sábado, 13 de dezembro de 2025

ISTOE

 

‘Verdade prevaleceu’, diz Moraes sobre fim de sanções dos EUA

Decisão ocorre em meio à aproximação entre Lula e Trump e finaliza impasse diplomático iniciado em julho

Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes  Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou nesta sexta-feira (12) a retirada das sanções econômicas da Lei Magnitsky, que foram aplicadas pelo governo dos Estados Unidos contra ele, sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, e a empresa Lex – Instituto de Estudos Jurídicos, ligada à família do ministro.

+ O que muda para Moraes com o recuo de Trump na Lei Magnitsky

Durante o lançamento do canal SBT News, em São Paulo, o ministro disse que a “verdade prevaleceu” e agradeceu o empenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela atuação da diplomacia brasileira para convencer o governo do presidente Donald Trump a revogar as medidas. Lula também estava no evento.

“A verdade venceu hoje, presidente. Em julho, quando o Supremo se reuniu na presidência para tratar dessas sanções contra o Poder Judiciário brasileiro, eu pedi ao presidente que não ingressasse com nenhuma ação, que não tomasse nenhuma medida, porque eu acreditava que a verdade, no momento que chegasse às autoridades norte-americanas, prevaleceria”, afirmou.

Moraes considerou que a retirada das sanções contra ele representa uma vitória  do Judiciário, da soberania nacional e da democracia brasileira.

“O Judiciário brasileiro não se vergou a ameaças, coações e não se vergará, e continuará com imparcialidade, seriedade e coragem”, garantiu.

O ministro também avaliou que o país dá exemplo de democracia a países estrangeiros. “O Brasil chega ao final do ano dando exemplo de democracia e força institucional a todos os países do mundo”, completou.

Sanções

As sanções foram aplicadas em julho deste ano após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, atuar junto ao governo do presidente Donald Trump para retaliar Moraes pelas decisões contra Jair Bolsonaro.

A Lei Magnitsky prevê o bloqueio de contas bancárias, ativos e aplicações financeiras nos Estados Unidos, a proibição de transações com empresas americanas que estão no Brasil, além do impedimento de entrada no país.

Apesar das sanções, a medida teve impacto reduzido. Moraes não tem bens nem contas em bancos sediados naquele país.  O ministro também não tem o costume de viajar para os Estados Unidos.

No mês passado, Eduardo Bolsonaro virou réu no Supremo pelo crime de coação no curso do processo. O parlamentar foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pela atuação do parlamentar junto às autoridades norte-americanas.

Pesar

Após o anúncio da retirada das sanções, Eduardo e o blogueiro Paulo Figueiredo, que também é réu por fomentar as sanções, declararam que receberam a notícia  da revogação com “pesar”.

“Lamentamos que a sociedade brasileira, diante da janela de oportunidade que teve em mãos, não tenha conseguido construir a unidade política necessária para enfrentar seus próprios problemas estruturais. A falta de coesão interna e o insuficiente apoio às iniciativas conduzidas no exterior contribuíram para o agravamento da situação atual”, declararam.

O ANTAGONISTA

 

Ao retirar Moraes e dona Vivi da Magnitsky, Trump abandona Jair Bolsonaro

A aventura de Eduardo Bolsonaro nos EUA acabou e revela que a tramoia do deputado federal deu completamente errada

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Wilson Lima

Ao retirar Moraes e dona Vivi da Magnitsky, Trump abandona Jair Bolsonaro
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

A decisão do governo dos Estados Unidos de retirar o nome do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky, representa o completo abandono do governo Donald Trump aos interesses nada republicanos de todo o clã Bolsonaro.

Leia maisTrump descarta Bolsonaro de forma humilhante

Em julho, quando Moraes tornou-se alvo da Lei Magnitsky, Eduardo Bolsonaro comemorou comendo um chocolate. Em setembro, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou que as sanções também incluíam Viviane e o Lex. Uma nova vitória do bolsonarismo.

Depois veio o julgamento de Jair Bolsonaro e a turma de Eduardo bradava, aos quatro ventos, que todos os ministros do STF seriam sancionados por meio da Magnitsky durante o julgamento de Jair Bolsonaro. Seria uma sanção em tempo real. Voto a voto. Condenação a condenação.

Os votos vieram; as sanções, não. A condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses também veio. E nada de Magnitsky. Eis ali o primeiro sinal de que havia algo errado. Errado do ponto de vista da suposta mega influência de Eduardo e Paul Figueiredo junto ao governo dos Estados Unidos.

O bolsonarismo – no melhor estilo Donald Trump – nunca admita a derrota, por pior que ela seja – manteve a narrativa de que outras sanções viriam. O tempo passou, Lula e o Itamaraty se aproximaram; há aproximadamente duas semanas Lula discutiu as sanções com Trump e, ao menos nesse primeiro momento, elas caíram.

