quinta-feira, 30 de junho de 2022

 

Diálogo entre poetas, uma ideia inovadora que reúne dezenas de autores

Luiz Otavio Oliani - Entre-Textos - 9788562077166 - Livros na Amazon Brasil

A série “Entre-Textos” exibe diálogos entre poetas

Paulo Peres
Poemas & Canções

O bacharel em Letras e Direito e poeta carioca Luiz Otávio Oliani teve a ideia de reunir diálogos com poetas brasileiros contemporâneos, divulgando-os nas redes sociais. Esses poemas foram inicialmente publicados no seu mural do Facebook e depois migraram para o livro impresso “Entre-textos”, lançado pela Editora Vidráguas, de Porto Alegre, em 2013, uma publicação de 41 diálogos, ou seja, para cada poema Luiz Otávio responde com outro poema, um desafio chamado: o avesso do verso (reverso).

Por exemplo, Luiz Otávio Oliani, através o poema “Encantamento” responde ao “Mensageiro”, da escritora, contista, romancista, dramaturga e poeta carioca Carmen Moreno. Desde então, já foram lançados diversos livros da série “Entre-textos”.

MENSAGEIRO
Carmen Moreno

O dom vem de Deus.
Dádiva, desce da luz, bruto. 

Estende tua mão,
trabalha tua mensagem,
afia tua pena,
talha tua palavra até o sangue!

Deus descerá um pouco,
a cada verso,
disfarçado sob teus signos.

ENCANTAMENTO
Luiz Otávio Oliani

no balde de juçaras
o homem busca
a água de que precisa

no terreno seco
procura o vento

encontra Deus
disfarçado de sabiá

Reunião de Bolsonaro e Moraes demonstra que este país é uma incrível esculhambação

Ⓜ️arcel Lavajatista🔰#BrasilConsciente's tweet - "Michel Temer mandou Bolsonaro ligar para o Alexandre de Moraes e pedir desculpas. E o gado ainda defende esse traidor arregão. 🤡 #BolsonaroTraidor " - Trendsmap

Charge do Iotti (Gaúcha/Zero Hora)

Carlos Newton

O Brasil é um país tão apodrecido institucionalmente que em Brasília foi considerado normal que o presidente da Câmara dos Deputados (Arthur Lira), tenha convidado o presidente da República (Jair Bolsonaro) para homenagear um ministro do Supremo (Gilmar Mendes). e neste festivo jantar o chefe do governo tenha aceitado manter uma reunião a portas fechadas com outro ministro do STF (Alexandre de Moraes), para juntos discutirem importantíssimos processos judiciais em fase de pré-julgamento.

Em qualquer outro país, isso significaria uma promiscuidade absolutamente inaceitável, mas aqui no Brasil ninguém critica o apodrecimento das instituições, e tudo passa a ser considerado “novo normal”.

ENTENDIMENTO? – No domingo, dia 26, Bolsonaro deu entrevista e até tocou no assunto. Disse que o ministro Moraes “falou 90% do tempo” e ele, apenas 10%. “Mais ou menos cinco minutos de conversa. Falei para ele: vamos conversar na próxima semana com mais tempo. E pode ser em qualquer lugar”, afirmou. O objetivo, segundo o chefe do Executivo, é que cheguem a um “entendimento”.

Mas como? Entendimento sobre processos judiciais? Mas o que é isso, companheiro?, perguntaria Fernando Gabeira. Como admitir que presidente da República e ministro do Supremo se reúnam a porta fechadas para chegar a entendimento sobre processos judiciais?

E o pior de tudo foi a informação do próprio presidente sobre o objetivo da conversa: “É para ver se consigo entendê-lo e ele me entender também, porque, pelo que ele falou ali, não me entende. Falou certas coisas que não procediam, não vou revelar o que é. Eu fiquei mais quieto, ouvindo ele falar. E pretendo conversar com ele sim, pretendo ver o que está acontecendo, porque no fundo eu quero diálogo e respeito à Constituição”, disse.

EXEMPLO DINAMARQUÊS – Essa esculhambação não é comum a todos os países, é claro, como se pode perceber ao assistir na TV â extraordinária série política “Borgen”, criada pelo  produtor e roteirista dinamarquês Adam Price.

