EUA levam Coreia do Sul a 'suicídio' com eventual perda de venda de semicondutores para China
© Sputnik / Ramil Sitdikov
/ Enquanto a China é a maior importadora de semicondutores sul-coreanos, os EUA estão exercendo pressão na Coreia do Sul para participar da reunião da aliança Chip 4, que Taiwan faz parte, o que pode levar ao corte de laços entre as duas nações do Sudeste Asiático.
"De maneira maximamente escandalosa" os Estados Unidos colocaram a Coreia do Sul perante um dilema político, fixando o prazo para uma resposta adequada. Como comunica a mídia sul-coreana, sem quaisquer negociações preliminares, os EUA de forma unilateral informaram para sua aliada asiática, Coreia do Sul, que para o fim de agosto está prevista uma reunião da chamada aliança Chip 4 (EUA, Japão, Coreia do Sul e Taiwan, que a China considera sua parte integrante).
Segundo o Global Times, que se refere às fontes na Casa Azul (residência oficial do presidente e governo sul-coreanos), as autoridades do país ainda não tomaram decisão sobre a sua participação, enquanto a pressão por parte dos Estados Unidos está fortalecendo.
A aliança Chip 4 foi criada sob a iniciativa dos EUA em março do ano corrente. De acordo com a edição chinesa, a aliança visa estabelecer uma "barreira semicondutora" contra a parte continental da China. O Global Times salienta que o Japão e as autoridades do Partido Democrático Progressista (partido político liberal de Taiwan) parecem estar interessados na iniciativa, enquanto a Coreia do Sul está perante um desafio difícil de ultrapassar.
"As autoridades do Partido Democrático Progressista e o Japão estão demonstrando a sua posição ativa devido a certos fatores políticos. Contudo, o governo sul-coreano e empresas relacionadas julgam com bom senso que a participação em um evento destes tanto não traz vantagens adicionais como prejudica os interesses do país", diz a publicação.
Referindo-se às estatísticas, o Global Times comunica que as exportações de semicondutores da Coreia do Sul alcançaram 128 bilhões de dólares, enquanto a parte da China continental e de Hong Kong representa 60% do total. Assim, o rompimento de laços com um mercado tão grande não deixa de ser um "suicídio comercial". Segundo a edição, há pouco os Estados Unidos deram à Coreia do Sul uma faca para o país cometer um sacrifício político.
As autoridades sul-coreanas ainda não apresentaram uma posição clara, mas na sociedade do país asiático já se desencadearam debates, demonstrando uma mentalidade complexa de todas as camadas sul-coreanas.
"Estão preocupados com as exportações para a China sofrerem uma queda significativa e os Estados Unidos imporem sanções, no caso contrário. A opinião pública sul-coreana compara os EUA com o 'proprietário' na cadeia de indústria de chips – recusar a oferta norte-americana vai significar o risco de saída de toda a cadeia. As razões da hesitação da Coreia do Sul são óbvias", destaca o artigo.
De fato, segundo o Global Times, a questão que Washington tem colocado perante a Coreia do Sul não tem nada a ver com o fortalecimento da aliança tecnológica entre a Coreia do Sul e os próprios Estados Unidos. Pelo contrário, a questão consta na prontidão de Seul para se sacrificar em nome da "loucura geopolítica" norte-americana.
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