Charge do Duke
Sem Imposto Sindical obrigatório, o fim da mortadela explica esse fiasco lulista
Rodrigo Constantino
Gazeta do Povo
O sujeito é apontado como o favoritíssimo pelos “institutos de pesquisa”, com alguns inclusive cantando uma possível vitória no primeiro turno! Ele tem o amplo apoio da “classe artística”, de militantes disfarçados de professores, de militantes disfarçados de jornalistas, e dos pelegos disfarçados de sindicalistas.
Todos convocaram o povo para as manifestações do tradicional primeiro de maio, feriado tipicamente dominado pela esquerda. Os artistas estavam lá. Os militantes também. Os pelegos também. Haveria show da Daniela Mercury, cujo último sucesso data do começo de 1990. Todos muito animados, com grande expectativa. Faltou só o povo.
NADA ADIANTA – Os atos em prol de Lula eram um escancarado vazio! Em contraste com as manifestações a favor do governo Bolsonaro, o choque era ainda maior. No mínimo a proporção era de dez para um, mas acredito que estava mais para vinte vezes maior os atos bolsonaristas. A velha imprensa bem que tentou: chamou de golpista quem foi defender a Constituição e as liberdades básicas nas ruas. E insiste em chamar o ladrão socialista de “moderado”. Mas nada mais adianta!
O povo acordou! Ganhou gosto pelo debate político, participa nas redes sociais, conhece o nome de cada ministro supremo. Enquanto a imprensa militante agoniza com sua perda de credibilidade e recursos públicos que irrigavam seus cofres, cada vez mais gente se dá conta do perigo petista.
Lula defende aborto, justifica ladrão de celular, diz que policial não é gente, prega moeda comum com a Venezuela, avisa que quer proibir clubes de tiro, ameaça com controle da imprensa e das redes sociais, e canta o hino comunista da Internacional Socialista, enquanto endeusa o tirano Fidel Castro. Mas nossos “jornalistas” insistem que o safado é de “centro”, um “moderado”. Ninguém mais acredita.
FIM DE FESTA – Eis o resumo do fenômeno: acabou a mortadela para comprar militância sindicalista, e por isso mesmo Lula quer a volta do imposto sindical.
E acabou a influência quase hegemônica que certos veículos de comunicação tinham no passado, com seus artistas engajados nas causas esquerdistas. Tudo isso se choca hoje com a liberdade de expressão, e não por acaso essa turma quer tanto a censura e odeia tanto Elon Musk. Eles sonham com a volta dos tempos em que era possível enganar mais fácil, repetir que um ladrão radical feito Lula era um “líder progressista” e ficar por isso mesmo. Não mais!
Os atos totalmente esvaziados do lulismo neste domingo comprovam a farsa de toda a narrativa do “sistema”. Podemos acreditar neles, na velha imprensa, nas “pesquisas”; ou podemos acreditar em nossos próprios olhos!
(artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)
Tese de “aprimorar a democracia” é cercear regras de liberdades individuais e públicas
J.R. Guzzo
Estadão
A liberdade está ameaçada neste momento no Brasil – mais do que em qualquer outra época da sua história moderna. O aspecto mais maligno desta ameaça é que seus autores não são mais “os militares”, ou os defensores de regimes totalitários. Trata-se de um ataque oculto, travestido na ideia geral de que é preciso “aprimorar” o sistema de liberdades individuais e públicas – e que é conduzido, justamente, por aqueles que se apresentam como os maiores defensores da democracia neste país.
O que se tem aqui é um esforço para desmontar o conjunto das liberdades. Não é uma demolição; é um desmanche. É, também, um movimento mundial. Seus genes estão nas áreas de “ciências humanas” da universidade do primeiro mundo, sobretudo a americana. O Brasil, aí, não tem capacidade instalada para criar algum pensamento original; traduz e repete o que ouve. A perversão, porém, continua a mesma.
MELHORAR A LIBERDADE? – O coração dessa guerra silenciosa está numa proposição supostamente virtuosa: a de que é preciso melhorar a liberdade, como ela é entendida hoje, para que os seus benefícios se tornem mais “justos”, “igualitários e “universais”.