O enredo dá uma inveja danada aos brasileiros. Os ministros dinamarqueses, inclusive o premier, só têm direito de contratar exclusivamente um assessor de imprensa. Os demais auxiliares, que são poucos (chefe de gabinete e três ou quatro assessores, são todos servidores públicos, que permanecem no cargo quando muda o governo, uma prática que proporciona equilíbrio administrativo e respeito à ética política.

Em outros países europeus é a mesma realidade, que possibilitou à Bélgica ficar sem governo por 650 dias, entre 2018 e 2020, sem atravessar maiores crises, porque nos países mais evoluídos não existe essa prática de os três poderes maquinarem entendimentos espúrios, como se vê no Brasil.

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P.S.
 – O magnífico Olavo Bilac, criador do serviço militar obrigatório, inicia seu famoso poema “A Pátria”, com esta firmada convicção: “Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! Não verás nenhum país como este!”. O poeta realmente tinha razão: não há país como este. No entanto, não custava nada organizar um pouquinho essa absurda esculhambação… (C.N.)

Em ano eleitoral, é fundamental formar uma brigada jurídica para combater as fake news

Charge "Fake News", por Daniel Paz - Dados do próprio Ministério da Economia desmentem Paulo Guedes - Como na previdência, Guedes abandona ao Congresso reforma tributária - Lei de Responsabilidade Previdenciária prevê

Charge do Daniel Paz (Arquivo Google)

João Gabriel de Lima
Estadão

Uma pesquisa mostrou que a média de QI (Quociente de Inteligência) vem caindo na França. O grupo extremista português O Bom Europeu usou essa notícia real para cunhar uma fake news racista, xenófoba e ultrajante: a média estaria sendo puxada para baixo por imigrantes africanos.

Segundo o sociólogo político Gabriel Guimarães, estudioso do fenômeno, O Bom Europeu se inspira em Jared Taylor, guru da extrema direita americana. Banido do Facebook, o grupo foi parar no Telegram – que, no Velho Continente, tornou-se latrina de fake news e discursos de ódio.

DESAFIO JURÍDICO – Como lidar juridicamente com os que espalham mentiras nas redes sociais? A era digital criou desafios para o mundo do Direito, e alguns desses desafios serão discutidos no Fórum Jurídico de Lisboa, que começa na segunda-feira 27.

“É preciso enfrentar essas questões e, ao mesmo tempo, manter a liberdade e a vitalidade da internet”, diz o ministro Gilmar Mendes, um dos participantes do fórum.

O debate sobre o direito digital vem avançando na Europa, puxado pela Alemanha, país onde as plataformas digitais já são responsabilizadas pelos conteúdos que publicam. Na área da desinformação, infelizmente, o Brasil ainda está bastante atrasado. O Marco Civil aprovado em 2014 ficou obsoleto diante da evolução tecnológica.

ALEMANHA NA FRENTE – “No Brasil, a plataforma digital só é responsabilizada após descumprimento de decisão judicial – e a Justiça, como sabemos, é lenta”, diz Ricardo Campos, professor da Universidade Goethe, de Frankfurt, e um dos maiores especialistas brasileiros na área.

“A lei alemã (NetzDG) e o novo regulamento europeu Digital Services Act (DSA) preveem mecanismos mais modernos e eficientes para o combate de discurso de ódio e fake news.”

Os desafios do Direito na era digital se estendem também à proteção de dados, de maneira, por exemplo, a evitar a discriminação dos cidadãos.

INFORMAÇÕES PESSOAIS – Ricardo Campos cita um caso hipotético em que convênios médicos rejeitariam pacientes ao ter acesso indiscriminado a seus prontuários – que são informações privadas. Nesta área, felizmente, o Brasil está mais avançado. O regulamento europeu que entrou em vigor em 2018 inspirou fortemente a lei brasileira de 2019.

A programação do Fórum Jurídico de Lisboa terá vários brasileiros, incluindo cinco integrantes do Supremo Tribunal Federal. Além de Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, André Mendonça e Alexandre de Moraes.

Que das discussões resulte uma brigada jurídica para combater as fake news – essencial para que, em ano eleitoral, os brasileiros decidam com base em informações e não em mentiras. 

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Interessante notar que as fake news na política são um fenômeno global, que atinge nações de todos os tipos. Mas não é impossível combater essas distorções. Basta seguir o exemplo da Alemanha, que está bem à frente dos outros países. (C.N.)

