Imprensa quer ocultar a podridão que atinge a família de Moraes

Contrato com Master destrói a idoneidade do ministro
Carlos Newton
É alarmante constatar que o país já não pode contar com a chamada grande imprensa, que prestou grandes serviços na fase da Lava Jato, mas depois passou a ser conivente com a corrupção e com as irregularidades cometidos pelo Supremo e pelo governo Lula, passando a criticar preferencialmente o Congresso, por causa das emendas parlamentares.
Não se fez a ressalva de que as emendas fazem parte da práxis democrática e existem em muitos países, inclusive nos Estados Unidos. Seus excessos já foram contidos pelo ministro Flávio Dino, mas a imprensa agora fica procurando recapitular e renovar as denúncias, para enfraquecer o Legislativo, justamente quando ele mais precisa de força, para enfrentar os desmandos do Judiciário e do Executivo.
PASSANDO PANINHO – O mais inacreditável é que, ao mesmo tempo, a mídia procure não somente esfriar, mas também esconder e sepultar os seguidos escândalos que atingem ministros do Supremo, como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes.
Nesta terça-feira, por exemplo, enquanto a internet e as redes sociais desancavam a blindagem de Gilmar a ministros ameaçados de impeachment e o envolvimento de Moraes e Toffoli com a corrupção do Banco Master, a grande imprensa tentava desesperadamente abafar os dois casos.
Embora a notícia fosse originária de O Globo, pelo colunista Lauro Jardim, o jornal dos irmãos Marinho não deu importância ao descaminho da família Moraes. Da mesma forma, outros jornais, como Folha, Estadão, Valor, Zero Hora, O DIa e Correio Braziliense, tentaram ocultar o escândalo que destruiu a suposta idoneidade de Moraes.
FALSO DESMENTIDO – O mais incrível nesse comportamento da chamada grande imprensa foi a matéria defendendo a mulher de Moraes, publicada pelo Projeto Comprova, uma coalizão que reúne 41 veículos na checagem de fake News nas redes sociais.
A “apuração” do caso Master nas postagens das redes foi feita por Folha e O Dia, tendo sido depois “verificada” por UOL, GZH e A Gazeta. Com base nessa “apuração”, a Folha publicou no dia 1º a reportagem sem assinatura, afirmando que “não há indícios de que a mulher de Moraes tenha envolvimento no caso do Banco Master”.
A matéria diz que “seu escritório foi contratado pela instituição, mas o post mente ao dizer que prisão de Bolsonaro foi para acobertar participação dela no escândalo”. E completa: “O conteúdo também desinforma ao dizer que ministro teria tirado do ar publicações ligando a parceira à fraude”.
E COMPLETA – “Não é verdade que Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, tenha envolvimento no escândalo do Banco Master, ou que o magistrado tenha mandado derrubar posts associando o nome dela ao da instituição financeira, diferentemente do que afirma um post viral no Instagram”, diz a matéria da Folha, acrescentando:
“Como verificado pelo Comprova, o escritório de advocacia Barci de Moraes, onde atuam Viviane e dois filhos do casal, foi contratado pelo banco para representá-lo judicialmente, segundo publicou O Globo em abril deste ano. De acordo com fontes ligadas ao banco, Viviane representa o Master em algumas poucas ações”, diz a reportagem.
O fato de ela ser advogada da instituição não significa que tenha envolvimento no escândalo envolvendo o Master, liquidado pelo Banco Central em 18 de novembro, após a Polícia Federal deflagrar a Operação Compliance Zero, com o objetivo de combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional”.
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P.S. – Esse tipo de jornalismo envergonha a nação. Quer dizer que a dra. Viviane Moraes estava ganhando R$ 129 milhões para defender apenas “algumas poucas ações”? Portanto, não é coincidência que o impoluto ministro tenha comprado em agosto uma mansão em Brasília por R$ 12 milhões, como cerca de 750 metros quadrados de área construída. Se Francelino Pereira e Renato Russo ainda estivessem entre nós iriam bradar, em uníssono: “Que país é esse?”. (C.N.)








