terça-feira, 30 de dezembro de 2025

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 Se confiscar ativos russos, China e outros poderiam deixar de usar sistema financeiro da UE, diz mídia

Notas de euro sobre uma mesa no balcão de um banco em Dresden, Alemanha, 22 de junho de 2009 - Sputnik Brasil, 1920, 30.12.2025
A possível retirada de ativos de empresas ocidentais do Depósito Nacional de Contas da Rússia criará "problemas operacionais" para o depositário belga Euroclear, onde se encontram cerca de € 180 bilhões (R$ 1,16 trilhão) em ativos russos congelados, escreve o jornal Financial Times.
O jornal aponta que o confisco de ativos russos pode provocar a fragmentação do sistema financeiro da UE.

"Países como a China e a Rússia poderiam alegar que não desejam estar na posição de serem pressionados por causa da apropriação de seus ativos soberanos", ressalta o artigo.

Além disso, a matéria salienta que o fracassado esquema da UE para roubar ativos russos colocou o anteriormente pouco conhecido depositário Euroclear e seu concorrente luxemburguês Clearstream no centro da disputa geopolítica sobre como financiar Kiev.
Nesse contexto, o jornal cita as palavras da chefe da Euroclear, Valerie Urbain, que sublinhava que no momento em que a decisão sobre as sanções foi tomada, a organização compreendeu imediatamente que isso teria um impacto muito forte no trabalho do depositário.
Edifício do Banco Central Europeu com projeção do símbolo do euro, em Frankfurt, na Alemanha, em 30 de dezembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 23.12.2025
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Segundo ela, os funcionários da Euroclear rapidamente perceberam a dimensão do problema causado por esse passo.
Dessa forma, o material ressalta que as apreensões dos ativos russos criaram desafios operacionais graves tanto para a Euroclear quanto para a Clearstream.
A UE e os países do G7 congelaram cerca de € 300 bilhões (R$ 1,95 trilhão) em ativos russos. Desse total, quase € 180 bilhões (R$ 1,16 trilhão) estão depositados na Euroclear. Os participantes da cúpula da UE não chegaram a um acordo sobre a expropriação dos ativos russos congelados sob o pretexto de um "crédito de reparação" à Ucrânia.
O depositário se opôs repetidamente à expropriação dos fundos russos, alertando que isso poderia levar à apreensão judicial, pela Rússia, de ativos europeus ou belgas em outras partes do mundo.