeleição estavam tentando demovê-lo da ideia desde a semana passada.

VERDE E AMARELO – Em lugar do desfile militar, Bolsonaro aceitou promover um ato político “patriótico”, ao estilo das manifestações bolsonaristas, com gente vestida de verde e amarelo nas ruas e ataques ao STF e às urnas eletrônicas.

Desde o final da semana passada, após o café da manhã que teve no QG do Exército com integrantes do Alto Comando em que foi aconselhado a desistir da parada militar em Copacabana, Bolsonaro parou de insistir no assunto internamente.

Apesar de ter mencionado as críticas à sua intenção de levar um desfile militar para Copacabana, na entrevista que deu no início da semana ao Flow Podcast, aos auxiliares Bolsonaro só diz que o 7 de setembro será grande em Brasília e em São Paulo, e nem sequer menciona mais o Rio de Janeiro.

HAVIA DOIS PROBLEMAS – Na reunião com Bolsonaro, realizada na última quinta-feira (4), os militares apontaram que a mudança de roteiro traria ao menos dois problemas – o risco para a integridade física do presidente, que levaria à necessidade de montar um aparato de segurança complexo, e a perigosa mistura de um desfile militar com um ato de viés político partidário eleitoral, a dois meses do pleito presidencial.

O anúncio de Bolsonaro de que promoveria um desfile militar nesta data, em meio a chamados de tom golpista, num clima de conflito aberto com o TSE e de ataques à segurança das urnas, preocupou também a coordenação de campanha.

“MAL NA FOTO” – Segundo aliados de Bolsonaro ouvidos reservadamente pela equipe da coluna, o “conjunto da obra” convenceu o chefe do Executivo a abandonar os planos. De acordo com um integrante da campanha, “não ia ficar bem na foto” ter tanques desfilando nas ruas de Copacabana.

O processo de convencimento foi articulado não apenas pela cúpula das Forças Armadas e o núcleo político da campanha, mas também por assessores, militares do Planalto e a manifestação do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).

Na última sexta-feira (5), Paes rechaçou a transferência do local – o que inviabilizou, na prática, a realização do desfile militar em Copacabana. No Twitter, o prefeito comunicou que o desfile será realizado na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, “aonde o exército organizou e aonde sempre foi feito”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Embora sua mulher Michelle tenha feito um discurso dizendo que Bolsonaro agora é o “Rei” deste país, na verdade ele é apenas o principal servidor público. Aliás, esse incidente do desfile militar em Copacabana é um exemplo de que nem toda ordem de Bolsonaro tem de ser cumprida, porque ele não é “Rei” deste país, que já tem quatro – o Rei Pelé, o Rei Roberto Carlos, o Rei Momo e o Rei da Cocada Preta – e não pretende ampliar o elenco(C.N.) 

Exército defende coronel que divulgou notícias falsas sobre as urnas e ofendeu Simone Tebet

Exército planejava trocar coronel antes de afastamento pelo TSE; eventual  transgressão será apurada

Se o Exército queria trocar o coronel, como pode defendê-lo?

Aline Brito
Correio Braziliense

O processo de fiscalização das eleições ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (10/8). Depois de Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), excluir o Coronel Ricardo Sant’Ana do grupo de militares que inspecionam os códigos-fonte das urnas, o Exército Brasileiro (EB) afirmou que não indicará substituto para a vaga do militar.

Sant’Ana foi excluído da comissão depois de publicar nas redes sociais informações falsas sobre as urnas eletrônicas, a fim de ‘desacreditar o sistema eleitoral brasileiro’, disse Fachin.

DIZ O EXÉRCITO – Como resposta, o exército criticou o TSE e afirmou que a decisão do tribunal foi tomada sem pedidos de esclarecimentos. “Baseado em apuração da imprensa e de forma unilateral, sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta ao Ministério da Defesa ou ao Exército Brasileiro, o TSE descredenciou o militar. Dessa forma, o Exército não indicará substituto e continuará apoiando tecnicamente o MD nos trabalhos julgados pertinentes”, declarou.

