domingo, 18 de junho de 2023

CONTINUA O MESMO. O TEMPO - DOIS MESES ATRÁS


 Só o eleitor raiz de Jair Bolsonaro (não é assim que se diz?), que o quer novamente na Presidência da República por mais quatro anos ou, quem sabe, por uma eternidade, consegue enxergar o canteiro de obras no qual se tornou o país depois das eleições de 2018. Para ele, nunca houve tanto investimento em infraestrutura. Ele enxerga rodovias, ferrovias, aeroportos e portos sendo construídos pelo Brasil afora. Ai de quem lhe disser o contrário. A conversa azeda e chega ao fim. Chamá-lo a atenção para a realidade é agredi-lo física e moralmente.

O que dirá o eleitor convicto do presidente quando souber, por exemplo, que os investimentos hoje em infraestrutura “não são suficientes sequer para a manutenção de estradas, ferrovias, aeroportos e portos”, segundo alerta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Será preciso dobrar os aportes para reverter a situação.

Na matéria publicada no “O Globo” de 21.6, o jornalista Ivan Martinez Vargas afirma, logo no início, que “o Brasil precisa mais que dobrar os investimentos em infraestrutura para garantir a manutenção de tudo que já foi feito em estradas, ferrovias, portos, aeroportos e outros projetos do setor”. O governo Bolsonaro investiu apenas 1,57% do PIB em infraestrutura no ano passado (dados da CNI).

Disse a um dos meus amigos, que é só entusiasmo pelo presidente no qual votou e que agora o quer de volta, seja pelo voto ou pelo golpe (segundo ele, “não há corrupção, nem roubo no governo do capitão, e é isso o que vale”), a única coisa que cresce neste país é a fila dos que buscam, desesperadamente, o “Auxílio Brasil”, sobretudo às vésperas das eleições. E, com o país em retrocesso, a fila só aumenta.

Mas tem mais. Se formos olhar com atenção o que ocorre na educação (vamos deixar de lado, pelos menos por enquanto, a saúde ou a fome de mais de 30 milhões de brasileiros etc), a situação é ainda mais trágica. Segundo o escritor e economista Eduardo Gianetti, “vivemos um grande retrocesso na formação humana”.

A educação, na realidade, desde que o país foi descoberto, nunca foi prioridade, mas o atual governo conseguiu piorá-la ainda mais. Os que exerceram o cargo de ministro da Educação até agora (sem dúvida, o mais importante de todos) agravaram o retrocesso no campo da formação humana: “Perdi a conta, afirma Gianetti, de quantos ministros já passaram (pelo governo Jair Bolsonaro), o que mostra o caos, o descaso e um certo tom de galhofa, de deboche, que tomou conta da área educacional no MEC”.

Precisamos todos nos conscientizar de uma verdade salvadora, como toda verdade: o Brasil só encarará para valer a formação humana quando elegermos alguém com a coragem de resumir o seu plano de governo a três itens: educação, educação e educação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário