domingo, 2 de fevereiro de 2014

Retrospectiva

Retrospectiva Publicada em 03/01/2014 00:02:00 Ao assumir seu primeiro mandato como presidente da República, o ex-presidente Lula usou seus asseclas para transmitir para o país que o seu antecessor, Fernando Henrique Cardozo, lhe deixara uma herança maldita. Doze anos depois, sua sucessora, Dona Dilma Rousseff, deverá deixar para ela mesma (caso seja escolhida para um segundo mandato), ou para o seu sucessor, uma herança que, além de maldita, ficará registrada como a mais nefasta e prejudicial para o povo brasileiro. Dificilmente voltaremos, algum dia, a ser um país governado por políticos honestos. A corrupção generalizada e oficialmente garantida pelo Poder Judiciário, que não pune ninguém – exceção feita aos condenados no processo do mensalão-, deverá ser ainda mais incentivada nesse final do primeiro mandato Do atual governo. Depois de anos de investigação, a Polícia Federal (PF) descobriu que a tabela de preços usada pelo governo petista para financiar obras públicas contém uma margem oculta de superfaturamento da ordem de 145% a mais do que os preços praticados no mercado. A Infraero, estatal que devia cuidar dos nossos aeroportos, tornou-se, durante esses últimos anos, uma monumental máquina de desvio de dinheiro público. Uma investigação da PF comprovou que nunca se superfaturou tanto nessa estatal quanto nesse período. Numa análise dos contratos para a reforma de dez aeroportos brasileiros, no valor total de R$ 4,2 bilhões, foram superfaturados R$ 891 milhões. Durante o governo da presidente Dilma, vários ministros foram obrigados a pedir demissão sob a acusação de corrupção, entre eles Antônio Palocci, chefe da Casa Civil da presidente. Depois dele foi a vez de Alfredo Nascimento, que deixou o Ministério dos transportes após ter seu nome envolvido em suspeita de corrupção. Foi seguido por Wagner Rossi, que deixou o Ministério da Agricultura sob suspeita de irregularidades, entre as quais o pagamento de propina a lobistas e de ter-se aparelhado politicamente. O quinto ministro a ser defenestrado foi Pedro Novais, flagrado pagando o salário de sua empregada com dinheiro público e de usar o motorista da Câmara como motorista particular de sua mulher. O ministro seguinte, Orlando Silva, que ocupava a pasta do Esporte, tornou-se suspeito de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que financia as ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. Diante de tanta roubalheira, não é sem razão a preocupação do governo em cobrir o rombo. Para tanto, faz-se necessário o aumento da carga tributária, usando, como justificativa, a exigência de uma suposta responsabilidade fiscal e um suposto superávit primário. A partir de 2014 os brasileiros terão de pagar mais imposto de renda, pois o ato do ministro Mantega de corrigir a tabela desse imposto em apenas 4,5% representa um esbulho de 1,35% pontos percentuais no salário de cada trabalhador ou aposentado. Isso significa que o governo tomará 1,35% de todos os salários pagos no país. Esse montante, que representa alguns bilhões a mais nos cofres públicos, bem que poderia ser conseguido se houvesse um verdadeiro combate à corrupção, hoje generalizada, oficializada e garantida pela leniência do nosso Judiciário, que somente agora, no processo do mensalão, resolveu punir alguns corruptos. Se essa praga fosse realmente combatida, haveria dinheiro de sobra para financiar as obras sócias necessárias ao desenvolvimento do país. Em vez disso, a herança para 2014 é aumentar impostos, arrecadar dinheiro para a campanha eleitoral e, consequentemente, financiar a corrupção.

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