Ciro Gomes pede que os pré-candidatos a presidente se unam contra risco de “golpe”
Vítor Magalhães
O Povo/CE
O ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) afirmou que há “indícios muito claros” de que está em curso um golpe contra a democracia no Brasil e que a ação é orquestrada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores.
De acordo com o pedetista, as próximas eleições são o alvo e é necessário que os demais pré-candidatos e lideranças políticas se unam contra a eventual investida.
INDÍCIOS CLAROS – “Todo mundo está vendo indícios muito claros de que está em curso um golpe contra a democracia brasileira. O alvo são as próximas eleições. Ou a sociedade e as lideranças políticas tomam providências agora ou chegaremos a um ponto sem retorno”, alertou Ciro durante transmissão ao vivo na última terça-feira.
Segundo o ex-ministro, as manobras são “muito sofisticadas” e envolvem a “guerra da informação, contrainformação, manipulação e espionagem”.
Ciro cobrou que todos os pré-candidatos, de todos os partidos, se unam para denunciar o risco. “Eu faço essa convocação e espero ser ouvido por todos os pré-candidatos”, enfatizou.
OMISSÃO DE LULA – Durante a fala, o ex-ministro culpou ainda o ex-presidente Lula de “chamar o Brasil para dançar na beira do abismo” e de “tramar” para enfraquecer outras pré-candidaturas ao Planalto. “Alô, seu Luiz Inácio (Lula). Cansei de mobilizar quando o Bolsonaro tem cometido tantos e tão graves crimes de responsabilidade, que nós precisávamos pará-lo pelo processo de impeachment. Você, Lula, rasteiro, resolveu de novo chamar o Brasil para dançar na beira do abismo”, comentou, referindo-se ao que considera um desinteresse de Lula pelo afastamento do presidente Bolsonaro.
Ciro disse ainda que Lula parece muito mais interessado em destruir outras pré-candidaturas do que ir contra os golpistas. “Trama todo dia para tomar o MDB da (pré-candidata) Simone Tebet. Alguém tem que dizer ao Lula que a democracia não se faz destruindo as organizações. Se é tão danado e já ganhou, por que não deixa os outros competirem?”, questionou.
EUA REAGEM – Nesta semana, foi noticiado que o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, teria autorizado a distribuição de um artigo, de autoria do diplomata Scott Hamilton, alertando para um eventual cenário de ruptura democrática no Brasil em caso de derrota eleitoral do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no pleito de outubro. A informação é da revista Veja.
Dias antes, a agência de notícias Reuters informou que o diretor da agência central de inteligência dos EUA (CIA na sigla em inglês), William Burns, teria aconselhado membros do governo brasileiro a recomendar que Bolsonaro parasse de questionar a lisura do processo eleitoral. O conselho teria sido dado durante uma reunião em julho do ano passado.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro e os generais que o circundam pensam (?) que terão apoio das Forças Armadas para um golpe. Ora, se realmente houver esse golpe, Bolsonaro deveria imaginar que pode ser o primeiro política a ser preso, porque o governo de exceção jamais seria entregue novamente a um mero capitão. (C.N.)
Novo ministro é um lunático que vai logo anunciando a privatização da Petrobras
Deu no UOL
Em seu primeiro pronunciamento à imprensa como ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida disse que tudo presente em seu discurso foi “expressamente apoiado” e com “100% de aval” do presidente Jair Bolsonaro (PL). Com esse aval, Sachsida falou que seu primeiro esforço à frente do Ministério de Minas e Energia será trabalhar pela privatização da Petrobras.
“Solicito também os estudos pendentes para as alterações legislativas necessárias para desestatização da Petrobras”, anunciou hoje à noite e acrescentou que incluirá o pré-sal nos planos de venda da Petrobras.
VENDER A ELETROBRAS – “É fundamental também darmos prosseguimento ao processo de privatização da Eletrobras”, afirmou, alegando que será um “sinal importante para atrair mais capitais para o Brasil”.
O novo gestor do Ministério de Minas e Energia mira também dois PLs (Projetos de Lei): o 414/2021 (anteriormente 232/2016) sobre modernização do setor elétrico; e o PL 3178/2019, que visa revogar o direito de preferência para a Petrobras no regime de partilha de produção. Para avançar nisso e nas privatizações, Sachsida disse pedir a “parceria do Congresso”.
Economista, Sachsida subiu ao cargo de ministro nesta quarta-feira, após o então gestor da pasta, Bento Albuquerque, ser exonerado do cargo “a pedido”, após ataques de Bolsonaro à Petrobras. As mudanças já foram publicadas no DOU (Diário Oficial da União).
MENINO DO GUEDES – Sachsida era parte da equipe econômica do ministro Paulo Guedes. Em seu discurso, o novo líder do MME agradeceu nominalmente Bento e Guedes e elogiou partes da gestão nacional: “O Brasil é hoje uma importante referência mundial no que se refere a segurança alimentar e segurança energética”.