Braga Netto faz sua primeira viagem com Bolsonaro após ser anunciado como “vice” 

Ridicularizado por erro, Carlos Bolsonaro culpa 'geração Paulo Freire'

Carluxo, que se julga um gênio da política, apoia a escolha

Igor Gadelha
Metrópoles

O general Braga Netto faz, nesta quinta-feira (30/6), sua primeira viagem ao lado de Jair Bolsonaro após ser confirmado pelo presidente como seu candidato a vice nas eleições deste ano. Assessor especial no Palácio do Planalto, o militar acompanha o chefe durante viagem a Campo Grande (MS), onde participam de cerimônia de entrega de residências populares.

A viagem será a última de Braga Netto como integrante do governo. O general deixará o cargo de assessor nesta sexta-feira (1º/7), como exige a legislação eleitoral para assessores que disputarão o pleito de outubro.

Na semana passada, como noticiou a coluna, Bolsonaro enviou Braga Netto ao Rio de Janeiro para conversar e ouvir demandas de empresários e representantes do setor produtivo.

CARLUXO APOIA – Filho 02 do atual presidente da República, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) discorda dos irmãos Flávio e Eduardo Bolsonaro sobre o vice ideal para o pai nas eleições de 2022.

Enquanto o senador e o deputado federal preferiam a deputada federal Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, Carluxo defendia o nome do general Braga Netto como companheiro de chapa do pai no pleito deste ano.

Segundo aliados, Carluxo até tem restrições com alguns integrantes da ala militar. Mas acredita que Braga Netto será mais leal ao pai e funcionará melhor como “seguro contra impeachment” num eventual segundo governo. No fim das contas, o vereador parece ter levado a melhor. No domingo Bolsonaro anunciou que deve confirmar ainda nesta semana o nome de Braga Netto como seu vice. E isso pode acontecer hoje.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 A insistência do Centrão para que Bolsonaro escolhesse Tereza Cristina era eleitoral, uma forma inteligente de reduzir a rejeição das mulheres ao nome dele. Decidir por Braga Netto é um tiro no pé, porque ele não agrega novos eleitores a Bolsonaro, que jamais perderá um só voto da extrema direita, onde o general se posiciona com bravura. (C.N.)

Guimarães “demite-se” e Bolsonaro nomeia Daniella Consentino para presidir a Caixa

Daniella Marques é a mais cotada para assumir a presidência da Caixa

Daniella Consentino é da equipe do ministro Paulo Guedes

Deu em O Tempo

O presidente Jair Bolsonaro oficializou na noite desta quarta-feira (29) a nomeação de Daniella Marques Consentino para o cargo de presidente da Caixa, ficando exonerada da função de Secretária Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia.

A nomeação saiu em Diário Oficial da União (DOU) Extra que também trouxe a exoneração de Pedro Duarte Guimarães, que se demitiu após acusação de assédio sexual. O DOU traz a exoneração de Guimarães como “a pedido”.

LIGADA A GUEDES – A escolhida por Bolsonaro era braço direito de Paulo Guedes e tem grande experiência no setor financeiro. Ela é sócia-fundadora de fundos de investimentos e foi diretora de alguns deles antes de ingressar no governo.

Ela é formada em administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e tem MBA em Finanças pelo Ibmec. Antes de migrar para um cargo público trabalhou por 20 anos no mercado financeiro, como gestora independente de fundos.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães, oficializou o pedido de demissão do cargo, nesta quarta-feira (29), por causa das denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias do banco estatal.

MUITAS ACUSAÇÕES – As denúncias se referem a situações no dia-a-dia da instituição ou em viagens pelo programa Caixa Mais Brasil, no qual Pedro Guimarães vai a diferentes regiões do país, realizando eventos e confraternizações.

Todas as denunciantes trabalham ou trabalharam em equipes que lidam diretamente com o gabinete da presidência da Caixa ou acompanharam o presidente nessas viagens. Elas se dizem assediadas e abusadas por Guimarães em diferentes situações.

O Ministério Público Federal, sob sigilo, abriu uma investigação para apurar os relatos. O Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) também vão apurar o caso.

