Já se pode calcular o impacto de acompanhar Ciro e Simone fazendo campanha juntos

Corrupção não pode ficar de fora do debate eleitoral - Edna Lima - Os  Divergentes

Evento na CNI demonstrou total identidade de propósitos

Carlos Newton

Esta quarta-feira, dia 29, foi uma data marcante na sucessão presidencial. Pela primeira vez três importantes presidenciáveis estiveram no mesmo evento, a já tradicional sabatina na Confederação Nacional da Indústria. De início, apenas Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) confirmaram presença. O presidente Jair Bolsonaro (PL) estava fazendo mistério, mas resolveu comparecer depois que soube que Lula da Silva (PT) não participaria.

A iniciativa foi importantíssima, porque permitiu avaliar o que acontecerá depois que Ciro Gomes e Simone Tebet passarem a se apresentar juntos, formando a mesma chapa, não importa quem estiver à frente.

UM ARRASO – A participação de Ciro e Simone vai ser um arraso, porque se viu que os dois juntos ganham uma força impressionante, ao contrário do que acontece com Lula, que tem Geraldo Alckmin como vice, mas o entendimento dos dois não se justifica e até soa falso, enquanto o general Braga Netto não agrega nada a Bolsonaro, rigorosamente nada.

No caso de Ciro Gomes e Simone Tebet, a união dos dois tem altíssimo impacto, pois apresenta-se como uma rajada de esperança, capaz de iluminar corações e mentes de brasileiros que não suportam mais radicalismo, corrupção e desvarios.

Na CNI (separadamente, primeiro Simone e depois Ciro), eles disseram exatamente o que os industriais esperavam ouvir, em termos de incentivos à reindustrialização do país. Parecia que tinham combinado antes, mas era apenas identidade de propósitos.

DEPOIS, BOLSONARO… – O atual presidente foi o terceiro a se apresentar. Para rebater Ciro Gomes, que anunciou a recriação do Ministério da Indústria e do Comércio,  e Simone Tebet, que defendeu a reforma tributária, Bolsonaro foi além e disse que os próprios industriais indicariam o nome do futuro ministro. Mas é tarde demais;

Durante quatro anos Bolsonaro literalmente abandonou a indústria. É como se o BNDES não mais existisse. E às vésperas das eleições, de repente o chefe do governo acorda e imita os concorrentes…

O mais triste é que Bolsonaro foi o único a levar claque para ser aplaudido. E pegou mal quando puxaram palmas na hora em que o presidente mencionou a titulação de terras a membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e a ideologia de gênero. Afinal, o que os industriais têm a ver com a reforma agrária e políticas de educação e direitos sexuais? Sinceramente, é Piada do Ano ou é muito amadorismo, pois a claque funcionou como um insulto à inteligência alheia.

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P.S. –
 Quem acredita na terceira via pode ficar mais animado. Quando Simone Tebet e Ciro Gomes se unirem de fato, passando a se apresentarem juntos nos palanques de todo o país, esta eleição vai realmente ficar emocionante(C.N.)

Moraes diz em Portugal que o narcotráfico assumiu de fato, a soberania da Amazônia

 (crédito: Nelson Jr./SCO/STF)

Moraes diz que União, estados e municípios fracassaram

Vicente Nunes
Correio Braziliense

Enquanto o governo faz alarde sobre uma possível tentativa de países como a França e os Estados Unidos tomarem posse da soberania da Amazônia, o narcotráfico já está fazendo esse movimento de fato. Foi o que disse o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, durante participação no Fórum Jurídico de Lisboa. Segundo ele, o crime organizado tomou conta de várias regiões da floresta por incapacidade do poder público de garantir a segurança na região.

 “Quais são os perigos hoje na Floresta Amazônica? O contrabando, o garimpo, o comércio ilegal de madeira. Não são os ribeirinhos”, afirmou.

GRAVIDADE DA SITUAÇÃO – Moraes lembrou que a situação é tão grave, que foram os Estados Unidos que oficiaram o Brasil sobre a apreensão de uma carga enorme de madeira tirada da Amazônia e exportada por meio de documentos falsos. Essa revelação, por sinal, resultou na queda de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente. Ele havia defendido publicamente a empresa responsável pela derrubada ilegal de árvores.

O ministro reconheceu que é difícil fiscalizar a Amazônia. “É preciso ter verba para isso”, frisou. O problema é que nenhuma das três esferas de governo — União, estados e municípios — destina recursos suficientes para a proteção do meio ambiente. Muito pelo contrário. Mesmo com dinheiro previsto nos orçamentos, boa parte é contingenciada para a obtenção de superavits primários das contas públicas.

FALTA PRAGMATISMO – “Não tem como fazer segurança se não houve orçamento. Tem que ser pragmático”, reforçou Moraes. Ele ressaltou que, no Congresso, há emendas de bancada e de relator para que os parlamentares possam destinar recursos à proteção ambiental. Mas são pouquíssimos os projetos contemplados com verbas. Entre os partidos, a grande preocupação é pelo controle do Ministério do Meio Ambiente, não pelas políticas que precisam ser executadas.

O ministro lembrou que a campanha eleitoral começará, efetivamente, em 16 de agosto, mas, até agora, nenhum dos candidatos para cargos nacionais e estaduais apresentou projetos concretos para a preservação do meio ambiente.

“Alguém sabe de alguma proposta de partidos para a área ambiental? Nada”, disse. Na avaliação dele, passou da hora de sair do discurso para a prática.

FOME E DESEMPREGO – Moares destacou ainda, que, infelizmente, dada à atual conjuntura econômica do país, é difícil se pensar num engajamento mais firme da população no debate em favor da proteção do meio ambiente.

“Temos 33 milhões de brasileiros com fome. Como passar a preocupação com o meio ambiente antes da fome. Temos 11 milhões de desempregados”, afirmou. Não por acaso, quando consultada sobre temas mais importantes, a população cita emprego, saúde, educação, segurança pública.

Outro problema grave: sem moradia digna, muitas pessoas acabam ocupando áreas de proteção ambiental. “Como essa pessoa que vai ser retirada dessas áreas vai se preocupar com o meio ambiente se será jogada na rua?”, indagou. Segundo Moraes, a solidariedade com esse público em situação de vulnerabilidade só aparece em momentos de catástrofe, quando centenas ou mesmo milhares perderam a vida.

ACHAR A SAÍDA – Moraes acredita que é possível conciliar crescimento econômico, geração de emprego, distribuição de renda, moradia digna, agronegócio com sustentabilidade.

Basta, para isso, haver planejamento, vontade política, com todos os atores envolvidos. Ele assinalou que isso também passa pela educação e pelo engajamento das novas gerações. No entender dele, é preciso que a população vista a camisa do meio ambiente como vestiu a da lei de proteção do consumidor.

Também o Judiciário deve fazer a parte dele, enfatizou o ministro. Apesar de o Supremo ter criado jurisprudência sobre temas importantes na área ambiental, muitos juízes de primeira instância não seguem o que foi determinado.

CÓDIGO DESRESPEITADO – Um dos exemplos é o Código Florestal. “Todas as semanas chegam ao Supremo dezenas e dezenas de reclamações de que a jurisprudência não está sendo seguida”, contou. “É preciso ter segurança jurídica”, acrescentou.

O lado positivo é que o Judiciário, em sua maioria, vestiu a camisa do meio ambiente, assim como ocorreu com o Código de Defesa do Consumidor.

Moraes assinalou também que há hoje, no mundo, mais de 150 Constituições com regras de proteção ambiental, mas é importante ressaltar que a legislação brasileira foi uma das primeiras do mundo. E não se deve perder isso de vista.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Excelente entrevista de Moraes, demonstrando equilíbrio e precisão em seus diagnósticos. Pena que não se comporte assim ao julgar o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), pois o parlamentar recebeu uma graça presidencial cuja existência Moraes faz questão de tentar desconhecer. (C.N.)

Será impossível conter a reação do povo se Bolsonaro perder, diz Flávio, o filho “01”

Julgamento em caso de Flávio Bolsonaro é adiado - Diário do Comércio

Felipe Frazão
Estadão

Coordenador da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirma que o presidente não terá como controlar uma eventual reação violenta de apoiadores que contestem o resultado das urnas. Flávio não quis confirmar se Bolsonaro reconheceria uma derrota, mas nega que planeje estimular um levante. “Algo incentivado pelo presidente Bolsonaro, a chance é zero”, disse ele em entrevista ao Estadão.