Basicamente, acredita-se que muita gente está excluída, por exemplo, da liberdade de expressão, por não dispor de meios, de recursos financeiros ou de oportunidades para se expressar. Seria preciso, então, modificar o conceito de liberdade, para que um número maior de pessoas possa desfrutar dela.
O problema, para começar, está num fato essencial da vida como ela é: todas as vezes que se tenta melhorar a liberdade, principalmente através de leis, a liberdade diminui de tamanho. Não há registro de nenhum caso em contrário. Pior que isso é o veneno embutido na ideia de que a liberdade é um valor que interessa a alguns, não a todos.
A QUEM INTERESSA? – As questões-chave dos promotores dessa visão do mundo são aquelas que aparecem todas as vezes em que se pretende reduzir os efeitos positivos de algum direito. “A quem interessa a liberdade de expressão?”, perguntam. “Quem está tirando proveito dela?” Ou então, mais agressivamente: “Para o que ela serve?”
Conclusão: o exercício da liberdade, para interessar “a todos”, tem de ser controlado. Por quem? Pelo Estado, é claro – e aí se encontra a razão final de toda essa conversa. É a ideia que continua a encantar as classes intelectuais: vamos melhorar o mundo chamando o governo, sobretudo se o governo somos nós.
É melhor entregar essas coisas a repartições públicas chefiadas por pessoas inteligentes, imparciais e bondosas, que vão cuidar da população muito melhor do que ela seria capaz de cuidar de si própria. Nós pensamos melhor que você. Nós pensamos por todos.
Por que o Supremo acabou se tornando o grande protagonista do jogo político?
Marcus André Melo
Folha
“Nunca antes o Supremo Tribunal brasileiro pôde exercer sua missão específica de árbitro da legalidade, contendo os excessos do Executivo”, notou Afonso Arinos em 1958. O diagnóstico é preciso: “Desde o princípio, o STF fracassou na sua missão. Fracassou com Floriano, com Hermes, com Vargas. A instituição em seu conjunto naufragou historicamente, na fraqueza, na omissão e no conformismo”.
Nos anos que se seguiram o quadro só piorou. Na última década, o STF tornou-se hiperprotagonista do jogo político. Não se trata de algo trivial, mas da maior transformação em nosso sistema político pós 88. Terá também fracassado com Lula, Temer e Bolsonaro? Não, hiperprotagonismo não significa sucesso. O juízo mais acertado é falar de muitos resultados positivos com grandes retrocessos.
HIPERPOLITIZAÇÃO – São três as principais razões para o hiperprotagonismo. A primeira é a hiperpolitização do STF, produto da combinação de desenho institucional e da própria magnitude do que entrou na sua agenda.
Ela é produto de sua insólita atuação como corte criminal e de tribunal recursal em um contexto de mega escândalos de corrupção e que levaram centenas de agentes políticos, inclusive presidentes e chefes de poderes legislativos, aos bancos dos réus e à prisão.
Como consequência, a corte atraiu ataques políticos que se intensificaram do julgamento do mensalão ao do petrolão, enfraquecendo-a junto à opinião pública.
IMAGEM DESGASTADA – Como mostrou a cientista política Gretchen Helmke, em análise de 472 ataques às cortes na região, um dos seus determinantes principais é seu desgaste junto à opinião pública.
A segunda razão foi o impeachment presidencial e o imbróglio Temer. O efeito foi similar ao anterior. E a terceira razão é a emergência de um presidente iliberal, francamente hostil à ordem constitucional, inaugurando nova era de confronto aberto.
Alimentando-se do conflito e da instabilidade, o presidente cria ou atiça os incêndios institucionais. Assim, os ataques mudam de registro partidário, o que universaliza as hostilidades contra a corte. O STF escolheu que batalha travar —a Lava Jato ou a nova ameaça— e optou pela última. Abriu-se assim uma caixa de pandora.
REALIMENTAÇÃO – Há agora fato novo crucial: a arbitragem constitucional mudou de chave. Não se trata de conter os excessos do Executivo ou de conflitos interpoderes envolvendo o Legislativo, mas de responder os ataques à própria corte, o que é inédito.
O STF está ele próprio sob ataque, o que deflagra respostas hiperbólicas num crescendo. Isso não é trivial porque as cortes constitucionais falam por último nas democracias.
E terão que, por construção, julgar os ataques de que são vítimas. O que contribui para alimentar o vórtice institucional.
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