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NOTA DA REDAÇÃO DO  BLOG
 – Em sua carta de demissão, o novo mito sexual negou a prática de assédio e afirmou que vive uma “situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade”. O Diário Oficial diz que o sensual Guimarães foi exonerado “a pedido”. Mas faltou revelar: “a pedido de quem?”. Na verdade, a demissão foi a pedido dos milhões de brasileiros e brasileiras que não aceitam mais esse tipo de administrador público com problemas mentais. Bolsonaro vai perder muitos votos por causa desse inbecil. (C.N.)

Simone faz reforma tributária “em seis meses” e Ciro quer recriar o Ministério da Indústria 

Para industriais, Tebet promete reforma tributária 'em seis meses' e Ciro Gomes recriar ministério do setor

Simone Tebet disse a empresários o que eles queriam ouvir

Camila Zarur e Eduardo Gonçalves
O Globo

Os pré-candidatos à Presidência da República Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) fizeram nesta quarta-feira um aceno a empresários da indústria brasileira em evento organizado pela confederação nacional do segmento (CNI), em Brasília. Os outros pré-candidatos principais ao Palácio do Planalto foram convidados, mas, além de Ciro e Tebet, apenas o presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou presença.

A senadora do MDB, prometeu que, se eleita, aprovará a reforma tributária “em até seis meses”. E o ex-ministro do PDT anunciou que pretende recriar o Ministério da Indústria e Comércio.

PRIORIDADE – “A reforma tributária é uma questão prioritária. Sou liberal na economia e na iniciativa privada somos parceiros. É um compromisso meu” — declarou Simone Tebet.

A senadora se referia à PEC 110-2019, que está com a tramitação paralisada no Senado. A proposta cria um modelo duplo de tributação, com dois impostos sobre valor agregado (IVA), um de competência dos estados e municípios e outro da União. Segundo Tebet, a PEC não é a “ideal”, mas “já está pronta” e “simplifica” o sistema tributário brasileiro.

Se vencer as eleições, Ciro Gomes afirma que seu governo traçará estratégias nacionais de desenvolvimento - Agência de Notícias da Indústria

Ciro mostrou que ele e Simone já falam a mesma língua

Já Ciro prometeu reinstituir o ministério, que foi extinto em janeiro de 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) assim que tomou posse. “Eu vou recriar o Ministério da Indústria e Comércio. Vou criar um grande aforamento ao redor do presidente da República para discutir, acompanhar, supervisionar, criticar e substituir prioridades do próprio projeto nacional de desenvolvimento” — disse ele.

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL – Diante dos empresários, Tebet frisou que o Brasil “precisa provar” que prioriza o crescimento socioambiental e “parar” de se portar como um “pária internacional”.

“Nós temos o que o mundo não tem: uma floresta amazônica, com condições de fazer dinheiro com crédito de carbono e de atrair os fundos de investimentos privados” — disse.

Ela ainda prometeu reduzir o chamado “custo Brasil”, preservar o sistema tributário na Zona Franca de Manaus e transformar o país num “grande parque de obras públicas”. Ela lembrou que só chegou ao Senado por causa da indústria, a quem disse ser muito grata. “O que a indústria precisa agora é um governo que a proteja” — acrescentou.

CIRO QUER INVESTIR – Já o pré-candidato do PDT anunciou que pretende criar um conselho para atuar em paralelo à nova pasta para coordenar propostas destinadas ao setor de indústrias e comércio. Segundo ele, a ideia é hierarquizar investimentos em tempos de crise econômica.

Ciro Gomes usou como exemplo a medida que fez durante sua gestão no governo do Ceará em que estabeleceu um pacto de cooperação entre gestão pública e empresários.

“Eu preciso estabelecer um coletivo que dê conforto para que a gente possa, em tempos de escassez de recursos, hierarquizar os investimentos que vão ser feitos primeiro” — disse ele, que completou: “No meu governo, eu criei um pacto de cooperação governo-empresários. E foi fecundíssimo. Eu pretendo fazer isso também no Brasil”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 –  Como dizem no turfe, foi dada a partida! Se Ciro Gomes e Simone Tebet fizerem campanha juntos, ninguém segura a terceira via. Como diria Helio Fernandes, o cidadão-contribuinte-eleitor, que paga as contas  públicas, percebe quando o candidato tem competência e quando é apenas enrolação. E vamos em frente. (C.N.)

