segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

 

Mais escândalo! Meia Brasília está na folha de pagamentos do Banco Master

Um acordo de R$ 478 milhões que pode custar ainda mais caro a Daniel Vorcaro  | VEJA

Vorcaro comprou meio mundo em Brasília e já está solto

Fernão Lara Mesquita
Site Vespeiro

A infecção generalizada que vazou no abcesso conhecido como Banco Master inclui todos os patógenos da vasta fauna que se desenvolve no caldo de cultura brasiliense. Eis uma lista possivelmente incompleta dos que já foram identificados até este 18 de novembro da prisão de Daniel Vorcaro e seu sócio Augusto Lima pela Polícia Federal, que promete ser o primeiro teste real da capacidade de resistência da proteção por eles contratada, pois já estão soltos.

A lista é longa, encabeçada por Paulo Henrique Costa: presidente afastado do BRB, envolvido nas negociações com o Banco Master, evidenciando a vinculação entre instituições públicas e interesses privados.

OUTROS NOMES – Advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes. Seu escritório de advocacia, que inclui dois filhos do ministro como sócios, foi contratado para atuar em processos do Banco Master, fazendo a ligação jurídica direta entre Vorcaro e o Supremo Tribunal Federal. Em 2025, o escritório foi alvo de sanções americanas, o que impactou sua relação com o banqueiro.

Alexandre de Moraes: Ministro do STF, com relação indireta a Vorcaro via o escritório da esposa. Michel Temer: Ex-presidente da República e consultor de Vorcaro, que indicou Moraes ao STF, exercendo forte influência política e articulando conexões entre o banqueiro e o alto escalão do governo federal.

Ricardo Lewandowski: Ministro aposentado do STF que participou do comitê consultivo estratégico do Banco Master, consolidando vínculos com o Judiciário.

MAIS ENVOLVIDOS  – Ex-ministro e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles faz parte do comitê de notáveis do Master, influenciando decisões financeiras estratégicas em favor do banco.

Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, associado a Vorcaro em conselhos e círculos de poder financeiro.

Jaques Wagner: Líder do governo no Senado, aliado próximo de Augusto Lima, sócio de Vorcaro, influenciador na expansão do programa Credcesta na Bahia, que foi fundamental para o crescimento do banco. Davi Alcolumbre: presidente do Congresso, com trânsito facilitado junto a Vorcaro, viabilizando articulações políticas no Legislativo.

OUTRAS FIGURAS – Presidente do PP, o senador Ciro Nogueira foi figura central das negociações para a venda do Banco Master ao BRB, padrinho da indicação do presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, e ator político com conexões amplas que unem Vorcaro a diversos grupos de poder.

Ibaneis Rocha: Governador do Distrito Federal, defensor da compra do Master pelo BRB, articulador político que buscava alianças para a eleição de 2026, fortalecendo laços regionais e nacionais.

Guido Mantega: Ex-ministro da Fazenda, consultor de Vorcaro, responsável por apresentar o banqueiro ao presidente Lula, ampliando sua inserção no governo federal. Alexandre Silveira: Ministro de Minas e Energia ligado a Vorcaro, representando conexões com setores estratégicos da economia.

AINDA MAIS – Empresários mineiros e parceiros de Vorcaro, Walfrido dos Mares Guia e Lucas Kallas atuam em setores-chave da corrupção, como educação, saúde e mineração.

Rui Costa: Ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia, amigo de Augusto Lima, ampliou o programa Credcesta, peça-chave para o Banco Master. Fábio Faria: Ex-ministro e interlocutor político de Bolsonaro, facilitou a aproximação de Vorcaro com diversas lideranças.

Antônio Rueda: Presidente do União Brasil, aliado em projetos políticos conjuntos, participando da aliança que apoia a candidatura de Ibaneis ao governo do DF.

Alexandre Cordeiro: Indicado por Ciro Nogueira para o Cade, que aprovou a controversa compra do Banco Master pelo BRB.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Excelente matéria, enviada pelo advogado João Amaury Belém, que exibe a podridão de Brasília, infestada por essa gentalha que hoje domina os três Poderes. Só com todos os participantes desse desgoverno na cadeia é que poderemos começar a moralizar o país. (C.N.)

O TEMPO

 

Relator do caso Master, Toffoli viajou para final da Libertadores com advogado de investigado

O ministro Dias Toffoli, do STF, viajou em um jatinho particular com um dos advogados do caso Master, para assistir a final da Libertadores em Lima, no Peru

BRASÍLIA – O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), viajou em um jatinho particular com um dos advogados do Banco Master para assistir a final da Libertadores em Lima, no Peru.

Toffoli é o relator da investigação sobre suspeitas de fraudes financeiras envolvendo o Banco Master. O advogado em questão é Augusto Arruda Botelho, ex-secretário nacional de Justiça.Seguir no Google

Palmeirenses, os dois viajaram juntos em um jatinho do empresário Luiz Oswaldo Pastore, um amigo em comum, para acompanhar a partida contra o Flamengo – o time carioca venceu por 1 a 0.

O jatinho partiu na manhã de 28 de novembro. No mesmo dia, Toffoli foi sorteado para ser relator do caso Master a partir de um recurso impetrado no STF pelos advogados do dono do banco, Daniel Vorcaro. O jogo em Lima ocorreu no dia 29. A volta ocorreu no dia 30 de novembro. Havia 15 pessoas na aeronave, entre elas o ex-deputado federal Aldo Rebello. 

Na última quarta-feira (3), Toffoli decidiu que as investigações sobre o banco Master devem ser supervisionadas pelo STF, e não pela Justiça de primeiro grau. 

Com a decisão de Toffoli, a 10ª Vara Federal de Brasília suspendeu o andamento do inquérito da Polícia Federal (PF) e enviou todos os processos do caso Master ao STF.

Dois dias após o retorno a Brasília, Toffoli impôs um severo regime de sigilo à investigação.

Toffoli atendeu um pedido da defesa de Vorcaro, após a PF apreender, em um dos endereços do banqueiro, um envelope com o nome do deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA). 

O deputado alega que participou da constituição de um fundo para construir um empreendimento imobiliário em Trancoso, em Porto Seguro (BA), e por isso foi procurado por Vorcaro.

Segundo o parlamentar, o empresário manifestou interesse em comprar uma parte do empreendimento, mas o negócio não foi adiante.

O STF é o tribunal responsável por processar e julgar parlamentares. Com o sigilo de Toffoli, não será possível saber nem os nomes dos advogados que atuam no caso.

Botelho é advogado do diretor de compliance do Master, Luiz Antonio Bull, que foi preso na Operação Compliance Zero, deflagrada pela PF, e está em liberdade provisória com tornozeleira eletrônica. Deflagrada no último dia 18, a operação Compliance Zero culminou na liquidação do Master, na prisão de Vorcaro e no afastamento do ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa, demitido posteriormente.

A operação faz parte da investigação sobre a compra do Master pelo BRB, banco público de Brasília.

Botelho entrou com recurso no STF a favor de Bull depois da viagem a Lima, em 29 de

 novembro.  

A viagem foi revelada por Lauro Jardim, em publicação no portal do jornal O Globo, no último domingo (7/12).

Botelho e Toffoli não haviam se manifestado sobre a viagem até a mais recente atualização desta reportagem.

O DIA

 

Golpes virtuais atingem mais os idosos

Advogados falam sobre o assunto. Um deles criou um guia para evitar que os mais experientes caiam na rede de golpistas

O advogado Marcelo Mariano criou guia para evitar que idosos sejam lesadosDivulgação

Se o mundo digital é uma incógnita para muita gente, que dirá para os idosos que cresceram sem ouvir falar em internet, Inteligência Artificial, prompt, códigos e muitas outras nomenclaturas?.Pois é. Esse desconhecimento pode ser fatal, principalmente quando tange às finanças dos mais experientes que ficam perdidos diante de tanta inovação. E o pior: de tanto golpista que anda querendo passar a perna nos incautos.A sorte é que existem muitos profissionais do bem, preocupados com essa parcela da população. Pensando nisso, o advogado Marcelo Mariano montou um guia para idosos. De acordo com Mariano, seguindo a cartilha a chance de redução é entre 80 e noventa por cento. "Hoje o Brasil é muito frágil no quesito segurança. Por isso, atualmente os idosos são uma classe que precisa ter o que eu chamo de blindagem digital".
Ele afirma que os crimes digitais, em sua grande maioria, contam com a participação direta de funcionários de instituições bancárias que vendem informações internas ou agem como membros de quadrilhas voltada a práticas de estelionato virtual e furto eletrônico. "Necessariamente há golpes que não contam com a atuação do idoso, mas sim de terceiros que possuem acesso aos dados deles", explica.