O Exército também saiu em defesa do Coronel excluído e disse que o militar foi selecionado para a comissão por “sua inequívoca capacitação técnico-científica e de seu desempenho profissional”.

“Todavia, após tomar conhecimento das notícias veiculadas, já no final da semana passada, o Exército, como usualmente faz nesses casos, buscou esclarecer os fatos antes de tomar quaisquer providências, eventualmente precipitadas ou infundadas”, assegurou.

DOBRAR A EQUIPE – Em nota divulgada no site, o Exército garantiu que o trabalho do grupo de militares é isento de interferência de posições políticas pessoais.

“O trabalho da equipe das Forças Armadas, particularmente dos representantes do Exército Brasileiro, é eminentemente técnico e realizado de forma coletiva por seus integrantes, além de ser estritamente institucional, como se supõe que devam ser os trabalhos de todas as demais equipes participantes do processo”, afirmou.

Apesar do Exército ter garantido que não indicará um substituto para o Coronel Sant’Ana , o Ministério da Defesa (MD), também nesta quarta-feira (10), pediu ao TSE a participação de mais nove militares no grupo que fiscaliza os códigos-fonte do sistema eleitoral.

DIZ O MINISTRO – O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, de acordo com informações da Folha de S. Paulo, enviou um ofício a Fachin dizendo que esses novos militares irão reforçar a equipe das Forças Armadas e atuar temporariamente na fiscalização do pleito.

Esses nove militares a mais, de acordo com o pedido da Defesa, iriam fiscalizar apenas a fase da inspeção dos códigos-fonte das urnas, que se encerra na sexta-feira (12/8). Outro pedido do Ministério foi justamente para adiar, em uma semana, a data de encerramento da análise desses códigos, passando o prazo final para 19 de agosto.

O grupo que atua nessa fase da fiscalização é composto três militares da Marinha, três da Aeronáutica e três do Exército e, de acordo com o pedido de Paulo Sérgio, divulgado pela Folha, os outros nove militares entrariam no grupo “diante da necessidade de dispor de conhecimentos específicos em linguagem de programação C++ e Java”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Caramba, amigos e amigas! Vejam a que ponto chegou a desfaçatez dos chefes militares do “novo normal” brasileiro. O Comando do Exército perdeu uma bela oportunidade de ficar calado, ao invés de vir a público defender o “mau militar”, como diria o general Ernesto Geisel. Como uma instituição com o Exército pode apadrinhar um oficial superior que divulga notícias falsas e faz achincalhe com a candidatura de uma senadora de alto nível como Simone Tebet, chamando de “vacas” as possíveis eleitoras dela? Um militar com esse comportamento rebelde e que desrespeita o próprio Regulamento do Exército jamais poderia ser apoiado e defendido pelo Alto Comando. Se o Exército já planejava tirá-lo da Comissão, como pode vir a público defendê-lo? Pelo contrário, deveria puni-lo imediata e exemplarmente, mas isso não acontecerá, conforme antecipamos ontem aqui na Tribuna da Internet, com absoluta exclusividade(C.N.)

Bolsonaro, filhos e ministros ironizam os atos pela democracia, que fazem sucesso nas redes

ImageFernanda Alves
O Globo

O presidente Jair Bolsonaro ironizou em suas redes sociais a leitura das cartas em defesa da democracia na Faculdade de Direito da USP, na manhã desta quinta-feira. Sem citar diretamente a manifestação, o chefe do Executivo classificou a redução do preço do diesel como o “ato importante em prol do Brasil” do dia. Ministros do governo e o filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, também fizeram postagens sobre o tema em suas redes.

“Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobrás reduziu, mais uma vez, o preço do diesel”, escreveu Bolsonaro no Twitter.

