segunda-feira, 13 de junho de 2022

 

Ao festejar 200 anos da Independência, o Brasil precisa novamente lutar por sua soberania

Sociedade civil sai em socorro da Soberania Nacional - PDT

Ilustração reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

Estamos comemorando, simultaneamente, 200 anos da independência do país e da fundação do Grande Oriente do Brasil. São dois fatos interligados, em razão da participação direta e ostensiva dos maçons na política brasileira. Portanto, não pertencem ao acaso as datas de fundação do Grande Oriente (17 de junho de 1822) e da proclamação da Independência (7 de setembro de 1822), com poucos meses de diferença. O Grande Oriente do Brasil foi criado com o objetivo determinado de realizar a Independência política do Brasil.  É o que prova a sua história.

Antes disso, havia sido fundada a pioneira Loja Comércio e Artes, em 15 de novembro de 1815, também com o objetivo de trabalhar pela Independência do Brasil, embora fosse subordinada ao Grande Oriente Lusitano. Essa subordinação era incompatível, pois só eram admitidos na Loja homens que jurassem lutar pela Independência do Brasil.

PROIBIÇÃO TOTAL – Incomodado com a autonomia dos maçons, o príncipe regente D. João, em 30 de março de 1818, proibiu a existência de toda e qualquer sociedade secreta em Portugal e em todos os territórios ultramarinos.  Essa proibição atingiu a Loja Comércio e Artes no Brasil, que teve de suspender seus trabalhos.

Cerca de três anos depois, em 24 de junho de 1821, após o retorno de D. João VI para Portugal, foi reinstalada a Loja, com a denominação Loja Comércio e Artes na Idade do Ouro, continuando a ter como principal objetivo a emancipação política do Brasil.

No início de 1822 a Loja Comércio e Artes já contava com grande número de integrantes. Porém, para a formação de uma entidade de âmbito nacional, que congregasse todos os maçons do Brasil, era necessário um conjunto de três Lojas.

DIVISÃO DAS LOJAS – Para atingir o objetivo, os Irmãos da Loja Comércio e Artes dividiram por sorteio seus participantes e formaram três Lojas: a Comércio e Artes, que simbolizava a idade do Ouro; a União e Tranquilidade, que representava as palavras de D. Pedro, na varanda do Paço, em 9 de janeiro de 1822, Dia do Fico; e a Loja Esperança de Nictheroy que simbolizava o objetivo da emancipação do Brasil.

Considerando que o Grande Oriente completa nesta sexta-feira 200 anos de fundação e grandes serviços prestados ao Brasil, lembramos que na sua primeira administração estavam presentes José Bonifácio de Andrada e Silva (Grão-Mestre) e Joaquim Gonçalves Ledo (1º Vigilante).

O Grande Oriente e os maçons sempre estiveram presentes em todos os momentos que o Brasil necessitou e foram as principais forças atuantes na independência do Brasil, nas leis de emancipação dos escravos – Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravos africanos para o Brasil, Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários e, por fim, a Lei Áurea.

PAPEL DECISIVO – A Maçonaria também cumpriu um papel decisivo na proclamação da República. Esse fato histórico teve como líderes e idealizadores o Marechal Deodoro da Fonseca, Benjamim Constant, Silva Jardim, Campos Salles, Prudente de Moraes, Aristides Lobo e outros maçons.

A Maçonaria esteve presente em todos os principais acontecimentos históricos do Brasil e que culminaram no país que hoje vivemos, inclusive na defesa da soberania do Brasil sobre seu espaço territorial, defendendo-o em sua integridade, como fizeram o Duque de Caxias, Deodoro da Fonseca e outros.

Hoje, a soberania do Brasil sobre seu espaço territorial está novamente correndo grande risco, por ter aprovado a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho, que facilita a independência política, territorial e econômica dos povos indígenas.

SÓ O BRASIL… – Os países que corriam maior risco de violação das soberanias eram os de grande extensão territorial. Nenhum deles assinou a Convenção. Mas o Brasil, no final de gestão de Fernando Henrique Cardoso, curvou-se à pressão. Bastava não ter assinado, acompanhando a atitude dos Estados Unidos, e teria se livrado de grandes problemas futuros. Porém, no dia 20 de junho de 2002 a Convenção 169 da OIT foi aprovada pelo Congresso, dando origem ao Decreto Legislativo 143.

A Convenção 169 da OIT só pode ser denunciada (revogada) pelos países signatários a cada dez anos decorridos. O Brasil já perdeu o primeiro prazo para a denúncia, durante o governo do PT. O segundo prazo vence agora, em 4 de setembro, ou seja, um mês antes das eleições. 