Guia Passo a Passo para Pessoas Idosas Evitarem Golpes 

A internet é uma ferramenta maravilhosa que nos conecta com a família, amigos e o mundo. No entanto, assim como no mundo físico, existem pessoas mal-intencionadas que
tentam aplicar golpes.
1. Conheça os Golpes Mais Comuns: O Inimigo Disfarçado
Os golpistas são mestres em se disfarçar e usar a confiança e o afeto para enganar. Conhecer as táticas mais usadas é o primeiro e mais importante passo para se proteger.
TIPOS DE GOLPE
Falso funcionário do Banco
Como funciona - Você recebe uma ligação ou mensagem de alguém que se diz ser do seu banco, alegando um problema na sua conta ou cartão. Eles pedem seus dados, senhas ou que você faça uma transferência para "regularizar" a situação
O que fazer para evitar - NUNCA forneça senhas ou códigos por telefone ou mensagem. Bancos não ligam para pedir senhas ou para que você faça transferências. Desligue e ligue para o número oficial do seu banco.

Parente em Apuros (Golpe do WhatsApp)
Como funciona - Um golpista se passa por um filho, neto ou outro parente, usando um número novo e alegando que está em uma emergência (acidente, problema financeiro) e precisa de dinheiro urgente.

O que fazer para evitar - SEMPRE desconfie de pedidos de dinheiro inesperados. Ligue para o número de telefone antigo do parente ou faça uma pergunta pessoal que só ele saberia responder para confirmar a identidade.

Links e Mensagens Falsas (Phishing)
Como funciona - Você recebe um e-mail, SMS ou mensagem no WhatsApp com um link, dizendo que ganhou um prêmio, que seu nome está no SPC ou que precisa atualizar seus dados. O link leva a um site falso que rouba suas informações.

O que fazer para evitar - NUNCA clique em links de remetentes desconhecidos ou que prometem coisas muito boas. Se for do seu banco ou de uma loja, digite o endereço do site diretamente no navegador

Perfil Falso em Redes Sociais
Como funciona - Um golpista cria um perfil falso de um amigo ou familiar e pede dinheiro emprestado ou solicita seus dados pessoais.
O que fazer para evitar - Verifique se o perfil tem poucas fotos ou amigos. Se for um amigo, entre em contato por outro meio (ligação) para confirmar se ele realmente criou um novo perfil.

Golpe do Amor
Como funciona - Os golpistas também participam de sites e aplicativos de relacionamento em busca de pessoas vulneráveis, em geral os perfis são de pessoas extremamente atrativas com idade jovial, que inicialmente buscam uma aproximação para depois iniciarem as solicitações, que vão desde medicamentos, empréstimos, ajuda a parentes, pagar aluguel e por aí vai ...

O que fazer para evitar - Nem tudo que reluz é ouro, tenha extrema cautela com relacionamentos oriundos da internet, não exponha seu perfil financeiro e nem informe suas condições, escolha lugares públicos para encontros, principalmente com segurança reforçada que não sejam caros, negue as solicitações de dinheiro ou empréstimos de valores nesse período de conhecimento e relacionamento, não haja na emoção e procure sempre a lógica, utilize cartões de créditos simples, saia apenas com um pequeno valor no seu banco digital de rua (tenha um celular só para os seus bancos com maiores valores em casa).
2. Reforce as Suas Defesas nos seguintes passos:
Passo 2.1: Fortaleça Suas Senhas
•Crie senhas longas e complexas: Use uma combinação de letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos.
•Evite o óbvio: Não use datas de nascimento, nomes de parentes ou sequências simples como 123456.
•Use senhas diferentes: Nunca use a mesma senha para o banco, email e redes sociais. Se uma for descoberta, todas estarão em risco.

Passo 2.2: Ative a Verificação em Duas Etapas (2FA)
A Verificação em Duas Etapas (ou Autenticação de Dois Fatores) é uma camada extra de segurança. Mesmo que o golpista descubra sua senha, ele precisará de um código enviado para o seu celular para acessar a conta, evite verificação de 2 etapas por e-mail, sms e whatsapp.