Filho primogênito de Bolsonaro, Flávio sugere que militares se pronunciem oficialmente se o Tribunal Superior Eleitoral ignorar as recomendações para a transparência das eleições feitas pela Defesa. “Se as Forças Armadas apontam vulnerabilidades e o TSE não supre, é natural que essas pessoas tenham que se posicionar dizendo: ‘A gente não pode garantir que as eleições vão ser seguras’.”

O presidente vai aceitar o resultado da eleição?
O presidente pede uma eleição segura e transparente, era o que o TSE deveria fazer por obrigação. Por que não atende às sugestões feitas pelo Exército se eles apontaram que existem vulnerabilidades e deram soluções? A bola está com o TSE.

Se o TSE não ceder, não fizer a reunião técnica que foi pedida pelos militares, as Forças Armadas devem fazer o quê?
Se as Forças Armadas apontam vulnerabilidades e o TSE não supre, não resolve esses problemas, é natural que essas pessoas, talvez via comandante do Exército, via ministro da Defesa, tenham que em algum momento se posicionar: ‘Olha, sugerimos, houve alterações, apontamos vulnerabilidades, o TSE não quer fazer, por consequência a gente não pode garantir que as eleições vão ser seguras’. Para que chegar a este ponto? Essa resistência do TSE em fazer o processo mais seguro e transparente obviamente vai trazer uma instabilidade. E a gente não tem controle sobre isso. Uma parte considerável da opinião pública não acredita no sistema de urnas eletrônicas.

Se houver um levante contra o resultado das eleições, como vimos nos EUA, qual será a posição do presidente, do sr., dos principais nomes do governo? Se isso surgir de apoiadores, o presidente endossa?
Como a gente tem controle sobre isso? No meu ponto de vista, o Trump não tinha ingerência, não mandou ninguém para lá (invadir o Capitólio). As pessoas acompanharam os problemas no sistema eleitoral americano, se indignaram e fizeram o que fizeram. Não teve um comando do presidente e isso jamais vai acontecer por parte do presidente Bolsonaro. Ele se desgasta. Por isso, desde agora, ele insiste para que as eleições ocorram sem o manto da desconfiança.

Ele poderia ter de tomar uma decisão dura, até decretar estado de sítio, alguma medida de exceção?
Isso não está na mesa. O que está na mesa hoje é que o TSE dê segurança para que o eleitor mais humilde tenha a certeza de que o candidato que escolher vai (receber) o voto de verdade.

Se for com o sistema que está aí, e o presidente tiver resultado negativo, ele reconhece a eleição?
Alguns avanços o TSE já fez, que, se forem implementados, dificultam a possibilidade de fraude. Se tem mais coisas que podem ser feitas para diminuir, por que não fazer? Quem quer dar golpe na democracia? Bolsonaro ou quem está resistindo a atender a sugestões técnicas?

Por que o presidente deixa no ar que vai tomar alguma decisão, em tom de ameaça, e diz que pode descumprir decisão do Supremo?
Ele é uma pessoa genuína e fica indignado com as interferências de alguns ministros do Supremo no Executivo e no Legislativo, decisões que inviabilizam o governo, que invadem a esfera do presidente da República. O presidente se sentiu aviltado e externou isso. A pessoa não pode mais falar o que pensa?

Que acordo o presidente e o ministro Alexandre de Moraes fizeram?
Foi uma conversa dele com o Temer e o Alexandre de Moraes. O presidente fala que o Alexandre não cumpriu. Eu vi dentro do Congresso, havia uma conversa para, em o Congresso não derrubando a prisão do deputado Daniel Silveira, ato contínuo o Alexandre de Moraes soltaria. Mas ele ficou mais alguns meses preso. E (Moraes)não cumpriu, se foi de verdade, esse acordo. Alguns deputados votaram achando que estava valendo, para manter a prisão. A todo momento a gente olha esse tipo de ato. E você não vê nenhum tiro do Palácio do Planalto lá para o STF. Só ao contrário.

Quando Bolsonaro cobra uma contagem paralela de votos feita pelas Forças Armadas, o que não é missão delas, não é um ‘tiro’, uma afronta clara a atribuições do Judiciário?
Se os técnicos estão mostrando que precisa ser feito para garantir a segurança e a imparcialidade, por que não fazer?

