quinta-feira, 28 de julho de 2022

 

Confirmação da candidatura de Simone Tebet não significa praticamente nada para o MDB

MDB abre convenção nacional para aprovar nome de Simone Tebet à presidência  - Política - Campo Grande News

Simone ganhou a convenção, mas perderá a eleição

Vicente Limongi Netto

A quarta-feira foi de luto, tristeza e melancolia para o MDB. Com trajetórias de vitórias nas urnas e em memoráveis lutas democráticas, o partido de Ulysses Guimarães, José Sarney, Renan Calheiros, Severo Gomes, Michel Temer e Teotônio Vilela, perdeu muito do seu significado e da sua importância política ao oficializar o nome da senadora Simone Tebet candidata à Presidência da República.

A candidatura de Tebet não decola. Insistência tola e burra. Não agrega votos nem sensibiliza eleitores. É um quadro amarelado, na parede, diria Drummond. O MDB ficou exposto ao vexame nacional. Foi confirmada a inutilidade política, o jogo medíocre do amadorismo e da falta de votos.

PROCURA-SE UM VICE – Falta o nome do vice ou da vice. O calejado Tasso Jereissati tirou o dele da reta. As opções são tenebrosas. Fala-se na senadora Eliziane Gama, do Cidadania, que também foi destaque na CPI da Covid, como Simone Tebet.

Não é nada, não é nada, não é nada mesmo. Eleição presidencial é mil buracos mais acima. Os votos de Tebet estão perdidos no firmamento. Encalhou nos 1 a 4 por cento nas pesquisas. No novo DataFolha surge com apenas 1% dos votos dos jovens de 17 a 21 anos.

Largada patética, fantasiosa e sem futuro, eleitoralmente, para Tebet e também para quem se aventurar a ser vice dela.

VIVA A ZONA FRANCA – Irretocável, a meu ver, o texto do artigo, no Estadão do dia 21, do presidente do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam), Luiz Augusto Rocha, intitulado “Zona Franca de Manaus é boa para o país”.

Como bem frisou o articulista, a Zona Franca de Manaus ajuda a preservação de 90% da floresta do Amazonas, correspondente a cerca de 20% do território do Brasil. Se fosse um país, o Amazonas seria o 16º maior do mundo.

Nesse sentido, são oportunas e pertinentes as declarações do ex-presidente do Cieam, Wilson Périco:  “A Zona Franca, longe de ser um paraíso fiscal, significa o paraíso do fisco. O modelo Zona Franca não é parte do problema do Brasil e sim a senha da abertura de novas saídas e soluções”.

MANIFESTO OPORTUNO – O Correio Braziliense informou certo e fez bom jornalismo, ao destacar a importância do manifesto com mais de três mil signatários, entre eles, ministros aposentados do Supremo Tribunal Federal (STF), em defesa da democracia e das instituições.

Ao contrário do poderoso e influente Jornal Nacional, da TV-Globo, que tratou do mesmo assunto, mas chamando os ministros aposentados do STF de “ex-ministros”. Coisa feia. Ganham fortunas para informar errado. A patética falha vai ficar por isso mesmo.

O JN não erra, jamais. Elementar, Bonner. Mas acontece que ministro do STF é igual a general e médico. Como se sabe, não existe ex-general nem ex-médico. 

UM GRANDE BURACO – Notícia alvissareira em Brasília. Depois de tenebrosos e longos 40 anos, alguém com atilados neurônios, decidiu mandar limpar o medonho, asqueroso e fedorento, buraco que ocupa, pateticamente, um enorme espaço junto às duas pistas principais do Lago Norte. Uma placa arrogante e já gasta pelo tempo, informando “Obra particular, sob judice”, ainda permanece intacta.

Extremamente saudável o movimento de tratadores, escavadeiras e caminhões dentro do famigerado buraco. A curiosidade tomou conta dos populares. O que será construído no buraco infame. Ninguém deixa de palpitar. Não tira o pedaço, porque a satisfação maior é pelo fim do buraco. 

Os mais jovens esperam que seja construída pista de motocross, evangélicos fervorosos levam fé que no local será erguida uma bela igreja, mas outros acreditam que o futuro ex-buraco dará lugar para um movimentado parque de diversões, e ainda há quem seja mais otimista e ache que o buracão vai virar extensão das delícias do “Quituart”, a melhor festa junina da capital. 