DISSE NOGUEIRA – O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, rebateu a leitura das cartas afirmando que a “a democracia não pertence a ninguém”.

“A Democracia não pertence a ninguém. A Democracia é de TODOS NÓS! A Democracia, inclusive, é o que deveria existir mais em países como Venezuela e Cuba, que alguns “democratas” no Brasil apoiam”, escreveu o ministro no Twitter. “Viva a Democracia do Brasil. Viva o Democrata @jairbolsonaro. A Carta que garante a nossa Democracia é uma só: a Constituição. A Democracia vai vencer o passado e o atraso”, acrescentou.

Já Fábio Faria, ministro das Comunicações, repostou em seu perfil um post antigo do próprio Jair Bolsonaro onde o presidente divulgou a sua própria carta a favor da democracia, com uma única frase: “Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia”. Faria compartilhou a publicação do presidente e disse que assinava a carta junto com ele.

MAIS GOZAÇÕES – A mesma ironia foi compartilhada pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia e atual candidato ao Senado por São Paulo, Marcos Pontes (PL-SP), e por Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e apoiador de Bolsonaro.

Hang também compartilhou a postagem de Ciro Nogueira e fez referência às manifestações convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro. “A verdadeira carta pela democracia será assinada com a sua presença nas ruas, no dia 7 de setembro. #ADemocraciaÉDeTodos”

Carlos Bolsonaro, filho do presidente, citou a Constituição Federal ao comentar a carta lida na Faculdade de Direito da USP. “Tenho uma dúvida: se existe a Constituição que é a Carta a ser seguida e alguns seres supraconstitucionais as rasgam todos os dias, essa carta é um recado a esses seres? Eu tô ficando “cafuso”!, escreveu o vereador.

NEM PRECISA LER… –  Também filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que dava uma entrevista para a Rádio Grande FM, do Mato Grosso do Sul, no mesmo horário dos atos, diminuiu a importância das cartas em sua fala, mas afirmou não ter lido os documentos lidos hoje em São Paulo.

— Essa carta é inócua. Eu não preciso nem ler a carta porque eu já sei como é que é. Ela foi feita pela USP e foi lida por artistas. É uma carta política, uma carta de apoio ao Lula. Não é uma carta de defesa da democracia — afirmou o parlamentar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Na verdade, esses manifestos pela democracia foram uma boa jogada da oposição, que atacou justamente o ponto mais fraco de Bolsonaro, que sempre cultivou um indisfarçável viés ditatorial, inclusive defendendo a tortura de presos políticos, que é considerada crime contra a humanidade pela Convenção de Genebra, assinada pelo Brasil. Agora à tarde, o Ato pela Democracia já estava em quatro lugar entre os assuntos mais citados no Twitter. Nada mal, portanto. (C.N.)

Ato pela democracia une sociedade com falas incisivas contra golpismo de Jair Bolsonaro

Entidades pedem respeito à democracia em lançamento de manifesto

O ex-ministro da Justiça José Carlos Dias leu o manifesto

Deu na Folha

A mais ampla manifestação por democracia sob o governo de Jair Bolsonaro (PL) teve ápice na manhã desta quinta-feira (11) com um ato na Faculdade de Direito da USP em que foi lida, sob aplausos e falas contra o autoritarismo, a carta iniciada na instituição e assinada por mais de 970 mil pessoas.

O texto, que não cita diretamente Bolsonaro, mas prega a manutenção do Estado democrático de Direito e o respeito às eleições diante das ameaças golpistas do presidente de contestar o resultado e questionar as urnas eletrônicas, foi precedido da leitura de outro manifesto, endossado por mais de cem instituições.

MARCO SIMBÓLICO – O movimento, a menos de dois meses do primeiro turno das eleições, é considerado um marco simbólico na reação da sociedade civil à escalada de ameaça às instituições promovida por Bolsonaro, que insufla apoiadores para saírem às ruas no 7 de Setembro, data do Bicentenário da Independência.