•Onde ativar: Ative no WhatsApp, e-mail (Gmail, Outlook) e nas redes sociais (Facebook, Instagram).
•Como funciona: Ao tentar entrar na conta, o sistema pedirá sua senha e um código temporário que só você recebe no seu celular.
•Crie senhas e contrassenhas para familiares: tenham um código para comunicação e atendimento de pedido de ajuda.
•Tenha um grupo de segurança com seus parentes: Em caso de golpes facilita a divulgação da informação.
Passo 2.3: Desconfie de Tudo que é Urgente ou Inesperado
Golpistas usam a urgência para fazer você agir sem pensar.
•Respire e pense: Se a mensagem ou ligação for sobre um problema urgente ou uma oportunidade imperdível, pare. Não tome decisões imediatas.
•Verifique a fonte: Antes de clicar, responder ou transferir dinheiro, verifique a identidade da pessoa ou instituição por um canal oficial (ligue para o banco, ligue para o parente no número antigo).

Passo 2.4: Proteja Seus Dados Pessoais
Seus dados (CPF, RG, endereço, senhas) são valiosos.

•Não Compartilhe: Nunca forneça seus dados pessoais, senhas ou códigos de segurança (como o CVV do cartão) por e-mail, WhatsApp ou telefone, a menos que você tenha iniciado o contato e tenha certeza da identidade do receptor.
•Cuidado com o Wi-Fi Público: Evite fazer transações bancárias ou compras online usando redes Wi-Fi de aeroportos, cafés ou shoppings. Elas podem não ser seguras.
•Tenha um celular só para o seu banco: Esse celular servirá como um cofre, onde você deixará os valores de maior aporte que guarda, sem que nesse celular esteja instalado qualquer aplicativo de conversa e só utilize o sinal de Wi-Fi privado da sua casa para fazer as transações.
•Procure um especialista em segurança digital: O melhor caminho é sempre a educação, quanto mais informado você está menos vulnerável será.

3. Há um aparo legal em tempos atuais ainda mais para os idosos:
O Direito Digital e o Direito do Consumidor garantem sua proteção e responsabilizam as instituições em muitos casos de golpe.

•Responsabilidade dos Bancos e Plataformas: Em muitos casos de golpes (como o do WhatsApp clonado ou fraude bancária), a Justiça entende que o banco ou a plataforma digital (como o WhatsApp) tem responsabilidade por não oferecer segurança suficiente.
•Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Esta lei garante que seus dados pessoais sejam tratados com cuidado. Se uma empresa vazar seus dados, ela pode ser responsabilizada.
•Violência Patrimonial e Financeira: Golpes contra idosos são considerados uma forma de violência patrimonial e financeira, o que pode agravar a punição dos criminosos.

4. O que Fazer se Cair em um Golpe: Ação Imediata
Se, infelizmente, você cair em um golpe, aja rapidamente.
1-Mantenha a Calma: O mais importante é agir, não se culpar.
2-Entre em contato com o Banco: Ligue imediatamente para o seu banco e informe sobre a fraude. Peça o bloqueio da conta ou do cartão e solicite o estorno do valor transferido.
3-Registre um Boletim de Ocorrência (BO.): Vá a uma delegacia de polícia ou faça um BO. online. É fundamental ter este documento para as ações legais e para o banco.
4-Mude suas senhas: Troque imediatamente as senhas de todas as contas que possam ter sido comprometidas (e-mail, redes sociais, aplicativos bancários).
5- Procure ajuda legal: Consulte um advogado especializado em Direito Digital ou de Defesa do Consumidor para avaliar a possibilidade de responsabilizar o banco ou a plataforma.
O guia criado pelo advogado Marcelo Mariano foi baseado nesses sites: https://www.gov.br/mdh/ptbr/assuntos/noticias/2024/outubro/saiba-como-prevenir-aviolencia-patrimonial-e-financeira-contra-pessoasidosas/cartilha_violencia_patrimonial_pessoa_idosa_2024.pdf
https://www.santander.com.br/blog/seguranca-dos-idosos
Educação digital permanente
Outros profissionais também falam sobre o assunto em entrevista ao jornal O DIA. São eles Sarita Lopes, advogada de Direito Previdenciário, Fernando Viggiano, especialista em Direito Civil, e Flávia Artilheiro, especialista em Direito Penal.

O DIA: Sabemos que muitos idosos têm dificuldade com o mundo digital. Como fazer para que eles não caiam em golpes?
Sarita Lopes: É fundamental investir em educação digital básica e contínua, especialmente para o público idoso. Orientações simples, como nunca compartilhar senhas ou permitir acesso remoto ao celular, devem ser reforçadas por familiares, instituições financeiras e serviços públicos. Além disso, bancos e apps devem adotar interfaces mais intuitivas e mensagens de alerta claras. O apoio de pessoas de confiança, como filhos ou netos, também é essencial na hora de configurar dispositivos e acompanhar movimentações suspeitas.