Em reação ao governo, conselho da Petrobras dificulta mudança na atual política de preços

Gasolina vai acima dos 4 reais em Dezembro – Energia e gás de cozinha  também deverão sofrer novo reajuste | Línguas na Esquina

Charge do Newton Silva (Arquivo Google)

Valdo Cruz
g1 Brasília

Em reação ao governo do presidente Jair Bolsonaro, o Conselho de Administração da Petrobras decidiu nesta quarta-feira (27) mudar a atual governança da estatal sobre a política de preços antes mesmo da assembleia que definirá os novos membros do órgão, agendada para 19 de agosto.

Até então, a política de preços era definida pela Presidência da Petrobras em acordo com as diretorias de Comercialização e Financeira. Pela decisão tomada nesta quarta, a partir de agora, o próprio Conselho de Administração também participará das discussões sobre a definição da política.

PREÇOS “INTERNACIONAIS” -A Petrobras adota desde 2016, no governo Michel Temer (MDB), a chamada política de paridade internacional para a definição dos preços dos combustíveis. Por esta política, os preços cobrados no Brasil seguem os preços cobrados no exterior.

Quando adotou a medida, a empresa disse que a paridade internacional poderia reduzir os preços dos combustíveis cobrados nos postos, mas, na prática, os preços têm aumentado desde então. Nos últimos meses, os sucessivos reajustes levaram à queda de presidentes da empresa e do ministro de Minas e Energia.

Os frequentes reajustes nos combustíveis também geraram impacto na inflação dos últimos meses, que cresceu a ponto de causar preocupação na equipe do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.

GUERRA INCESSANTE – Desde o ano passado, o governo vem travando uma guerra contra o atual conselho para tentar controlar a empresa, mas não teve êxito.

Isso porque, em recente reunião, o conselho aprovou relatório do Comitê de Elegibilidade que rejeitou dois nomes indicados pelo governo para compor o grupo.

Desta forma, não bastará ao novo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, mudar a diretoria para mudar a política de preços. O indicado de Bolsonaro terá de submeter o tema também ao Conselho de Administração.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A decisão parece ser uma represália contra o governo, destinada a dificultar a mudança na exótica política de preços, mas pode acontecer o contrário. Quando o conselho for renovado, nada impede que essa política antinacional de preços ser sepultada para sempre. Afinal, o custo do petróleo extraído no Brasil é um, enquanto a cotação do petróleo extraído no Golfo do México, usada como vetor, é completamente diversa, não dá para misturar as coisas (C.N.)

Procuradora usa “sinceridade” de Bolsonaro para inocentá-lo dos crimes na pandemia

De "jacaré" a "vacina do Doria": relembre frases de Bolsonaro sobre vacinação | A Gazeta

Bolsonaro parecia um “garoto-propaganda” da cloroquina

Elio Gaspari
Folha

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, informou ao Supremo Tribunal Federal que Jair Bolsonaro “acreditava sinceramente” que a cloroquina era um remédio eficaz contra a Covid. A esta altura a pandemia já matou mais de 670 mil pessoas no Brasil.

A doutora disse isso para respaldar o pedido de arquivamento das conclusões da CPI da pandemia. É direito da PGR acreditar sinceramente no seu pedido de arquivamento. Caberá ao STF decidir o que fazer com as denúncias.

ACREDITE SE QUISER – Hoje, estima-se que de cada cem pessoas, 27 não acreditam que os astronautas americanos foram à Lua. Nesse grupo, 21 têm o ensino médio completo. Vinte em cada cem acham que a terra é plana. Donald Trump também acreditava na cloroquina, mas abandonou a sua defesa. Bolsonaro continuou na pregação.

O relatório da CPI que a doutora prefere arquivar informa que no dia 24 de março de 2020 anunciou, em rede nacional, que “o vírus chegou, está sendo enfrentado por nós e brevemente passará”. Como? Talvez com a cloroquina. Voltou ao assunto no dia 24 de outubro: “no Brasil, tomando a cloroquina no início dos sintomas, 100% de cura.” Na véspera haviam morrido 566 pessoas e o total de mortos estava em 156.528.