Segmentos que estavam inertes perante as intimidações por alinhamento ao bolsonarismo ou receio de represálias, sobretudo no ambiente empresarial e financeiro, decidiram aderir às mobilizações.

A “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito” remete à histórica “Carta aos Brasileiros”, apresentada em ato público em agosto de 1977, na mesma Faculdade de Direito da USP, que marcou a luta contra a ditadura militar (1964-1985) e por redemocratização.

ESPANTO E INDIGNAÇÃO – Oradores repudiaram, em tom de espanto e indignação, a necessidade de em 2022 a sociedade ter que brigar novamente por democracia e respeito à Constituição de 1988. O Poder Judiciário, que Bolsonaro frequentemente ataca, também foi defendido, assim como a Justiça Eleitoral. As falas também enfatizaram o combate à fome e à desigualdade, além de exaltar minorias, como negros e mulheres.

O ambiente envolveu um clima de denúncia, mas também de celebração pela materialização da revolta expressa nos documentos, que foram divulgados há menos de um mês. A adesão virtual à carta idealizada na USP surpreendeu organizadores, que esperam bater a marca de 1 milhão de adesões.

O salão nobre e o pátio da faculdade, no largo São Francisco, região central de São Paulo, foram tomados por organizadores e convidados, dos mais diferentes segmentos e correntes políticas ideológicas. A instituição é palco histórico de manifestações em defesa de direitos e democracia.

SOB FRIO E GAROA – Uma multidão de signatários e apoiadores da causa também se concentrou do lado de fora, sob frio e garoa. A plateia acompanhou as falas que ocorriam dentro do prédio por um telão. Organizações como a UNE, a UNES e a OAB paulista fizeram marchas até o local.

Não foram registrados incidentes na mobilização na capital paulista. Atos simultâneos em outras universidades em todos os 26 estados brasileiros também tiveram a leitura da carta.

Apesar do frio, a amanhã foi calorosa dentro da faculdade, com uma confraternização de professores e alunos trocando abraços e relembrando histórias —todos usavam um broche da bandeira do Brasil com a frase “Estado de Direito sempre”. De pele e cabelos brancos, juristas renomados contavam sobre a luta contra a ditadura e seu período na faculdade.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 Recordar é viver. Em 19 de março de 1964, tivemos a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que foi um dos estopins para o golpe, que foi diferente, com forte participação civil, inclusive de governadores como Carlos Lacerda e Magalhães Pinto. Agora, o movimento é ao contrário, com a sociedade civil se mobilizando contra novo surto ditatorial. Na vida tudo muda. Parodiando Machado de Assis, podemos perguntar: Mudou o Natal, mudamos nós ou foram os militares que mudaram? (C.N.)

Vexame total! Braga Netto e outros oficiais ganharam supersalários de até R$ 1 milhão

De interventor a vice de Bolsonaro: relembre trajetória de Braga Netto

General Braga Netto recebeu R$ 926 mil e está rindo à toa

Daniel Weterman
Estadão

Candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), o general Walter Braga Netto recebeu R$ 926 mil em dois meses de 2020, no auge da pandemia de covid-19. Só de férias, foram R$ 120 mil pagos ao general em um único mês. Outros militares do governo tiveram a folha de pagamento turbinada naquele ano. Estão na lista o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, e o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.

Os benefícios pagos pelo governo levaram oficiais e pensionistas a ganhar até R$ 1 milhão na folha de pagamento em um único mês, conforme dados do Portal da Transparência. O deputado Elias Vaz (PSB-GO), autor do levantamento, vai cobrar explicações do Ministério da Defesa sobre o que classifica como “supersalários” pagos aos militares.

DENTRO DA LEI – Ramos disse que os valores têm caráter indenizatório ou de ressarcimento relativos à sua ida para a reserva. O Exército afirmou que os pagamentos aos generais são legais.