Mas isso não consta na sugestão das Forças Armadas.
Essa apuração paralela não precisa ser só das Forças Armadas, pode ser da OAB, por exemplo. É uma tripla checagem de segurança. Por que ser contra? Não tem lógica. Por vaidade? Qual o preconceito com os militares? Será que esse preconceito não se estende a ter um presidente militar?

O governo está atuando para aprovar PEC com aumento de auxílios sociais. Vai dar tempo para reverter o quadro eleitoral?
Esse impacto é possível. Mas meu pai sempre me ensinou a fazer as coisas sem pensar no que vai trazer votos de volta. O momento pede. O mundo com inflação alta, o poder de compra do planeta diminuiu.

Mas não pode ser tarde eleitoralmente?
Aí quem vai dizer é o eleitor. Sinceramente, ele não está preocupado se vai dar voto ou não. Ele está fazendo porque os mais pobres precisam.

E vai ser fácil aprovar?
Não acho que será difícil aprovar. Há consenso de que é necessário um pacote como este. Não foi fácil lidar com tudo que aconteceu e, no meu ponto de vista, o saldo é positivo para o governo. O eleitor vai saber pesar isso tudo. Agora, se vai querer que volte aquela quadrilha do PT para assaltar o País e estuprar as estatais… No governo Bolsonaro isso não acontece e as pessoas sentem melhoria na qualidade de vida.

Mas a inflação ainda está chegando a 12%, 33 milhões de pessoas estão passando fome. Não é isso tudo que está sendo explorado pelas campanhas adversárias?
Isso é uma narrativa mentirosa. Como alguém pode achar que estar trabalhando e ganhando menos do que a média é pior do que estar desempregado?

Tem algum mea-culpa do governo?
Nenhum governo é perfeito. Ninguém nasce sabendo ser presidente. Mas o saldo é imensamente positivo. Até quando o presidente Bolsonaro erra, erra tentando acertar. Para mim, o maior equívoco foi não dar mais atenção para a publicidade das coisas que beneficiam as pessoas.

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro disse que o presidente telefonou para ele falando de busca e apreensão. Houve isso?
Não sei se ele telefonou, mas, quando se analisa o contexto, pode ser algo para confortar a família. Qualquer pessoa que estivesse acompanhando, em função da gasolina, que grande parte da mídia botou no caso… A busca e apreensão eram uma coisa possível de acontecer. Se tivesse interferência na PF, coisa que Bolsonaro não faz, por que o cara seria preso?

O juiz federal Renato Borelli prendeu por risco de obstrução de Justiça, ocultação de provas.
Ele (Milton Ribeiro) já estava fora do ministério. Esse juiz tem que ir para o CNJ, porque ele fez ativismo político para desgastar o governo, causar transtorno eleitoral. Se ele já sabia que se falava no presidente Bolsonaro antes da prisão do ex-ministro, ele tinha que ter mandado para o STF, não ter determinado a prisão. Pelo que tem até agora, não podemos falar que o ministro Milton tem envolvimento com corrupção.

A Polícia Federal diz que o ex-ministro é suspeito de corrupção passiva, tráfico de influência…
Suspeito de corrupção… É uma prisão arbitrária, perseguição política. Não dá para comparar com os R$ 6 bilhões recuperados da Petrobras, dos delatores que devolveram dinheiro que roubaram. Não dá para botar na mesma prateleira, a população enxerga. É forçação de barra.

Não são suficientes indícios como dinheiro na conta de familiares, atuação dos pastores dentro do MEC com respaldo do ministro?
Pedindo para levar recurso público para as escolas? Isso 100% do Congresso que vai no ministério pede.

Tem pedido de propina, senador…
Se os pastores pediam pedágio para os caras no meio do caminho têm de responder por isso.

Como esses pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura, tiveram tanto acesso ao presidente, participaram de eventos no Palácio do Planalto?
São lideranças religiosas. Tem que receber qualquer liderança, ainda mais religiosa, que é uma pauta do governo. E pelo que sei os pastores não tinham antecedentes. As pessoas fazem besteiras, e as responsabilidades têm que ser individualizadas.

O caso MEC não justifica a CPI da oposição?
A CPI quer fazer palanque político na véspera da eleição. Sou contra um factoide como esse para atrapalhar a eleição, como foi a CPI da Covid. Espero que o Senado não caia nessa armadilha que só bota o Senado cada vez mais em descrédito.

