quarta-feira, 1 de junho de 2022

 

Apesar do lançamento de Simone Tebet, MDB apoiará Lula ou Bolsonaro em muitos Estados

Simone Tebet fala em 'pacificação' do País e mira eleitorado feminino

Apesar das traições no MDB, Simone Tebet segue adiante

Bernardo Mello e Eduardo Gonçalves
O Globo

Com apoio formal da maioria dos diretórios regionais do MDB, a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência também convive com acenos de correligionários ao ex-presidente Lula (PT) ou ao presidente Jair Bolsonaro (PL) em pelo menos 13 Estados.

Reservadamente, lideranças partidárias dizem que o desempenho tímido de Tebet nas pesquisas, sem passar de 2% até aqui, faz com que parte dos pré-candidatos a cargos majoritários e ao Legislativo busquem se associar aos nomes mais competitivos por ora no cenário nacional.

CHAPA PRÓPRIA – Apesar desses acenos e de admitirem possíveis traições na campanha, os caciques emedebistas mantêm o discurso pró-Tebet para seguir a linha defendida pelo presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. Segundo interlocutores de Baleia, a estratégia de lançar chapa própria ao Planalto ajuda candidatos que, por circunstâncias locais, preferem evitar tomar lado entre Lula e Bolsonaro — caso do próprio presidente emedebista, que tem como reduto o interior de São Paulo.

Levantamento do GLOBO apontou que 22 dos 27 diretórios do MDB externaram apoio a Tebet. Cinco estados evitam endossá-la. Em Rondônia, o diretório é comandado por Lúcio Mosquini, vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, que avalia compor um palanque bolsonarista. Nos outros quatro — Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas —, o partido defende apoio a Lula.

Em outros estados do Nordeste, como Bahia e Piauí, o MDB formará chapas com candidatos do PT ao governo e pretende estar no palanque do ex-presidente.

IRMÃO DE GEDDEL — “Defendo a unidade do partido, mas ninguém vai obrigar uma pessoa a apoiar outra. Nos estados onde Lula é forte, isso favorece seus aliados a eleger deputados, e o MDB é um partido que busca força legislativa” — afirmou o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, presidente de honra do MDB baiano e irmão do ex-ministro Geddel, o homem das malas de dinheiro.

Em Sergipe, o ex-governador Jackson Barreto se diz “pessoalmente simpático a Lula” e alinhado ao governador Belivaldo Chagas (PSD), que apoia o petista.

— Também há pessoas mais bolsonaristas aqui no diretório. Meu plano é ser candidato ao Senado na chapa governista. Mas isto ainda será discutido — declarou Barreto.

GOVERNADORES HESITAM – A hesitação em abraçar a candidata do MDB se repete com os três governadores da sigla. Em Alagoas, eleito neste mês para um mandato-tampão, Paulo Dantas (MDB) é aliado do senador Renan Calheiros, um dos nomes mais resistentes a Tebet no partido, e já declara apoio a Lula.

No Pará, o governador Helder Barbalho chegou a receber a senadora no estado, mas disse na última semana, ao jornal Folha de S. Paulo, que o cenário eleitoral é de “polarização consolidada”.

Helder já recebeu declaração de apoio de Lula e mantém boa relação com o PT local, que lançou como pré-candidato ao Senado o deputado Beto Faro, próximo ao governador. Seu pai, o senador Jader Barbalho, principal liderança do MDB no estado, se alinha a Renan no grupo contrário a Tebet.

BRASÍLIA E RIO – Já no Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) tem feito elogios a Tebet, mas também garantiu palanque a Bolsonaro. Flávia Arruda (PL) e Damares Alves (Republicanos), ambas ex-ministras do atual governo, disputam a vaga ao Senado na chapa de Ibaneis.

No Rio, o MDB oscila entre Lula ou Bolsonaro. O presidente do diretório estadual, o ex-deputado Leonardo Picciani, é mais próximo à ala do partido que defende aliança com o PT. Já o ex-prefeito Washington Reis, de Duque de Caxias, tem conversas encaminhadas para ser vice do governador Cláudio Castro (PL), que dará palanque ao atual presidente.

Há também afinidades entre o MDB e o palanque bolsonarista em Santa Catarina e Goiás. Nesses dois estados, o partido manifestou apoio formal a Tebet, mas suas lideranças já calculam aderir a Bolsonaro. O pré-candidato ao governo catarinense Antídio Lunelli (MDB), por exemplo, antecipou seu voto no presidente num eventual segundo turno contra o PT.

OUTROS ESTADOS – As dificuldades de Tebet envolvem ainda dúvidas sobre emedebistas importantes que até agora são contabilizados internamente como apoiadores da senadora. Um deles é o ex-senador Romero Jucá, chefe do partido em Roraima. Depois de declarar apoio à candidatura própria do partido, ele articulou uma aliança no estado entre MDB e PL para evitar o apoio de Bolsonaro a seus adversários. Sua mulher, a ex-prefeita de Boa Vista Teresa Surita, concorrerá ao governo com um vice do partido do presidente ad República

No Maranhão, a ex-governadora Roseana Sarney, que também declarou apoio a Tebet, cultiva boa relação com Lula. Seu pai, o ex-presidente José Sarney, mantém conversas com o petista e com Bolsonaro, e transita entre as diferentes alas do MDB.

