Vídeo! Divina Valeria pede ajuda financeira aos fãs: 'Preciso me alimentar'
Atriz lamenta a situação: 'Estou deprimida'
Divina Valeria pede pix aos amigos e fãsReprodução de vídeo

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Charge do Duke (Arquivo Google)
Carlos Newton
Como ocorre em assustadora frequência, o ministro Alexandre de Moraes errou novamente ao tentar “decretar” a perda do mandato da deputada Carla Zambelli, considerando inconstitucional a decisão da Câmara Federal nesta quarta-feira, que preservou esse direito da parlamentar do PL paulista, por ampla maioria.
Ao invés de dar pitaco na decisão do Legislativo, Moraes deveria ter vergonha de continuar como ministro do Supremo depois dos escândalos envolvendo seu nome e de sua mulher. Mas ele procura aproveitar a situação para fingir que continua a mandar nesse país, como se fosse um Napoleão de hospício.
DIZ A LEI – A Constituição, em seu artigo 55, realmente afirma que o deputado ou senador perderá o mandato se “sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado” (Inciso VI), mas faz importante ressalva no seu parágrafo 2º, ao determinar que “a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa”.
A redação dessa ressalva foi feita em 2013 pelo Congresso, ao aprovar e promulgar a Emenda Constitucional nº 76, justamente para evitar essa polêmica que o trêfego e corrupto Moraes agora tenta recriar.
A ressalva existe para corrigir justamente erros judiciários, como os que o Supremo tem cometido seguidamente, graças às decisões interpretativas do ministro da cabeça brilhante e da moral decaída.
PRECISA DESENHAR? – Repita-se, ad nauseam, como diriam os verdadeiros juristas: “A Emenda Constitucional nº 76 é uma ressalva, estúpido!”. Será que os congressistas precisam desenhar, para Moraes entender (?) que ninguém pode exercer mandato estando preso? Ou seja, se a Câmara tem o direito de manter o mandato, obviamente é para que ele seja exercido pelo parlamentar, que precisa estar solto, ufa!
A condenação de Zambelli foi absurda. A prova usada foi a declaração de um criminoso notório e reincidente, sem a existência de prova material. É pouco para justificar a cassação de uma representante do povo. Por isso, existe a ressalva, estúpido!
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P.S. – Em tradução simultânea, Moraes se faz de burro para comer capim. Seu “decreto” enviado à Câmara não tem o valor de uma nota de três reais. Ele tenta se fazer de importante, mas sabe que está liquidado. Por causa da careca, tinha um futuro brilhante, que depois do caso Master não vale um tostão furado. (C.N.)