A liberação de emendas consegue segurar a CPI?
Não tem nada a ver, isso já estava acontecendo independente de CPI. Não é o momento de instalar CPI nenhuma, todos os 81 parlamentares tem de ter oportunidade de participar e estamos em véspera de recesso e eleição. Que comece depois quando todo mundo tiver voltado da campanha. Existem quatro pedidos de CPI feitos antes dessa, uma para apurar as obras de escolas paradas do MEC e mau uso do Fies. Se for instalar CPI, que obedeça a ordem cronológica. É o caso de pedir que seja apensada essa CPI do MEC à nossa anterior, porque tem vinculação.

O presidente tem reiterado que pode descumprir decisão do Supremo, ele deixa no ar que vai tomar uma decisão, é tom de ameaça.
Hoje ele está numa linha mais tênue. Ele é uma pessoa genuína e fica indignado com as interferências de alguns ministros do Supremo no Executivo e no Legislativo, decisões que inviabilizam o governo, que invadem a esfera do presidente da República. O presidente se sentiu aviltado e externou isso. A pessoa não pode mais falar o que pensa?

O Ministério Público do Rio quer retomar as investigações da rachadinha, que o senhor conseguiu anular.
E já perdeu de novo. Não tem por que reabrir. Estou tranquilo com relação ao processo e a minha consciência. Viraram minha vida do avesso e não acharam nada. Felizmente o VAR jurídico funcionou nesse caso e não deixou dúvidas para ninguém. Não aceito tomar gol de mão. Não tem pessoas falando que me deram dinheiro, não tem depósito na minha conta, meu patrimônio é compatível com minha renda. Tentam colocar Bolsonaro na mesma prateleira de corrupção do Lula. Não dá.

A campanha vai ter comparação desses casos de corrupção entre Lula e Bolsonaro?
Eles vão tentar fazer. Eu comprei uma casa em 35 anos, pegando financiamento imobiliário no banco. Querem dar ar de ilegalidade. Mais uma que vai ser arquivada. Você acha que o banco me emprestou dinheiro porque tenho olho verde? Emprestou porque eu tinha condições de pagar a dívida que estava tomando e tenho até hoje. Tenho fontes de renda como parlamentar, advogado e empresário.

A 95 dias da eleição, é a primeira vez que um presidente no cargo não lidera as intenções de voto. Como mudar esse cenário?
É a primeira vez que um presidente pega uma pandemia seguida de uma guerra. Vamos ter tempo para mostrar todas as conquistas e realizações do governo. Conclusões de obras como a transposição do rio São Francisco, o povo nordestino sofreu com a seca até ontem e o presidente realizou o sonho de milhões de nordestinos, um direito deles. A crise que enfrentamos no petróleo, se o PT não tivesse roubado e sido incompetente nas refinarias, que deveriam estar funcionando, como Comperj e Abreu e Lima, o Brasil seria muito menos impactado pela oscilação do preço lá fora.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Uma entrevista muito boa. O excelente repórter Felipe Frazão imprensou o senador Flávio Bolsonaro, mas ele se saiu bem, está mostrando que aprendeu a ser político, pois encontra resposta para tudo. (C.N.)

Datena desiste novamente da candidatura e prejudica Bolsonaro e Tarcísio Freitas

Datena desiste de pré-candidatura ao Senado por SP; esta é a quarta vez que volta atrás

Irresponsável, Datena deixou Bolsonaro e Tarcísio na mão…

Gustavo Schmitt e Daniel Gullino
O Globo

O apresentador de televisão José Luiz Datena (PSC) afirmou nesta quinta-feira que vai desistir de disputar a eleição ao Senado por São Paulo neste ano. O anúncio foi feito nesta tarde durante o seu programa Brasil Urgente, na Band. É a quarta vez que Datena abre mão de concorrer a cargos na política. Nas três últimas eleições, ele desistiu de concorrer a senador, prefeito e vice-prefeito.

— Em primeiro lugar, eu queria deixar minha palavra de carinho para com o presidente da República, que hoje de manhã deu uma declaração que tinha me escolhido como candidato ao Senado em São Paulo. E foi isso mesmo que foi acordado. Mas eu pensei bem, e resolvi seguir o meu caminho, mas obrigado a ele por ter confirmado o acordo que aconteceu, não foi por parte dele que não deu certo, disse o jornalista.