Bento Albuquerque era um dos últimos remanescentes da equipe original de ministros do presidente. A mudança ocorre após recentes ataques de Bolsonaro à política de preços da Petrobras, estatal ligada à pasta de Minas e Energia.
Na segunda-feira (10), a empresa anunciou aumento de 8,87% no preço do diesel nas suas refinarias. Nos postos, o preço do diesel aumentou em 96% durante o governo Bolsonaro, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
“PORTO SEGURO” – Várias vezes em seu discurso, Sachsida disse que deseja tornar o Brasil um “porto seguro” para investimentos e apontou os conflitos geopolíticos, sem citar diretamente a guerra entre Rússia e Ucrânia, como uma oportunidade de atrair capital estrangeiro.
“O investimento internacional está saindo de países arriscados e migrando para democracias Ocidentais amigas e o Brasil é sem dúvida um porto seguro desse investimento. Precisamos tomar medidas para que o mundo entenda que o Brasil é um porto seguro de investimento Segundo o ministro, não agarrar essa oportunidade pode “atrapalhar o desenvolvimento brasileiro” por “décadas”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Caramba! O cidadão demonstra tremendo um furor uterino por privatização. E chamou atenção o prazer irrefreável que demonstrou ao mastigar as palavras em defesa da privatização das grandes estatais. Quer privatizar até o pré-sal, que já está privatizado há tempos, entregue às multinacionais nos frequentes leilões. Extasiado, Sachsida só faltou se babar em público. Mas esqueceu de defender também a privatização do BNDES, que não vale mais nada mesmo, assim como do Banco do Brasil e da Caixa Econômico. Acredita-se que não o fez para não ter um orgasmo em público. Resultado da comédia: ao dar aval a essas maluquices, Bolsonaro nem faz ideia da quantidade de votos que perdeu. (C.N.)
Charge do Duke
Para ganhar eleição de governador, é preciso conhecer os rincões sem exibir preconceitos
Paulo Branco
Blog do Limongi
A vitória para os governos dos estados passa por lugares em que certos progressistas não vão. Há de se caminhar pelos rincões, dialogar com as diferenças – mesmo que elas sejam muitas – e ganhar a maioria. E a maioria nem sempre está na capital e fala a mesma língua.
É difícil. Mas se não há apoio dos meios de comunicação e da máquina pública, não há outro caminho. A história nos mostra que, quem não se atreve a este movimento amplo, não chega ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual do Rio de Janeiro.
FALTA REBOLADO – Marcelo Freixo entendeu parte da missão. Mudou de partido para ampliar o leque de diálogo, mas mantém-se fisicamente na nata. Descolou-se, em parte, do moralismo, mas não incorporou o rebolado. Sem contar a dificuldade de transformar sua imagem em algo palatável ao cidadão comum. Falta-lhe o berro, assim como a gesticulação que toca acidentalmente na lâmpada e o sorriso virtuoso. E a virtude, diga-se de passagem, não se compatibiliza com a cara amarrada.
Se por um lado Freixo ganha com apoio de Lula, por outro, perde, já que se afasta do perfil “Rede Globo”. Nisso, há um aspecto fundamental: o candidato desalinha-se da própria natureza progressista com contornos liberais. E natureza é natureza. Ruim é contrariá-la. Sem contar que só o apoio de Lula não basta.
Marcelo Freixo esbarra numa adesão macambúzica de alguns dirigentes petistas. E isso tem explicação. Além dos traços elitistas de Freixo, há uma ligação histórica e compatibilidade programática entre certos dirigentes do Partido dos Trabalhadores e o candidato do PDT, Rodrigo Neves.
OS CONCORRENTES – Rodrigo Neves tem amplitude, foi prefeito de Niterói, com boa experiência e avaliação no executivo, além de jogo de cintura para se relacionar com as diferenças. Sempre esteve ao lado do PT, inclusive, durante e enquanto vítima de perseguição da Lava Jato.
O candidato perde sem o apoio de Lula e isso dificulta, parcialmente, a adesão direta e entusiasmada de figuras com entrada no interior e na baixada como os petistas André Ceciliano e Washington Quaquá. Gostem ou não, ambos são dois trunfos para a mudança.
Outro candidato é Felipe Santa Cruz, ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, que concorre pelo PSD, com apoio do prefeito carioca Eduardo Paes, e tem poucas chances de vitória.
DONO DA MÁQUINA – Correndo por fora e com a máquina na mão, está o governador Claudio Castro. Bom articulador, pouco falador – o dono da máquina não precisa berrar – e ciente de que, mesmo na pior, muitas vezes, o povo prefere conservar, o atual governador opera na mesma lógica dos seus antecessores.
Tem penetração nos meios religiosos e no interior; discursa com veemência sobre o catártico tema segurança pública e, mesmo sem intenção de mudança profunda, sabe fazer política e dividir o quinhão. Sem contar a fartura oriunda da venda da Cedae.