Cabe ao Congresso Nacional a iniciativa de denunciar a Convenção 169 da OIT, evitando o mal que pode causar ao país, justamente quando são comemorados os 200 anos da Independência.

O QUE FAZER? – O Congresso Nacional precisa denunciar a Convenção 169 da OIT, por se tratar de um tema de segurança nacional. Pode também passar a responsabilidade ao presidente da República, outorgando-lhe poderes para o ato. Ou pode permanecer inerte, simplesmente se omitindo, ao colocar em risco a soberania do país sobre seu território.

A Maçonaria, por atitudes firmes do Grande Oriente, jamais se omitiu quando a situação exigiu ação imediata em defesa do país. Teve coragem e força para fazer a independência, a abolição da escravatura e a proclamação da República.

Será que agora o Grande Oriente apenas realizará festejos comemorativos de seus 200 anos de fundação e irá se omitir com relação a lutar para que o governo denuncie a Convenção 169 da OIT, que viola gravemente a soberania nacional? Eis uma dúvida que jamais poderia existir.

Setor de Inteligência do Supremo monitora redes sociais e a “deep web” contra o golpe

Foram eles que demitiram Bolsonaro | VESPEIRO

Charge do Nani (nanihumor.com)

Eliane Cantanhêde
Estadão

Os ministros do Supremo unificaram o discurso e praticamente todos dizem que as ameaças do presidente Jair Bolsonaro não passam de bravatas e não haverá golpe nenhum, para depois engatar uma ressalva: … mas convém ficar de olho. É a velha história: “Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem”.

Por isso, o presidente da Corte, Luiz Fux, só transmitirá o cargo à ministra Rosa Weber no limite do prazo, 9 de setembro. Quer estar à frente do Supremo nos dias 7 e 8, quando a expectativa é de novos ataques de Bolsonaro às eleições, à Justiça, ao TSE e ao próprio Supremo.

SEGURANÇA MÁXIMA – Assim, Fux não só pretende manter o protagonismo na crise institucional fabricada por Bolsonaro como preservar Rosa Weber de uma esgrima verbal com o presidente da República já na sua estreia na presidência do Supremo. O temor é de uma repetição do Dia da Pátria do ano passado, quando Bolsonaro ultrapassou todos os limites e estressou o País.

Apesar de Fux manter canais com Bolsonaro, o STF já tem um plano definido para a segurança do prédio e dos ministros: a Polícia Judiciária está em alerta e a PF e o Governo do Distrito Federal deverão ser acionados para criar um cinturão de 7 metros de diâmetro e três camadas de barreira em torno do tribunal.

O Supremo também monitora as redes sociais do presidente e de seus opositores e grupos suspeitos na internet, inclusive na “deep web”. Caso algum louco planeje se aproximar, como aqueles malucos fantasiados de Ku Klux Klan, por exemplo, a inteligência da Corte está apta para detectar e abortar o movimento.

SITUAÇÃO DIFÍCIL  -As bruxas andam soltas, falantes, e todo o cuidado é pouco. A extrema esquerda já não é de brincadeira e, do outro lado, Bolsonaro anda mal nas pesquisas, a inflação e a fome campeiam e o maior sinal da impotência do governo é o presidente e o ministro da Economia implorando por congelamento de preços.

Nos EUA, só restou a Bolsonaro falar das maravilhas da Amazônia, sem uma palavra sobre os recordes do desmatamento; enaltecer o Brasil por alimentar um bilhão de pessoas no mundo, sem mencionar os 33 milhões de brasileiros com fome; destacar a “busca incansável” do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, enquanto ONU, STF, Greenpeace e o mundo cobram agilidade.

Quanto mais desespero Bolsonaro demonstrar, enquanto se diverte em motociatas até em Orlando, mais os ministros do STF repetirão que não haverá golpes, mas que golpes existem, lá isso existem. E tomando as devidas providências.

 

Sabe aquela da Dorothy Parker? Suas tiradas fulminantes abafaram seu valor como escritora

Dorothy Parker e a curiosidade - Mais Inteligente

Ruy Castro
Folha

Dorothy Parker estava com seu poodle Troy num saguão de hotel em Nova York, esperando um amigo. O homem demorou a descer e Troy, impaciente, fez xixi numa pilastra. O gerente ouviu o esguicho, viu a poça e marchou em direção a Troy. Dorothy, sentindo o perigo, sussurrou, como que envergonhada: “Fui eu…”.

Essa era uma tirada típica de Dorothy Parker (1893-1967), o nome mais famoso da Mesa Redonda do Algonquin Hotel, uma turma de cerca de 20 intelectuais criativos e debochados que, espontaneamente, sem pedantismos teóricos, marcou a cena cultural americana dos anos 20.

