domingo, 19 de agosto de 2018

Quando o Congresso se omite, os problemas do país sempre se agravam

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Charge do Duke (dukechargista.com.br)
Percival Puggina
Há uma pedra no meio do caminho e ela não está ali servindo de inspiração a Drummond. A necessária racionalização de nosso modelo institucional, a mudança das regras do jogo político mexeria com interesses daqueles que, vitoriosos no sistema vigente, temem criar riscos ou incertezas às suas carreiras. O tempo mais perdido da minha vida foi o que gastei assistindo infindáveis sessões de comissões parlamentares tratando de reforma política.
 No entanto, esse não é um assunto para ser levado “a panos quentes”. O Brasil subiu no telhado e a informação a respeito não viaja de navio. As projeções que disso se extraem ficam disponíveis online. O Word Economic Forum (WEF) de 2017 classificou as instituições brasileiras em 109º lugar num conjunto de 137 países analisados.
COMO VOLTAIRE – Claro, alguém, feliz da vida, otimista como o Dr. Pangloss de Voltaire, pode afirmar que está tudo indo muito bem e que esse pessoal do WEF deve ter algum problema de visão que impede captar as “virtudes” de nosso modelo institucional.
 No entanto, isso é mais ou menos como fechar as janelas para não ouvir os miados do gato no telhado. Um país que, de modo continuado, perde posições nos rankings internacionais em tudo que importa; cujo risco de crédito vem se elevando, segundo as principais agências; e cujos poderes de Estado se encontram em absoluto descrédito não pode fechar os olhos, imaginando, assim, não ser visto.
CRESCIMENTO? –  Sempre me pareceram incompatíveis com um ano eleitoral as expectativas de crescimento do PIB de 2018, estimadas, no ano passado, como próximas a 3%. Por quais estranhos motivos se animariam os agentes econômicos se o cenário era tão pouco animador? Se tantos partidos e lideranças políticas colocavam seus próprios interesses acima do bem do país? Se os vícios do modelo político se apressavam para entrar em atividade e se era tão incerto o futuro?
Já soara bem antes o alerta de que o dólar haveria de subir, a bolsa cair, e a economia recuar os dedos, resguardando os anéis restantes para depois da roleta eleitoral. Não é isso que nos ensina a experiência? A única coisa certa na hora incerta é a cautela com o dinheiro, seja você consumidor ou empreendedor.
O PROTAGONISTA – Pois bem, para ajudar a complicar, há mais de um ano, o Supremo Tribunal Federal é o mais ativo protagonista da política brasileira. Seus ministros dominam o noticiário com monocráticas declarações e com colegiado silêncio ante as amarguras nacionais. Sem a menor cerimônia, ministros assumem papel regencial, interferindo no rumo dos acontecimentos e das candidaturas.
Muitos fazem coro às honoráveis palavras do senador Romero Jucá quando desabafava sobre a necessidade de estancar a sangria… dos corruptos. A sociedade? Esta que vazasse plasma e hemoglobina pelas sarjetas da violência e das carências. Era preciso parar a Lava Jato. E há ministros do STF a disfarçar seu servilismo a esse objetivo com rompantes de uma orgulhosa e não reconhecível dignidade.
Quando o Congresso Nacional acordará de sua letargia, assumir-se-á como poder e conferirá racionalidade às nossas instituições?

Toffoli, Gilmar e Lewandowski querem processar o procurador Dallagnol

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O procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol
Dallagnol disse que os ministros formam uma “panelinha”
Mônica BergamoFolha
O STF (Supremo Tribunal Federal) pode abrir um inquérito para investigar o procurador Deltan Dallagnol, da Operação Lava Jato, por críticas feitas a ministros da corte. Nesta sexta-feira (dia 17), tanto a corregedoria do MPF (Ministério Público Federal) quanto a do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) abriram procedimentos para averiguar o teor das declarações dele a uma rádio.
Magistrados do STF acham, no entanto, que as medidas são insuficientes, já que preveem apenas sanções administrativas. Eles pretendem analisar a conduta de Dallagnol do ponto de vista penal. Um deles pensa até em propor uma ação por danos morais.
“PANELINHA” – O procurador da Lava Jato afirmou que os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski formam uma “panelinha” e “mandam uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção” com decisões que têm tomado.
Dallagnol não quis se manifestar. Em casos semelhantes, procuradores têm invocado o direito à liberdade de expressão para dizer que não há crime em suas declarações
BAIXO ASTRAL - A revelação de que sua filha, Veronica Serra, administrava contas secretas na Suíça abalou ainda mais o senador José Serra (PSDB-SP), que já estava recluso desde que surgiram as primeiras notícias sobre a referência a seu nome em delações da Odebrecht.
Documentos enviados ao Brasil pela Suíça mostram que ela administrava uma conta que recebeu depósitos de R$ 1,78 milhão.
BOLSONARO E HADDAD – A pesquisa da XP Investimentos divulgada na sexta (17) confirmou sondagens de bancos e administradoras de fundos que mostram a real probabilidade de um segundo turno entre Fernando Haddad (PT-SP), como “candidato de Lula”, e Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
Nas palavras do diretor de uma administradora, o mercado ainda está em fase de “negação” do quadro, considerado o pior para seus interesses.