Com Marcelo Freixo, de agenda seletiva e pontes inacabadas para esquerda e para centro-direita, e Rodrigo Neves, sem combustível para fazer todo percurso, a chance do Rio de Janeiro continuar amargando é grande.
Moraes delira e aumenta multa de Silveira para R$ 540 mil por não usar tornozeleira
Mariana Muniz
O Globo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aplicou nesta quarta-feira nova multa de R$ 135 mil ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) pelo descumprimento no uso da tornozeleira eletrônica e deu 24 horas para que a defesa se manifeste sobre o descumprimento no uso do equipamento. O ministro já havia multado o parlamentar em R$ 405 mil pelo mesmo motivo.
De acordo com Moraes, o cumprimento das medidas cautelares, como a tornozeleira eletrônica, não ficou prejudicado pelo indulto concedido a Silveira pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). No dia seguinte à condenação do deputado pelo plenário do STF a oito anos de prisão, o presidente assinou um decreto perdoando a pena.
DIZ O MINISTRO – “Diante de todo o exposto, verificada a não observância das medidas cautelares impostas em 9 (nove) ocasiões distintas, caracterizados como descumprimentos autônomos, e considerando a multa diária fixada e referendada pelo Plenário dessa SUPREMA CORTE, é exigível nova sanção pecuniária, cumulativa à anteriormente fixada, no valor total de R$ 135.000,00 (cento e trinta e cinco mil reais) em desfavor do réu DANIEL LÚCIO DA SILVEIRA, notadamente em razão de não se relacionar com a condenação, mas sim com o desrespeito às medidas cautelares fixadas, sem qualquer relação com a concessão do indulto”, diz Moraes.
Na decisão, Moraes afirma que desde a decisão que aplicou a multa referente aos dias 30/3/2022 até 2/5/2022, Silveira,” mesmo intimado da decisão proferida e tendo dela recorrido, continua desobedecendo ordem judicial e violando as medidas impostas, recusando-se a utilizar o equipamento de monitoramento”.
SEM JUSTIFICATIVA – Segundo Moraes, não há justificativa para o desrespeito das medidas cautelares impostas e, “diante da continuidade das violações ao monitoramento eletrônico, não tendo comparecido o réu para afixação de novo equipamento ficou verificado que houve violações em nove dias distintos e sucessivos, “desde a última decisão com a aplicação da multa”.
“As condutas do réu, que insiste em desrespeitar as medidas cautelares impostas nestes autos e referendadas pelo Plenário do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, revelam o seu completo desprezo pelo Poder Judiciário, comportamento verificado em diversas ocasiões durante o trâmite desta ação penal e que justificaram a fixação de multa diária para assegurar o devido cumprimento das decisões desta CORTE”, afirma o relator.
Moraes intimou a defesa do deputado “para que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, se manifeste sobre o descumprimento das medidas cautelares por parte de DANIEL SILVEIRA, a partir do dia 3/5/2022; bem como para que indique sua disposição em cumprir, imediatamente, a determinação judicial ou nova recusa em utilizar o equipamento de monitoramento eletrônico; sob pena de fixação de cumulativas multas diárias”.
DEFESA IGNORADA – Na segunda-feira, a defesa do deputado recorreu da decisão de Moraes que o multou em R$ 405 mil por descumprimento do uso da tornozeleira eletrônica, além de violações a outras proibições, como a de participar de eventos públicos e conceder entrevistas.
A defesa pede que o próprio Moraes reconsidere sua decisão ou a leve para julgamento no plenário da Corte. Também solicita que ele seja liberado de usar a tornozeleira, e extinção da pena a que foi condenado pelo próprio STF em razão do perdão concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com a aplicação da multa no último dia 3, Moraes determinou o bloqueio de bens nesse valor nas contas do parlamentar. O ministro ressaltou que o desrespeito às medidas não tem qualquer relação com o indulto concedido por Bolsonaro ao aliado. Para o ministro, não há justificativa para o desrespeito das medidas cautelares impostas. Por isso, determinou também o bloqueio parcial de vencimentos do deputado em até 25% do salário pago pela Câmara dos Deputados, para fins de pagamento da multa aplicada, até o cumprimento integral da multa aplicada.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Vejam a que ponto chegou a esculhambação jurídica no Brasil. Moraes deu 24 horas para apresentação de uma defesa que já está anexada aos autos. Ou seja, além de desconhecer e descumprir o decreto presidencial que está em vigor, o ministro despreza também o recurso apresentado pela advogada de Silveira e, sem se manifestar a respeito, determina que seja feita nova defesa. No meio dessa confusão, até agora ninguém lembrou de chamar a ambulância com uma camisa de força, para tirar de circulação o incontrolável ministro, que claramente está abusando de seus poderes. (C.N.)
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