Ramos disse que os valores têm caráter indenizatório ou de ressarcimento relativos à sua ida para a reserva. O Exército afirmou que os pagamentos aos generais são legais. Foto: Marcos Corrêa/PR

Procurados, Braga Netto e Bento Albuquerque não responderam. Ramos disse que os valores têm caráter indenizatório ou de ressarcimento relativos à sua ida para a reserva. O Exército afirmou que os pagamentos aos generais são legais. A Marinha não respondeu.

MINISTROS ABONADOS – Braga Netto tem um salário bruto mensal de R$ 31 mil como general da reserva do Exército, mas recebeu um montante de R$ 926 mil nos meses de março e junho de 2020 somados, sem abatimento do teto constitucional. O teto limita os salários a R$ 39,3 mil por mês no serviço público. Somente a título de férias, o vice de Bolsonaro ganhou R$ 120 mil em março de 2020.

Bento Albuquerque, almirante de esquadra reformado da Marinha, teve R$ 1 milhão em ganhos brutos nos meses de maio e junho somados, enquanto o salário habitual do ex-ministro é de R$ 35 mil por mês como militar.

Luiz Eduardo Ramos, por sua vez, recebeu um montante de R$ 731,9 mil em julho, agosto e setembro de 2020, também somados, apesar de ganhar um salário de R$ 35 mil por mês em períodos “normais” como general. Na época dos ganhos extras, Ramos comandava a Secretaria de Governo. Hoje, é chefe da Secretaria-Geral e um dos ministros mais próximos a Bolsonaro.

MAIS PRIVILÉGIOS – A folha de pagamento aumentou, sobretudo, no período em que os oficiais foram para a reserva. O governo Bolsonaro patrocinou uma mudança que aumentou a indenização paga quando os militares saem do serviço ativo e adquirem essa condição, equivalente a uma aposentadoria. Ramos, por exemplo, só foi para a reserva após a nova lei ser aprovada e entrar em vigor.

Na Marinha também há valores pagos num único mês superiores a R$ 1 milhão.

O tenente-brigadeiro da reserva Juniti Saito, ex-comandante da Aeronáutica, recebeu um montante bruto de R$ 1,4 milhão, em abril de 2020, enquanto o salário habitual é de R$ 35 mil. A Aeronáutica contesta o valor divulgado pelo próprio governo e diz que o correto é R$ 717 mil.

MORALIDADE PÚBLICA – “Queremos ver se os pagamentos estão dentro do princípio da moralidade pública. Professores, médicos e o pessoal de outros ministérios não recebem esse tipo de coisa”, disse o deputado Elias Vaz.

Em 2019, no primeiro ano de governo, Bolsonaro apresentou um projeto de lei que aumentou os benefícios pagos a militares. A indenização paga quando eles são transferidos para a reserva, por exemplo, subiu de quatro para oito vezes o valor do soldo. O gasto com os salários aumentou de R$ 75 bilhões em 2019 para R$ 86 bilhões.

No caso de Braga Netto, o Exército afirmou que os pagamentos incluem indenização por férias não usufruídas e adicionais não recebidos ao longo da carreira. Para Ramos, os valores entraram no contracheque em função da passagem para a inatividade e indenização por férias e licença especial não usufruídas. Em todos os casos, as Forças Armadas argumentaram que os pagamentos estão fundamentados em instrumentos legais.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É um tapa na cara do funcionalismo civil, que está com salário congelado há anos. Pergunta relevante: O que diriam desses privilégios os chefes militares de outrora, como o brigadeiro Eduardo Gomes, o marechal Teixeira Lott e o almirante Francisco Barroso? Certamente estariam muito envergonhados O fato mostra que não há exceção no Brasil. Os três Poderes estão putrefatos e as Forças Armadas também apodreceram, pois já não mais se fazem militares como os de antigamente(C.N.)


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