Em recuperação judicial, Grupo Abril ganha tempo para equilibrar as finanças

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No momento está sendo preparado o plano de recuperação
José Carlos Werneck
Foi com muito pesar que tomei conhecimento de que, prestes a completar 70 anos de existência, o Grupo Abril, responsável pela edição das revistas Veja e Exame, além de outras consagradas publicações, ingressou com um pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira, 15 de agosto. A medida, prevista em lei, serve para que a empresa possa buscar um novo equilíbrio de suas contas, que, segundo o Grupo, foram afetadas nos últimos anos por uma combinação de duas forças negativas.
Uma delas é a ruptura tecnológica que atinge mundialmente as atividades de comunicação, incluindo o jornalismo e a publicidade. A outra diz respeito aos impactos da profunda crise no Brasil, cuja marca mais evidente foi uma queda acumulada de 10% no produto interno bruto per capita, causando a perda de milhões de empregos e dificuldades para inúmeras empresas.
FORMALIZAÇÃO – O pedido de recuperação judicial foi formalizado nesta quinta-feira, através do sistema eletrônico disponibilizado pela Justiça, e será objeto de análise por um juiz de Vara Empresarial nas próximas semanas.
Após ser aprovado, o plano de recuperação judicial será apresentado num prazo de 60 dias aos credores da companhia. A dívida submetida à proposta de recuperação judicial é de 1,6 bilhão de reais. O mecanismo da recuperação prevê um período de 180 dias em que a companhia não pode ser executada, para que a dívida seja renovada após a negociação da empresa com seus credores.
TRADIÇÃO – Fundada por Victor Civita, a Editora Abril fez parte da vida de várias gerações de brasileiros, através de publicações em diversas áreas, do entretenimento à educação e à cultura.
Sua bela trajetória sempre foi marcada pela inovação editorial, com o lançamento de títulos que se tornaram icônicos, desde as revistas infantis da Disney, com o pioneiro Pato Donald, até a revista “Veja”, a maior semanal do Brasil e uma das maiores do mundo e que está completando 50 anos.
Outras publicações, como “Claudia”, considerada a mais importante revista feminina brasileira, e “Quatro Rodas”, leitura imprescindível para os apreciadores de automóveis, e a quinzenal “Exame” publicada há 51 anos, dedicada a economia, negócios, finanças e carreira. Atualmente “Exame” é também o maior site dessas áreas no Brasil, atingindo cerca de 25 milhões de visualizações por mês.
AOS MILHÕES – As revistas da Abril totalizam uma tiragem total de 5 milhões de exemplares mensais e possuem mais de 60 milhões de seguidores em redes sociais. Essa popularidade advém no fato de que a Abril se constituiu em uma verdadeira escola do jornalismo.
A qualidade do trabalho feito por suas revistas e sites é de reconhecida há décadas, mas especialmente hoje é valorizada, quando o público busca se orientar e se proteger contra as notícias falsas.
Não obstante a estes fatores, o ambiente econômico desfavorável e os desafios da mudança tecnológica levaram a empresa a fazer sucessivas reformulações operacionais nos últimos anos, fazendo que vários títulos tivessem sua publicação interrompida, mesmo com a empresa já se movendo na área digital.
Para enfrentar estes problemas, a família Civita, controladora do Grupo Abril, contratou a consultoria internacional Alvarez & Marsal para fazer um trabalho de reestruturação organizacional.
Que tenham êxito e voltem com mais força e retomem a importância que sempre tiveram na Imprensa brasileira.

Supremo simplesmente vai ignorar recomendação da ONU a favor de Lula

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Charge do Aroeira (Portal O Dia/RJ)
Daniela LimaFolha/Painel
As togas deram de ombros. A tendência do Supremo, segundo quatro ministros consultados pelo Painel, é ignorar o documento de colegiado da ONU que prega a manutenção da candidatura de Lula. Os juízes dizem que não há efeito vinculante e que a força da declaração do Comitê de Direitos Humanos junto ao Judiciário é a mesma de uma “ata de reunião de condomínio”. O PT, porém, vai tentar faturar politicamente. Dirigentes da sigla querem usar a peça na estreia do partido no horário eleitoral gratuito.
Só ele? Um integrante do STF diz que não há sentindo em dar vazão a questionamentos sobre a cassação de direitos políticos prevista na Lei da Ficha Limpa – e em vigor há quase oito anos. Ele lembra que muitos políticos já foram impedidos de disputar com base no dispositivo sem que houvesse alarido.
PRESO POLÍTICO – O PT sabe que a chance de uma mudança de rumo no Judiciário é quase nula, mas quer usar o texto da ONU para criar constrangimento. Ao comentar o fato com um interlocutor, Fernando Haddad, hoje vice de Lula, resumiu: “Se não o registrarem agora, para o mundo o Lula será um preso político”.
A migração de Cármen Lúcia da presidência do STF para a Segunda Turma da corte, em setembro, fará do ministro Celso de Mello, o decano, voto decisivo na maioria dos processos polêmicos vinculados à Lava Jato.
As apostas na corte hoje vão na direção de que Cármen Lúcia tenderia a votar mais alinhada com Edson Fachin, equilibrando o jogo com os garantistas Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.
MARINA E ALCKMIN – Marina Silva (Rede) já começou a gravar sua campanha no rádio e na TV. Segundo aliados, ela terá de 21 a 24 segundos de propaganda eleitoral.
Ao menos três partidos da coligação de Geraldo Alckmin deram margens a questionamentos à coligação do tucano no TSE. Os registros que constam no tribunal mostram que PRB, Solidariedade e PR não atualizaram as atas de suas convenções.
Os documentos que essas siglas enviaram à corte informam apenas que a decisão de se aliar ao tucano foi delegada às executivas de cada partido. Esse colegiado teria que ter formalizado depois as opções pela coligação com Alckmin –o que não foi feito junto ao TSE

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