Brasil 500 anos
Luiz Holanda
A expansão do capitalismo cresceu muito na segunda metade do século XIX, com a consequente entrada de capitais estrangeiro em nosso país. Na velha República, esse fenômeno representava uma adaptação do Brasil às transformações econômicas ocorridas no mundo. Estava encerrada a etapa da livre concorrência para dar lugar ao capital cosmopolita.
Sob a hegemonia do capitalismo, ruíram os sistemas sociais fechados, notadamente após a grande depressão de 1873. Mesmo assim, essas transformações chegaram até nós com vinte anos de atraso, com o "Encilhamento", de Ruy Barbosa, uma espécie de reforma financeira que não deu muito certo.
Com a saída de Ruy do governo, assumiu a pasta da economia o Barão Henrique Pereira de Lucena, o centrão daquela época, integrante da bancada agrária.
A inflação e o desequilíbrio financeiro geravam fortes tensões na opinião pública. Prudente de Morais, em 1897, reduziu novamente as tarifas de importação. No governo Campos Sales teve início a política de saneamento financeiro do ministro Joaquim Murtinho, que visava a valorização do mil-réis.
Com a politica da valorização do café, deu-se um salto na utilização da energia elétrica, que começou entre 1901 e 1910. O Rio de Janeiro conhecia os bondes desde 1893, quando a Companhia do Jardim Botânico instalou suas primeiras linhas e construiu uma usina termoelétrica. Em 1900 a prefeitura do Rio assinou com a empresa norte-americana William Reid & Company um contrato de fornecimento de energia elétrica para a cidade com cláusula de exclusividade por quinze anos.
A empresa continuaria a gozar dos mesmos direitos por mais 35 anos, embora sem exclusividade. Em 1905 esse contrato passou às mãos da Light, que estendeu o prazo de concessão até 1990. A cláusula permaneceu em vigor até 1979, quando a Eletrobrás comprou a empresa canadense. Até 1950 a Light remeteu para o exterior 700 milhões de dólares sob a forma de dividendos contra apenas 300 milhões de investimentos aplicados no país.
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