Tebet pode ter de dividir o apoio do MDB até mesmo em seu estado, Mato Grosso do Sul. O pré-candidato emedebista ao governo, André Puccinelli, é cortejado pela direção nacional do PT para abrir palanque a Lula. A relação entre Puccinelli e Tebet sofreu um abalo em 2018, quando a senadora recusou seu convite para concorrer ao governo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Esta é a eleição mais bagunçada da História. A miscelânea entre partidos é o novo normal, levando o eleitor a votar no candidato a presidente de uma legenda e escolher governador, senador e deputados de outros partidos. Conforme temos afirmado, reina a esculhambação. (C.N.)

Um poema de amor num casulo, onde tudo será permitido, na visão de Lya Luft

Resultado de imagem para lya luft frases | Frases inspiracionais, Frases de  pensadores, Frases sentimentaisPaulo Peres
Site Poemas & Canções

A professora, escritora, tradutora e poeta gaúcha Lya Fett Luft, no poema “Lembro-me de Ti”, fala-nos de alguém em um momento peculiar.

LEMBRO-ME DE TI
Lya Luft

Lembro-me de ti
Nesse instante absoluto,
A vida conduzida por um fio de música.
Intenso e delicado, ele vai nos fechando num casulo
Onde tudo será permitido.

Se é só isso que podemos ter,
Que seja forte. Que seja único.
Tão íntimo quanto ouvirmos a mesma melodia,
Tendo o mesmo – esplêndido – pensamento.

Enquanto Lula curte a generosa “inocência”, Dirceu aguarda a volta para a cadeia

Artigo: É preciso construir palanques amplos para Lula, por José Dirceu | Partido dos Trabalhadores

STJ confirmou a pena de Dirceu, que depende do Supremo

Carlos Newton

A colunista Bela Megale, de O Globo, informa que o ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça passou a ser visto por José Dirceu e seus aliados como o responsável pela última derrota que o ex-ministro petista teve na Justiça, enquanto Lula da Silva tem sido cada vez mais favorecido.

Em abril, por unanimidade, a Quinta Turma do STJ manteve uma decisão da Lava-Jato que condenou Dirceu a mais de 27 anos de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Como ainda é possível apresentar recursos, o ex-ministro petista segue solto.

VAGA NO SUPREMO – Afirma Bela Megale que a avaliação feita a Dirceu por seus conselheiros da área jurídica é que sua derrota, que vai na contramão de vitórias angariadas por outros réus da Lava-Jato nas cortes superiores, deve ser atribuída a uma articulação de Noronha no tribunal.

Segundo os advogados do petista, o ministro do STJ quer usar o caso de Dirceu para fazer gestos a Bolsonaro, porque ainda sonha em ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), se o atual presidente for reeleito.

Teorias conspiratórias à parte, não há dúvida de que existe uma diferença enorme entre o tratamento generosíssimo que a Justiça vem dando a Lula, enquanto Dirceu sofre os rigores da lei.

JÁ FORAM AMIGOS – Desde sempre, José Dirceu foi o primeiro amigo, responsável pela estruturação do PT e pelas campanhas eleitorais do partido. Após ser vitorioso em 2002, Lula nomeou Dirceu para a Casa Civil e deixou o governo a cargo dele, que depois acabou respondendo sozinho pelo escândalo do Mensalão, enquanto Lula escapava praticamente incólume.

Dirceu pegou cadeia, perdeu a chance de ser presidente da República em 2010, mas a amizade continuou e foi ele quem acudiu Lula e estruturou a defesa da segunda-dama Rosemary Noronha, envolvida em corrupção na Agência Nacional de Águas e na Agência Nacional de Aviação Civil, para as quais conseguira “nomear” os irmãos Paulo e Rubens Vieira, usando o prestígio de cama e mesa que tinha com o então presidente Lula, que a levara em 34 viagens ao exterior, como clandestina, sem ter seu nome na lista de passageiros.

FIM DA AMIZADE  – O poeta gaúcho Mário Quintana costumava dizer que “amizade é o amor que não acaba”. No entanto, já faz muitos anos que a amizade entre Lula e Dirceu não mais existe. Sem justificativa, Lula parou de atender os telefonemas de Dirceu, e cada um foi para o seu lado.

Lula deve muito a Dirceu. Mesmo assim, fez questão de humilhá-lo publicamente, ao excluir o nome dele da lista de convidados, embora tenha prestigiado na cerimônia a também ex-amiga Dilma Rousseff, e só para manter as aparências, porque ela continua escanteada da campanha.

Com toda certeza, a diferença de tratamento que a Justiça mantém em relação aos ex-amigos petistas Lula e Dirceu mostra como a vida pode ser cruel e desigual.

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P.S. – São coisas da política, como diz Pedro do Coutto, o brilhante decano da Tribuna de Internet(C.N.)

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