Servidoras mudaram o modo de se vestir para escapar dos “assédios” do presidente da Caixa

Quem é Pedro Guimarães, investigado por assédio sexual no comando da Caixa  | InvestNews

Certo da impunidade, Pedro Guimarães se julga irresistível

Andréia Sadi
G1 Brasília

Mais uma vítima de assédio sexual pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, falou ao blog. Em condição de anonimato, contou que ele pedia para ir na sala dele, como se fosse mostrar alguma coisa, e abraçava e pegava na cintura. Em seguida, começava a perguntar sobre a carreira da servidora. Inclusive, ela conta que as mulheres mudaram a maneira como se vestiam para evitar que o corpo aparecesse para Guimarães.

“É onde ele começa essas perguntas. Qual o nosso interesse em relação à carreira e onde que a gente pretende chegar. Ele sempre vinha na abordagem de trabalho para ver se colava. Ao ponto de você ficar sem saber com sair daquela situação. Porque você precisava fazer o seu trabalho e precisava ter um jogo de cintura para não desagradá-lo. Porque, uma vez que ele não gostasse da sua resposta, vinham cortes, perda de função e, em alguns casos, ameaças”, disse a funcionária.

MUDANÇA DE HÁBITO – Sobre a mudança na vestimenta, assinalou: “Inclusive, nós [servidoras da Caixa] mudamos a nossa forma de se vestir, evitando que o nosso corpo aparecesse, evitando que nossa beleza se sobressaísse para que tivéssemos menos em evidência nesses momentos em que tivéssemos que participar com ele.”

A servidora complementa dizendo que não se sente segura para falar com o assunto nem com um colega, porque, por conta disso, muitas pessoas foram tiradas da função no banco estatal.

“Quem participava começou a subir para o alto estalão, eram pessoas da confiança dele. Não tínhamos para quem recorrer.”

LIGADO A BOLSONARO – Guimarães é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), com base em denúncias feitas por funcionárias do banco. Ele é um dos nomes mais próximos do presidente Jair Bolsonaro, a quem costuma acompanhar em viagens e em “lives” na internet. Ele está na presidência da Caixa desde o início do governo.

À TV Globo, funcionárias da Caixa que preferem não se identificar, relataram o comportamento de Guimarães.

Ao site “Metrópoles”, a Caixa disse que “não tem conhecimento das denúncias apresentadas, que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio e que possui canal de denúncias por meio do qual são apuradas quaisquer supostas irregularidades atribuídas à conduta de qualquer empregado, independente da função hierárquica, que garante o anonimato, o sigilo e o correto processamento das denúncias”.

DESDE 2019 – Segundo relato de três ex-integrantes de conselhos da Caixa ao Blog da Ana Flor, o comando do banco sabia dos casos de assédio envolvendo Pedro Guimarães e acobertou as denúncias, inclusive com promoções.

Os primeiros casos chegaram aos canais de denúncia do banco ainda em 2019, quando Pedro Guimarães assumiu a presidência.

Segundo os relatos ouvidos pelo blog nesta quarta-feira (29), mulheres vítimas do assédio de Guimarães que aceitavam não levar adiante as denúncias foram transferidas, receberam cargos em outras instituições públicas ou ficavam temporadas no exterior, em cursos. Já quem ajudava Guimarães a acobertar os casos chegou a receber promoção.

ELOGIO À MULHER –  Acusado de assédio sexual, presidente da Caixa ignora denúncias e diz ter ‘vida ética’. Sob pressão para renunciar, Pedro Guimarães falou em evento do banco, não mencionou relatos de funcionárias e agradeceu à sua mulher.

Guimarães chegou ao governo por ser próximo tanto de Bolsonaro como do ministro da Economia, Paulo Guedes. Antes de aceitar o cargo, era um dos sócios do banco de investimentos Brasil Plural. Também entrou na administração Bolsonaro creditado por ter um perfil liberal. Assessorou, por exemplo, a privatização do Banespa, antigo banco estadual do estado de São Paulo.