CONSTRANGIMENTO – A decisão deixou Bolsonaro constrangido, porque na manhã de hoje o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que estava “fechado” com o apresentador.

— Estou como Datena lá, fechei com o Datena. Está em um outro partido. Tem críticas, assim como tem gente que critica o Tarcísio, critica a mim — disse o presidente, sobre a postura política do apresentador.

A pré-candidatura de Datena foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 15 de maio, em São Paulo, durante almoço na casa do ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Datena, que esteve presente no almoço e discursou aos presentes, afirmou ao GLOBO que só não seria candidato “se morresse” ou se Jair Bolsonaro e Tarcísio Freitas desistirem.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Datena não morreu, Bolsonaro e Tarcísio não desistiram, mas tiveram um grande baque em suas campanhas. A palavra de Datena, portanto, não vale uma nota de três dólares. E sua decisão irresponsabilidade mostra que a abunda na política brasileira. (C.N.)

 

Voto útil é preciosa ferramenta democrática e as pesquisas ajudam a tomada de decisões

Voto nas eleições

Charge do Duke (domtotal.com)

João Gabriel de Lima
Estadão

Em época de eleições, a reação dos políticos às pesquisas segue um padrão. Quem está ganhando compartilha os resultados em suas redes. Quem está atrás inventa teorias conspiratórias para minar a credibilidade dos institutos. Tais teorias costumam se basear num mito: o de que as pesquisas são capazes de prever os resultados das eleições. Se “erram”, é porque não prestam.

Trata-se de uma concepção equivocada. Pesquisas não são oráculos. “Elas trazem informações que vão além da posição de cada candidato na corrida de cavalos”, diz Thomas Traumann, analista de risco político e autor de relatórios para empresários e o mercado financeiro.

HUMOR DO ELEITOR – Através das pesquisas é possível entender o humor do eleitor – e saber, assim, qual o tema dominante em cada pleito. Nesta eleição, segundo Traumann, será difícil fugir da agenda econômica. “Quando mencionamos a economia, falamos na verdade em emprego e nos preços do supermercado”, diz ele – e não temas abstratos como teto de gastos ou âncoras fiscais.

Trata-se de uma mudança de tendência. “Tivemos em 2018 um índice altíssimo de renovação do Congresso. O brasileiro queria novidades. Agora há um cansaço com os candidatos ‘youtubers’. O eleitor quer políticos capazes de entregar resultados”, afirma Traumann, com base na leitura de várias pesquisas baseadas em números, além de grupos de discussão.

As eleições municipais de 2020 foram um prenúncio da nova tendência. Ao contrário de 2018, o eleitor preferiu políticos experientes, o que resultou numa onda de reeleições.

VOTO ÚTIL – Dados das pesquisas são valiosos para planejadores de campanhas eleitorais. Para o eleitor comum, os levantamentos ajudam na tomada de decisões, pois o voto útil é uma ferramenta legítima nas democracias.

Isso ocorreu neste ano em Portugal. Muitos eleitores de centro migraram, na véspera da eleição, para o Partido Socialista, com medo de que uma coalizão de centro-direita incorporasse os radicais do Chega. No Brasil, lembra Traumann, o voto de última hora costuma punir o PT, mas nem sempre isso acontece. Um caso famoso ocorreu em 1988 em São Paulo, quando os eleitores de José Serra votaram em Luiza Erundina para evitar que Paulo Maluf chegasse à Prefeitura.

O Estadão lançou recentemente um agregador de pesquisas eleitorais em que institutos considerados “padrão-ouro”, como o Ipec e o Datafolha, têm mais peso na média ponderada. É uma ferramenta eficiente para o eleitor que quer tomar boas decisões – mantendo distância das conspirações criadas pelos cavalos que comem poeira.

Sem resposta à inflação, não tem como Bolsonaro crescer, diz cientista política

CHARGE S/A - E o dragão da inflação? - People S/A - Bem Paraná

Charge do Jorge Braga (Arquivo Google)

Ester Cassaviada
CNN São Paulo

Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (23) mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 47% das intenções de voto na corrida pelo Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 28%. Em entrevista à CNN, a cientista política Deisy Cioccari apontou os principais desafios neste momento da pré-campanha à Presidência da República.

 “O ponto é que Bolsonaro segue fazendo a mesma coisa de 2018. Então, se ele não oferecer uma resposta pra inflação, que é o grande desafio desse ano, não tem como ele crescer, não tem como ele sair desses 28-30% que acho que é o máximo que ele consegue atingir se ele não oferecer uma resposta suficiente para a população”, disse Deisy Cioccari.