RÁPIDA DEMAIS – Pior para Dorothy —suas frases, desfechadas de primeira, abafaram para a posteridade a contista, poeta, roteirista de cinema e crítica de teatro e de literatura que ela foi. Mas quem a mandou ser tão rápida?

Perguntaram-lhe qual era o seu tipo de homem. Ela disse: “Burro, grosso e bonito”. Mas depois se queixou de seu ex-marido Eddie Parker: “Era tão burro que conseguiu quebrar o braço fazendo ponta no lápis”. Sobre um bonitão que a esnobou: “O corpo lhe subiu à cabeça”. E sobre uma escritora pretensiosa cuja carreira se dava principalmente na horizontal: “Ela fala 18 línguas e não sabe dizer ‘Não’ em nenhuma”. E Dorothy foi também a autora do célebre epitáfio “Desculpe o meu pó”.

Uma amiga lhe confidenciou: “Já decidi. Só quero envelhecer com dignidade”. Dorothy perguntou: “E você conseguiu?”.

Dorothy Parker em 2022 | Dorothy parker, Frase do dia, CitaçõesA DO PAPAGAIO… – Depois, Dorothy foi presenteada com um papagaio e deu-lhe o nome de Onan —​ “porque ele despeja suas sementes no chão”…

Sua crítica sobre a estreante atriz Katharine Hepburn: “Ela domina todo o leque de emoções, de A a B”. E sobre um livro recém-lançado: “Este não é um livro a ser deixado casualmente de lado. É para ser atirado longe”.

Dorothy era alcoólatra e tentou três vezes o suicídio. Sem sucesso. Até que se conformou num poema: “Armas são ilegais/ Nós afrouxam/ Gás fede/ É melhor viver”.

De improvisação em improvisação, Jair Bolsonaro acabará sem opções políticas

Nas entrelinhas: Bolsonaro perdeu o rumo e passa a improvisar - Luiz Carlos  Azedo

Charge do Kleber Sales (Correio Braziliense)

William Waack
Estadão

Ao rugir para dizer que não é um rato, Bolsonaro afirmou que não vai respeitar decisões do Judiciário que considere prejudiciais. Tecnicamente anunciou um golpe, deixando claro que utilizaria as Forças Armadas como instrumento para chegar a seu objetivo político.

Dada a incompetência política de Bolsonaro, sua incapacidade de organização, ausência de planejamento e sentido estratégico, o mais provável é que o golpe acabe sendo a montanha que pariu um rato. Ele não dispõe de dispositivo militar, movimento de massas tomando as ruas nem de suficiente apoio político.

NAU SEM RUMO – O nível de improvisação sob o qual Bolsonaro opera não significa flexibilidade e capacidade de adaptação a situações (como na política) voláteis. Significa ausência de rumo e cálculo que leve em conta meios e fins – embora o propósito geral, neutralizar o Judiciário, seja explícito.

O processo está se acelerando à medida que as eleições se aproximam e as pesquisas sugerem que a derrota dele tem probabilidade de ocorrer já no 1.º turno.

A improvisação para atacar a subida dos preços dos combustíveis, por exemplo, o levou a montar uma enorme operação política custosa para os cofres públicos, pouco relevante para a economia popular e que promete escassos resultados eleitorais.

OCUPAÇÃO DO STF – Mas é no seu principal eixo operacional – o confronto com o STF – que a improvisação de Bolsonaro o impede de chegar aonde quer. No começo do mandato presidencial, Bolsonaro ensaiou o que populistas autoritários desenvolveram em vários países (Hungria, Venezuela, Polônia): a “marcha através das instituições”, ou seja, a ocupação interna do Judiciário por meio de nomeações e/ou limitações à atuação de tribunais superiores.

O voto de seus dois indicados na Segunda Turma do STF, quarta-feira, perfeitamente alinhados ao Planalto, indica aonde Bolsonaro poderia ter chegado. Ocorre que a ocupação metódica do Judiciário cedeu lugar nos últimos três anos a uma espiral crescente de ataques verbais e estripulias políticas – improvisados ao sabor do momento e das redes sociais – cujo principal resultado foi criar no STF um “espírito de união” e atuação conjunta voltados a frear e limitar Bolsonaro.

POUCAS OPÇÕES – Hoje o “mito” chegou à situação na qual tem poucas opções na economia e na política, correndo contra o tempo e à espera de uma “virada” nas pesquisas que até aqui não se vislumbra.

Não há improvisação que altere esse desconfortável quadro geral para quem pretende continuar presidente. A não ser aquela que promete ser a derradeira: o salto rumo à ruptura. Bolsonaro deixou suficientemente claro que pensa nisso. Mas estaria disposto a saltar?

“Só Deus sabe”, diz um companheiro dele de primeira hora.

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