Antes da campanha presidencial de 2018, ficou próximo de Bolsonaro ao levá-lo para um giro pelos Estados Unidos para conversas com investidores estrangeiros em outubro de 2017 e por ser um dos primeiros integrantes do mercado financeiro a apostar na candidatura do então deputado federal, como mostrou o blog da Julia Duailibi.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O pior disso tudo é a demora da demissão desse psicopata. Era só o que faltava nesse governo para prejudicar a eleição de Bolsonaro, que sofre alta rejeição das mulheres. Quem planta, colhe, diz o ditado(C.N.)

Milton Ribeiro ignorou os alertas sobre ‘comportamento estranho’ de pastores 

Membros de gabinete paralelo, pastores foram 127 vezes ao MEC e ao FNDE no  governo Bolsonaro - Brasil 247

No MEC, Ribeiro se comportou como um completo idiota

Julia Affonso, Pepita Ortega, Rayssa Motta e Fausto Macedo
Estadão

Servidores do Ministério da Educação relataram à Controladoria-Geral da União (CGU) “desconforto” com a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura na pasta e um “comportamento estranho” dos religiosos. Disseram ter alertado o então ministro Milton Ribeiro, diversas vezes, no ano passado, sobre o “perigo” que a dupla poderia representar para o MEC. Mesmo assim, Ribeiro manteve encontros com os pastores.

A chefe da assessoria de agenda do gabinete do ministro da Educação, Mychelle Braga, contou que “nenhuma pessoa ou outra autoridade esteve naquelas dependências com a frequência do pastor Arilton”.

DENTRO DE CASA – Segundo o ex-assessor do MEC Albério Júnior Rodrigues de Lima, a partir de maio de 2021, Milton Ribeiro “concedeu espaço ainda mais privilegiado à dupla, quando passou a recebê-los em sua própria residência”.

“Sua presença (Arilton) no gabinete era tão frequente que chegava ao ponto de atrapalhar os assessores em despachar assuntos técnicos com o ministro (Milton Ribeiro)”, registra o relatório.

A CGU ouviu sete servidores e ex-funcionários da Educação na apuração que o órgão abriu após o Estadão revelar a instalação de um “gabinete paralelo” no MEC. Um dos relatos narra que, em maio do ano passado, um homem identificado como “Evilásio” ligou para o gabinete de Ribeiro e pediu para falar com o “assessor do ministro da Educação Arilton Moura”.

EM NOME DO MEC – O ex-assessor Albério Júnior Rodrigues de Lima contou que, na ocasião, decidiu ligar para “Evilásio” e descobriu que Arilton Moura havia entrado em contato com ele, propondo a construção de uma escola em um assentamento na periferia do Distrito Federal.

“A questão foi então levada ao ministro Milton Ribeiro, que foi alertado pelos assessores que os pastores poderiam estar utilizando seu nome e falando em nome do MEC.

“A partir dessa conversa, o sr. Arilton deixou de comparecer ao gabinete do ministro, trazendo alívio a ele e aos demais assessores, que compartilhavam das mesmas impressões e angústias quanto à atuação duvidosa dos pastores.”

NADA MUDOU – De acordo com o ex-assessor, “logo em seguida”, os servidores do MEC souberam que Milton Ribeiro passou a recebê-los em sua própria casa, em Brasília. Depois de dois meses, disse, os religiosos voltaram a frequentar o gabinete do então ministro, o que o levou a pedir sua exoneração.

O ex-ministro foi preso preventivamente na última quarta-feira, A defesa do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro sustenta que nem o aliado do presidente Jair Bolsonaro, ‘nem ninguém tinha e ou tem poder para favorecer pessoas, cidades ou Estados’ dentro do MEC.

A alegação se choca com a Operação Acesso Fácil, da Polícia Federal, que indica que Ribeiro deu “prestígio” à atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Segundo prefeitos, os religiosos pediam propina em dinheiro, bíblia e até em barra de ouro para liberar verbas da pasta – como revelou o Estadão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOB
 – Em qualquer país minimamente civilizado, o presidente Bolsonaro estaria decididamente liquidado, poderia dar adeus à política. Mas aqui no Brasil é diferente e está garantida a impunidade desse pessoal. E temos de nos acostumar a isso. O escritor russo Fiodor Dostoieviski, em  “Irmãos Karamazov”, cunhou uma frase que ficou na História: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. E como no Brasil um criminoso condenado como Lula existe é endeusado por grande parte da população e pode até ser eleito presidente de novo, com certeza tudo é permitido. (C.N.)

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