OUTRA REALIDADE – A especialista avalia que os cenários de 2018 e de 2022 são bastante diferentes.

“Quando ele entrou na campanha de 2018, a gente viveu uma realidade que era um reflexo da operação Lava Jato. O eleitorado estava muito desgastado com a questão da corrupção e queria alguma coisa diferente a tudo que estava ali. O presidente Jair Bolsonaro conseguiu fazer com que uma narrativa de falta de historicidade no Congresso fosse confundida com ‘eu não sou a velha política’”, diz.

“Agora, em 2022, ele não tem mais essa história pra contar e não é mais a nova política que ele conseguiu incrustar no eleitor”, completa.

SEM TERCEIRA VIA – A cientista política avalia que “não há menor possibilidade de um nome da terceira via surgir agora”.

“A gente tem nessa disputa eleitoral de 2022 dois nomes populistas muito fortes. Normalmente, quando o país enfrenta uma crise política como foi no período da eleição de 2018 e como é agora com um cenário completamente diferente, completamente sensível, como falei aqui de choque inflacionário, de guerra, de pandemia”, explica Deisy. “A gente tem hoje dois dos maiores líderes populistas da história da política do Brasil que são o Lula e o Bolsonaro. Não tem como uma terceira via surgir num cenário tão polarizado”, avalia.

Para a especialista, um nome para a terceira via pode surgir para a próxima campanha presidencial, em 2026.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Cientista político é como juiz – cada cabeça, uma sentença. Essa jovem Deisy Cioccari acabou com a terceira via com uma facilidade enorme e já elegeu Lula por antecedência. Então, é melhor avisar ao TSE para cancelar as eleições e entregar as chaves do Planalto para o petista voltar logo à cena do crime(C.N.)

A caminho da ingovernabilidade, Estados Unidos hoje servem de exemplo ao Brasil

Trump ignorou ex-aliados de que fraude eleitoral era infundada

Denunciem a fraude e deixem o resto comigo, disse Trump

Oliver Stuenkel
Estadão

À primeira vista, a estratégia de Trump de não reconhecer sua derrota em novembro de 2020 fracassou: mesmo instigando milhares de seguidores a invadirem o Congresso para inviabilizar a transição de poder em 6 de janeiro passado, a posse de Joe Biden aconteceu como prevista. Porém, com as eleições parlamentares, conhecidas como ‘midterms’, se aproximando, fica claro que a decisão de Trump fez parte de uma estratégia de longo prazo e já lhe rendeu benefícios concretos;

Quase 80% dos eleitores republicanos – uma parte considerável da população – acredita que Joe Biden não venceu de forma legítima. Esse dado é crucial para compreender por que Trump, diferentemente da vasta maioria dos ex-presidentes americanos que perderam a reeleição, conseguiu manter seu controle sobre o Partido Republicano e tem boas chances de vencer as primárias republicanas antes das eleições presidenciais de 2024.

ALGO NUNCA VISTO – A postura de Trump, inédita na história dos Estados Unidos, acelerou ainda mais a degeneração do sistema político norte-americano, marcado hoje por uma polarização tão destrutiva que ameaça tornar os EUA um país ingovernável.

Diferentemente do que alguns otimistas pensavam depois do fracasso do ataque ao Congresso em Washington, o país não iniciou um processo de cura para superar suas discordâncias internas. Pelo contrário: como um vírus que ataca um corpo já fragilizado, a não-aceitação da derrota por Trump parece ter levado a uma inflamação generalizada que pode produzir uma crise constitucional nos próximos anos.

Afinal, hoje parece pouco provável que um Congresso de maioria republicana ratificaria uma vitória do candidato democrata contra Trump em 2024. A provável decisão do Departamento de Justiça, a ser tomada em breve, de formalmente acusar Donald Trump de tentar anular os resultados das eleições deve aprofundar ainda mais a polarização que hoje inviabiliza qualquer debate sobre o futuro da nação.

LIÇÕES PREOCUPANTES – Para o cenário eleitoral brasileiro, a experiência americana traz duas lições profundamente preocupantes.