Mas antes que o povo do PT solte rojões ou estoure espumantes de quinta categoria, essa derrota do bolsonarismo deve ser lida como uma vitória do trumpismo, não como um golaço do Itamaraty. Hoje, sexta-feira 12 de dezembro, ficou absolutamente claro que o governo Trump apenas – e somente – utilizou Eduardo Bolsonaro como um boi de piranha para garimpar espaço junto ao governo Lula e – principalmente – negociar acesso às reservas de terras raras brasileiras.

A aventura de Eduardo Bolsonaro nos EUA acabou: Jair Bolsonaro está preso, antes mesmo da declaração do trânsito em julgado; o parlamentar deve perder o mandato na próxima semana ou, no máximo, início de 2026; ele não poderá mais voltar ao Brasil e, para piorar, Eduardo ainda conseguiu fazer com que Lula estancasse a queda de sua popularidade.

Resumindo: o plano do Bananinha deu errado.

 

Suspensão das sanções a Moraes vira vitória política de Lula e esquerda comemora

Retirada de sanções foi anunciada nesta sexta-feira

Rafaela Gama
O Globo

Parlamentares de esquerda e integrantes do governo comemoraram nas redes sociais a suspensão da aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à mulher dele, a advogada Viviane Barci de Moraes.

O comunicado da remoção das sanções foi publicado pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos EUA sem descrever quais foram as razões para a retirada.

GRANDE VITÓRIA – Após o anúncio, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que a retirada das sanções “é uma grande vitória do Brasil e do presidente Lula”.

“Foi Lula quem colocou esta revogação na mesa de Donald Trump, num diálogo altivo e soberano”, escreveu na publicação. Ela também acrescentou que o movimento é “uma grande derrota da família de Jair Bolsonaro, traidores que conspiraram contra o Brasil e contra a Justiça”.

O mesmo argumento foi repetido pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), que disse que a remoção das sanções são “uma derrota histórica dos traidores da Pátria que tentaram negociar sanções internacionais, revogação de vistos, tarifas e a chamada “pena de morte financeira” contra o ministro relator do STF no caso da trama golpista”. “Fica cada vez mais claro quem estava do lado do Brasil e quem atuava contra o país”, afirmou.

Sputnik

 

Londres se prepara para guerra com Rússia e outros 'Estados hostis', diz chefe do Exército britânico

Bandeira do Reino Unido tremula sobre uma barraca de souvenirs em frente ao Big Ben. Londres, 16 de outubro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 12.12.2025
O Reino Unido está acelerando a elaboração de planos de preparação para a guerra, informa o canal de TV Sky News, citando Al Carns, o ministro das Forças Armadas britânico.
Carns destacou que as tentativas de aumentar o poderio militar no Reino Unido estão em andamento.
"A sombra da guerra bate novamente na porta da Europa. Essa é a realidade", ressaltou o oficial britânico.
Além disso, ele destacou o papel que a população civil deverá desempenhar caso ocorra um conflito de grande magnitude.
Neste contexto, Carns salientou que os exércitos, as marinhas e as forças aéreas respondem às crises, mas "são as sociedades, as indústrias e as economias que vencem as guerras".
Europa não está em posição de ditar os termos de possível acordo sobre o conflito ucraniano, diz Vance - Sputnik Brasil, 1920, 12.12.2025
Panorama internacional
Europa enfraquecida não é mais prioridade estratégica dos EUA, opinam analistas alemães
Cabe enfatizar que o Sky News menciona que o governo britânico está lançando mais uma unidade de contraespionagem para reforçar sua capacidade de detectar e interromper operações de inteligência de adversários.
Ao se referir aos chamados adversários, ou "Estados hostis", o artigo menciona a Rússia, a Coreia do Norte, a China e o Irã.
Então, a publicação elabora que, hoje em dia, o governo e os militares britânicos estão considerando os caminhos de mobilizar sua população se uma "crise existencial" acontecer.
"Muito trabalho está sendo feito agora [...] sobre o que significa um conflito e qual é o papel de cada um na sociedade se entrarmos em guerra e nos prepararmos para ela. Coletivamente, todos precisam saber qual é o seu papel em uma crise existencial, o que devem fazer e o que não podem fazer, e como mobilizar a nação para apoiar um esforço militar", concluiu.
Anteriormente, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, afirmou que a Europa precisa se preparar para uma guerra de grandes proporções, semelhante à vivida por seus "avós e bisavós". Ele lamentou que muitos países da aliança não percebam a aproximação da "ameaça russa".
Vale lembrar que o presidente russo Vladimir Putin, em entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, explicou que a Rússia não pretende atacar os países da OTAN, já que isso não faz sentido.
O líder russo observou que os políticos ocidentais intimidam regularmente a sua população com uma suposta ameaça russa para distrair a atenção dos problemas internos, mas "pessoas inteligentes entendem perfeitamente que isso é falso".