Bolsonaro tem uma queda por substâncias e iniciativas mágicas. Acredita nos efeitos econômicos milagrosos do nióbio e do grafeno. Chegou a anunciar que visitaria uma empresa de militares americanos que pesquisa a transmissão de energia elétrica sem fios. Seria um milagre para a Amazônia. Felizmente não foi à empresa.

ESTRANHAS TEORIAS – Acreditar que a terra é plana, que o homem não foi à Lula e que a cloroquina controla a Covid, é um direito de cada um. Cardeais e Papas acreditavam em coisas desse tipo. Em 1.600 a Inquisição romana queimou Giordano Bruno por defender as ideias de Copérnico, para quem a Terra girava em torno do Sol. (A estátua de Bruno, no Campo das Flores, em Roma, informa: “Aqui ardeu a fogueira”.)

Em 2020, Bolsonaro demitiu dois ministros da Saúde porque não acreditavam nas virtudes da cloroquina. Bruno metia-se com ocultismos. Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, nunca se meteram com mágicas e não foram queimados.

Um terraplanista convicto pode ter acreditado sinceramente que a cloroquina controlaria a Covid. A diferença entre ele e Bolsonaro está na persistência da convicção do capitão e, sobretudo, no fato de ter se baseado nessa crença sincera para demitir dois ministros, irradiando a superstição enquanto pessoas morriam. Registre-se que ninguém morreu porque o vizinho achava que a Terra girava em torno do Sol e, desde o fim da Inquisição, ninguém foi queimado por isso.

MALES DA IGNORÂNCIA – Existem dois tipos de ignorância. A plena e a aquela que mesmo podendo ser sincera, é instrumentalizada. Os cardeais que mandaram Giordano Bruno para a fogueira podiam acreditar que a terra era fixa, mas estavam interessados também em preservar seu poder.

Quando a Inquisição chegava à Bahia, os seus defensores queriam também tomar as propriedades dos judeus. No século 20, essa mesma instrumentalização alimentou o antissemitismo europeu.

 

Enquanto esteve na moda, a cloroquina pouco teve a ver com a sinceridade da convicção. A partir das evidências científicas da usa inutilidade, foi um instrumento político (e comercial em alguns hospitais e planos de saúde).

Nelson Piquet, fiel bolsonarista, espalhou vídeo ameaçando ministros do STF e Lula

ÁUDIO: Bolsonarista Nelson Piquet se refere a Lewis Hamilton com termo racista: “neguinho” | Revista Fórum

Na posse, Piquet pilotou o Rolls Royce que levou Bolsonaro

Guilherme Amado
Metrópoles

Nelson Piquet, tricampeão da Fórmula Um, que serviu de motorista a Jair Bolsonaro no desfile de Sete de Setembro em 2021, tem espalhado material com ataques e ameaças de morte aos ministros do Supremo Tribunal Federal e ao candidato petista Lula. Recentemente, Piquet foi um dos que disseminou o vídeo feito por Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, extremista preso por ordem de Alexandre de Moraes, a pedido da Polícia Federal.

No vídeo, Boa Pinto faz ameaças de morte também à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e ao pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, do PSB.

PRISÃO MANTIDA – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes prorrogou, nessa segunda-feira (25/7), por mais cinco dias, a prisão temporária do ex-vereador e influenciador digital Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, de 46 anos, conhecido como Ivan Papo Reto.

O ex-vereador foi preso na sexta-feira (22), em Belo Horizonte (MG), após ameaçar ministros da Suprema Corte, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e políticos de esquerda.

“Diante do quadro fático exposto, entendo, portanto, a pertinência da medida, imprescindível para que a autoridade policial avance na análise do material apreendido e na elucidação das infrações penais atribuídas à associação criminosa em toda a sua extensão”, escreveu Moraes, ao prorrogar a prisão temporária. A decisão do magistrado atendeu a pedidos da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR). A defesa do Boa Pinto tem se manifestado a favor do relaxamento da prisão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Nelson Piquet, um extraordinário tricampeão da Fórmula Um, é fanático bolsonarista. Assim como seu ídolo político, de vez em quando o motorista perde excelentes oportunidades de ficar calado, e agora atingiu o clímax, ao disseminar despropositadas mensagens de ódio. Para quê? Ora, para nada. (C.N.) 

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