Primeira: a capacidade de Trump de manter controle sobre a direita americana, depois da derrota por meio da narrativa das eleições roubadas, produz um incentivo enorme para o presidente Bolsonaro seguir o exemplo do ex-presidente americano, tendência que se agrava pelo fato de Trump não ter sofrido nenhum tipo de punição até agora.

Segunda: o caso americano sugere que, mesmo se alegações infundadas de fraude eleitoral não inviabilizarem a transição de poder, as sequelas para a democracia brasileira seriam profundas e possivelmente permanentes, com milhões de brasileiros questionando a legitimidade do próximo governo. Apesar dos seus numerosos problemas, a democracia americana muitas vezes serviu como modelo para outros países. Hoje, serve cada vez mais como alerta sobre o que evitar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Nossa matriz U.S.A vai mal, com os republicanos boicotando todas as decisões de Joe Biden, que não tem carisma nem energia. Aqui na filial Brazil, não adianta Bolsonaro imitar Trump, porque ninguém vai invadir o Congresso. Na matriz, além dos partidos Democrata e Republicano, apenas o Libertário tem 1 deputado federal entre 435, e um estadual entre 5.411.  Aqui na filial Brazil, são 32 partidos legalizados e 22 têm representação no Congresso. A esculhambação é tamanha que tudo acaba em pizza, ou em samba. (C.N.)

Procuradoria defende a atuação do Ministério da Defesa no caso das urnas eletrônicas

Interlocutores de Lindôra Araújo dizem que acusações de Witzel são absurdas  | CNN Brasil

Procuradora Lindôra Araújo pede arquivamento da ação

Mariana Muniz
O Globo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou uma manifestação nesta quarta-feira para o Supremo Tribunal Federal (STF) em que classifica como legítima a atuação do Ministério da Defesa ao encaminhar sugestões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral.

O parecer foi dado em uma ação em que um advogado pede investigação e acusa o general Marco Antônio Freire Gomes, o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior e o almirante Almir Garnier Santos de supostos crimes de terrorismo e de tentativa de “abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”.

AMEAÇAS ÀS ELEIÇÕES – Segundo o autor do pedido, as Forças armadas lançariam mão de “ameaças veladas e às vezes abertas” às eleições. O caso está com a ministra Rosa Weber, que solicitou a manifestação da PGR.

No parecer assinado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, o pedido de investigação não deve ser acolhido, e representa um “possível inconformismo particular à atuação, em princípio, legítima do Ministério da Defesa”.

“Com a devida venia, qual terrorista ou transgressor da ordem democrática identificar-se-ia ao presidente do TSE em documento oficial com sugestões para o alegado aprimoramento e a ampliação da transparência do sistema de votação?”, diz Lindôra raújo.

SEM MATERIALIDADE – “Para mais, não se vislumbra indícios de materialidade e de autoria no fato de, por meio de expediente teoricamente subscrito por Ministro da Defesa, as Forças Armadas não se sentirem “devidamente prestigiadas” ou no fato de Paulo Sergio Nogueira afirmar que “secreto é o exercício do voto, não a sua apuração”, opina.

Segundo a PGR, “o Ministro da Defesa não tenta nem ameaça abolir a urna eletrônica ou o método empregado nas últimas eleições, mas sim propõe diretamente ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral medidas aditivas sob o pretexto da melhoria da apuração”, porque as Forças Armadas foram convidadas em 2021 pelo ex-presidente da Corte Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, a integrar o Comitê de Transparência das Eleições (CTE).

ATAQUES DE BOLSONAEO – O convite ocorreu diante da insistência do presidente da República Jair Bolsonaro questionar, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas, usadas há mais de 20 anos nas eleições do país sem qualquer caso de fraude comprovado.

Desde o início do ano, o ministro da Defesa e o presidente da Corte Eleitoral, ministro Edson Fachin, têm trocado uma série ofícios. O general Paulo Sérgio Nogueira Oliveira tem cobrado que o TSE acate as sugestões feitas por militares.

Em um documento enviado no dia 10 de junho, o ministro disse que as Forças Armadas, convidadas a participar da comissão, não se sentiam prestigiadas e cobrou medidas para eliminar divergências.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– O Supremo tem 20 mil ações aguardando julgamento, porque os ministros perdem tempo discutindo essas bobagens. Esta ação sobre terrorismo das Forças Armadas deveria ter sido arquivada pelo relator, logo de início(C.N.)