Charge do Kleber Sales (Correio Braziliense)
Malu Gaspar
O Globo
Quando Dias Toffoli chamou para si o caso do Banco Master e decretou sigilo absoluto, muita gente em Brasília dormiu aliviada. Acreditou-se que a decisão era suficiente para conter as revelações que poderiam emergir do inquérito que estava na primeira instância.
De fato, ela fez parar tudo, das oitivas à abertura de novos inquéritos, assim como as perícias no material apreendido pela Polícia Federal no dia da prisão do dono do Master, Daniel Vorcaro, e dos outros alvos da Operação Compliance Zero.
RETROCESSO – A investigação que começou com a venda fraudulenta de créditos de R$ 12,2 bilhões do Master ao estatal BRB ameaçava se espraiar por outros ramos dos negócios de Vorcaro e seus parceiros da política, mas a decisão de Toffoli parecia ter levado os potenciais envolvidos a porto seguro.
Logo se viu que a blindagem tinha furos. Só que os primeiros atingidos não foram os suspeitos habituais do Congresso, e sim os próprios ministros do Supremo. A revelação de que o próprio Toffoli viajou para o Peru com o advogado de um dos investigados no jato de um empresário amigo para assistir à final da Libertadores, horas antes de decretar o “sigilo master” sobre o processo, jogou por terra a pretensão de controlá-lo.
Dias depois, soubemos que Moraes também tinha muito a perder com o escrutínio sobre o Master. Já era público que o escritório de sua mulher e de seus filhos, o Barci de Moraes Associados, tinha um contrato com o banco. O que não se conhecia era o valor: R$ 3,6 milhões ao mês por três anos, ou R$ 129,6 milhões ao todo.
DEFESA TOTAL – O objeto da contratação é amplo. Prevê desde a defesa do banco e de seus controladores na Justiça até o “acompanhamento de projetos de lei de interesse” do Master no Senado e na Câmara Federal. Que projetos são esses e que tipo de acompanhamento? Isso ainda é mistério, já que nem Moraes nem sua mulher, Viviane, se manifestaram até agora.
Mas não precisa ter carteira da OAB para saber que a remuneração está muito acima dos parâmetros de mercado, mesmo o das grandes estrelas da advocacia.
Os defensores de Toffoli, Moraes e Viviane dizem que não há regra que impeça ministros de viajar em jatos e que não é ilegal seus parentes prestarem serviços a clientes privados — é verdade, assim como também é fato que o próprio Supremo liberou seus magistrados para julgar processos de escritórios de seus parentes.
SEM PERDÃO – Se houvesse algum argumento aceitável, porém, já teria aparecido algum acólito de plantão para defendê-lo em público.
Antes, até havia quem dissesse que o sigilo de Toffoli era necessário para impedir vazamentos ou que o caso do Master poderia se transformar em Lava-Jato 2.0 e levar ao surgimento de novos outsiders como o ex-mito, na linha do “se investigar o Master, o fascismo volta”. Agora, até esse pessoal anda calado.
No Supremo, o constrangimento pelo que já se sabe só não é maior que o pavor do que ainda pode vir à tona. Quem conhece bem as entranhas do Master, reconhece que o abalo pode ser gigante.
APOIO DE GONET – A nova esperança de Toffoli, Moraes e companhia é que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, mantenha o processo com o Supremo, endosse o sigilo e ajude a dificultar o andamento da investigação.
Não é uma expectativa descabida, dado que Moraes foi um dos principais padrinhos da indicação de Gonet ao cargo. Com Gilmar, ambos formam uma trinca azeitada. Mesmo que o caso venha a ser abafado pela PGR, porém, o estrago já está feito.
Os requintes de promiscuidade com o Master são o coroamento de uma degradação que vem de longe — e resulta da simbiose entre a onipotência alienada dos ministros e a conivência de amplos setores da sociedade.
GELÉIA MORAL – O temor de Moraes e seu modus operandi faz com que muita gente prefira não dizer em público o que fala todo dia em Brasília, na Faria Lima, ou na Central do Brasil: “O STF, fundamental para assegurar a estabilidade democrática e proteger a Constituição, desmoralizou a si próprio ao se afundar na geleia moral dos centrões da vida”.
A escolha que os ministros têm diante de si, agora, não é entre matar ou não o inquérito do Master, e sim entre aceitar que não são intocáveis e devem satisfação ao público ou se preparar para um futuro descrito de forma bastante crua nesta semana pelo senador Alessandro Vieira na CPI do Crime Organizado: “Este é um país que já teve presidente preso, já teve ministro preso, senador preso, deputado preso, prefeito, vereador, mas ainda não teve ministros de tribunais superiores. E me parece que esse momento se avizinha”.
Pode parecer exagero, mas talvez seja melhor não pagar para ver.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Este é um artigo histórico, que mostra a importância da imprensa e a coragem de Malu Gaspar, que brilhou na cobertura da Lava Jato e agora se confirma como uma das maiores jornalistas brasileiras. Em Brasília, a imprensa costuma se curvar diante do poder. Mas ainda há quem saiba colocar essa gentalha no seu devido lugar. (C.N.)

O ministro Alexandre de Moraes determinou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), emposse o suplente da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no prazo de 48 horas. A decisão foi emitida nesta quinta-feira (11) e anula o resultado da votação realizada na Câmara que havia mantido o mandato da parlamentar, atualmente detida na Itália. Consultas com descontos e benefícios de saúde por R$9,90/mêsDr. Consulta
Adilson Barroso (PL-SP) deverá ocupar a vaga de Zambelli no Congresso Nacional. Na madrugada desta quinta-feira, a votação sobre a cassação da deputada registrou votos insuficientes para concretizar a perda do mandato, que exigia 257 votos para aprovação.
Moraes invalidou a manutenção do mandato parlamentar de Zambelli.
A representação contra Carla Zambelli foi apresentada pela Mesa Diretora da Câmara em razão da condenação do STF. O processo percorreu um caminho complexo dentro do Congresso Nacional até chegar à decisão final.
Motta enviou o processo para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o relator, Diego Garcia (Republicanos-PR), havia dado um parecer pela manutenção do mandato.