Fernando Viggiano: A proteção dos idosos no ambiente digital exige uma conjugação de medidas preventivas contínuas. É imprescindível que familiares, cuidadores e a própria sociedade promovam uma rotina mínima de orientação, reforçando que nenhum banco solicita compartilhamento de tela, senhas, códigos de acesso ou fotografias de documentos.
A recomendação técnica é impedir que idosos realizem operações financeiras durante chamadas de vídeo, bem como configurar limites de transferência, duplo fator de autenticação e receber notificações simultâneas em aparelhos de confiança. A educação digital permanente é o instrumento mais eficaz, pois o criminoso explora justamente a vulnerabilidade emocional e a insegurança tecnológica dessa parcela da população.

Flávia Artilheiro: Educação contínua através de serviços públicos referenciados, assim como a divulgação constante pelos meios de imprensa e campanhas massivas da rede bancária, podem garantir a este público vulnerável informações que os protejam de golpes digitais.

O DIA: Você acredita que o fato de ser exibido um alerta sempre que usuários abrirem aplicativos sensíveis como os bancários vai diminuir o número de fraudes?
Sarita Lopes: Sim, essa nova funcionalidade é um avanço importante. Ao identificar o compartilhamento de tela com terceiros fora da lista de contatos e emitir alertas, o sistema pode interromper fraudes em tempo real. Muitos golpes ocorrem porque a vítima sequer percebe que está sendo enganada. Ao permitir encerrar a chamada e o compartilhamento com um toque, essa medida empodera o usuário e dificulta a ação dos criminosos, especialmente contra pessoas vulneráveis.
Fernando Viggiano. A implementação do novo alerta de segurança tende a reduzir significativamente a incidência de golpes via espelhamento de tela, uma vez que interrompe o mecanismo essencial para a fraude, que é o acesso visual ao aplicativo financeiro. Ao exibir o aviso e permitir o encerramento imediato da chamada, o sistema cria uma barreira adicional contra a engenharia social e devolve ao usuário um momento de reflexão, rompendo o estado de indução psicológica em que o golpista o mantém.  Embora nenhuma tecnologia elimine totalmente o risco, a adoção dessa camada de proteção representa avanço relevante e seguramente mitigará parte expressiva das ocorrências.
Flávia Artilheiro: Quanto maior o espaço que os veículos de imprensa dedicarem a informar sobre novos golpes, assim como mais reforçadas medidas de segurança dos bancos, menor a probabilidade de que pessoas sofram com novos golpes.

O DIA: Às vezes o golpe nem é digital. Uma senhora teve R$ 7 mil levados de um caixa eletrônico no domingo, valor  que nem os correntistas conseguem tirar. Só é possível esse tipo de fraude se houver alguém da instituição envolvida?
Sarita Lopes: Nem sempre. Golpes fora do horário bancário podem ocorrer por engenharia social, clonagem de cartão ou vazamento prévio de dados. Mas transações elevadas, em horários incomuns, sem alertas ou travas de segurança, podem indicar falha ou até conivência interna, e isso deve ser apurado. Nestes casos, as chances de êxito em uma ação judicial contra o banco são muito maiores, já que a responsabilidade pela segurança das operações é da instituição financeira.
Fernando Viggiano: Fraudes em caixas eletrônicos durante horários e dias atípicos não se concretizam sem algum tipo de violação procedimental interna ou sem o conhecimento de fragilidades operacionais. Não é possível, em regra, que terceiros efetuem movimentações físicas em equipamentos bancários sem que haja falhas de segurança, permissões indevidas ou acessos irregulares na cadeia de controle.
Isso não significa necessariamente que exista participação direta de funcionários, mas evidencia que houve brecha, descuido ou deficiência no protocolo de segurança. Em casos assim, cabe imediata investigação interna, auditoria independente e comunicação às autoridades, porque a instituição financeira responde objetivamente pela falha na prestação do serviço e pela vulnerabilidade que permitiu o saque indevido.

Flávia Artilheiro: Nem sempre há funcionários envolvidos. Criminosos especialistas em estelionatos digitais e virtuais detém a cada dia meios mais sofisticados para lesar patrimônio e burlar sistemas de segurança. Nesse sentido, é imprescindível que instituições bancárias efetivamente se preparem para esta realidade. Afinal, segurança é direito de todos, mas principalmente dever do Estado.