quarta-feira, 20 de abril de 2022

 

‘Batalha do Donbass’ já começou. Rússia lança grande ataque para tomar o Leste da Ucrânia

Forças russas bombardearam mais de 1200 alvos e avançaram ao longo de toda a frente Leste nas regiões de Lugansk e Donetsk.
Ricardo Ramos01:30
Um bombeiro junto a um civil morto por um bombardeamento russo em Kramatorsk
Foto: Marko Djurica/REUTERS 1/2
Um bombeiro junto a um civil morto por um bombardeamento russo em Kramatorsk
Um bombeiro junto a um civil morto por um bombardeamento russo em Kramatorsk
Tropas russas dizem ter lançado o “assalto final” ao complexo industrial de Azovstal, em Mariupol, onde estão entrincheirados os últimos defensores ucranianos
As forças russas lançaram, esta terça-feira, a prometida ofensiva em larga escala no Leste da Ucrânia, bombardeando mais de 1200 alvos e avançando ao longo de toda a ‘linha de contacto’ numa tentativa de tomar toda a região do Donbass. O Governo ucraniano promete não recuar um milímetro e garante que a ‘Batalha do Donbass’ será decisiva para o desfecho da guerra.

O avanço foi precedido por uma das maiores barragens de ‘rockets’ e artilharia desde o início da invasão, com a Rússia a reclamar ter atingido 1260 alvos militares ao longo de toda a frente Leste, de mais de 450 quilómetros, nas regiões de Lugansk e Donetsk.

“A Batalha do Donbass, que a Rússia está a preparar há muito tempo, começou. Uma parte significativa do Exército russo está concentrada nesta ofensiva. Não interessa quantos soldados russos estão envolvidos, vamos defender-nos. Vamos combater. Não cederemos nada que seja ucraniano”, disse o Presidente Volodymyr Zelensky numa comunicação ao país na noite de segunda-feira.

A confirmação russa chegou pela voz do MNE Sergei Lavrov, que anunciou “o início de uma nova fase muito importante nesta operação especial”. O objetivo expresso de Moscovo é “libertar” toda a região do Donbass, reclamada pelos separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk.

Numa primeira vitória, as forças russas conseguiram ao final da manhã tomar a cidade de Kreminna, obrigando os defensores ucranianos a recuar. O Governo de Kiev admitiu ter perdido a cidade, com cerca de 16 mil habitantes, mas garantiu, pela voz do conselheiro presidencial, Oleksiy Arestovych, que a ofensiva está votada ao fracasso “porque a Rússia não tem tropas suficientes” para conquistar toda a região.

Paralelamente a este ataque, as forças russas dizem ter lançado esta terça-feira o “assalto final” ao complexo industrial de Azovstal, na cidade de Mariupol, onde estão entrincheirados os últimos defensores ucranianos, após estes terem rejeitado um novo ultimato para deporem as armas. “Vamos tomar Azovstal ainda hoje [terça-feira]”, disse o líder tchetcheno Ramzan Kadyrov, cujas forças participam no assalto.

Guterres pede trégua humanitária
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou esta terça-feira a uma trégua humanitária de quatro dias durante as celebrações da Páscoa Ortodoxa, que se assinala este fim de semana. “A situação humanitária é desesperada. As pessoas não têm comida, água, medicamentos para tratar os doentes e os feridos”, disse Guterres, pedindo uma suspensão total dos combates para permitir a retirada de civis e a entrega de ajuda humanitária, afirmando que mais de 12 milhões de ucranianos precisam de algum tipo de auxílio.

Ataque mata civis em Kharkiv
Pelo menos quatro civis morreram e 14 ficaram feridos num bombardeamento russo que atingiu vários edifícios residenciais e um supermercado no centro de Kharkiv, na terça-feira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário